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Leandro Vilar

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Do empirismo de Francis Bacon ao Século das Luzes

Do empirismo de Francis Bacon ao Século das Luzes

Leandro Vilar
Ana Paula Brito

INTRODUÇÃO:

O termo empirismo tem sua origem na palavra empírico, adjetivo do grego, empeirikos ou empeiria, pelo latim, empiricus, que significa observar, experimentar, e em formas mais antigas podia se referir a médico. O empirismo consiste em uma corrente filosófica e um método científico no qual focaliza a utilização dos sentidos em sua metodologia de estudo, visando à observação, a análise e a experimentação como formas de se chegar a conclusões e a verdade acerca dos objetos de estudo. Sua metodologia influenciou em grande parte os pensadores dos séculos XVII, XVIII e XIX, a ponto de ser considerada uma teoria do conhecimento, tendo influência em outras áreas do conhecimento humano, como a filosofia da política, ética, lógica, teologia, direito, química, física e medicina. A ideia de que a experimentação seria o caminho para se encontrar as respostas acerca do mundo, não é uma concepção da Idade Moderna, na Antiguidade Clássica, algumas correntes da filosofia grega, como os sofistas, os epicuristas e os estoicos já haviam elaborado conceitos e explicações acerca desta filosofia.

No decorrer da Idade Média, a fé suplantou o lugar da ciência, a filosofia escolástica visava preservar os costumes cristãos, de modo que nesse caso a experiência não importava mais como meio de se alcançar a verdade, na qual passou a ser encarnada pela imagem de Deus. A única forma de se alcançar a verdade absoluta que era Deus, seria através da fé e da penitência religiosa. Não obstante, o célebre Doutor Angélico, São Tomás de Aquino (1225-1274), dizia que fé e razão não estavam tão distantes um do outro, que para se alcançar a verdade, deveria se passar por um desenvolvimento sensível e intelectual. Ao que se entende, as experiências adquiridas através da vida seriam necessárias para garantir a ascensão da alma ao Céu ou a sua queda ao Inferno. 

No século XIII o clérigo e filósofo inglês Roger Bacon (1214-1294), em seus trabalhos no campo da química, física e alquimia defendia o que se chamava de uma “ciência experimental” em que a experiência era a base para se elaborar o conhecimento. Tais premissas foram retomadas pelos estudiosos renascentistas, como Paracelso (1493-1541), um dos defensores no século XVI dos estudos científicos e empíricos. Com o decorrer da Revolução Científica no século XVII, o empirismo se notabilizou a partir dos trabalhos do filósofo inglês Francis Bacon nos idos deste século.

O empirismo também sofreria ataques de uma corrente de pensamento oposta a sua filosofia, o Racionalismo que defendia a supremacia da razão sobre o sensível, reivindicando que o conhecimento era a priori e não concebido a posteriori como defendido pelos empiristas.

Cabe ainda ressalvar que as ideias empiristas de Thomas Hobbes, John Locke, George Berkeley e David Hume influenciaram dentre alguns filósofos iluministas como Montesquieu, Jean-Jacques Rousseau, Voltarie e Kant, além de contribuir no desenvolvimento da corrente de pensamento do Positivismo, elaborada por Augusto Comte no século XIX.

O MÉTODO EMPÍRICO

A análise do método empírico consiste em uma verdadeira dualidade uma vez que a essência deste método se encontra na observação, na sensação, na indução e na experimentação de fenômenos e fatos ocorridos. E partindo desse pressuposto temos que alguns estudiosos costumam classificar o método empírico hora como sendo algo assistemático e hora constituindo um método científico. De modo que ambas as classificações estão corretas, variando de acordo com o ponto de vista adotado pelo observador em seu juízo.

“O principal mérito do método empírico é o de assinalar com vigor a importância da experiência na origem dos nossos conhecimentos. Os empiristas de um modo geral têm razão ao afirmar que não existem idéias inatas, e de que antes da experiência não há e nem pode haver conhecimento algum sobre o mundo exterior”. (OLIVEIRA, 1997, p. 53).

O fator observação é algo que vivenciamos no dia-a-dia, muitos dos simples atos que realizamos no nosso cotidiano, como acontecimentos que vivenciamos, ou que ficamos conhecendo a respeito, contribuem para o nosso desenvolvimento cognitivo, psicológico, ético, moral, etc. De fato isso seria algo que possamos chamar de empirismo, já que estamos aprendendo mediante as observações e experiências que vivenciamos, e delas retiramos nossas próprias conclusões. No entanto, para o estudo científico o empirismo não poderia ser resumido a uma simples análise de compreensão do senso comum. Neste requere-se uma maior rigorosidade em suas análises.

A essência do empirismo consiste na utilização dos sentidos, isso acaba gerando um grande problema. Primeiro, os sentidos dos homens não são tão aguçados como os de outros animais, e para se compensar esta deficiência nós utilizamos ferramentas, máquinas e outros instrumentos. Segundo, em alguns casos nossos próprios sentidos podem nos enganar, como exemplo, os truques de mágica, onde as mãos são mais rápidas do que os olhos.

“II. Nem a mão nua nem o intelecto, deixados a si mesmo, logram muito. Todos os feitos se cumprem com instrumentos e recursos auxiliares, de que dependem, em igual medida, tanto o intelecto quanto as mãos. Assim como os instrumentos mecânicos regulam e ampliam o movimento das mãos, os da mente aguçam o intelecto e o precavêm”. (BACON, 1999, p. 33).

Em ambos os casos, apenas a observação não bastaria para ciência chegar a determinar algo a respeito do estudo de algum fenômeno, isso forneceria muitos dados imprecisos. Mas, a forma encontrada para se chegar a conclusões mais exatas consiste na elaboração de experimentos e sua execução em diferentes cenários, que possam intervir nos resultados de uma experiência, sendo assim, falamos de um experimento puramente científico:

“Um método investigativo fundamentado em observação, descrição, classificação, comparação, eliminação e, só então, dedução das possíveis causas de um fenômeno. Em síntese, tratava-se do empirismo”. (SERJEANTSON, 2009, p. 72).

Neste caso, para se realizar o experimento aos moldes do emprego do método empírico o cientista deve seguir algumas etapas necessárias para sua realização. Baseado em Cano [1979] e Marconi; Lakotas [2006] tais etapas seriam as seguintes:
  • Definir o objeto de estudo.
  • Definir o observador.
  • Definir as circunstâncias nas quais serão empregadas as observações.
  • Definir os meios de observação.

Realizada a primeira etapa, ao fim de sua análise os observadores anotam suas conclusões primárias, suas descrições e suas hipóteses. A segunda etapa consiste na elaboração de experiências para se chegar a conclusões mais precisas.
  • O experimento assinalado deve ser repetido várias vezes mantendo as mesmas condições do experimento original, a fim de permitir comparações entre os experimentos.
  • Dependendo do fenômeno a ser analisado, se deve optar por diferentes tipos de testes em diferentes cenários e objetos para se tirar conclusões acerca da interferência de elementos internos e externos.
  • Analisar os experimentos que falharam.

Transposto estas etapas, deve-se analisar os novos dados, compará-los com os anteriores, descartar o que não será necessário, e por fim chegar às conclusões, teorias e novas hipóteses sobre o experimento realizado. Essencialmente as etapas já mencionadas são bem idênticas ao método científico utilizado nos dias de hoje.

“LXX. A melhor demonstração é, de longe, a experiência, desde que se atenha rigorosamente ao experimento. Se procurarmos aplicá-la a outros fatos tidos por semelhantes, a não ser que se proceda de forma correta e metódica, é falaciosa”. (BACON, 1999, p. 55).

Deve-se atentar para que antes de se realizar uma experiência, é indicado partir do pressuposto de que haja teorias ou hipóteses fundamentadas acerca do fenômeno que será estudado a fim de que tais teorias e hipóteses sejam corroboradas ou descartadas. Sendo nesse caso, que alguns dos problemas do método empírico, são suas generalizações precoces, sua falta de relevância a importância do raciocínio abstrato, e uma debilidade na quantificação dos elementos pesquisados.

EMPIRISMO BACONIANO

Francis Bacon
O empirismo desponta como método científico da recém Ciência Moderna, a partir dos trabalhos de Francis Bacon (1561-1626), filósofo natural, político, advogado, escritor, historiador e alquimista inglês. Neste seu vasto repertório erudito Bacon elaborou uma visão de ciência e de filosofia baseada nas experiências vivenciadas ou elaboradas para se desvendar os mistérios do mundo. Uma questão importante para se entender o conceito de filosofia para Bacon é fundamentado em sua crítica a ciência dos antigos, principalmente a realizada por Aristóteles (384-322 a.C). Por mais, que Aristóteles tenha enfatizado em seus estudos a questão da observação dos fenômenos naturais do mundo físico para explicar o conhecimento e a natureza, algo diferente do pensamento de seu mestre, Platão (428-348 a.C), Bacon via nos estudos de Aristóteles e seus seguidores uma lacuna no estudo científico. Tais filósofos e estudiosos não estavam dando o valor merecido ao estudo científico fato este que ele chamava de experiência vaga, em oposição à experiência literata, na qual dizia ser a verdadeira forma de se atuar através do estudo dos fenômenos de forma científica. Por mais, que suas críticas recaíssem sobre os aristotélicos e platonistas, Bacon tinha uma profunda admiração pelos filósofos pré-socráticos, em especial Demócrito de Abdera (c. 460-370 a.C).

Os principais trabalhos de Francis Bacon acerca da filosofia e da ciência foram O progresso do conhecimento (1605) onde ele abordara o desenvolvimento do conhecimento filosófico, científico, histórico e religioso, e onde também expôs sua metodologia para o estudo do método empírico. O segundo trabalho consiste na obra Novum Organum (1620) no qual ele propôs uma reavaliação do conhecimento, contrapondo-o a filosofia aristotélica e escolástica, propondo um novo caminho para o conhecimento embasado no método empírico.

Todavia a filosofia baconiana não se remete apenas em questionar o mundo de forma a encontrar respostas, mas de como classificar o seu conhecimento, algo que pode ser visto nas duas obras citadas anteriormente.

Bacon essencialmente constitui seu método embasado em três preceitos, chamado de tábuas da investigação como demonstra Andrade [1999]. A primeira tábua é a tábua da presença ou afirmação, na qual consiste em se elaborar um quadro a respeito da ocorrência dos fenômenos a serem estudados, nesse caso, se o fenômeno for o calor, deve-se se elaborar um estudo no qual o calor seja estudado em diferentes cenários e casos.

A segunda tábua é a das ausências ou da negação. Tomemos novamente o exemplo do calor, pode-se estudá-lo por uma chama, pelos raios solares, pelo calor corporal, pela água fervendo. No entanto, Bacon diz que em alguns casos tais características não são claramente visíveis e parecem estar ausentes ou não existirem, sendo assim, o estudioso deve agir com maior perícia em seu estudo para identificar se estas ausências existem de fato ou não.

A terceira tábua é a das graduações ou comparações, nessa etapa, após se realizar as observações, o levantamento de dados, de hipóteses, passa-se a comparação para se analisar tais dados a fim de se chegar as conclusões. A análise das três tábuas nos permite compreender o método proposto por Bacon, cabe aqui destacar que ele ainda propôs uma série de subdivisões dentro destas três etapas, nas quais em muitos casos, são divisões específicas para determinados experimentos.

Acerca do conhecimento proposto por Francis Bacon, hoje pode parecer algo um tanto contraditório, como um cientista poderia falar sobre religião? Para Bacon, religião e ciência não são questões que estivessem uma distante da outra, mas sim questões que fundamentavam o saber humano. Sua concepção de conhecimento se dividia em duas categorias: o conhecimento divino, formado pela Natureza e por Deus, e o conhecimento humano, construído pelas ações do homem no tempo e no espaço. Partindo destas duas categorias base, ele as subdivide no ramo da filosofia, na qual abriga a ciência, a teologia e a história.
Em Filosofia, pode ocorrer que a contemplação do homem esteja dirigida a Deus, ou se estenda sobre a Natureza, ou se reflita e se volte sobre o próprio Homem. A partir de diversas indagações, emergem três conhecimentos: filosofia Divina, filosofia Natural e filosofia Humana ou Humanidade. Pois todas as coisas estão marcadas e estampadas com este caráter tríplice: o poder de Deus, a diferença da natureza e a utilidade do homem. (BACON, 2007, p. 136).

Nessa tripla divisão, a ciência se encontra dentro da chamada filosofia natural, na qual ele classifica a ciência como ciência natural ou teoria natural. Para Bacon a ciência se dividia em física e metafísica.

“A Física tem três partes, das quais duas se referem à natureza unida ou recolhida e a terceira estuda a natureza difusa ou distribuída. [...]. De modo que a primeira doutrina é relativa à Contextura ou Configuração das coisas: de mundo, de universitate retrum [sobre o mundo, sobre a totalidade das coisas]. A segunda é a doutrina referente aos Princípios ou Origens das coisas. A terceira é a doutrina referente a toda Variedade e Particularidade das coisas, quer se trate de suas diferentes substâncias, ou de suas diferentes qualidades e naturezas [...]. Quanto à Metafísica, lhe atribuímos à indagação das Causas Formal e Final”. (BACON, 2007, p. 147).

A causa formal na qual ele se refere, consiste em compreender as formas dos elementos da natureza, tanto a forma corpórea como o seu significado. Neste caso se partindo para o método empírico, a causa formal seria a etapa da observação, da descrição e da dedução preliminar. Quanto à causa final, esta consiste nas respostas geradas pela causa formal. No método isto compreenderia as etapas de experimentação, comparação, classificação, eliminação e por fim as conclusões. Em si a física para Bacon seria o objeto ou fenômeno de estudo e a metafísica seria o meio para estudá-lo.

O legado metodológico de Francis Bacon influenciou estudiosos como Galileu Galilei, Robert Boyle, John Locke, Isaac Newton, Giambattista Vico, David Hume, Denis Diderot, dentre outros pensadores. 

FILÓSOFOS EMPÍRICOS PÓS-BACON:


Thomas Hobbes
Nos fins do século XVII, dois importantes pensadores britânicos, deixaram importantes trabalhos que serviram de base para o pensamento iluminista sobre a política, religião, direito, sociedade e filosofia, principalmente na França e nos Estados Alemãs. O primeiro destes pensadores empiristas foi o matemático, político e filósofo Thomas Hobbes (1588-1674). A principal obra de Hobbes fora seu tratado político chamado o Leviatã (1651). Por mais, que o foco deste trabalho fosse à política, a legislação e as formas de poder, Hobbes expôs sua visão empírica sobre o desenvolvimento das ideias e das sensações.

“O uso e finalidade da razão não é descobrir a soma, e a verdade de uma, ou várias consequências, afastadas das primeiras definições, e das estabelecidas significações de nomes, mas começar por estas e seguir de uma consequência para outra. Pois não pode haver certeza da última conclusão sem a certeza de todas aquelas afirmações e negações nas quais se baseou e das quais foi inferida. Como quando um chefe de família, ao fazer uma conta, adiciona as somas de todas as notas de despesa numa só soma, e não considerando de que modo cada nota foi feita por aqueles que lhe apresentaram a conta, nem aquilo que está pagando, procede como se aceitasse a conta total, confiando na habilidade e na honestidade dos contadores; do mesmo modo no raciocínio de todas as outras coisas, aquele que tira conclusões confiado em autores, e não as examina desde os primeiros itens em cada cálculo (os quais são as significações de nomes estabelecidas por definições) perde o seu esforço e nada fica sabendo; apenas julga que sabe”. (HOBBES, 1979, p. 28).

Para Hobbes, os homens eram movidos por seus sentimentos, principalmente pelo desejo e pelo temor, e, além disso, estes deveriam se submeter à autoridade do Estado, no qual garantiria a ordem e a paz na sociedade, já que na teoria o Estado, não seria abalado pelos sentimentos individuais. Nesse caso ele visava uma submissão da sociedade perante o Estado. Não obstante, para Hobbes, o conhecimento se adquire principalmente a partir dos sentidos, no entanto ele ressalva que se não houver uma análise sobre o que se estuda você acabará caindo em ilusões. Por mais, que os sentidos nos forneçam as bases para se compreender, esta compreensão estará sujeita a erros, e em sua concepção a razão não aceita erros.

John Locke
O segundo pensador foi o médico, político e filósofo John Locke (1632-1704) o qual deixou um profundo legado abarcando a filosofia da política e a epistemologia, sendo este um fiel defensor do empirismo. As principais contribuições de Locke foram à defesa de um liberalismo político, a tolerância religiosa, o materialismo sensualista e sua aversão às ideias inatas concebidas pelo racionalismo. Mas, dentre estas suas contribuições, a que mais diz respeito ao empirismo é sua defesa do sensualismo (aqui a palavra está relacionada ao uso dos sentidos e não a conotação sexualista de hoje em dia) no qual ele o discutia em uma de suas principais obras, o Ensaio acerca do Entendimento Humano (1690). Nesta sua obra Locke inicialmente defendia sua crítica que as ideias não poderiam ser inatas, ou seja, que o conhecimento já existe em nossas mentes, e necessita de ser “ativado” através do estudo. Para ele, ninguém nasce com o conhecimento as pessoas são como uma “folha de papel em branco” ou uma “tabula rasa”. O talento seria uma facilidade para o aprendizado, mas não um conhecimento pré-existente em nossas mentes.

“Suponhamos, pois, que a mente é, como dissemos, um papel em branco, desprovida de todos os caracteres, sem nenhuma idéia; como ela será suprida? De onde lhe provêm este vasto estoque, que a ativa e ilimitada fantasia do homem pintou nela como uma variedade quase infinita? De onde aprende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra: a experiência. Todo nosso conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o próprio conhecimento”. (LOCKE, 1999, p. 57).

Se as ideias fossem inatas, então todos nós já nasceríamos sabendo de quase tudo, no entanto, a realidade não é essa, sendo assim, Locke defendia que o conhecimento era indutivo, que ele se aprendia vivenciando e exercitando. Nesse caso, ele concebera o conhecimento em duas categorias: a sensação e a reflexão. Para Locke o conhecimento entra em nossa mente basicamente das seguintes formas:

“Para melhor conceber as idéias que recebemos da sensação, não nos parece impróprio considerá-las com referência aos diferentes meios pelos quais elas se aproximam de nossas mentes e tornam-se por nós percebíveis. Primeiro, algumas entram em nossa mente por um único sentido. Segundo, outras transportam-se à mente por mais de um sentido. Terceiro, outras derivam apenas da reflexão. Quarto, algumas abrem caminho, e são sugeridas à mente, por todos os meios da sensação e da reflexão”. (LOCKE, 1999, p. 65).

Sendo assim, o conhecimento é impresso através do contato com que temos com os fenômenos e objetos de nosso estudo e com a vivência de acontecimentos, e seguindo esta primeira etapa vem-se a ação da reflexão, refletir sobre o que aprendemos. No entanto, Locke acrescentara uma terceira etapa na análise do conhecimento, a abstração. Para ele, além de se observar e refletir é dever dos homens poder abstrair o que lhe é posto em questão, dessa forma, os homens podem generalizar, individualizar, comparar e diferenciar determinado objeto, fenômeno ou ideia.

George Berkeley
George Berkeley (1685-1753) bispo anglicano de Cloyne e filósofo irlandês tivera uma grande importância na consolidação e na crítica do empirismo no século XVIII. Seu trabalho abrangia a filosofia, as ciências, a teologia e a psicologia, dessa forma, Berkeley por mais que tenha sido um filósofo empirista, foi um grande crítico dos trabalhos de Hobbes e Locke. No entanto, suas críticas não recaíam apenas sobre os britânicos, ele também atacou a filosofia dos franceses Descartes e Malebranche, filósofos racionalistas, até mesmo criticou a ciência de Isaac Newton. As principais obras de Berkeley foram, Ensaio para uma nova teoria da visão (1709) onde ele aplicara sua psicologia da visão; Tratado sobre os princípios do conhecimento humano (1710), chamado simplesmente de Princípios, onde realizara suas críticas ao materialismo, ao representalismo, ao racionalismo e ao próprio empirismo. Berkeley era profundamente idealista e antiabstracionalista. E sua terceira obra importante foi os Três diálogos entre Hilas e Filonous (1712), também chamado de Diálogos, no qual consiste num complemento de sua obra anterior. 

Uma das principais concepções elaboradas por Berkeley dizia respeito à ideia de matéria, algo profundamente abordado por Locke. No entanto, diferente de Locke, Berkeley defendia a supremacia do imaterial sobre o material, fato esse devido a sua ligação com a fé. Não obstante, Berkeley fundamentara que a matéria e a sensação são na verdade, ideias concebidas pelos sentidos dos homens, que a ideia material é algo que está ligado à mente humana, nesse caso você não pode ter uma concepção a priori de algo que você nunca viu, sentiu ou estudou, sendo assim, o inatismo não seria possível.

“Eu me satisfaço, Hylas, apelando para o senso comum do mundo em favor da verdade de minha noção. Perante ao jardineiro por que ele pensa que aquela cerejeira existe no jardim, e ele dirá a você que é porque ele a vê e sente: numa palavra, porque ele a percebe por seus sentidos”. (Diálogos, liv. II, p. 234, 1s. 21-5, apud VILLALOBOS, 1978, p. 15).

Partindo desta concepção, Berkeley expõe sua famosa frase: esse est percipi “ser é ser percebido”.

“Assim, embora não exista nenhum mundo material para Berkeley, existe um mundo físico, um mundo de objetos ordinários. Este mundo é dependente da mente, pois é composto de idéias, cuja existência consiste em ser percebida. Pois quanto às idéias, e também quanto ao mundo físico, esse est percipi”. (DOWNING, 2004, p. 11).

No campo da ciência Berkeley vai mais além, para ele o método das ciências não tem o papel de encontrar as causas para justificar a existência dos objetos e dos fenômenos, já que a causa para isso seria Deus. Nesse caso, a ciência não procuraria por causas (algo que Hume aborda), mas, sim em explicar a regularidade do trabalho de Deus, ou seja, Berkeley dizia que mediante ao estudo empírico, você corroboraria a existência de um “espírito” que rege as leis do universo, e tal “espírito” é Deus.

“Se considerarmos, então, a diferença que existe entre os filósofos naturais e os demais homens com relação ao conhecimento que possuem dos fenômenos, descobriremos que esta consiste, não em um conhecimento mais exato das causas eficientes que os produzem – pois não pode haver nenhuma outra a não ser a vontade de um espírito –, mas apenas numa maior extensão da compreensão por meio da qual descobrem analogias, harmonias e concordâncias nas obras da Natureza [...]”. (Princípios, p. 105, apud DOWNING, 2004, p. 14-15).

Para Berkeley o importante não são as causas de origem, já que estas já possuem uma explicação como vista anteriormente, mas, o importante consiste em se encontrar as causas finais, ou em outras palavras, os efeitos gerados ou motivos dados.

“Causa é tomada em dois sentidos diferentes. Uma causa eficiente ativa, propriamente considerada, só concebo como sendo um Espírito; nem concebo que haja ação, estritamente falando, senão onde houver Vontade. Mas isso não impede que concedamos que haja causas ocasionais (que na verdade são signos); e nada mais se requer na melhor física, i. e, na filosofia mecânica. Nem impede que admitamos outras causas além de Deus, como espíritos de diferentes ordens, que podem ser denominadas ativas, que realmente agem, embora por poderes limitados e derivados. Quanto, porém, a um agente não-pensante, nenhum ponto da física se explica por ele, nem é ele concebível”. (Carta de Berkeley a Johnson, 25/11/1729, § 2, apud CHIBENI, 2008, p. 368).

Por mais, que Berkeley conteste a causalidade no estudo científico, ele como um empirista questionara também a própria ideia de hipótese. Um ponto-chave para se compreender a visão empírica de Berkeley sobre o estudo científico é que pelo fato de ele ser um idealista ele leva suas ideias quase ao extremo. Berkeley aceitava três classes de hipóteses, as ideias metafísicas, as generalizações e as sentenças acerca da observação do mundo físico. Tais classes de hipóteses devem ser corroboradas pelo método empírico, se isso não for feito, elas serão contestáveis e inexatas.

David Hume
No século XVIII o principal representante do empirismo fora de fato um filósofo iluminista, este foi o filósofo, historiador e economista escocês David Hume (1711-1776), tido por alguns filósofos e historiadores como um dos mais radicais defensores do empirismo. Tendo seu pensamento empírico principalmente influenciado pelos trabalhos de Locke e Berkeley, além de também ter sido seguidor do utilitarismo (Consistia numa doutrina ética que visava o bem-estar social, desenvolvida na Inglaterra no século XVIII.). Sua grande obra foi o Tratado da Natureza Humana (1739-1740) neste vasto trabalho, Hume debatera acerca da formação do conhecimento, dos sentidos, das sensações, da política, da filosofia e da religião.

“A obra pretendia nada menos do que a total renovação da filosofia da experiência, com a construção de uma “ciência do homem” capaz de emular a ciência newtoniana, com a conclusão da estrada aberta por Bacon, e com a substituição da metafísica racionalista pelo que viria a chamar a “verdadeira metafísica””. (HUME: MONTEIRO, 2001, p. 7).

Sobre o empirismo, Hume dizia o seguinte:

“A certeza que temos de nossos conhecimentos resulta da invariância das operações intelectuais que estão na base. Nossas idéias só nascem das sensações; o resto, por exemplo, a realidade do mundo exterior, e mesmo Deus, são só assunto de crença. Em política não existe nenhuma legitimidade: O Estado nada, mas é que uma convenção social, útil aos homens para viverem juntos”. (Grande Enciclopédia Laurosse Cultural, v. 13, p. 3039).

Em o Tratado da Natureza Humana, Hume dedicara sua primeira parte do livro a falar acerca do entendimento. Sobre o entendimento ele o dividia em duas categorias a impressão e a ideia.

“Todas as percepções do espírito humano reduzem-se a duas espécies distintas que denominarei impressões e ideias. A diferença entre estas reside nos graus de força e vivacidade com que elas afetam a mente e abrem caminho para o nosso pensamento ou consciência. Às percepções que penetram com mais força e violência, podemos chamar-lhes impressões; e nessa designação incluo todas as sensações, paixões e emoções, quando fazem o seu primeiro aparecimento na alma. Por ideias entendo as imagens tênues das impressões nos nossos pensamentos despertadas pelo presente discurso, excetuando apenas as que têm origem na vista e no tato, e o prazer imediato ou o mal-estar que elas podem provocar”. (HUME, 2001, p. 29).

Para Hume a categoria de impressão se subdivide em sensação, a qual explica os fenômenos pelos sentidos, e a reflexão, que enfatiza o desenvolvimento do conhecimento através da faculdade do pensar. Mas, além destas duas divisões, outra questão se mostra importante na filosofia humeana, sua recusa à causalidade.

“Toda certeza provêm da comparação de ideias e da descoberta de relações que permanecem inalteráveis enquanto as ideias permanecem as mesmas. Estas relações são a semelhança, as proporções de quantidade e número, os graus de qualquer qualidade e a contrariedade, nenhum a das quais está implícita na proposição tudo o que tem começo tem também uma causa da sua existência”. (HUME, 2001, p. 113-114).

Sobre tal premissa Hume procurava evidenciar que necessariamente um objeto para existir, tinha que depender de uma causa. Para ele a causa seria uma consequência que elaboramos para dá significado a existência de algo, mas, no entanto ao fazermos esta proposta de causa a algum objeto acabamos caindo no erro de um preconceito, ou seja, acabamos tendo uma ideia primária antes de ao menos avaliar a questão.

“Todo o efeito necessariamente pressupõe uma causa, pois que efeito é um termo relativo, de que causa é o correlativo. Mas isto não prova que todo o ser deva ser precedido de uma causa, da mesma forma que do fato de que todo o marido tem que ter uma mulher não se segue que todo o homem deva ser casado. [...]. Visto que não é do conhecimento, nem de nenhum raciocínio, que tiramos a opinião da necessidade de uma causa para toda a nova produção, esta opinião deve necessariamente originar-se na observação e na experiência”. (HUME, 2001, p. 117).

A concepção preliminar de uma causa supõe algo que vá contra o método empírico, já que nesta ocasião este fato beiraria mais a dedução de uma resposta baseada em suposições, do que uma resposta fundamentada em fatos analisados. Diferente de Berkeley, Hume não via necessariamente Deus como sendo a causa de tudo, mas, procurava descartar a importância de uma causa de origem.

INFLUÊNCIA SOBRE O SÉCULO DAS LUZES

O Século das Luzes, Iluminismo ou Ilustração foi o nome dado a um movimento ideológico e revolucionário que se iniciou em meados do século XVII e perdurou até o fim do século XVIII, abarcando distintos países europeus. O Iluminismo visava à reformulação dos ideários políticos, culturais, sociológicos, artísticos, científicos, além de influenciar a crítica, o deísmo e a laicização da sociedade europeia no final do Antigo Regime. Os iluministas queriam através da razão e das ciências promoverem uma revolução intelectual na sociedade. E tais influências podem ser vistas na Revolução Americana em 1776 e na Revolução Francesa em 1789.

Os trabalhos de Hobbes e Locke no campo da política influenciaram vários autores iluministas, dentre estes os que mais se destacaram foram o Barão de Montesquieu (1689-1755), autor do Espírito das Leis (1748), obra na qual Montesquieu propôs a divisão dos três poderes políticos. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), autor do Contrato Social (1762) uma das obras políticas de maior impacto no século XVIII, na qual serviu de base para os ideais revolucionários franceses. Outro importante filósofo foi Voltaire (1694-1778), no qual se tornou um dos maiores críticos de seu tempo, atacando a política, a Igreja, a sociedade e a cultura. No entanto a respeito de sua importância para as ciências, Voltaire escreveu alguns artigos sobre ciência e filosofia para a Enciclopédia (Encyclopédie). Na qual consistiu em uma das primeiras enciclopédias a serem publicadas na Europa, tendo como organizadores os filósofos Jean le Ronde d’Alembert (1717-1783) e Denis Diderot (1713-1786). Os enciclopedistas como ficaram conhecidos àqueles que passaram a organizar e escreverem enciclopédias, como forma de universalizar o conhecimento, dividiram nesse caso a Enciclopédia, baseados na definição dada por Francis Bacon acerca da divisão do conhecimento em seu livro O progresso do conhecimento. Bacon dividia o conhecimento em:
  • Memória - História
  • Razão - Filosofia
  • Imaginação – Poesia

A História entraria no campo da memória, a filosofia abarcaria tanto as ciências como a religião, sendo que nesse caso, no campo filosófico, os enciclopedistas seriam profundamente influenciados pelo racionalismo, e quanto no campo cientifico o método empírico seria a base para o seu estudo. Por fim, as artes entrariam no campo da imaginação.
       
Na Prússia (hoje território da Alemanha) um dos principais representantes do iluminismo foi o filósofo Immanuel Kant (1724-1804), o qual fora profundamente influenciado pelo trabalho de Hume e em parte também pelos trabalhos de Berkeley. Kant atuou no campo epistemológico, ético, metafísico e estético, se mostrando como um idealista e cético. Seguindo este seu posicionamento, sua grande obra foi a Crítica da Razão Pura (1781). Nessa sua monumental obra, Kant expôs seu pensamento sobre a formulação da razão, o racionalismo, o empirismo, a ética, a compreensão do entendimento, a metafísica e a estética.

“Já se disse que o empirismo fez parte do Iluminismo. De fato, só a atitude empirista garante a abertura do domínio, à crítica da razão, pois consiste em admitir que toda verdade pode e deve ser colocada à prova, eventualmente modificada, corrigida ou abandonada”. (ABBAGNANO, 1998, p. 536). 

CONCLUSÃO

Vimos alguns dos principais teóricos do método empírico tais como Francis Bacon, Thomas Hobbes, John Locke, George Berkeley e David Hume. Ao analisar suas mais significativas teorias, pudemos nos familiarizar com o método empírico e sua conotação experimentalista pautada na verificação para efetiva comprovação.

A palavra observação sintetiza bem o método empírico, todavia não o define. Uma vez que a observação não é a única etapa do citado método. A repetição de observações, experiências com diversos testes e cenários, bem como comparações variadas será algo recorrente. Uma forma mais simplória de sintetizar o empirismo, seria colocá-lo a disposição da expressão “contra fatos, não há argumentos”. Pois irá primar pela comprovação das teorias através de fatos, experiências, entre outros.

Existiu todo um contexto histórico-cultural para o desenvolvimento do empirismo, e como pode ser visto no início do texto, seu desenvolvimento atribui-se a busca pelas respostas acerca do mundo, que já não se pautava apenas na fé. Aqui, discutimos entre outros os percalços entre a fé e a razão ao qual o empirismo enfrentou através da análise dos teóricos supracitados.

NOTA: Os trabalhos de Paracelso tiveram grande influência sobre a filosofia e a ciência de Francis Bacon. (Paracelso, pseudônimo de Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim foi um médico, físico, astrólogo e alquimista suíço).  
NOTA 2: Demócrito de Abdera foi um filósofo, matemático e astrônomo grego. Conhecido por ter sido um dos elaboradores da teoria atômica ou atomismo, onde dizia-se que a matéria era formada pela junção de pequenas partículas invisíveis aos olhos, chamadas de átomos. 
NOTA 3: Para maiores detalhes acerca das classificações da tábuas de investigação propostas por Francis Bacon consulte os seguintes aforismos do Novum Organumliv. II, aforismos XI, XII, XIII, XVIII, XIX e XX.

NOTA 4: A Enciclopédia foi publicada de 1751-1772 e contou com volumes extras entre 1776-1780, contando com um total de 35 volumes, mais de 3 mil ilustrações, 75 mil artigos escritos por 150 colaboradores.
NOTA 5: A Crítica da Razão Pura perfaz a primeira parte da trilogia escrita por Kant, composta pelas obras Crítica da Razão Prática (1788) e Crítica do Julgamento (1790).

Referências Bibliográficas:
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 2ª ed, São Paulo, Martins Fontes, 1998.
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HOBBES, Thomas. Leviatã ou matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil. 2ª ed, São Paulo, Abril Cultural, 1979. (Coleção – Os Pensadores: Hobbes), (Parte I: Do Homem; Capítulo I e Capítulo V).
HUME, David. Tratado da Natureza Humana. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2001. (Livro I: Do Entendimento; Parte I e Parte III).
LOCKE, John. Ensaio acerca do Entendimento Humano, São Paulo, Nova Cultural, 1999. (Coleção – Os Pensadores: Locke) (Livro I e Livro II).
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