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Leandro Vilar

terça-feira, 7 de junho de 2022

A invenção do carro

O automóvel ou popularmente referido como carro, é um dos veículos de maior impacto na História, tendo se tornado a partir do século XX, algo produzido em larga e escala e comum, a ponto de que hoje imaginar um mundo sem carros pareceria estranho, embora que antes do XX, a produção de automóveis fosse quase inexistente. 

Entretanto, o surgimento desse veículo autopropulsionado ocorreu em três momentos: o primeiro referente aos carros movidos por motores de vapor, reflexo direto da Revolução Industrial iniciada na segunda metade do século XVIII, depois os carros elétricos, ainda protótipos, mas já sendo desenvolvidos no XIX, para finalmente, no final do século XIX termos o surgimento dos veículos movidos a combustíveis fósseis como a gasolina, o óleo diesel e o petróleo. Sendo assim, o presente texto focou em apresentar essas fases que marcaram as origens dos automóveis. 

O carro a vapor

Antes do século XVIII alguns automóveis foram criados, mas consistiram em brinquedos ou apenas curiosidades postas em prática por inventores. No entanto, com o advento da Era do Vapor, alguns inventores realmente construíram automóveis que funcionavam e posteriormente foram utilizados no transporte, geralmente de cargas. E assim teve início a origem dos automóveis, como grandes e pesadas máquinas movidas a vapor. 

Durante a década de 1760 na França e Inglaterra, alguns inventores que desenvolviam motores a vapor para locomotivas, também tentaram criar versões menores desses motores. Alguns experimentos já tinham sido feitos nos anos anteriores, em que se acoplaram motores a vapor em carroças e carruagens, porém, foram experimentos que falharam por vários motivos, sobretudo pela instabilidade desses motores. Entretanto, isso não impediu que inventores continuassem a desenvolver protótipos para solucionar tais problemas, um desses homens foi o inventor francês Nicole-Joseph Cugnot (1725-1804).

Cugnot já vinha estudando sobre mecânica e motores a vapor desde 1755, pelo menos, fazendo experimentos diversos. Ele era obcecado com a ideia de criar veículos autopropulsionados, os quais dispensariam o uso de cavalos. Por anos ele se dedicou as suas pesquisas e inventos até que em 1769 ele apresentou o esboço do fardie à vapeur ("carroça a vapor"), que consistia numa carroça de artilharia, usada para transporte de canhões, adaptada com um volante, acelerador e um grande e pesado motor. (BARBER, 1917, p. 50).

O carro chegou a ser construído e testado entre 1770 e 1771, mas o protótipo apresentou vários problemas de funcionamento, desempenho e instabilidade. O veículo pesava 2.800 kg e sua velocidade era de 4 km/h. (LUCENDO, 2019). Apesar do fracasso do projeto, o experimento atraiu a atenção de alguns inventores e mecânicos como William Murdock, o qual convidou Cugnot para se mudar para a Inglaterra e dar continuidade a sua pesquisa. 

Réplica do carro a vapor de Joseph Cugnot, baseada no modelo de 1771. 

Na Inglaterra, Cugnot e Murdock passaram os anos seguintes trabalhando em motores e novos veículos. Outros inventores também se dedicaram ao projeto. Em 1780, Murdock registrou a patente de um carro chamado Pickard. No entanto, o veículo ainda apresentava problemas. Porém, no final do século XVIII, principalmente na Inglaterra, já existiam alguns protótipos de carros a vapor, embora nenhum funcionasse de forma eficiente, a realidade somente mudou nos idos do XIX. (BARBER, 1917). 

Em 1801 o inventor e engenheiro Richard Trevithick (1771-1833) que trabalhava com locomotivas, decidiu adaptar uma pequena locomotiva, criando a Puffing Devil, com seus 1.520 kg e velocidade de 14,5 km/h. (LUCENDO, 2019). O veículo foi testado na Cornualha, vindo a quebrar depois de três dias de testes, além de ter ficado bastante danificado, pois esqueceram de desligar o motor. Entretanto, o interessante do teste dele, era que sua locomotiva não rodava em trilhos, mas na rua. Algo promissor sobretudo por mostrar que um motor a vapor poderia operar tanto um trem, como um veículo menor, como um carro. (BARBER, 1917). 

Uma réplica da Puffing Devil. 

Richard Trevithick ainda desenvolveu outros dois protótipos em pouco tempo, um foi o Coalbrookdale, em 1802, uma locomotiva parecida com o Puffing Devil, só que mais potente e com estranhes engrenagens gigantes. No entanto, seu invento mais próximo de um carro foi a chamada London Steam Carriage, lançada em 1803 e que se tornou um fenômeno na época. O veículo era bastante grande e chamativo, media 4,90 metros de comprimento, 2,18 metros de altura, 3,45 metros de largura, pesava 1.900 kg, possuía 3 HP de potência, fazia uma velocidade que variava de 6 a 15 km/h. (LUCENDO, 2019). 

Esboço do London Steam Carriage de 1803. 

Trevithick ficou famoso, mas a fama foi curta. O carro era lento, enguiçava e teve até alguns acidentes. Além de que ele consumia muita água: 180 litros por cada 15 km percorrido. Isso levou as pessoas a perderem o interesse. Posteriormente Trevothick teve problemas com sua empresa e mais tarde abandonou o ramo automobilístico e se focou na construção naval.  (BARBER, 1917). 

O começo do século XIX conheceu uma profusão de inventores de motores a vapor, espalhados pela Inglaterra, Alemanha, França e Estados Unidos. Tais homens construíam motores para trens, máquinas, fábricas etc. Distintos protótipos surgiram nessas primeiras décadas. O inventor checo Josef Bozek (1782-1835) desenvolveu um carro de vapor feito de madeira, o que o tornava mais leve, além de trazer um motor menor, mas potente como os dos veículos maiores, permitindo uma velocidade máxima de 15 km/h. Sua invenção acabou não encontrando patrocinadores, mas o formato do seu carro era bastante promissor. (BARBER, 1917). 

Réplica de um carro a vapor de Bozek, datado de 1815. 

O investimento em veículos a vapor cresceu bastante após 1850, fato esse que quando chegamos a década de 1870 já existiam carros, ônibus, triciclos, tratores e caminhões, todos movidos a vapor. Algumas cidades americanas, inglesas, francesas, alemães, suíças e italianas fizeram testes com ônibus, por outro lado, ricos empresários compraram tratores e caminhões. Todavia, os carros ainda eram raros, em geral produzidos por demanda ou experimentais. 

Somente a partir da década de 1880 é que surgiram fábricas especializadas na produção de carros a vapor como De-Dion Bouton (1883), Whitney (1885), Olds (1886), entre outras. De 1880 a 1915 a produção de carros a vapor seguiu em alta até os anos 1920, quando começou a entrar em declínio frente a concorrência com os carros movidos à gasolina e diesel, os quais eram mais eficientes e potentes, além de terem manutenção mais barata e simples. (BARBER, 1917). 

Um carro a vapor da De Dion em Paris, em 1894. Modelos desse eram usados em corridas. 

O carro elétrico

Ainda na época que carros a vapor estavam em desenvolvimento, alguns inventores consideraram criar carros elétricos, mesmo a eletricidade sendo algo raro no começo do século XIX. A ideia por carros elétricos nem era o quesito de poluição, como hoje em dia, mas pela condição de que os motores a vapor do começo daquele século eram grandes, pesados, barulhentos e pouco eficientes. Além de haver o risco de superaquecimento e até explosão. Assim, alguns inventores acreditavam que o uso de motores elétricos, abastecidos por baterias seria uma alternativa viável. 

Na década de 1830 o inventor escocês Robert Anderson criou o que é considerado o primeiro automóvel elétrico. Antes dele alguns experimentos com carros de brinquedo já tinham sido feitos, mas Anderson pegou uma carruagem e acoplou um motor elétrico, além de instalar o mecanismo de rotação das rodas e um volante. O engenho promissor teve um grande problema. As baterias daquele tempo eram pouco eficazes para movimentar algo grande e pesado, além de que elas não eram recarregáveis. 

A questão é que os primeiros carros elétricos sofreram com dois grandes problemas: baterias pouco eficazes e o reabastecimento, pois as primeiras baterias não eram recarregáveis, logo, para um carro elétrico poder percorrer centenas de metros ou quilômetros, o condutor teria que levar consigo um estoque de baterias para trocar. Porém, outro problema era a autonomia de carga. As baterias se consumiam rapidamente, inviabilizando o uso regular desses veículos, condição essa que mais tarde quando foram criados os bondes elétricos, esses era conectados a cabos elétricos, os quais forneciam combustível constantemente para seu funcionamento. Mas não era viável fazer isso com carros, por conta disso, projetos de carros elétricos não deram certo por décadas. 

A realidade dos veículos elétricos somente começou a mudar na década de 1880, quando baterias mais eficazes, mais potência e durabilidade passaram a serem desenvolvidas e produzidas em massa. No caso, destaca-se o inventor e engenheiro elétrico Gustave Trouvé (1839-1902), o qual em 1881 exibiu nas ruas de Paris um triciclo elétrico, o percursor do carro elétrico funcional. (ANDERSON & ANDERSON, 2010). 

Ilustração do triciclo elétrico de Gustav Trouvé, em 1881. 

O projeto de Trouvé atraiu a atenção de inventores de automóveis na França e Inglaterra, posteriormente nos Estados Unidos e Alemanha. Condição essa que várias patentes de triciclos e carros elétricos foram lançadas nos anos seguintes, mas em 1888, o empresário e inventor inglês Andreas Flocken (1845-1913), lançou o carro chamado de Flocken Elektrowagen, o primeiro carro elétrico comercializado, com potência de 1 hp (1 cavalo de força), pesando 400 kg, e com velocidade máxima de 15 km/h. (ANDERSON & ANDERSON, 2010). 

Uma réplica do Flocken Elektrowagen de 1888.

Com o bom desempenho da invenção de Flocken, outros empresários começaram a investir em carros elétricos e na década de 1890, fábricas surgiram na França, Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos. Empresários como Thomas Parker, Wiliam Morrison, Walter Bersey, fundaram fábricas para produzir veículos elétricos. E isso se difundiu rapidamente a ponto que em 1897, em Nova York já havia táxis elétricos, eles chegaram em Londres em 1899, e em Berlim, no ano de 1904, existiam centenas de carros elétricos. (ANDERSON & ANDERSON, 2010). 

Os carros elétricos do começo do século XX tinham seus prós e contras. As vantagens eram não poluir, não emitir fumaça, não serem barulhentos, não produzirem odores da queima do combustível, serem de fácil ignição, sem necessidade de receber um empurrãozinho como as vezes ocorriam com outros veículos. Por outro lado, os carros elétricos eram caros, não tinham autonomia longa, não se podia pegar a estrada, e algumas cidades não possuíam postos para recarregá-los. Apesar disso, carros elétricos foram populares nos Estados Unidos e na Europa ocidental entre 1890 e 1920. (ANDERSON & ANDERSON, 2010). 

No entanto, para cidades desenvolvidas em que as pessoas precisavam se deslocar algumas milhas, e onde havia facilidade de acesso a rede elétrica, era viável tais veículos, pois suas baterias recarregáveis permitiam conectar os carros a tomadas. E isso ajudou na popularizam dos veículos elétricos por mais de trinta anos. 

Thomas Edison posando ao lado de um carro elétrico em 1915. 

O carro a combustão

Os veículos a combustão são os mais comuns hoje em dia, sobretudo os movidos a gasolina, etanol e óleo diesel. Eles correspondem a mais de 90% dos veículos automotivos no mundo. Entretanto, no século XIX, carros movidos a tais combustíveis ainda disputavam espaço com os automóveis a vapor e elétricos. Além de que os motores a combustão ainda eram experimentais e movidos principalmente à gás como o motor de Otto e Langen, desenvolvido em 1864

O petróleo passou a ser comercializado em 1859, porém, sua utilidade para abastecer motores a combustão ainda demorou. Como citado, os motores que faziam uso da combustão eram principalmente movidos a gás ou a óleos vegetais. Somente na década de 1880 inventores alemães passaram a desenvolver motores a combustão que faziam uso de petróleo, querosene e outros tipos de óleos. E foi a partir desses inventos que começaram a serem fabricados novos tipos de carros. 

Na Alemanha, em 1886, Gottlieb Daimler (1834-1900) e Wilhelm Mayback (1846-1929) lançaram o Daimler, um carro de quatro lugares, com 462 cc de potência, movido à gás. O veículo fazia uma velocidade máxima de 16 km/h. Embora carros à gás não fossem novidade, os novos modelos eram mais eficientes do que os anteriores e isso ajudou a impulsionar o mercado de automóveis a combustão. Nesse período, Daimler e Mayback também estavam fazendo testes com outros combustíveis como o querosene e a recente gasolina, produto inventado há poucos anos. (LUCENDO, 2019). 

Réplica de um Daimler 1886, carro movido à gás. 

No mesmo período que Daimler e Mayback trabalhavam em outros modelos, também na Alemanha, o inventor e empresário Karl Benz (1844-1929) convidou Daimler para trabalhar num veículo movido a gasolina e óleos, o projeto ainda ficou pronto em 1886, chamado Benz Patent-Motorwagen, fazendo uso de um motor de 954 cc, possuindo três rodas, estrutura de aço e madeira, rodas raiadas, molas, pesando menos de 300 kg, e tendo uma velocidade inicial de 6 a 10 km/h. As versões posteriores foram melhoradas, aumentando-se a potência do motor. (LUCENDO, 2019). 

Um Benz Patent-Motorwagen fotografado no final da década de 1880. 

Os carros movido a óleo e gasolina eram promissores, mas tinham problemas como o desempenho, pois seus motores de dois tempos e quatro tempos ainda em fracos, e à guisa de comparação, já existiam carros a vapor e elétricos bem mais rápidos, sendo usados até em corridas. Por outro lado, naquela época não havia postos de combustível, logo, era difícil encontrar gasolina para abastecer tais veículos, por conta disso, os primeiros veículos faziam uso de querosene e outros tipos de óleos e produtos. Todavia, Karl Benz acreditava no potencial dos carros a combustão e decidiu investir nisso. 

Em 1888 sua esposa Bertha Benz (1849-1944), realizou a primeira viagem de longa distância usando um carro a combustão. Bertha pegou seus filhos Richard e Eugen, na época adolescentes, então ela saiu escondida do marido usando um Benz Mark III. O objetivo era ir visitar sua mãe em outra cidade. Embora não soubesse dirigir direito, naquele tempo não era difícil dirigir os automóveis, então Bertha e seus filhos partiram de Mannheim e seguiram para Pforzheim, percorrendo 106 km. No caminho para poder abastecer o carro, Bertha parou numa farmácia para comprar benzeno. (LUCENDO, 2019). 

Bertha Benz e seus filhos. 

A viagem de Bertha Benz e seus filhos ficou famosa na Alemanha e até foi noticiada em outros países. A primeira viagem de longa distância num carro a combustão foi realizada por uma mulher. E isso impulsionou os negócios da família. Naquele ano alguns compradores encomendaram carros para a Benz & Cie, fazendo a família entrar definitivamente no mercado automobilístico. Posteriormente no século XX, Benz firmou acordo com Damlier e Mayback, unindo as duas companhias, que mais tarde veio a originar a Mercedes-Benz

O sucesso dos veículos de Benz e Damlier atraiu outros investidores e interessados, surgindo empresas na Alemanha, Inglaterra, França e Estados Unidos como os Lanchester, Franklin, Sunbeam-Mabley, Panhard e Levassor, Duryea, a própria Peugeot que antes fabricava utensílios de cozinha e bicicletas, ingressou no mercado de carros. 

Um Peugeot fotografado durante a corrida de Paris-Rouen, em 1894. 

Vários modelos de carros a combustão continuaram a serem desenvolvidos na década de 1890 e idos de 1900, porém, veio dos Estados Unidos duas inovações importantes para popularizar tais veículos frente aos automóveis a vapor e elétricos: a invenção do posto de gasolina e o Fordismo. 

Nos Estados Unidos o empresário Henry Ford (1863-1947), aos 40 anos, decidiu investir no mercado de automóveis, fundando sua própria companhia e fábrica. Ford reuniu 12 sócios, mas investiu a maior quantia do capital, fundando a Ford Motor Company em 1903. Na época, Ford queria popularizar os veículos a combustão por serem mais eficientes do que a vapor e elétricos, o problema é que não existiam postos de gasolina, o que tornava a gasolina um combustível inviável, já que as pessoas optavam em abastecer seus veículos com gás, querosene e outros líquidos compradores em farmácias e mercearias. O problema é que tais combustíveis não eram eficientes como a gasolina. (BERGER, 2001). 

Assim, Ford decidiu criar o primeiro posto de gasolina, chamado de Automobile Gasoline Company, fundado em 1907, em Saint Louis. A ideia interessou petrolíferas e fabricantes de combustível, as quais paulatinamente começaram a abrir postos de gasolina ainda em 1907, mas em poucos anos, dezenas deles já existiam no país. Além disso, alguns postos também passaram a vender um outro importante combustível, o óleo diesel criado poucos anos antes por Rudolf Diesel (1858-1913). (BERGER, 2001). 

Um posto de estrada da Union Gasoline, nos Estados Unidos, em 1909. 

O segundo grande invento de Henry Ford foi a linha de montagem em produção em massa, chamada posteriormente como Fordismo. Embora esse modelo de produção e administração hoje seja obsoleto, na época ele teve um papel importante para indústria americana de automóveis, barateando a produção dos carros a ponto de que ao ser lançado em 1908, o Ford Model T foi o carro mais vendido do mundo pelos anos seguintes. Por sua vez, outras empresas adotaram o fordismo para poderem entrar no competitivo mercado automobilístico. (BERGER, 2001). 

Um Ford T fotografado em 1915. 

Graças a Henry Ford, os postos de combustível se tornaram uma normalidade nos Estados Unidos e depois foram levados para outros países. Por sua vez, a produção em massa do Ford T popularizou os automóveis, mas também contribuiu para a preferência por veículos movidos à gasolina, o que levou os fabricantes de carro a vapor e elétricos a entrar em declínio. Os carros a vapor acabaram sendo abandonados, mas os elétricos ainda continuam a serem fabricados. Além disso, salienta-se que a preferência por veículos à gasolina também se deveu a interesses de Ford e seus sócios em ampliar o mercado de postos de gasolina. (BERGER, 2001). 

Bônus: Lista de algumas empresas famosas de carros nos primórdios da indústria automobilística (1860-1920). Salienta-se que algumas empresas já existiam décadas antes de começarem a produzir carros, as datas são referentes aos anos que foram fundadas ou começaram a produzir automóveis. 
  • Opel (1863)
  • Rover (1878)
  • Benz & Cie (1882)
  • Triumph (1885)
  • Foden (1887)
  • Panhard (1887)
  • Daimler Motoren Gesellschaft (1890)
  • Peugeot (1891)
  • Renault (1896)
  • Fiat (1899)
  • Dodge (1900)
  • AC (1901)
  • Cadillac (1902)
  • International (1902)
  • Vauxall (1903)
  • Talbot (1903)
  • Ford (1903)
  • Buick (1903)
  • Austin (1905)
  • Lagonda (1906)
  • Rolls-Royce (1906)
  • Lancia (1906)
  • General Motors (1908)  
  • Audi (1909)
  • Bugatti (1909)
  • Alfa Romeo (1910)
  • Morgan (1910)
  • Chevrolet (1911)
  • Kwaishinsha Motor Car Works (1911)
  • Austin Martin (1913)
  • Maserati (1914)
  • BMW (1916)
  • Lincoln (1917)
  • Bentley (1919)
  • Citroën (1919)
  • Essex Motor (1919)
  • Morris (1919)
  • Mazda (1920)

NOTA: O livro Cars of Legend (2019) traz uma excelente cronologia dos principais veículos inventados nos séculos XVIII e XIX. 

NOTA 2: O primeiro carro a passar os 100 km/h foi o La Jamais Contente, em 1899, um carro elétrico. 

NOTA 3: No começo do século XX, os carros mais rápidos eram os elétricos, pois a gasolina ainda não era de boa qualidade e o diesel só passou a ser usado regularmente após 1910. 

NOTA 4: A primeira corrida de carros ocorreu em 1894, contando com um percurso de 126 km, entre Paris e Rouen. O interessante que se tratou de uma corrida de longa duração, não uma disputa num circuito. Tal tipo de corrida foi comum até a década de 1930, quando passou-se a se competir em pistas. 

NOTA 5: Inglaterra, França e Estados Unidos foram os primeiros países a instituírem algumas leis de trânsito, mas somente no século XX é que as leis de trânsito se tornaram algo vigente no mundo, além de se criar a carteira de habilitação. 

Referências bibliográficas: 

ANDERSON, Curtis D; ANDERSON, Judy. Electric and Hybrids Car: A History. 2a ed. London, MacFarland & Company, Inc, 2010. 

BARBER, H. L. Story of Automobile. Its history and develomptment from 1760 to 1917. Chicago, A. J. Munson Co, 1917. 

BERGER, Michael L. The automobile in American history and culture. London, Greenwood Publishing, 2001. 

CAR: The Definitive Visual History of Automobile. London, DK Publishing, 2011. 

LUCENDO, Jorge. Cars of Legend: first cars in historian. S.l, edição do autor, 2019. 

Link relacionado:

Rudolf Diesel e o motor a diesel

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