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Leandro Vilar

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A história dos Reich

Muitos de vocês já devem ter ouvido essa palavra alemã, reich; principalmente em relação a Segunda Grande Guerra Mundial, pronunciadas as vezes pelo próprio Adolf Hitler. Mas afinal de contas, o que fora o III Reich que Hitler tanto dizia? E se era o terceiro, isso implica em se dizer que houveram outros dois. Então quais foram? A partir de tais perguntas, irei expor a seguir um breve contexto, contando o que foram os três reichs alemães. E finalmente o que fora o reich.


Primeiramente quero dizer que a palavra reich é utilizada para se referir a império ou reino. Ou seja, o III Reich seria o "III Império da Alemanha". Já que ficou evidente o significado desta palavra, irei retroceder no tempo e contar um pouco da História do Primeiro Reich, e assim por diante.

O Primeiro Reich - Sacro Império Romano-Germânico

Carlos Magno
Comumente alguns historiadores costumam definir a duração do Primeiro Reich entre os anos de 962 até 1806, quando o último sacro imperador abdicou do trono. No entanto, a história do Sacro Império é um pouco mais antiga do que isso. Na realidade o Sacro Império fora fundado no ano de 800 por Carlos Magno (747-814). Sendo assim, irei fazer um breve histórico no qual antecede a criação do novo império por Carlos Magno. A História começa por volta de 751, no Reino Franco (França), quando o último rei da Dinastia Merovíngia era deposto pelo recém proclamado rei, Pepino, o Breve (714-768), o qual havia fundado a Dinastia Carolíngia. Pepino governou de 751 a 768, e durante o seu reinado ele tratou de reunificar o povo franco, além de expandir os domínios do reino, e de ter auxiliado o Papa Adriano I nos conflitos contra os lombardos no norte da Itália. Pepino conseguiu estabilizar em certo ponto o reino franco, mas somente com o seu filho Carlos Magno é que o reino se tornaria um império.

Em 768, Pepino, o Breve faleceu, o reino fora dividido entre Carlos Magno e seu irmão Carlomano. No entanto, pouco tempo depois, Carlomano acabou se exilando em um mosteiro, a onde veio morrer em 771. Com isso, Carlos Magno se tornou o único rei da Dinastia Carolíngia. Deste ponto em diante se iniciaria os eventos que culminariam na formação do novo império. Suas investidas o levaram a confrontar vários povos pagãos da Europa, a fim de levar a fé cristã até estes "bárbaros". Ele estabilizou o domínio sobre os francos, combateu os frisões, os ávaros, os saxões, os lombardos vindo a conquistá-los em 774, e se proclamando como o rei destes. Posteriormente também combateu o avanço dos mouros no sul da França, onde sofrera duras perdas, mas conseguira impedir que os mouros invadissem o Reino Franco. Depois de todas estas conquistas, seu prestígio em ter servido tanto o Papa Adriano I e agora o novo papa, Leão III, ele passou a ser visto como um salvador do povo cristão e um herói para estes. O qual levava o cristianismo e a palavra de Deus para esses povos pagãos do norte da Europa.

"A restauração imperial, no ano 800, aparece de inicio como a consagração dessas vitórias, a consequência da expansão do reino franco. Na Itália e em Roma mesmo, tudo concorria para afirmar o prestígio de Carlos: o papa Leão III, exposto a violento ataques, espancado na praça de S. Lorenzo em Lucina, salvo semimorto por dois missi francos, dirigiu-se até o Saxe para implorar a ajuda e a proteção do rei". (HEERS, 1985, p. 43).

Mapa com os domínios do Império de Carlos Magno.
Após tais fatos, em 25 de dezembro de 800, na cidade de Roma, o papa Leão III proclamava Carlos Magno, imperador romano. Um título que não se via no Ocidente desde 476, quando o Império Romano do Ocidente chegara ao fim. No entanto, o novo imperador proclamado tinha em mente em se criar um novo império. Este novo império teria como base os preceitos cristãos, além de ser regido por leis de origem romana, governando sobre povos de origem germana. Sendo assim, nascia o Sacro Império Romano-Germânico.

Com a criação do novo império, Carlos Magno iria empreender uma verdadeira reforma econômica, política, administrativa, legislativa, educacional e cultural. Ele dividira o controle das terras entre condes, duques, nomearia senhores feudais (assim nascia propriamente o que conhecemos como feudalismo). Faria acordos com os espanhóis, bizantinos e até com o califa de Bagdad. Criou novas leis, mediante a elaboração de capitulários e de concílios. Promoveria o incentivo ao estudo das ciências e das artes. Construiria escolas clérigas e mosteiros. Isso leva alguns historiadores a falar em uma Renascença Carolíngia por volta do século XII, a qual teria herdado forte influência das reformas de Carlos Magno.

"Em suas etapas iniciais, o Sacro Império Romano da Nação Germânica legitimou-se como uma espécie de reencarnação do Império Romano do Ocidente". (ELIAS, 1997, p. 18).

Alguns anos antes de morrer, Carlos Magno havia dividido o controle do império entre os seus três filhos (Este tivera vários filhos com duas de suas quatro esposas, e também com amantes, no entanto somente três é que herdaram reinos de seu pai). Quando finalmente Carlos veio a morrer em 814, os seus três filhos começaram a brigar entre si para ver quem assumiria o título de imperador. Os seus três filhos que disputaram o trono foram, Carlos, o Jovem, Pepino da Itália e Luís. Carlos, o Jovem, morreu em 814, Pepino provavelmente fora assassinado por ordem de Luís, o qual por fim assumiu o titulo de sacro-imperador, assumindo como Luís, o Pio, tendo governado de 814 à 840. Luís, o Pio ainda conseguiu manter o império estável, mas após a sua morte, novamente veio ocorrer a disputa pelo trono entre seus herdeiros, e esse conflito perduraria por longos anos.

De fato alguns historiadores costumam dizer que após a morte de Luís, o Pio, o Sacro Império praticamente se desmanchara. O que se sucedeu foram vários anos de conflitos pelo poder, entre príncipes lutando contra irmãos, pais, primos e tios pelo poder. E além disso, por volta de meados do fim do século IX e meados do século X, a Europa sofrera uma onda de devastação causada por povos "bárbaros", dentre os quais, os húngaros, normandos, saxões, eslavos, russos e vikings se destacam mais. Nesse ponto o antigo império já não podia mais ser chamado de império, era mas como vários Estados quase autônomos entre si.

"O império carolíngio, já enfraquecido por frequentes divisões, sofre, ao mesmo tempo, os ataques dos povos do mar, em todas as suas costas, e dos cavaleiros das estepes em suas fronteiras do leste. Essas novas migrações provocaram algumas vezes, lá onde se fixam os invasores, a formação de novos Estados mais ou menos estáveis e modificaram, assim o mapa politico do Ocidente". (HEERS, 1985, p. 53).

"Na Alemanha, o equilíbrio de forças afastou-se gradualmente do nível de integração representando pelo imperador e inclinou-se a favor do de príncipes regionais". (ELIAS, 1997, p. 18).

Com a deposição de Carlos III, o Gordo em 887, o trono imperial ficaria vago por mais de 40 anos, até que finalmente um novo imperador de origem saxã viria assumir o titulo de sacro-imperador, e reconstituiria o Sacro Império. E esse homem fora Oto I, o Grande.

Oto I, o Grande
Filho de Henrique I, o Passarinheiro (876-936), rei dos germanos a partir de 919, combateu os eslavos e os húngaros a fim de não somente assegurar o reino da Germânia, como também de livrar a Europa dessa tida "praga". Após a sua morte, o seu filho Oto I ou Otão I (912-973) assumiu o trono germânico, e dera continuidade as campanhas de seu pai contra os velhos inimigos. Em 10 de agosto de 955 na Batalha de la Lechfeld ao sul de Augsburgo (cidade do atual Estado da Baviera na Alemanha), venceu de forma definitiva os húngaros pondo fim a sua série de invasões. Com isso Oto I conseguiu promover uma relativa paz e ordem para a Germânia e seus aliados. Depois disso ele também participou de outras campanhas pacificadoras, dentre as quais na Itália, onde ajudou a se criar uma boa relação com o papado. Em 962 fora convocado a Roma pelo então Papa João XII, e então fora coroado sacro-imperador.


Com isso o Sacro Império Romano-Germânico agora renascia mais uma vez. E deste ponto em diante ele permaneceria quase que plenamente integral por longos séculos. Os imperadores da Dinastia Otiniana reergueriam o velho Sacro Império, o reorganizaria e o estabilizaria por durante quase todo o fim do século X e os idos do século XI. No novo governo otoniano, a Igreja teria uma forte influência no governo imperial. Posteriormente em alguns momentos, alguns dos próprios sacro-imperadores, chegaram a serem depostos por ordens de papas, ou por se encontrarem contra as propostas papais. Após a morte do imperador Santo Henrique II em 1024 a Dinastia Otoniana chegou ao fim, mesmo assim o império ainda sobreviveria nas mãos de outras dinastias.

Como eu já havia apontado anteriormente o Sacro Império durou de 962 a 1806, ou seja, são mais de 800 anos de história. Contudo não há como eu descrever tudo isso aqui, e mesmo que fosse pouca coisa dita, seria muito extenso. Sendo assim, deste ponto, partirei para o fim do império, durante o século XIX.

Os domínios do Sacro Império no século XIX.
Durante longas décadas, o Sacro Império fora bem forte, próspero e influente. Ele nunca chegou a ser muito vasto, como pode ser visto no  mapa ao lado, o qual basicamente retrata todo o território do império em si ao longo destes séculos. Como eu já havia dito, o termo império era algo quase que contraditório. Durante todos os séculos de sua existência, este fora governado por um imperador, e praticamente, por vários príncipes, condes e duques. Em alguns mapas vocês poderão notar a divisão detalhada desses principados, ducados e condados que formavam o dito império. No início do século XIX, o último sacro-imperador, Francisco I da Áustria ou Francisco II do Sacro Império (1768-1806), governou nos últimos turbulentos anos do império em meio a uma Europa assolada por guerras.

Francisco II do Sacro Império
Nessa época a Europa se encontrava em meio as chamadas Guerras Napoleônicas (1799-1815). Durante estes anos em que o imperador de França, Napoleão Bonaparte I, empreendia sua expansão territorial pelo continente a fim de conquistá-lo, muitas nações sofreram duras derrotas, como Itália, Espanha, Portugal, os Países Baixos, Bélgica, os países da Europa Central, e o próprio Sacro Império em si. De fato somente a Inglaterra e a Rússia é que se mostraram fortes rivais para a cobiça de Napoleão, pois o mesmo não chegou a atacar os países do norte e do leste da Europa. No entanto o antigo império já em declínio não conseguiu evitar a derrota para os exércitos franceses, em Ulm (Alemanha) e Austerlitz (República Checa). Tais derrotas levaram a Áustria a se render ao Império Francês, e em 26 de dezembro de 1805, fora assinada a Quarta Paz de Pressburg, na qual no ano seguinte em 6 de agosto de 1806, oficialmente o Sacro Império Romano-Germânico chegava ao fim, com a abdicação de seu último imperador, Francisco II.

Depois disso, Frederico, conseguiu reaver o trono austríaco e outras velhas possessões, e quanto a Alemanha, essa viveria seu período de Unificação Alemã, onde propriamente surgiria o que hoje concebemos como Alemanha, já que até então, não havia um país em si chamado de Alemanha.

Unificação Alemã

Antes de começar de fato a falar sobre o Império Alemão (Kaiserreich), irei contar um pouco do período que antecede o fim do Sacro Império e o inicio do II Reich. Em 12 de julho de 1806, antes do fim oficial do Sacro Império, Napoleão havia formado com alguns Estados alemães uma união, chamada de Confederação do Reno, nome este devido ao rio Reno, que corta a Europa de Norte a Sul. A Confederação durou de 1806-1814, quando se desmanchou após a derrota de Napoleão na Rússia. A Confederação tinha sido formada para dá apoio ao império francês.

Em 1815, na última reunião do Congresso de Viena (basicamente fora a reunião dos principais líderes europeus, a fim de resolver dentre algumas questões, a redivisão dos Estados europeus, após a queda de Napoleão). Desse Congresso, se formou a chamada Confederação Germânica (1815-1866). Basicamente a nova confederação, estava sob o domínio do Império da Áustria e do Reino da Prússia, além de contar com o apoio e a intervenção da Grã-Bretanha e Irlanda, dos Países Baixos, e de outros reinos, como Luxemburgo, Baviera, Saxônia, etc. A capital oficial da confederação ficava na cidade de Frankfurt.

Karl Marx
Em 1848, um ano o qual marcou a Europa, por diversas revoluções, alguns costumam dizer que 1848, fora o Ano das Revoluções. Basicamente as Revoluções de 1848, promoveram a luta pelo nacionalismo, liberalismo e por democracia. Os motivos que levaram a estas revoluções, vão desde problemas políticos, econômicos, administrativos e sociais. Entre tais problemas também se viu as lutas de classes. A burguesia alemã que estava em ascensão, começou a lutar pela constituição de uma nação alemã unificada. Não obstante, sociólogos como Karl Marx, incentivaram uma coligação entre sociais e liberais, a fim de lutarem não por uma monarquia parlamentarista, mas sim por uma República.

Quanto a Confederação Germânica, esta sofria com problemas econômicos e políticos devido a uma falta de unificação nacional. Nessa época, a Prússia passava a frente da Áustria no controle sobre os Estados alemães. A Prússia propôs que o seu rei, Frederico Guilherme IV (1795-1861), se candidata-se a se tornar imperador da Alemanha, prometendo dentre algumas coisas, a elaboração de uma constituição, a reforma politica e dentre outras questões governamentais. No entanto a Áustria não se deixou "passar a perna" e obrigou o imperador prusso a renunciar o cargo. De fato, Frederico Guilherme IV assumiu o trono entre (1849-1850), mas nesse caso não fora formado um império alemão, mas sim uma continuação da Prússia.

Com a negação tanto da Áustria e posteriormente da Prússia conformada com a derrota, ambas as nações evitaram de formar um Estado Alemão unificado, criando um parlamento e uma constituição para governá-lo. A criação de uma constituição fora uma das principais reivindicações dos alemães. Mesmo com a Áustria se negando a unificar os Estados alemãs, e a Prússia tendo sido derrotada, esta posteriormente voltaria a agir em prol dessa unificação.

Segundo Reich - Império Alemão


Kaiser Guilherme I
Após a década de 1850, a Prússia conseguiu enriquecer e até mesmo ultrapassar a Áustria, como uma nova potência europeia. Em 2 de janeiro de 1861, era eleito o rei da Prússia, Guilherme I (1797-1888). Guilherme I era um amante da arte da guerra, convocou Moltok, chefe do Estado-maior prusso e em 1862 elegeu Otto von Bismarck (1815-1898) como primeiro-ministro (chanceler) da Prússia. Moltok teria uma grande participação em uma série de batalhas durante a década de 1860, tendo participado com êxito das batalhas de a Guerra dos Ducados (1864), onde combateu a Dinamarca pelo controle de alguns Estados alemães; em 1866, talvez ocorrera a mais importante batalha para a unificação alemã, a chamada Guerra Austro-Prussiana. Durante este ano em que Áustria e Prússia se confrontaram, Bismarck desmanchou a antiga Confederação Alemã e criou uma Confederação da Alemanha do Norte (1866-1870). Basicamente metade do Estado alemão já se encontrava sob o domínio prussiano e unificado. Quanto a parte sul, esta era mais radical, e não queria aceitar a monarquia prussiana, fato este que levou os Estados do sul a se aliarem em 1870 aos franceses, a fim de conseguirem sua emancipação total.

Durante 1870 iniciou-se a Guerra Franco-Prussiana. A guerra se iniciou após alguns problemas monárquicos de sucessão. O trono de Espanha estava vago, e um príncipe prussiano se candidatou a assumi-lo, no entanto o imperador da França, Napoleão III (1808-1873), interferiu no assunto pedindo que Guilherme I proibisse tal indicação. Guilherme I aceitou tais motivos. No entanto o imperador francês voltou a fazer uma série de novas reivindicações, das quais Guilherme I se recusou aceitar. Sobre tal pretexto de injúria, a França declarou guerra a Prússia.

Em 1 de setembro de 1870 na Batalha de Sedan (França) o exército prussiano derrotou o exército francês de forma esmagadora, obrigando a sua rendição. Não houve um número exorbitante de mortos, mas a maior parte do exército e o próprio imperador Napoleão III, que estava no campo de batalha, foram feitos prisioneiros.
O chanceler alemão Otto von Bismarck e o imperador francês Napoleão III (à direita).
Na imagem acima pode se ver Napoleão III conversando com o chanceler Bismarck. Com a derrota francesa em Sedan, no ano seguinte não tardaria para a França assinar um acordo de paz com a Prússia.


Em 18 de janeiro de 1871, no Palácio de Versalhes em Paris, o rei da Prússia, Guilherme I era coroado kaiser (imperador) do Império Alemão, e junto a ele fora nomeado um parlamento (Reichstag). Um império de uma Alemanha unificada, agora possuindo ao todo 25 estados (em tempos passados a Alemanha chegou a possuir até mesmo 350 microestados, demostrando a fragmentação do poder imperial na época). O próprio Otto von Bismarck fora eleito chanceler do Império Alemão, tendo governado de 1871 à 1890. Sobre o governo de Bismarck irei contar um pouco como transcorreu, já que foi de suma importância para garantir o desenvolvimento da nova nação. Posteriormente no mesmo ano, em 10 de maio fora assinado o Tratado de Frankfurt entre França e Alemanha, o qual dentre algumas reivindicações estavam, os acordos de paz e a doação de duas regiões fronteiriças e uma indenização pós-guerra.

"A vitória dos exércitos alemães sobre a França foi, ao mesmo tempo, uma vitória da nobreza alemã sobre a classe média alemã". (ELIAS, 1997, p. 26).

"Algumas semanas mais tarde, o Tratado de Frankfurt deu ao Reich a Alsácia e parte da Lorena, e ainda uma indenização de 5 bilhões de francos, que contribuíram para desenvolver sua economia". (Grande Enciclopédia Larousse Cultural, 1998, p. 170).

Otto von Bismarck
Dada esta primeira parte, irei agora contar um pouco da política de Bismarck, o qual ficou conhecido como um dos ministros mais conservadores e poderosos da Europa. O governo de Bismarck ficou marcado por ter sido altamente nacionalista, conservadorista, militarista e autoritário. Com o dinheiro da indenização, o chanceler promoveu uma série de reformas desde questões administrativas, militares, ao desenvolvimento industrial do país. Em poucos anos a população cresceria rapidamente, o império enriqueceria e se industrializaria. No entanto, em meio a este desenvolvimento, conflitos surgiram. Bismarck pressionou muito a classe burguesa e a própria classe baixa, devido a altas cobranças feitas por esse. Logo tais cobranças levaram a revolta dessas classes. Líderes radicais começaram a surgir, os quais apoiavam o socialismo, a democracia e a república. Porém esse problema social não só estava vinculado a classe social propriamente dita, a minoria católica que residia ao sul do império, acabou se tornando adepta dessas ideologias. (Devo ressaltar que desde a época de Martinho Lutero, após a Reforma, os protestantes (maioria na Alemanha) se opuseram aos católicos, e desde então houve conflitos entre esses dois segmentos religiosos). Com isso, acabou surgindo na Alemanha um partido social católico, chamado de Ketteler. Além do Ketteler, houve outros grupos ou partidos socialistas identificados pelos codinomes de Lassale, Bebel e Liebknecht.

E para se combater essa revolta do clero católico, Bismarck criou o movimento do Kulturkampf, o qual fora um movimento anticlerical que perdurou de 1872 a 1878, quando ao invés de agir para enfraquecer a influência do Partido Católico, acabou o fortalecendo. Além do Kulturkampf ter combatido o partido social católico, ele também combateu os outros partidos socialistas. De fato mesmo com o fortalecimento do Ketteler, o socialismo não conseguiu romper com o império. Outra medida também tomada a fim de se enfraquecer as ordens socialistas, fora a criação de uma Previdência Social, a fim de se incentivar o nacionalismo entre a classe trabalhadora a favorecendo com rendas.


"O Reichstag votava o orçamento, mas o governo era nomeado pelo monarca, o Kaiser, e a ele prestava contas. O chefe intermediário entre o Kaiser e o Reichstag era o chanceler. O primeiro detentor desse cargo, Otto von Bismarck, usara a autoridade que auferia do Kaiser,  para obrigar o Reichstag a cumprir suas próprias ordens". (HOWARD, 2010, p. 27).


Em 1888, o governo do império iria ficar conturbado. Este ano fora chamado de Dreikaiserjahr "Ano dos Três Imperadores". O imperador Guilherme I veio a falecer em 9 de março, então o seu filho Frederico I da Alemanha (III da Prússia) assumiu os dois tronos. No entanto este acabou governando por um período de 3 meses, até ser deposto por seu filho, Guilherme II (1859-1941). Curiosamente o segundo imperador alemão, Frederico I também morreu no mesmo ano de seu pai, em 15 de junho. Com a morte dos dois imperadores, Guilherme II, com os seus 29 anos passaria a governar o império como terceiro e último imperador alemão.

Kaiser Guilherme II
Quanto a Bismarck, este tinha seus dias como chanceler imperial contados. Após a morte de Guilherme I, seu filho Frederico I não era muito a favor do modo de como Bismarck governava e vinha atuando nesses últimos anos. Alguns historiadores chegam a dizer que o governo de Bismarck pode ter sido considerado como uma anarquia. Seu ultra-conservadorismo e perseguição a partidos políticos de esquerda e a outros fatos de seu governo, o puseram em "maus lençóis" as vistas de Frederico I e também do próprio Guilherme II. Como o novo imperador não era favorável a política de Bismarck tratou de resolver esta situação. Em 1890, o kaiser obrigou Bismarck a pedir demissão, e este acabou se demitindo. Dali acabou abandonando a carreira política. Bismarck ainda viveria mais oito anos, até em fim, vim a falecer.


"[...] Guilherme II, um individuo que encarnava na sua pessoa três  qualidades que se pode dizer que caracterizavam a elite governante contemporânea: um militarismo arcaico, uma ambição desmedida e uma insegurança neurótica". (HOWARD, 2010, p. 29).

Em seu lugar fora eleito como novo chanceler do Império Alemão, o conde Leo Von Caprivi (1831-1899). De Caprivi em diante o cargo de chanceler imperial passou a ser regularizado entre um mandato de 4 à 5 anos, tendo em algumas ocasiões tempos inferiores ou maiores que o convencional. No entanto nenhum outro chanceler passou a dispor de tanto poder e autoridade quanto tivera Bismarck.

"A Alemanha de Guilherme II prosseguiu com o desenvolvimento econômico que a tornou em 1914, quando tinha 67 milhões de habitantes (contra 41 milhões em 1971), a primeira potência européia". (LAROUSSE, 1998, p. 170).

Mapa mostrando as alianças militares durante a Primeira Guerra.
Pela citação anterior, não irei me prender muito a detalhes do governo do novo imperador. Mas posso dizer que nos idos do século XX, a Alemanha como já fora apontada, era vista como uma nova potência mundial, em economia, e até mesmo em tecnologia em determinadas áreas. O militarismo acentuado durante o governo de Bismarck seria de grande importância durante o primeiro grande confronto do século XX, a Primeira Grande Guerra Mundial (1914-1918). Em meio a uma Alemanha capitalista, conservadora, pangermanista, militarista, surgiria os primeiros partidos socialistas e comunistas de influência, e os primeiros ideais de descriminação racial que culminariam na ideologia ariana de Hitler.

Nesse ponto eu vou me abster a descrever os acontecimentos da Primeira Guerra Mundial, mas irei explicar um pouco o que fora que se sucedeu. Em meio a uma Europa tumultuada por conflitos e disputas politicas internas e externas. Um dos motivos para o início da guerra fora a possessão de colônias em África. Outro fato era as conspirações políticas, já que nessa época, para alguns historiadores o mundo ainda não havia se desprendido totalmente do imperialismo. Com isso em 28 de julho de 1914, após uma série de acontecimentos políticos e o assassinato do futuro herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, Francisco Ferdinando, pelo estudante Gavril Princip, membro do grupo "terrorista" Mão Negra, levou o inicio da guerra em si. (Alguns consideram o assassinato de Ferdinando um bode expiatório, para assuntos mais sérios, que teriam levado ao inicio da guerra).


Como resposta ao assassinato do arquiduque Ferdinando, o Império Austro-Húngaro (também chamado de Monarquia Dual) declarou retalhação aos servos, já que o assassinato deu-se em território sérvio, e a Mão Negra era formada por membros da região dos Bálcãs, local disputado pelos austríacos e otomanos. Todavia, os russos haviam declarado apoio a Sérvia, devido a uma questão de cunho cultural e étnico (os sérvios e os russos eram povos eslavos). A partir de tais intervenções a guerra iniciou-se. Os austríacos tinham os alemãs como aliados, e em caso de entrassem em guerra os mesmos iriam dá-lhe apoio; o mesmo fato aconteceu para os russos, os quais eram aliados dos franceses e dos ingleses. Quando a Rússia declarou guerra aos austríacos, os franceses se viram obrigados a darem-lhes apoio devido a Alemanha que decidiu atacar a Prússia e a Rússia, não obstante, os alemãs também decidiram aproveitar a confusão e o estado de guerra declarado, e invadiram o norte da França e da Bélgica, levando a Inglaterra a socorrer seus aliados. Com isso a Primeira Guerra havia se iniciado. 

Mapa do Império Alemão
Com a declaração de guerra, duas frentes de batalhas se formaram. A Tríplice Entente (Inglaterra, França e Império Russo) contra a Tríplice Aliança (Império Alemão e Império Austro-Húngaro). De início estas cinco nações lutaram entre si, e posteriormente em 1917, quando os russos abandonaram a guerra devido a uma revolução interna em seu país (A Revolução de 1917), os Estados Unidos assumiram o seu lugar e continuam a guerra. A Itália e o Império Turco-Otomano também passaram a participar da guerra sem muita influência. Basicamente após 4 anos de conflitos, as forças da Tríplice Aliança já estavam bem enfraquecidas, e não tardou muito para aceitarem a sua rendição.

Porém não fora só a guerra que chegou ao seu fim. Os impérios Alemão, Austro-Húngaro e Russo chegaram ao seu fim. Na Alemanha de 1918, antes da assinatura do tratado de paz pondo fim oficialmente a Primeira Guerra, o kaiser Guilherme II pediu oficialmente abdicação do trono imperial, alegando entre alguns motivos não ter mais capacidade de se encontrar a frente do governo do país. Com isso o II Reich terminava e era implantada a República de Weimar.



"A 9 de Novembro de 1918, dois dias antes do armistício de Rothondes, Guilherme II abdicou, e foi acompanhado pelos soberanos regionais do império. Proclamou-se, então, a República alemã em Weimar, cujo o primeiro presidente foi o socialista Ebert". (Grande Enciclopédia Larousse Cultural, 1998, p. 170).

Terceiro Reich - Alemanha Nazista

Antes de ter se iniciado
o III Reich (Deutsches Reich) propriamente com o advento da proclamação por Adolf Hitler, a Alemanha passou o período entre-guerras sendo regida por uma conturbada e deficitária República instaurada na cidade de Weimar em 1918, logo após o fim da Primeira Guerra. No entanto mesmo com a fundação desta tão sonhada e aguardada república para muitos; alguns historiadores apontam que foram anos de problemas políticos e sociais.

"A malfadada República de Weimar foi estabelecida após 1918, no rastro de traumas nacionais sem precedentes  A derrota inesperada na Primeira Guerra Mundial, a abdicação do imperador, a ameaça de uma revolução comunista, a humilhação no Tratado de Versalhes e a perspectiva do pagamento de elevadas indenização aos aliados pesaram, dolorosamente, sobr
e os alemães". (WISTRICH, 2002, p. 61).

Basicamente após a assinatura do Tratado de Versalhes, além de ter que pagar uma indenização pós-guerra, a Alemanha fora acusada de ter iniciado a guerra, e também perdera suas colônias e outros te
rritórios fora da Europa. Somando tais problemas, havia as disputas internas dos partidos políticos,  dentre estes: partidos socialistas, democratas, nacionalistas, católicos, comunistas, etc. Em meio a essa luta de partidos para ver quem iria assumir o poder, a sociedade passava por problemas de ordem econômico, os quais pioraram entre 1919 e 1923. E além disso, havia também em meio a todo o jogo que se desenrolava em meio a essa política de rivais, a divulgação de ideias antissemitas e de preconceito racial. As organizações antissemitas (völkisch) difundiam através de propaganda, suas ideias das quais muitas vezes culpavam a derrota alemã na guerra e os problemas que o país passava, como tendo sido ato de judeus e estrangeiros inescrupulosos que atuaram por de trás do governo.

Dentre estas organizações que difundiam tais visões estava o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (
Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei - NSDAP), posteriormente conhecido como Partido Nazista. Fundando em 1919 em Munique, capital da Baviera, tinha como foco principal culpar os judeus por todos estes males que o país sofria, e tomar medidas radicais para se resolver tal situação. O partido só ganharia maior influência a partir da década de 30, quando Hitler se tornou o seu líder.

Sendo assim, durante a conturbada década de 20, os partidos nacionalistas alemães se digladiavam para assumir o poder. No entanto devo ressalvar aqui que a República de Weimar era uma república parlamentarista, sendo governada por um presidente, um chanceler e pelo parlamento (Reichstag). Com isso irei dá um salto breve, e começar a falar da importância política de Adolf Hitler no processo que levaria a criação oficial do III Reich.

Adolf Hitler nasceu em 20 de abril de 1889 na pequena cidade de Braunau, Áustria. Durante sua adolescência, sempre esteve muito ligado aos ideais nacionalistas do povo alemão e aos ideias antissemitistas. Hitler teve como influências, Georg von Schönerer, um nacionalista fanático alemão; o prefeito de Viena e líder do Partido Social Cristão, Karl Lueger, e o compositor Richard Wagner. Ambos homens eram adeptos de um forte nacionalismo, amor a pátria, a raça alemã, e críticos das raças tidas como "inferiores".

Hitler serviu como soldado no exército alemão durante a Primeira Guerra, chegando a se torna cabo e receber uma condecoração por bravura. Mas devido a um ataque com gás mostarda acabou ficando cego por alguns meses, tendo que ser retirado do campo de batalha, uma dura derrota, pois o mesmo tinha grande vontade de continuar no campo de batalha para lutar pelo seu país.  Após o fim da guerra e enquanto se recuperava no hospital, ele passou acreditar que a culpa da derrota dos alemães era devida aos judeus. Posteriormente, começou a trabalhar como espião se infiltrando entre partidos políticos e logo descobriu o gosto pela política. Em pouco tempo se tornou membro do Partido Nazista. Sobre tal feito suas ideias culminariam no crescimento do partido e na sua influência.

Entre 8 e 9 de novembro de 1923, Hitler com o apoio do general Erich von Lundforff, tentou junto com o Partido Nazista, realizar um golpe de Estado na Baviera, a fim de tomar o poder desta e posteriormente atacar a República em si. No entanto o Putsch da Cervejaria como ficou chamado tal golpe (devido ao fato do golpe ter sido planejado e iniciado no subterrâneo de uma cervejaria em Munique), acabou falhando e as autoridades prenderam seus membros. Porém durante um conturbado e confuso julgamento, Hitler acabou se safando de penas mais árduas. Em vez de cumprir os 5 anos que fora sentenciado, acabou cumprindo 9 meses de prisão e um cárcere com relativa comodidade. No tempo em que ficou preso, escreveu seu polêmico livro, Mein Kampf (Minha Luta). Em seu livro, concluído em 1924, logo após ter saído da prisão, ele expunha todo o seu ideal e visão sobre uma raça ariana, uma nação pura, e seu ódio pelos judeus e povos inferiores. O Mein Kampf fora considerado um manual para os nazistas, e até mesmo há quem diga que fora a sua "Bíblia".

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Como autobiografia politica, Mein Kampf possibilita a perspectiva do berço e da formação de Hitler, bem como das influências que pesaram sobre sua visão de mundo". (WISTRICH, 2002, p. 66).

De 1925 à 1930, o Partido Nazista fora lentamente crescendo, até que em
1930, época da Grande Depressão começou a ganhar forças pelas suas ideias de reformar o governo do país. Em 30 de janeiro de 1933, Adolf Hitler fora eleito Chanceler da Alemanha. Logo um grande número de cadeiras do Parlamento (Reichstag), foram sendo ocupadas por membros nazistas. Deste ponto em diante, alguns historiadores costumam dizer que o III Reich se iniciou propriamente com a ascensão de Hitler ao cargo de chanceler. No entanto o seu poder só atingiria o máximo a partir do ano seguinte. Em 30 de junho de 1934, aconteceria o episódio chamado de "Noite dos Longos Punhais", na qual se tratou de uma série de assassinatos e prisões de rivais políticos e outros envolvidos em esquemas e planos contra o governo nazista, além do fato de se perseguir os judeus. Posteriormente em 2 de agosto do mesmo ano, o então presidente da República, Hindenburg (1847-1934) veio a falecer, e Hitler assumiu o controle do país, se tornando ditador e passando a ser chamado de Füher (líder).

"A ascensão de Hitler ao poder marcou o fim da emancipação judaica na Alemanha. Nos seis anos seguintes, um século de integração judaica à cultura e sociedade germânica seria revertido de modo brutal". (WISTRICH, 2002, p. 80).

Posteriormente após a sua subida ao poder, ouve uma correria armamentista e de recrutamento em todo o país. Com tal fato, os alemães acabaram quebrando o Tratado de Versalhes (uma das cláusulas do tratado proibia os alemães de organizarem um exército), no entanto isso não gerou inicialmente a guerra em si. No mesmo ano, a Itália de Benito Mussolini (o ditador do país) invadiu a Etiópia. No ano seguinte, Itália e Alemanha se uniram, e posteriormente estes se uniram ao Império do Japão.

Durante os primeiros anos do governo de Hitler como chanceler e ditador, viu-se uma demissão em massa de judeus, os quais não apenas foram demitidos, mas também foram proibidos de exercerem suas funções em outros locais. Houve também um grande boicote as lojas e empresas judias, que levaram a falência seus donos. Houve também uma grande migração de judeus para fora da Alemanha, dentre estes estava Albert Einstein. Além da questão trabalhista e econômica, os judeus também foram proibidos de fraquentarem escolas, teatros, museus, cinemas, e dentre outros locais. No entanto um dos grandes acontecimentos que marcaram o ano de 1933, fora a queima de livros e documentos de autores judeus e de textos de autores que eram contra o nazismo. Tal fato, fora empreendido em todo o país por direção do ministro Joseph Goebbels.

"Somados aos escritos de célebres "judeus" subversivos, como Marx, Freud, Einstein, Kurt, Tucholsky, Heinrich Heine e Leon Trotsky, obras de não-judeus, como Thomas Mann, Bertolt Brecht, Erich Maria Remarque, Erich Kästner e H. G. Wells, viraram fumaça, imoladas por serem a partir de então consideradas "literatura não-germânica". (WISTRICH, 2002, p. 82).

Em 1938, a Alemanha anexa a Áustria ao seu território, levando a conflitos políticos na Europa. Mas além disso, ocorre os problemas envolvendo os alemães com a perseguição aos judeus. Desde 1933, já havia campos de concentração
em território alemão.


Em meio as esses anos que antecedem a Segunda Guerra, a Schutzstaffel (SS) e a Gestapo, ambas as polícias tiveram grande papel antes e durante a guerra, a fim de não somente perseguir os judeus, mas como também espionar os inimigos, e capturar os possíveis delatores e traidores do Estado.

Posteriormente em 1939 se deflagraria a Segunda Grande Guerra Mundial. Em 1 de setembro, após ter assinado um pacto secreto com os russos a fim de se dividir o território da Polônia, as tropas nazistas a invadem, dando início a Segunda Guerra, a qual perduraria até 2 de setembro de 1945, quando oficialmente tem fim. (Como eu já havia feito antes em referência a Primeira Guerra, irei me abster a contar a respeito desta aqui. Sendo assim tratarei do final do III Reich).

Basicamente desde 1944, a Alemanha já estava praticamente derrotada, a guerra ainda perdurou por causa dos conflitos entre Estados Unidos e Japão no Oceano Pacífico. No entanto Hitler em 45, enquanto estava escondido em um bunker em Berlim, enquanto aguardava a cidade ser invadida pelas tropas soviéticas da Aliança (França, Inglaterra, URSS, Estados Unidos, etc), teria cometido suicídio em 30 de abril ao lado de sua esposa Eva Braun. Além dele, Himmler (1900-1945) o segundo no poder no nazismo, e grande responsável pela coordenação do Holocausto, também cometera suicídio antes de ser julgado em Nuremberg. Goebbels (1897-1945) ministro do Povo e da Propaganda nazista, também cometera suicídio  Alguns relatos apontam que fora Goebbels que ordenara que corpo do Füher
fosse cremado. Por isso de até hoje nunca o seu corpo ter sido encontrado, e há quem diga que ele não cometera suicídio, mas acabou fugindo e vivendo em secreto exílio até o final da vida.


De qualquer forma após esses doze anos de governo, o III Reich chegava ao fim. De todos os reich fora o mais curto, e se pensar que Hitler em seus discursos, dizia que iria criar as bases de um "reich que duraria 1000 anos". Com o fim do III Reich, a Alemanha passou algum tempo em posse dos países da Aliança, até recuperar sua autonomia, e acabar se dividindo durante a Guerra Fria.



Quarto Reich?

Nem todos os nazistas morreram ou foram presos com o fim da guerra em setembro de 1945. E nem todos foram julgados no Tribunal de Nuremberg, organizado para julgar os crimes de guerra. Parte dos funcionários nazistas, alguns até mesmo do alto escalão haviam fugido principalmente para a América Latina, onde alguns passaram a residir até o fim de suas vidas. Pelo desaparecimento destes homens, ainda pairou alguns anos depois após o fim da guerra a possível ameaça de uma insurreição nazista e de um Quarto Reich. O próprio líder da URSS, Joseph Stálin não ficou convencido da morte de Hitler, e enviou uma comissão investigadora para apurar tal fato. Por pelo menos dez anos na Europa, pairou um medo de um novo reich, o qual necessariamente não poderia ter origem na Alemanha, mas começar de outro lugar do mundo, onde houvesse nazistas determinados a fazer isso.



NOTA: A Dinastia Merovíngia, iniciou-se no século V, oficialmente no governo de Clóvis I (481-511). Contudo alguns historiadores apontam o seu inicio com o avô de Clóvis, Meroveu.
NOTA 2: O último rei merovíngio fora Childerico III, o Tolo, deposto por Pepino, o Breve.
NOTA 3: Após a morte de Carlos Magno, seu nome e feitos seriam lembrados em poemas e histórias épicas, que glorificavam suas ações. O imperador Oto I, o via como tendo sido uma verdadeira lenda viva.
NOTA 4: A dinastia otoniana fora formada por Henrique I, o Passarienheiro, Oto I, o Grande; Oto II, o Vermelho; Oto III, o Sagrado e Santo Henrique II da Germânia.
NOTA 5: Atualmente os territórios da Alsácia e Lorena, fazem parte do território francês, após serem devolvidos anos depois do término da Segunda.
NOTA 6: As revoluções de 1848, contou com a participação de vários países dentre os quais: Alemanha, França, Áustria, Itália, Hungria, etc.
NOTA 7: Richard Wagner (1813-1883) ficou conhecido por ter sido um grande compositor, maestro e poeta alemão. Dentre seus temas preferidos, estavam os mitos dos povos nórdicos, onde ele exaltava os feitos dos heróis e deuses. Wagner também tivera o nome manchado na sociedade, por envolvimento com assuntos criminosos. No entanto ele próprio possuía uma visão preconceituosa racial.
NOTA 8: Em março de 1933, em Darchau 
(Alemanha) fora aberto o primeiro campo de concentração.
NOTA 9: Após o fim da II Guerra, fora aberto os Julgamentos de Nuremberg, como forma de se julgar os crimes de guerra. Muitas das provas relativas ao Holocausto e a outros crimes foram destruídas pelos nazistas a fim de acobertar seus idealizadores, por isso há quem diga que o Holocausto não existiu. Mesmo que muitas provas foram destruídas, as que foram descobertas são irrefutáveis para provar sua veracidade. 

Referências Bibliográficas:

HEERS, Jacques. História Medieval. São Paulo, DIFEL, 4 ed, 1985.
HOWARD, Michael. Primeira Guerra Mundial. Porto Alegre, LPM, 2010.  
KOSMINSKY, E. A. História da Idade Média, Rio de Janeiro, Editorial Vitória, 1963.
ELIAS, Norbert. Os Alemães: A luta pelo poder e a evolução dos habitus nos séculos XIX e XX. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed, 1997.
WISTRICH. Robert, S. Hitler e o Holocausto. Rio de Janeiro, Objetiva, 2002.
Grande Enciclopédia Larousse Cultural. São paulo, Nova Cultural, 1998.

Link relacionado:
Carlos Magno

LINKS:
O Sacro Império Romano Germânico em 1648 (mapa)
O Sacro Império Romano Germânico em 1789 (mapa interativo)
Artigo sobre Karl Marx
Violência e propaganda foram as armas de Adolf Hitler (em português)
Portal Segunda Guerra Mundial
"A Segunda Guerra Mundial - A História da Alemanha"
"Um conflito que mudou o mundo" (segunda guerra)
O Holocausto e a Segunda Guerra Mundial
O museu do Holocausto em Washington
Vários episódios do Holocausto

5 comentários:

Unknown disse...

Excelente texto! Impressiona a riqueza de detalhes... bastante esclarecedor!

Leandro Vilar disse...

Obrigado. Inclusive pretendo atualizá-lo. Só que falta tempo para me debruçar sobre as leituras para isso, mas já andei separando um material.

Unknown disse...

Parabéns, muito rico em detalhes.
Sempre quis saber tudo sobre os 2 primeiros Reichs.

Unknown disse...

Gostei muito, obrigado pelo conhecimento.

Empreendimentos PoA disse...

Excelente!!!