- República da Finlândia (1918): resistiu as invasões alemãs e russas durante a Segunda Guerra.
- República da Geórgia (1918-1922): anexada pelo soviéticos.
- República da Estônia (1918-1940): ocupada pelos soviéticos durante a Segunda Guerra.
- República da Lituânia (1918): ocupada pelos soviéticos e nazistas durante a Segunda Guerra
- República da Letônia (1921-1940): ocupada pelos soviéticos durante a Segunda Guerra
Um pequeno Estado com status de país, que surgiu nesse período, foi o Estado da Cidade do Vaticano (1929), oriundo do Tratado de Latrão (1929), durante a ditadura fascista de Benito Mussolini.
2) Fim do Império Otomano (c. 1299-1922)
Por séculos os otomanos foram uma das dinastias mais poderosas do mundo, possuindo um império que cobria territórios na Ásia, Europa e África. Todavia, no século XIX, o império estava em crise, e essa foi se arrastando e aumentando na décadas seguintes. Após a Primeira Guerra a hegemonia otomana estava bastante debilitada, além de que revoltas, guerras civis, massacres (como o Massacre Armênio) e protestos dos territórios que faziam parte do império, pressionavam pela independência, como havia ocorrido com países europeus. No entanto, países europeus como Inglaterra, França, Itália e Grécia (os gregos por séculos lutaram contra os turcos pelo controle de territórios no Mar Egeu) tinham interesse nas terras otomanas, condição essa que o Tratado de Sèvres (1920), propôs que parte do território a ser dividido, passaria para aos domínios dessa nações europeias, enquanto outras terras ganhariam sua independência.
- República da Albânia (1912): ocupada pelos fascistas e nazistas durante a Segunda Guerra.
- Reino de Iêmen (1914): ocupado parcialmente pelos britânicos no começo dos anos 1960.
- Reino de Hejaz (1916-1925): pequeno reino situado atualmente na costa ocidental da Arábia Saudita. Ganhou a independência após derrubar o governador otomano, mas foi invadido pelos emirados vizinhos.
- República da Armênia (1918-1922): anexada pelos soviéticos em 1922.
- República da Turquia (1923): apesar da guerra de independência ter-se iniciado em 1919, somente em 1923 a Turquia foi oficialmente reconhecida como nação independente. O país legou muito da cultura turco-otomana, pois foi o centro do império.
- Mandato Francês para a Síria e o Líbano (1920-1946): ambos os antigos países, deixaram de fazer parte dos domínios otomanos, para compreender os domínios neocoloniais dos franceses.
- Mandato Britânico da Mesopotâmia (1920-1932): os britânicos passaram a controlar o território iraquiano.
- Chipre britânico (1920-1960): os britânicos através dos acordos com os otomanos, conseguiram o controle da ilha de Chipre.
- República da Jordânia (1922): manteve sua independência.
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Os territórios surgidos após o Tratado de Sèvres (1920), que partilharam o Império Otomano. A Turquia somente foi se formalizar em 1923, mas não tendo seu território como o de hoje em dia. |
3) África até 1920
O continente africano desde o século XVI começou a ser explorado por países europeus como Portugal, França, Inglaterra e Holanda, depois vieram os belgas, alemães, espanhóis e italianos. Além deles, os otomanos e reinos islâmicos também dividiram vários territórios desse continente, o que o levou a reconfigurar suas fronteiras inúmeras vezes. No caso do século XX, a África vivenciava ainda a forte influência do imperialismo europeu, o qual mantinha práticas neocoloniais: como trabalho forçado e escravo; controle político, econômico e cultural; administração gerida por oficiais da metrópole; adoção da língua dos colonos como idioma oficial; racismo, xenofobia, intolerância religiosa, etc. As prática neocoloniais ainda perdurariam até a segunda metade do século XX, em alguns países africanos.
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Mapa da África na década de 1920. |
Pelo mapa acima pode-se notar que a maior parte do continente africano estava dividida entre as colônias francesas no noroeste e as colônias britânicas no nordeste e sul. Sendo importante salientar que os franceses e ingleses se apossaram através de acordos, de territórios africanos anteriormente pertencentes aos otomanos, o que incluía partes do Egito, Tunísia, Argélia e Marrocos.
A Alemanha possuía controle de três territórios, já Portugal ainda conservava o domínio sobre suas antigas colônias: Angola, Moçambique e as ilhas que não aparecem no mapa, Cabo Verde, São Tome e Príncipe. Outras terras foram perdidas. A Bélgica governava nesse tempo o Congo Belga (1908-1960), palco de grandes tragédias. A Itália ocupava a Líbia e a Somália.
Somente dois países conservavam sua independência nesse período, a Etiópia e a Libéria, os quais curiosamente devido ao apoio dos ingleses, franceses e americanos, ainda no século XIX, conseguiram se estabelecer como nações independentes. E assim continuaram por fatores de estratégia.
4) Ásia antes de 1920
O continente asiático possuía vários pequenos reinos antes de 1920, alguns foram anexados por reinos maiores e outros surgiram devido a crise do Império Otomano e outros reinos da Ásia Central e do Sudeste Asiático. Por conta de sua extensão e variedade de territórios, decidi mostrar alguns mapas por regiões.
O Oriente Médio nesse período estava fragmentado com a dissolução do Império Otomano, como comentado anteriormente; alguns territórios passaram para as mãos dos franceses e britânicos como visto no tópico 2. Por outro lado, a Armênia conquistou sua independência, a Pérsia (atual Irã), mantinha também sua independência.
Todavia, os países da Península Arábica como conhecemos hoje, ainda não existiam naquele tempo. A península estava dividida entre pequenos reinos, emirados, e zonas neutras, que eram territórios governados por tribos. No caso destacam-se o Emirado de Négede e Hasa (1902-1921), o Emirado de Ha'il (1836-1921) e o Reino de Hejaz (1916-1925). O Iêmen estava independente, mas Omã era colônia britânica.
Passando para a Ásia Central, grande parte dessa ainda estava sob domínio russo, resultado das campanhas de conquista do império russo, que anexaram os territórios cazaques, turcomanos, mongóis, tártaros e de outros povos. Apesar do fim da monarquia russa, no entanto, seus domínios na Ásia não foram perdidos, como ocorreu na Europa. A Pérsia era bem maior naquela época e o Afeganistão também. Já o Paquistão não existia, fazendo parte dos domínios da Índia Britânica, o que incluía o Sri Lanka e outros territórios. Por outro lado, o Nepal e o Butão eram reinos autônomos e o Tibete ainda era um país.
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Mapa do Oriente Médio, Leste africano, Ásia Central e parte do Sudeste Asiático, entre 1920-1922. |
Passando para o Extremo Oriente, a República da China ainda não possuía suas dimensões atuais, tendo perdido territórios ao longo dos últimos séculos. A transição da monarquia para a república foi bastante conturbada, gerando várias revoltas e iniciativas de se criar estados independentes, em que províncias tentaram promover seu reconhecimento como países (veja o mapa seguinte). A Mongólia era maior do que hoje em dia; o Tibete era independente; o Japão governava a Coreia; a Sibéria já era ocupada pelos soviéticos, apesar que existiu o efêmero estado da República do Extremo Oriente (1920-1922), anexado posteriormente pela URSS.
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Mapa do Extremo Oriente e do Sudeste Asiático no começo da década de 1920. |
Descendo para o Sudeste Asiático, os britânicos dominavam Bangladesh, Mianmar, Malásia e Cingapura, os franceses colonizaram a chamada região da Indochina, a qual décadas depois daria origem a Tailândia (Reino do Siam), Camboja, Vietnã, Laos e parte da Malásia e Cingapura. Grande parte da atual Indonésia e Bornéu estavam sob domínio da Holanda, compreendendo ainda território colonial das Índias Holandesas Orientais. As Filipinas estavam sob domínio dos Estados Unidos; o Timor era colônia portuguesa; Papua e Nova-Guiné eram colônias alemãs.
5) Europa entre 1945 e 1960
Com o término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o mapa europeu sofreu novas divisões. Territórios anteriormente ocupados pelos nazistas, fascistas e soviéticos, foram devolvidos e recuperaram sua independência. Outros ainda permaneceram sob domínio soviético, fazendo parte da URSS. Destaca-se nesse ponto o acentuamento da Guerra Fria (1945-1991), que levou a uma cisão no continente, entre países aliados dos EUA, neutros e países da URSS.
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Mapa da Europa em 1955, durante a Guerra Fria. |
No mapa em italiano, observa-se a linha vermelha como a fronteira entre os países aliados dos EUA e os aliados da URSS. Salienta-se que nesse período, a Suíça, Áustria e a Suécia eram países neutros. Já a Espanha e a Irlanda eram "semi-neutros". A Romênia, Bulgária, Hungria, Checoslováquia, Polônia e Albânia eram aliados dos soviéticos. Nesse período surgiu apenas um país novo, no caso, oriundo da divisão da Alemanha, em Alemanha Ocidental (capitalista) e Alemanha Oriental (socialista). Para delimitar essa divisão, o Muro de Berlim começou a ser construído em 1961. Nesse período, a ilha de Malta ganhou sua independência da Inglaterra, tornando-se um país em 1964.
6) África entre 1930 e 1970
O neocolonialismo africano ainda se manteve ao longo da primeira metade do século XX, apesar que nesse período a Espanha perdeu espaço, mas a influência alemã e italiana aumentaram. O governo fascista de Benito Mussolini (1922-1945) investiu nas colônias africanas, criando a chamada África Oriental Italiana (1936-1941), formada pela Etiópia, Eritreia e a Somália. Por cinco anos esses países estiveram sob ocupação fascista. No caso da Etiópia, ela por um breve tempo perdeu sua independência. Todavia, a Somália ainda continuaria como possessão italiana por mais anos.
Os domínios portugueses, franceses, britânicos, belgas e alemães na África não sofreram grandes reveses nesse período, apesar que após o término da guerra, aumentou a pressão por movimentos de independência, fazendo parte da ideologia unitária e libertária do Pan-africanismo. que acentuou-se nas décadas de 1950 e 1960, repercutindo na independência de vários países africanos, marcando o início do fim da hegemonia do neocolonialismo europeu, embora que alguns países somente se tornaram independentes vários anos depois.
- República da Líbia (1951): com a crise na Itália após o fascismo e a derrota na Segunda Guerra, o país não tinha condições de manter a maioria de suas colônias. Com isso a Líbia foi uma das quais foi abandonada.
- República do Egito (1952): desde 1922 o Egito havia declarado sua independência, mas na prática ela nunca foi efetivada pelos britânicos, somente trinta anos depois é que isso ocorreu.
- República do Sudão (1956): emancipado do Egito e do Reino Unido.
- República da Tunísia (1956): ganhou independência da França.
- República de Gana (1957): saiu do domínio britânico.
- República Centro-Africana (1958): anteriormente sob domínio francês.
- República da Guiné (1958): também estava sob governo francês.
No entanto, o ano de 1960 foi um marco nesse processo de descolonização, ficando conhecido como o "Ano da África" ou "Ano Africano", que marcou a independência de 14 países: Benim, Burquina Fasso, Camarões, Chade, República Democrática do Congo, República do Congo, Costa do Marfim, Gabão, Gâmbia, Madagáscar, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal, Somália e Togo.
O Ano da África foi um marco na história do século XX, influenciando outros países africanos a lutarem por sua independência, no que resultou em êxito para alguns deles ao longo da década de 1960, como:
- 1961: Serra Leoa e Tanzânia
- 1962: Argélia, Burundi, Ruanda e Uganda
- 1963: Quênia
- 1964: Malawi e Zâmbia (Rodésia do Norte)
- 1966: Botswana, Lesoto
- 1968: Essuatíni (Suazilândia) e Guiné-Equatorial
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Mapa da África em 1960, mostrando os países que conquistaram a independência naquele ano e outros territórios que ainda estavam sob domínio português e britânico. |
7) Ásia entre 1930 e 1960
Nesse período de trinta anos que incluiu a Segunda Guerra Mundial, entre outros conflitos, além da expansão da dominação soviética e a perda da influência britânica na Índia e países vizinhos, alguns países surgiram, outros tiveram fronteiras alteradas e outros foram anexados. Além disso, observa-se que alguns importantes países que estavam sob dominação britânica e francesa adentraram os movimentos de descolonização, rebelando-se contra o neocolonianismo que ainda perdurava em parte da Ásia, algo que também ocorria na África.
- Reino do Iraque (1932): com o término do Mandato Britânico na Mesopotâmia, a monarquia iraquiana ganhou apoio dos britânicos para declarar sua independência, mas comprometendo-se em manter-se acordos com o Reino Unido.
- Reino da Tailândia (1939): anteriormente chamado de Reino de Sião, o nome foi mudado para Tailândia, mas parte de seu território foi conquistado pelos franceses até a década de 1950.
- República do Líbano (1941): emancipou-se do Mandato Francês.
- República da Síria (1945): emancipou-se com o fim do Mandato Francês.
- República da Indonésia (1945-1949): o governo indonésio iniciou sua independência em 1945, embora a Holanda somente a reconheceu em 1949.
- República das Filipinas (1946): apesar de sua independência da Espanha ter sido declarada desde o século XIX, ela nunca tinha sido reconhecida, fato esse que os EUA ocuparam o país por vários anos. Somente após a guerra, eles ajudaram os filipinos a terem sua independência reconhecida.
- República da Índia (1947): obteve a independência do Reino Unido, através de movimentos pacíficos como os promovidos por Mahatma Gandhi (1869-1948), movimentos de intelectuais e a luta armada, já que milhões de indianos serviram na guerra e decidiram lutar para libertar seu país.
- República do Paquistão (1947): ganhou independência da Índia Britânica.
- Estado de Israel (1948): oriundo a partir do Plano de Partição da Palestina, promovido pela ONU e países colaboradores.
- União da Birmânia (1948): outro país que fazia parte da Índia Britânica e ganhou sua independência.
- República da Cisjordânia (1949): formada a partir dos acordos de criação de Israel e a Guerra árabo-israelense (1948).
- Reino do Tibete (1949-1959): o país foi invadido por tropas chinesas e o Acordo de Dezessete Pontos formalizou que o Tibete estaria sob tutela da China. Em 1959, o atual Dalai Lama abandonou o país devido a uma ameaça de golpe, e o Tibete foi definitivamente anexado à China.
- República Democrática Popular do Laos (1949): tornou-se independente da França.
- Divisão das Coreias (1950): com o término da Segunda Guerra, a Coreia recuperou seu status como nação independente, já que era controlada anteriormente pelo Japão. No entanto, no começo da década de 1950 ocorreu a Guerra da Coreia, que resultou na separação do país, originando a Coreia do Sul (capitalista) e a Coreia do Norte (comunista).
- República de Taiwan (1951): após liberta-se das dominações chinesa e japonesa, os taiwaneses voltaram a celebrar sua independência, embora que a China nunca a reconheceu até hoje.
- Reino do Camboja (1953): aproveitando a crise da Indochina Francesa, o Camboja declarou sua independência.
- Divisão do Vietnã (1954-1955): com o fim da Indochina Francesa, o Vietnã sofreu um golpe de Estado, se dividindo entre Vietnã do Norte (socialista) e Vietnã do Sul (capitalista). Formalmente o Vietnã já tinha desde 1945 reivindicado sua independência, somente reconhecida em 1954. Ambos os países seguiram lutando por vinte anos no que ficou conhecida como Guerra do Vietnã.
- República da Malásia (1957): conquistou a independência do Reino Unido, mas manteve domínio sobre outros territórios vizinhos, incluindo parte da ilha de Bornéu e de Cingapura.
- República do Kuwait (1961): emancipado do Reino Unido.
- República das Maldivas (1965): emancipou-se do Reino Unido.
- República de Cingapura (1965): separou-se da Malásia.
8) Caribe e América do Sul entre 1962 e 1983
Nas Américas as últimas nações a ganharem sua independência foram as ilhas caribenhas. Algo que ocorreu no começo da segunda metade do século XX, como parte da onda de descolonização que ocorria pelo mundo, sobretudo na África. Nesse período o neocolonialismo entrou em franco declínio irreversível. No caso caribenho as ilhas que obtiveram sua independência, no geral, de forma diplomática, foram primeiro na década de 1960: Jamaica (1962), Trinadad e Tobago (1962), Barbados (1966). Na década de 1970 tivemos Bahamas (1973), Granada (1974), Dominica (1978) Santa Lúcia (1979), São Vicente e Granadinas (1979). Por fim, as últimas ilhas a se emancipar foram: Antígua e Barbuda (1981), Belize (1981) e São Cristóvão e Névis (1983). Todas essas ilhas eram colônias britânicas, sendo a Inglaterra o último país europeu a liberar suas colônias.
No caso da América do Sul, somente dois países conquistaram a independência nessa época: Guiana (1966), anteriormente chamada de Guiana Inglesa; e o Suriname (1975), antes chamado de Guiana Holandesa. Todavia, a Guiana Francesa conserva-se como dependente da França, não sendo considerada tecnicamente uma colônia, mas chamada de departamento ultramarino.
9) África entre 1970 e 1990
Nesse período testemunhou-se o acirramento da Guerra Fria no continente africano, além de guerras civis e massacres. Apesar da independência conquistada por vários países durante a década de 1960, muitas dessas novas nações, eram formadas por povos diferentes, que em alguns casos eram inimigos históricos; além disso, os governos provisórios foram atacados por tiranos e ditadores.
As colônias portuguesas somente obtiveram independência nos anos 1970 após o término da ditadura fascista do Estado Novo (1926-1974), o qual por motivos nacionalistas, políticos, entre outros fatores, recusou-se a ceder a pressão do Pan-africanismo e outros movimentos locais de suas colônias. Assim, em 1974, as antigas colônias portuguesas a se tornarem independentes: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe.
Todavia, não foi apenas Portugal, o último país europeu a liberar suas colônias, a França e Inglaterra também somente reconheceram a independência de suas últimas colônias por esse período. No caso francês, tivemos Comores (1975) e Djibouti (1977). Já os britânicos reconheceram Seicheles (1976) e o Zimbabué (1980) - antiga Rodésia do Sul.
O caso do Saara Ocidental ainda é mais problemático. Formalmente pertencia ao domínio espanhol, mas foi cedido a uma junta marroquina-mauritana para administrá-lo. Em 1976 o território proclamou sua independência, mas até hoje ela não foi reconhecida. O Saara Ocidental entrou com apelo na ONU, para ficar protegido contra invasões de seus países vizinhos, Marrocos e Mauritânia. Embora que ambos até hoje reivindique anexar essas terras as suas nações.
Todavia, nos anos 1990, alguns países africanos surgiram, desmembrando-se de outras nações africanas. A Namíbia emancipou-se em 1990 da África do Sul, e a Eritreia emancipou-se em 1993 da Etiópia.
10) Europa na década de 1990
Na década de 1970 a Guerra Fria ainda vivenciava seu auge, mas ao adentrar os anos 1980, ela começou a entrar em declínio junto ao governo soviético. Nesse período alguns países vão surgir com a divisão da Checoslováquia e da Iugoslávia, mas a maioria surgiu a partir do fim da URSS.
A Checoslováquia foi um país incrustrado no centro da Europa, tendo perdurado de 1918 a 1992, reunindo os povos checos e eslováquios, além de outras minorias, os quais nem sempre viveram em harmonia. Durante a Segunda Guerra, o país foi ocupado pelos nazistas e depois libertados pelos soviéticos, inclusive passando para o lado deles, tornando-se parte da URSS. Mas com o desgaste político de décadas, acabou-se aceitando firmar acordo para a separação, originando a República Checa e a República da Eslováquia.
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Mapa da Checoslováquia ao longo da sua história. |
Já a Iugoslávia, a situação foi mais problemática e até turbulenta devido a guerras civis e revoltas. Durante a Guerra Fria o país aliou-se aos soviéticos, passando anos em cooperação com eles. Mas com a crise da URSS, os estados que o formavam começaram a pressionar pela independência. Em 1991 foi autorizado a independência para a Croácia, Eslovênia, Macedônia do Norte, Bósnia e Herzegovina. Todavia, a Sérvia e Montenegro não conseguiram a independência, mesmo tendo sido reivindicada algumas vezes, o que as fez continuar ligadas e formando a Iugoslávia até o século XXI.
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A Iugoslávia em 1991, ano de sua divisão. O mapa mostra a Sérvia, Montenegro e Kosovo, territórios que ainda não tinham se separado naquele momento. |
Os países na Europa que se originaram ou recuperaram a independência com o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), foram: Armênia, Azerbaijão, Bielorrússia (originou-se), Estônia, Geórgia, Hungria, Letônia, Lituânia, Moldávia (originou-se) e Ucrânia. Também, salienta-se que com o fim da URSS, a Alemanha voltou a se unificar, já que estava dividida desde a década de 1950.
11) Ásia entre as décadas de 1970 a 1990
A década de 1970 viu o surgimento de alguns países asiáticos, os quais tinham sido antigas colônias britânicas, marcando o final do neocolonialismo inglês na Ásia, mas também alguns países que estavam subordinado a outras nações asiáticas. Neste caso, vários deles se formaram no Oriente Médio, região historicamente conturbada e bastante fragmentada, apesar de vários impérios terem a unificado ao longo da História.
- República do Bahrein (1971): emancipado do Reino Unido.
- República de Bangladesh (1971): anteriormente tutelado pela Paquistão.
- República do Catar (1971): emancipado do Reino Unido.
- Emirados Árabes Unidos (1971): emancipado do Reino Unido.
- Brunei (1984): sob tutela britânica anteriormente.
A década de 1970 também marcou o fim da Guerra do Vietnã (1955-1975), formalizado com a derrota dos Estados Unidos e da França, e a unificação do Vietnã do Norte e Vietnã do Sul, tornando-se um país socialista.
Todavia, a nova leva de independências ocorreram apenas na década de 1990, com o fim da URSS, algo visto também na Europa, como mostrado anteriormente. Nesse caso destacam-se os países: Cazaquistão, Uzbequistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Quirguistão. É importante salientar que outros países asiáticos como Mongólia, Afeganistão, Irã, Paquistão, também tiveram influência da URSS, mas não chegaram a serem ocupados totalmente.
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Países que se formaram na Ásia Central, com o término da URSS, em 1991. |
Por fim, também nos anos 1990, a colônia britânica de Hong Kong (1997) e a colônia portuguesa de Macau (1999), passaram oficialmente a pertencerem exclusivamente a China. Pois anteriormente havia um acordo de administração entre os chineses, ingleses e portugueses.
12) Oceania entre 1960 e 1990
O caso da Oceania é bem mais simples, pois na maioria das vezes a independência dos arquipélagos foi feita por via diplomática, não havendo revoltas, guerras, revoluções ou conflitos mais agressivos. E a maioria desses países reconhecidos, eram colônias britânicas ou americanas, sendo que existem arquipélagos franceses, alemães, holandesas, etc. que não se tornaram países.
- Estado independente de Samoa (1962): sob domínio neozelandês anteriormente.
- República de Nauru (1968): sob domínio australiano anteriormente.
- República de Fiji (1970): anteriormente colônia britânica.
- Reino de Tonga (1970): anteriormente colônia britânica.
- Estado independente de Papua Nova-Guiné (1975): sob domínio australiano anteriormente.
- República Democrática do Timor-Leste (1975): anteriormente colônia portuguesa.
- Ilhas Salomão (1978): anteriormente colônia britânica.
- Tuvalu (1978): anteriormente colônia britânica.
- República de Kiribati (1979): anteriormente colônia britânica.
- República de Vanuatu (1980): anteriormente sob administração conjunta britânica e francesa.
- República das Ilhas Marshall (1986): sob domínio americano anteriormente.
- Estados Federados da Micronésia (1986): sob domínio americano anteriormente.
- República de Palau (1994): anteriormente sob administração americana e micronésia.
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Mapa com os países da Oceania, o Havaí e a Polinésia Francesa. |
13) Século XXI
Para encerrar o texto é preciso comentar alguns países que surgiram, sumiram ou foram reformulados durante o começo do século XXI. Começamos pelo caso da República Federativa da Iugoslávia, a qual findou-se em 2003, tornando-se a República de Sérvia e Montenegro. Apesar que com o andamento do processo oficial de separação, em 2006, Montenegro se separou da Sérvia, originando dois países distintos, que viraram o Montenegro e a Sérvia.
Por sua vez, em 2008, a região do Kosovo, no sul da Sérvia, declarou-se independente, no entanto, os sérvios não reconhecem a legitimidade desse ato, apesar que o Kosovo já seja reconhecido pela ONU e mais de 100 países, como uma nação independente. Por fim, o último país que foi fundado no mundo, sendo a nação mais nova, é o Sudão do Sul, surgido em 2011, resultado de vários anos de guerras civis, tendo completado dez anos de existência.
NOTA: A África do Sul, que anteriormente se chamava União Sul-Africana, fundada em 1911, como um conjunto de colônias britânicas, apesar de ter recebido sua "independência", na prática ela nunca foi efetiva. O Reino Unido continuou a controlar e manipular a política local pelas décadas seguintes; além de que em 1938 teve início o Apartheid, que se alongou até 1991. Para alguns historiadores africanistas, a independência do país somente teria começado na segunda metade do século XX.
NOTA 2: O Estado da Palestina foi proposto em 1988, mas até hoje não foi formalizado, apesar de haver vários países que apoiam sua independência.
NOTA 3: As regiões da Abecásia e Ossétia do Sul, ambas na Geórgia, reivindicam sua independência.
NOTA 4: A Catalunha e o País Basco, ambos na Espanha, também reivindicam suas independências a vários anos.
NOTA 5: O grupo terrorista irlandês, o IRA, até certo tempo ainda atuava na reivindicação de que o norte da Irlanda deixasse de fazer parte do Reino Unido.
NOTA 6: A ONU reconhece 193 países e dois estados observadores, que são o Vaticano e a Palestina. Todavia, a FIFA e o Comitê Olímpico reconhecem delegações de outros territórios, mesmo que não sejam países.
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