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Leandro Vilar

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

O bombardeio de Constantinopla: a Queda do Império Bizantino

A Queda do Império Bizantino ocorrida no ano de 1453, foi o marco eleito para definir o fim da Idade Média e o começo da Idade Moderna. Surgido a partir da divisão do Império Romano, o chamado Império Romano do Oriente perduraria por vários séculos a Queda de Roma em 476. De fato os bizantinos como se autodenominariam os "romanos orientais", desenvolveram uma cultura própria, bastante influenciada pela grega, talvez até mais, pelo fato de se adotar a língua grega como idioma oficial e não o latim, os costumes gregos; e o fato de adotar o catolicismo ortodoxo em detrimento do catolicismo romano. 

O Império Bizantino foi um império longevo, tendo durado vários séculos, todavia, no século XV ele vivia uma profunda decadência que contribuiu para seu enfraquecimento e vulnerabilidade, de forma que o Império Otomano que estava em ascensão, pudesse assim conquistá-lo. A conquista da cidade de Constantinopla, a imponente capital dos bizantinos, não apenas marcou as questões acima mencionadas, como marco divisor histórico, mas também foi a primeira grande capital europeia a ser bombardeada. Pois para se atravessar suas imponentes muralhas as quais mantiveram vários inimigos longes por séculos, os turcos decidiram empregar uma arma que despontaria na Idade Moderna: as armas de fogo; sendo mais precisamente, eles usaram canhões para por abaixo as poderosas muralhas. 

Um império decadente:

Para compreender o estado que se encontrava Constantinopla e o império no ano de 1453, é preciso conhecer alguns fatores, pois embora a Queda de Constantinopla seja a data do fim do Império Bizantino, é preciso entender que não foi apenas esse acontecimento que levou o fim desse poderoso império, mas toda uma série de questões ocorridas ao longo de quase dois séculos, contribuíram para a derrocada do império. Logo, antes de chegar ao clímax dessa história com o cerco a capital, optei em apresentar um pouco dessa crise que o império vivenciou com sua última dinastia. 

A Dinastia dos Paleólogos (1258-1453) foi a última dinastia a governar sobre o império, e embora tenha reinado por quase dois séculos, não foi uma das mais poderosas, prósperas e influentes. O primeiro imperador Paleólogo, Miguel VIII, proveniente de uma importante nobre família bizantina, ascendeu ao trono a partir de uma usurpação, retirando do poder do príncipe-herdeiro João IV Láscaris, que na época possuía apenas oito anos. (GIORDANI, 1977, p. 89). 

Miguel VIII Paleólogo. Fundador da Dinastia dos Paleólogos.
A Dinastia dos Láscaridas (1208-1258) governou um império bastante enfraquecido já na época, recorrente do Grande Saque ocorrido no ano de 1204, ocasiado pela Quarta Cruzada (1202-1204). Mas além da pilhagem da cidade, os cruzados ocuparam Constantinopla e fundaram o Império Latino (1204-1261), por sua vez a Corte bizantina para escapar da traição dos cruzados, transferiu-se para a cidade de Niceia, onde passou a governar o que sobrou de seu império, agora fragmentado. 

Logo, após Miguel VIII tomar o poder extra-oficialmente, ele firmou um acordo com os genoveses e estes lhe deram apoio para reaver Constantinopla que ainda estava nas mãos do Império Latino. No ano de 1261, o basileu (título bizantino para imperador) entrou na antiga capital em 25 de julho, acompanhado de um exército de 800 homens, e no dia 15 de agosto foi coroado basileu na Igreja de Santa Sófia. Dessa forma, Miguel VIII Paleólogo reunificava as duas partes do império, embora ainda houvesse alguns territórios que não aceitaram a unificação.

O Império Bizantino no ano de 1263 e seus Estados vizinhos.
De qualquer forma, nos anos seguintes de seu reinado, o basileu Miguel VIII procurou recuperar a economia do império, mesmo que para isso teve que se arriscar em assinar novos acordos com os genoveses, mesmo sabendo que estes eram inimigos dos venezianos, os quais possuíam negócios com o Império Latino, e não gostaram de saber da reunificação feita por Miguel VIII. Não obstante, o basileu também firmou acordos com os turcos-mongóis do Ilkanato e outros povos para evitar novos conflitos nas fronteiras, como também procurou se reaproximar do Ocidente, buscando alianças com outras cidades-estados italianas, a França, a Espanha, o Sacro Império Romano-Germânico, o Papado, etc. 

Por um lado ele e alguns de seus sucessores conseguiram reaver antigos terrirórios, requilibrar a economia da capital e do Estado, firmar novas alianças e acordos, e também procuraram uma reaproximação com o papado, onde desde 1054 quando ocorreu o Grande Cisma do Oriente, no que resultou no surgimento da Igreja Ortodoxa, a relação entre as duas igrejas não estava boa, e reflexo disso, custou aos bizantinos sofrer o traiçoeiro ataque da Quarta Cruzada, a qual originalmente pretendia libertar o Egito e depois a Terra Santa dos turcos, mas ao fracassarem nesse intento, acabaram por atacar Constantinopla. 

"Gregório X e Miguel VIII trabalharam ativamente pela união religiosa. O primeiro agindo com prudência e apresentando poucas exigências; o segundo lutando contra a oposição do clero grego, mas ganhando para a causa da união o grande teólogo João Veccos. A 6 de julho de 1274 no Concílio de Lyon foi solenemente proclamado pelo papa a reunião das Igrejas. O resultado politico imediato do Concílio foi a assinatura de uma trégua entre Carlos de' Anjou e Miguel VIII. Quanto à reunificação religiosa, basileu teve que enfrentar tremenda crise religiosa na Igreja Oriental. A morte de Gregório X em 1276 tornou difícil o problema da união pois seus sucessores, sob a influência de Carlos de' Anjou, não tiveram a mesma prudência no trato com os gregos". (GIORDANI, 1977, p. 91).

Além desse problema de não se conseguir uma reunificação entre ambas as igrejas, os bizantinos passaram a ter problemas com os venezianos, sérvios, búlgaros, dissidências internas, intrigas políticas, traições, conspirações, golpes de Estado e guerras civis, todo esse cenário por mais caótico que fosse, o império ainda conseguiu se manter, mas no século XIV eles começariam a enfrentar uma nova ameaça, a dos turcos da Dinastia Otomana

Conspirações e inimigos nas fronteiras:

A Dinastia Otomana surgiu também no século XIII, sendo a mais poderosa e longeva das dinastias turcas, tendo fundado um império que durou 642 anos. De qualquer forma, no século XIV, os otomanos haviam conquistado territórios do Ilkanato dos mongóis, ocupando suas terras, e os expulsando da Ásia Menor, na qual eles usaram para começar a pressionar os domínios dos bizantinos. Na ocasião o bey Orhan I (1281-1362) que governou de 1324 até o fim da vida, foi o responsável por realizar as primeiras campanhas na Ásia Menor e no leste europeu. Em 1326 a província da Bursa, onde fica localizada Nicéia, além de estar próxima de Constantinopla, foi conquistada, no que repercutiu numa grande aproximação dos turcos à capital bizantina. 

Mapa atual da Turquia. Em destaque a província de Bursa.
Devido as crises políticas e econômicas, os bizantinos não possuíam um exército forte para proteger o império, de fato eles tiveram que recorrer ao apoio de seus aliados para enviarem reforços, mas isso nem sempre aconteceu. Em 1335 a cidade de Niceia é conquistada; Galípoli e Ancara caem em 1354, e em 1361 é a vez de Adrianopólis. Com tais conquistas, os turcos começaram a concentrar suas forças no Estreito de Dardanelos, o qual conecta o Mar Egeu ao Mar de Mármara, que por sua vez leva ao Estreito do Bósforo o qual conduz até o Mar Negro. Ambos esses lugares eram importantes rotas terrestres e marítimas desde a Antiguidade, pois ligava a Ásia Menor a região dos Bálcãs. 

Enquanto os otomanos conquistavam territórios, os bizantinos por esse tempo vivenciavam uma crise política e de ordem civil. Com a morte do basileu Andronico III em 1341 o trono foi herdado por seu filho João V, que tinha nove anos, o qual estava sob a regência de sua mãe, Ana de Savóia. Todavia, o principal general de seu pai, João (VI) Cantacuzeno ambicionava tomar o poder e assim entrou em conflito com a basilissa e o príncipe. 

O basileu João V Paleólogo.
Pelo fato da basilissa ser estrangeira e cátolica, os mais conservadores não gostavam de vê-la no poder, então entre 1341 e 1347 instaurou-se uma guerra civil no império, contando essa com a influência de Cantacuzeno, o qual chegou até mesmo a se aliar secretamente aos turcos, na tentativa de conseguir o trono bizantino. Cantacuzeno teria deliberadamente dado informações militares otomanos, de forma que estes o apoiassem para conquistar o trono bizantino. Sabe que ele foi responsável por ceder informações sobre Galípoli, e até mesmo ofereceu uma de suas filhas em casamento ao bey Orhan I, como forma de reforçar a aliança. (QUATAERT, 2008, p. 35). João VI Cantacuzeno chegou a reinar de 1347 a 1355, ora alegando ser regente de João V, o herdeiro oficial do império, mas isso foi apenas fachada, pois ele chegou a afastar João V do governo, e assumiu o seu lugar. 

No ano de 1355, João V Paleólogo retorna a Constantinopla com o apoio do corsário genovês Gattilúsio e assim consegue recuperar seu trono, destituindo o regente usurpador, João VI Cantacuzeno, o qual não foi morto, mas preferiu entrar para um mosteiro, tornando-se monge, onde passou o restante da vida. 

Todavia, tendo assumido seu trono João V, estava de posse de um império encolhido pelas conquistas turcas, abalado politicamente pela conspiração de Cantacuzeno, arruinado moralmente e economicamente por guerras civis. Na tentativa de conseguir apoio, o basileu viajou entre os anos de 1369 a 1371 procurando ajuda de outro governantes europeus, inclusive do papa, para conseguir soldados e dinheiro. Ele conseguiu falar com o papa Urbano V em 1369, mas a iniciativa do papa de enviar uma cruzada para afastar os turcos, acabou não se iniciando. 


O Império Bizantino e o Império de Trebisonda (o qual pertencia aos bizantinos) em 1355. Nota-se nesse mapa que os otomanos já estavam de posse da Ásia Menor, e já ameçavam as terras dos bizantinos ao terem atacado Galípoli e Adrianópolis.
Tendo se frustrado com o apoio que não recebeu dos monarcas europeus, em 1374, o basileu João V decidiu negociar com o sultão Murad I, o qual havia subido ao trono em 1362, e naquele tempo já havia realizado importantes conquistas na Búlgaria e na Trácia, o que reforçou sua autoridade na região dos Bálcãs (QUATAERT, 2008, p. 8). Logo, para evitar de perder o império, o basileu João V propôs se tornar vassalo do sultão Murad I (o qual foi o primeiro líder otomano a assumir o título de sultão), e dessa forma o Império Bizantino ainda manteria suas terras, suas leis e governo, mas teria que pagar tributos aos otomanos.

Um alívio prolongado:

Desgostoso com o que seu pai havia feito, Andronico IV tentou usurpar o trono, governando brevemente entre 1376 e 1379, pois ordenara a prisão de seu pai. Todavia, com sua morte, João V retoma o poder e continua a governar até o fim da vida, quando faleceu no ano de 1391. Nesse tempo, ele conseguiu manter estabilidade no império, já que manteve o acordo de vassalagem, mas com sua morte, seu sucessor, Manuel II procurou uma forma de expulsar os otomanos da Europa e afastá-los de suas fronteiras, para isso ele procurou recorrer ao apoio de monarcas e príncipes europeus para empreender uma cruzada contra o sultão Bayazid I (1324?-1403), que na época governava o império Otomano, tendo sucedido seu pai Murad I. 

No ano de 1396, o rei Sigismundo da Hungria liderou uma cruzada que contou com o apoio de cavaleiros franceses, os quais seguiram até Nicópolis onde confrontaram os exércitos de Bayazid I. Todavia, as forças europeias foram duramente derrotadas pelas forças turcas. No entanto, os venezianos conseguiram romper o bloqueio que os turcos haviam feito por mar a Constantinopla, e assim permitiram que o basileu Manuel II posteriormente conseguisse deixar Constantinopla e fosse pedir ajuda novamente. 

"Manuel II partiu para o Ocidente em dezembro de 1399. De maio de 1400 (quando chegou a Veneza) e abril de (1403 quando embarcou de volta) Manuel II percorreu várias cidades europeias (inclusive Paris e Londres), tendo sido recebido com muito respeito e solenidade. Mas dessa longa peregrinação não resultou a esperada cruzada que salvaria Bizâncio". (GIORDANI, 1977, p. 96).

A salvação de Manuel II adveio de um poderoso líder que expandia seus domínios na Ásia Central a custa de muito derramamento de sangue, atrocidades e massacres, este era o sultão Tamerlão (1336-1405). 

Tamerlão pretendeu se tornar o "novo Genghis Khan", e embora fosse de nascimento baixo, conseguiu através da coragem, determinação, conspirações, medo e violência galgar posições até se tornar um sultão de seu próprio império. No final do século XIV o Império Timúrida de Tamerlão entrou em confronto com o Império Otomano de Bayezid I, e essas duas potências asiásticas entraram em rota de colisão. A batalha ocorreu em Ancora (atualmente na Turquia) onde milhares de homens se confrontaram na Batalha de Ancara em 1402 (também conhecida como Batalha de Angora). 


Pintura mogol da Batalha de Ancara, 1402.
Mas além de receber uma dura derrota, o sultão Bayezid I acabou sendo feito prisioneiro e foi levado por Tamerlão para sua capital em Samarcanda, onde faleceu no ano seguinte na prisão. Com a morte do sultão, o império otomano entrou numa crise de sucessão, pois seus quatro herdeiros: Maomé I, Isa, Solimão e Musa digladiaram entre si para assumir o trono. Uma guerra civil iniciada em 1403 com a morte do sultão Bayezid I se estenderia por dez anos, até que Maomé I se consolidasse como novo soberano. (QUAETERT, 2008, p. 8).

Devido a essa instabilidade política no Império Otomano, os bizantinos conseguiram prolongar sua existência como império por mais cinquenta anos, como também recobraram sua autonomia, deixando de serem vassalos dos otomanos. Mas devido a essa crise que levou a uma guerra civil, os turcos desistiram de prosseguir com suas campanhas na Europa, por algum tempo. 

O último suspiro de Constantinopla:

Graças a intervenção de Tamerlão no Império Otomano, os bizantinos conseguiram se manter no poder por cinquenta anos, embora não signifique que nesse tempo não houve novas ameaças por parte dos turcos. Com a morte de Maomé I, seu filho Murad II (1421-1451) retomou as campanhas na Europa, indo confrontar os sérvios, venezianos, húngaros, franceses, etc. Suas campanhas se focaram no controle dos Bálcãs e de outras áreas da Anatólia na Ásia Menor que não estavam sob seu domínio, o que incluía o Império Bizantino.

O Império Bizantino no ano de 1450.
Ainda no ano de 1422, o príncipe João Paleólogo (futuro basileu João VIII), cometeu um gravíssimo erro: ele decidiu apoiar o chefe turco Mustafá, o qual dizia ser filho do falecido Bayazid I, e estava decidido a destronar Murad II. Em resposta a tal ato, o sultão Murad II enviou um exército para capturar Constantinopla, mas as defesas conseguiram resistir ao Cerco de 1422. Com essa derrota o sultão decidiu tomar outras cidades que pertenciam aos bizantinos, o que incluiu também a cidade de Tessalônica na Macedônia (atualmente na Grécia). No entanto, a cidade só não foi tomada, porque seu governador vendeu a cidade para a República de Veneza, a qual a comprou e tomou posse em 1423. (GIORDANI, 1977, p. 97).

A república veneziana e o rei Sigismundo da Hungria se uniram para confrontar o sultão Murad II, enquanto isso, o príncipe bizantino João Paleólogo viajou para a Itália e a Hungria a fim de pedir ajuda, mas não a obteve naquele momento. No ano de 1424, seu pai, o basileu Manuel II propôs um novo acordo de vassalagem ao sultão Murad II, o qual aceitou. Mas isso não significou o fim das hostilidades. Com a morte de Manuel II, o basileu João VIII procurou fazer novos aliados e inclusive de reaproximar a Igreja Ortodoxa da Igreja Católica, a fim de conseguir uma cruzada para ajudá-lo a derrotar os turcos, mas as tentativas falharam uma atrás da outra, no entanto, Constantinopla conseguiu se manter íntegra, acabou perdendo seus aliados um a um. 

No ano de 1448, João VIII faleceu e o trono foi assumido por seu irmão Constantino Dragares Paleólogo. O qual entraria para a História como o último imperador bizantino. 

Constantino XI, o último imperador bizantino.
"Os quatro anos do reinado de Constantino XI são a época da agonia de Bizâncio. Internamente os acontecimentos dominantes são as discórdias familiares e sobretudo a atividade dos anti-unionistas que repelem qualquer entendimento com a Santa Sé". (GIORDANI, 1977, p. 99).

No ano de 1451, o sultão Murad II faleceu e seu filho Maomé II assumiu o trono. Na época o novo sultão possuía apenas (1432-1481) 19 anos, mas entraria para a História como sendo o conquistador do Império Bizantino, recebendo a alcunha de Maomé II, o Conquistador. 

Retrato do sultão Maomé II, o Conquistador.
Estando determinado a por um fim definitivo no decadente Império Bizantino, ainda no ano de 1451, Maomé II tratou de iniciar os preparativos para tomar Constantinopla, pois se a capital fosse conquistada o restante do império viria junto. No mesmo ano, ele propôs acordos aos venezianos e a João Corvino (ca. 1387-1456), conhecido como "Cavaleiro Branco", era naquela época, regente da Hungria, e no passado havia confrontado os turcos na Batalha de Kosovo (1448), onde sofreu dura derrota. Todavia, Corvino era um dos aliados dos bizantinos e se estes fossem atacados, ele iria acudi-los, mas mediante o acordo, ele decidiu não enviar a ajuda.

Para completar seus planos de retirar toda ajuda que Constantinopla poderia receber, Maomé II no ano de 1452 enviou seus exércitos para a província bizantina da Moreia na Grécia, e para a Albânia, onde se encontravam as tropas de Afonso de Nápoles, outro possível aliado dos bizantinos. Lá, seus exércitos enfraqueceram as defesas locais, como também se manteve como uma ameaça, pois se eles tentassem algo, seriam atacados. (GIORDANI, 1977, p. 99). Dessa forma em menos de dois anos, Maomé II conseguiu retirar dos bizantinos apoio externo (embora a Moreia fosse uma província, ela dispunha de autonomia política). Para completar o ano de 1452, o sultão ordenou que uma fortaleza fosse construída ao norte de Constantinopla, a qual daria apoio direto ao vindouro cerco que seria realizado no ano seguinte. 

A fortaleza de Rumeli-Hisari (Castelo de Rumélia), foi erguida diante da parte mais estreita do Bósforo, de forma que concedesse apoio a fortaleza de Anadolu-Hisari (Castelo da Anatólia) a qual ficava no outro lado, tendo sido construída vários anos antes pelo sultão Bayezid I. Dessa forma, as duas fortalezas que foram armadas com canhões impediriam que possíveis reforços para os bizantinos, chegassem a capital através do Mar Negro (ZACOUR; HAZARD, 1989, p. 313). 


A fortaleza de Rumeli-Hissar.
"Constantinopla estava então abandonada pelo Ocidente, isolada e diante da mais poderosa organização militar da época. Maomé contava com cerca de 160.000 a 200.000 homens dentre os quais apenas 60.000 combatentes. A força de elite era constituída pelos contigentes da Anatólia e por cerca de 10.000 janízaros. Os otomanos usavam uma artilharia impressionante para a época. Os canhões não só faziam barulho, mas lançavam enormes pedras contra as muralhas". (GIORDANI, 1977, p. 99).

O bombardeio de Constantinopla:

Em março do ano de 1453 os exércitos turcos já estavam posicionados nas cercanias da cidade de Constantinopla, localizada numa península chamada Chifre de Ouro, o qual também dar nome ao estreito que separa atualmente a cidade do seu lado asiático, a antiga cidade que se encontrava no lado europeu, estava encurralada. O poderio naval era formado por poucos navios, os quais não tinham a mínima chance contra as duas fortalezas localizadas mais adiante no Estreito do Bósforo e tão pouco eram capazes de confrontar a frota turca que vinha pelo Mar de Mármara. 

O Chifre de Ouro, onde se localizava o antigo núcleo da cidade de Constantinopla, atual Istambul.
Todavia, foi em 6 de abril que se iniciou o bombardeio da cidade. Pelo fato das muralhas voltadas ao mar serem mais resistentes e contarem com proteção extra, Maomé II preferiu não atacar por ali, e concentrar seus ataques pelo lado oeste. Para isso os turcos possuíam uma arma que ainda estava se espalhando pela Europa, a arma de fogo. Embora desde o século XIV já houvessem algumas armas de fogo, fossem elas portáteis ou canhões em alguns cantos do continente, seu emprego por exércitos europeus só se tornou regular no século XVI em diante.

A arma de fogo foi criada pelos chineses ainda na Idade Média, e posteriormente os turcos tiveram ciência sobre essa e passaram a usá-la. No século XV, o exército turco era o exército mais poderoso na Europa a usar armas de fogo. Por mais que as largas muralhas bizantinas que conseguiram resistir bravamente a catapultas e trabucos, elas não haviam sido construídas para resistir ao poder explosivo da pólvora. 


A Conquista de Constantinopla (1902). Nessa pintura podemos ver o sultão Maomé II em seu imponente cavalo branco, liderando seu exército em direção a Constantinopla, vindo em marcha desde Erdine. Mas, além do sultão ser destaque na imagem, no lado direito se percebe a ponta de uma arma, tratava-se do grande canhão chamado de grã-bombarda.
Embora levasse outros tipos de canhões, mas o principal canhão que foi usado no cerco de 1453 era a grã-bombarda, o maior canhão do mundo na época, medindo cerca de oito metros de comprimento, pesava cerca de 18 toneladas; tinha um calibre de 762mm, o que permitia atirar grandes balas de pedra, pois ele não fazia uso de balas de ferro ou de chumbo. Mas devido ao calibre do grande canhão, os projéteis de pedras pesavam mais de 500 kg, sendo necessários muitos homens para poder recarregar a arma. Além disso, o canhão por mais que possuísse um alcance de pelo menos 2 km ele não possuía uma boa precisão, logo, foram necessários várias dessas bombardas posicionadas lado a lado para concentrarem seus disparos num mesmo canto da muralha. 

Réplica da grã-bombarda usada no Cerco de Constantinopla em 1453. O canhão devido a suas dimensões foi dividido em duas partes na época, para facilitar o transporte.
Mas mesmo com essas imponentes armas o sítio de guerra não foi fácil. As defesas da cidade eram dignas de admiração. As muralhas da cidade se estendiam por quilômetros e possuíam dezenas de torres guarnecendo sua extensão, era uma grande faixa de proteção a ser transposta. 

Diante da primeira muralha se encontrava um largo fosso, depois vinha um campo aberto até se chegar as chamadas Muralhas de Teódosio, as quais possuíam cerca de oito metros de altura e várias torres. Passando essa primeira muralha, se estendia novo campo até chegar a segunda seção, chamada de Muralhas de Constantino, as quais eram maiores do que a primeira, possuíndo pelo menos 13 ou 15 metros de altura, e várias torres, das quais também eram mais altas do que na primeira muralha. Passando da segunda muralha se estendia a cidade até chegar a terceira muralha que possuía entre 10 e 12 metros de altura, a qual resguardava a parte antiga da cidade. 


Mapa retratando as três muralhas de Constantinopla.
Para poder causar dano mais rápido a esse poderoso sistema de defensivo, Maomé II ordenou que seus grandes canhões fossem posicionados diante do local onde ficava o rio Lico passava sob as muralhas indo para dentro da cidade. Nesse ponto, as muralhas eram mais vulneráveis, por causa do canal. No entanto, pelo fato dos canhões ficarem a grande distância não foi fácil atingir a mesma área várias vezes seguidas. No entanto, os disparos causavam um grande estrondo e relatos da época diziam que por toda a cidade podia se ouvir o estrondo daquelas armas de guerra. Por mais que o bombardeio se iniciou em 6 de abril, isso era apenas o começo de um cerco que duraria algumas semanas.

Como os canhões estavam distantes e o fosso asseguravam manter a infantaria e cavalaria turca afastada, durante à noite na qual os disparos se cessavam, os bizantinos aproveitavam para reparar a muralha. Embora não pudessem fazer muito para consertar a muralha, os reparos os quais eram feitos com sacos de terra, barris com terra e pedras, escombros, troncos, etc., ajudavam a prolongar a resistência da muralha naquele ponto. 

No dia 12 de abril o almirante búlgaro Solimão Baltoghlu comandou um ataque naval através do estreito do Chifre de Ouro, mas embora possuísse poucos navios por ali, nos muros se encontravam canhões e sentinelas armados com arcos e armas de fogo. O ataque do almirante fracassou. 

Pintura retratando um ataque dos otomanos as muralhas de Constantinopla.
Posteriormente, no dia 18 de abril, já estando bastante danificada a muralha sobre o rio Lico, o sultão Maomé II ordenou a primeira investida contra a muralha, no entanto, sua infantaria foi rechaçada pela guarnição, graças a um antigo engenho bizantino, o chamado fogo grego. Embora os soldados dispussessem de arcos, algumas armas de fogo, pedras, óleo fervente, mas foi o fogo grego a arma secreta, o qual era usado como uma espécie de lança-chamas, que permitia atacar os inimigos a alguns metros de distância. Além disso, seu combustível não se apagava facilmente, inclusive poderia arder sobre a água. Graças a essa antiga arma e a liderença do comandante gênoves Giovanni Giustiniani Longo (1385-1453), o ataque turco foi rechaçado naquele dia. Giustiniani foi também responsável por outras vitórias.

A situação não estava boa para os turcos, eles haviam perdido duas batalhas, e o sultão esta indignado com a demora para por abaixo a primeira muralha. No entanto, novas notícias ruins chegariam aos seus ouvidos. No dia 20 de abril, reforços inesperados chegaram para ajudar os bizantinos. Como foi visto, nos dois anos anteriores o sultão Maomé II procurou cortar qualquer possível apoio que Constantinopla viesse a receber durante a fase de cerco, logo, ele chegou a "comprar" ou ameaçar seus aliados, mas o que ele não esperava é que ainda assim, socorro fosse enviado. 

Naquele dia 20, chegava ao Mar de Mármara, quatro navios italianos enviados pelo papa Nicolau V. É importante lembrar que o pai e irmão de Constantino XI haviam procurado ajuda do papado, no que resultou no Concílio de Florença-Ferrara (1431-1445), onde no ano de 1439 o então papa Estevão IV aceitou o pedido do basileu João VIII Paleólogo em se reunificar as duas igrejas, no que ficou conhecido como a União de Florença. Mas na prática isso nunca ocorreu. O envio dos navios pelo papa Nicolau V não apenas consistiu numa singela ajuda ao povo de Constantinopla como forma de mostrar que haveria saída em caso da união fosse aceita, mas também que o papado temia que os bizantinos fossem conquistados de vez, sendo convertidos ao islamismo.

De qualquer forma as quatro embarcações conseguiram passar pelo bloqueio turco, o qual não contava com muitos navios. No entanto, o almirante Solimão tendo percebido a afronta das naves italianas partiu para confrontá-las, mas essas estavam munidas de fogo grego, o que causou dano aos navios turcos e permitiu que os quatro navios conseguissem chegar ao porto no Chifre de Ouro, o qual era protegido por uma grande corrente que era erguida para impedir o avanço dos navios. 


Pintura retratando a cidade de Constantinopla, o Chifre de Ouro, o Mar de Mármara e a entrada do Estreito de Bósforo. Na imagem pode se ver o porto no Chifre de Ouro, com o distrito de Galáta e a estrutura da grande corrente. Na entranda do Bósforo nota-se as fortalezas de Rumeli-Hisari e Anadolu-Hisari.
Com o novo fracasso do almirante Solimão, o sultão o humilhou publicamente e o destituiu do cargo. Todavia, ele tratou de pensar num contra-ataque. Maomé II ordenou que uma estrada de troncos fosse feita ao norte do porto, e assim alguns barcos poderiam ser transportados para terra e rebocados sobre os troncos até dá a volta e atacar os bizantinos de surpresa. Tal empreitada se realizou no dia 22 de abril, e assim o porto foi tomado e o distrito ocupado. 

No dia 23, segundo Giordani (1977, p. 100) o imperador Constantino XI ofereceu um acordo de paz ao sultão Maomé II, mas este recusou tal acordo e manteve os ataques. Após o dia 23, novos ataques voltaram a ocorrer em vários pontos das muralhas. No dia 28, os bizantinos tentaram recuperar o controle do porto e do distrito de Galáta, mas foram derrotados. 

O cerco adentrou maio. As grandes bombardas causavam danos as poderosas muralhas, e mesmo sob reparos esses cada vez mais se tornavam ineficientes. Novas investidas se prosseguiram, mas os bizantinos defendiam seus muros com unhas e dentes. Por outro lado, além do barulho dos disparos, alguns tiros passavam sobre a muralha indo atingir casas, ferindo civis. Além do barulho, do cerco que durava um mês, das contínuas investidas, os recursos alimentares estavam se esgotando. Enquanto os turcos tinham um exército para alimentar, os bizantinos tinham uma cidade. 

No entanto, não era apenas os bizantinos que estavam com problemas; o exército turco estava desanimado e frustrado. O sultão e seus homens haviam dado demasiada confiança aos seus poderosos canhões para por abaixo as imponentes muralhas bizantinas, mas transcorrido um mês de assédio, eles não haviam nem conseguido cruzar as Muralhas de Teodósio ainda. Com o prolongamento do cerco, os gastos aumentavam, os soldados ficavam inquietos, e estavam insatisfeitos. Os generais do sultão questionavam suas medidas, sua estratégia era visivelmente falha. 

"O bombardeio ininterrupto por várias semanas, extenuava a população. Homens, mulheres, crianças, monges, religiosas, sacerdotes trabalharam dia e noite sob uma chuva de balas para reparar as numerosas brechas dos muros. O assédio durava já cinquenta dias quando o sultão, diante da notícia talvez fantástica da chegada de uma frota cristã de socorro, resolveu precipitar o assalto decisivo". (GIORDANI, 1977, p. 100). 

No dia 28 de abril, o sultão Maomé II ordenou que o exército descansa-se e mandou suspender os disparos. Enquanto os turcos se retiravam para seus acampamentos, em Constantinopla, os bizantinos iam para as igrejas orar. Os sinos badalavam por toda a cidade. Havia algo de suspeito naquilo. O basileu Constantino XI havia proposto um acordo de paz, que foi negado, posteriormente o sultão ofereceu por fim ao cerco se o basileu se rendesse e entregasse a cidade, e essa foi a vez do basileu dizer não. 

Finalmente, no dia 29 de abril de 1453, após 53 dias de bombardeio, o sultão ordenou a retomada dos ataques. O alvo novamente foi o local onde o rio Lico cruzava a muralha. Escadas foram postas na muralha e os turcos começaram a subir por essa, mas o comandante Giustiniani liderava a defesa naquele ponto da muralha. Sob sua valentia e determinção, os bizantinos lutaram com bravura por horas. No entanto, os turcos atacando pelo Portão de Ouro, conseguiram escancará-lo e por ali adentraram a muralha, indo atacar Giustiniani e seus homens pelas costas. O comandante gênoves foi ferido, e seus homens conseguiram removê-lo para fora do campo de batalha, o levando até um navio, mas devido a gravidade do ferimento, ele veio falecer posteriormente. 

O grande exército turco se espalhava na área entre a primeira e a segunda muralha, matando a maioria do exército bizantino que estava em bem menor número. Com a retirada de Giustiniani a moral dos bizantinos caiu e o caos se espalhou. A luta foi levada até os portões da Muralha de Constantino. Segundo algumas versões, o basileu Constantino XI uniu-se ao combate, lutando até a morte. A bem da verdade, não sabemos como ele morreu, se ele teria realmente lutado, ou acabou sendo ferido por flechas ou tiros, ou foi encurralado. Sem chances de se recuperar, as defesas se renderam. Constantinopla era tomada.

A entrada de Maomé II em Constantinopla, em 29 de maio de 1453. Pintura de Jean-Joseph Benjamin Constant (1876).
Mesmo tendo ganho a cidade, isso não foi sinal de clemência por parte do sultão. Ele ordenou a pilhagem para seu exército. Por três dias e três noites a cidade foi saqueada. Embora as igrejas tenham sido posteriormente convertidas em mesquitas, naquele momento elas foram profanadas e saqueadas. Homens que ousaram lutar, foram mortos; mulheres foram estupradas; casas foram destruídas. A bárbarie imperou naquele momento. Embora que sob o governo otomano a cidade voltaria a prosperar. 

Considerações finais:

Alguns membros da família real, entre os quais Demétrio e Tomás foram poupados. Demétrio tornou-se monge, e se mudou para Adrinópolis; já Tomás partiu em exílio para a Itália, indo ganhar asilo em Roma. Seu filho André Paleólogo transferiu seu direito de herança aos Reis Católicos de Espanha. Um ato apenas simbólico, já que os espanhóis após a descoberta do Novo Mundo, não mostraram interesse em confrontar os turcos. Já uma filha de Tomás, chamada Zoé, essa se casou com o príncipe de Moscou, Ivan III. Legando a esse a herança do Império Bizantino. Moscou passou a ser considerada a "Terceira Roma", e Ivan IV, o Terrível foi o primeiro a se proclamar czar (césar), alegando essa herança bizantina, e por sua vez romana também. (GIORDANI, 1977, p. 101). 

Seguindo a conquista de Constantinopla, Maomé II prosseguiu com suas campanhas: a Grécia e a Sérvia foram conquistadas em 1459-1460; posteriormente foi o pequeno Império de Trebizonda na Ásia Menor, voltado para a costa do Mar Negro, a cair em 1461. Dessa forma os últimos territórios bizantinos eram conquistados. O sultão também prosseguiu sobre a Bulgária, Hungria, Romênia (onde confrontou Vlad III Drácula), etc. Posteriormente o sultão entraria em guerra contra a República de Veneza, uma guerra que duraria de 1463 a 1479, bastante cara, mas causando mais dano aos cofres venezianos (RUNCIMAN, 1977, p. 48).

Constantinopla foi reparada e reconstruída. As igrejas como a Igreja de Santa Sofia se tornou a mesquita da Haghia Sofia. Mesquitas também foram erguidas e outras obras foram realizadas nas décadas seguintes. Embora os turcos tenham sugerido chamar a cidade pelo nome de Istambul, eles continuaram a usar o nome Constantinopla (Konstantiniyye em turco), nome pelo qual se manteve até o século XIX (QUATAERT, 2008, p. 16).  


"Pois a tragédia foi, realmente, final. A 29 de maio de 1453 uma civilização foi irrevogavelmente destruída. Deixara um legado glorioso na cultura e na arte, tirara do barbarismo países inteiros e dera refinamento a outros; sua forla e inteligência constituíram, por séculos, a proteção do cristianismo. Durante onze séculos, Constantinopla fora o centro do mundo das luzes". (RUNCIMAN, 1977, p. 232).

NOTA: Um fato curioso sobre os herdeiros do sultão Bayazid I, diz respeito ao nome de seus quatro filhos: Maomé, Isa (Jesus), Solimão (Salomão) e Musa (Moisés).
NOTA 2: O nome do sultão Maomé II pode ser grafado também como Mehmed ou Mohammed.
NOTA 3: O grande canhão usado no cerco de 1453, também ficou conhecido como Grande Arma de Maomé II, Basilica, Canhão Real, Canhão Otomano, Canhão de Maomé, etc. 
NOTA 4: A grã-bombarda foi projetada pelo engenheiro militar Orban, o qual era um muçulmano húngaro. Antes de oferecer tais canhões ao sultão Maomé II, ele chegou a procurar o basileu Constantino XI, mas esse recusou comprar as armas, por considerar elas caras e de difícil uso. 

Referências bibliográficas:
ARNOTT, Peter. The Byzantines and their world. New York, St. Martin's Press, 1973. 
GIORDANI, Mário Curtis. História do Império Bizantino. Petrópolis, Editora Vozes, 1977. 
INALCIK, Halil. Mehmed the Conqueror (1432-1481) and His Time. Speculum, vol. 35, n. 3, p. 408-427, 1960. 
KOSMINSKY, E. A. História da Idade Média. 2a ed, Rio de Janeiro, Editoral Vitória, 1963. 
QUATAERT, Donaldo. O Império Otomano: das origens ao século XX. São Paulo, Edições 70, 2008. 
RUNCIMAN, Steven. A civilização bizantina. Tradução de Waltensir Dutra. 2a ed, Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1977.
ZACOUR, N. P; HAZARD, H. W. (editores). The impact of the Crusades on Europe. Wisconsin, University Wisconsin Press, 1989. (Capítulo IX: The Ottoman Turks and the Crusades 1451-1522). 

Links relacionados:
Os Bizantinos
O legado bizantino
A cidade dos dois continentes 
Tamerlão, "o homem de ferro"

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