Alexandre III da Macedônia, conhecido na história pelas alcunhas de o, Grande ou Magno. Filho de Filipe II da Macedônia e de Olímpia de Épiro. Jovem rei, imperador, faraó, Alexandre sonhou em conquistar o mundo, em desbravar às terras desconhecidas pelos gregos no Oriente, em se levar a cultura, a arte e a filosofia dos gregos aos povos tidos como bárbaros. Alexandre fora um homem orgulhoso, egocêntrico, prepotente, narcisista, eximio comandante militar, carismático, rude, conquistador, desbravador, libertador, construtor, destruidor e cruel. No entanto mesmo tendo uma vida breve e de grandes feitos, o legado de Alexandre ainda perduraria por séculos, e talvez o próprio nem imaginasse que seus feitos, mudariam a face do mundo em sua época.
Alexandre nasceu em 20 de julho de 356 a.C na cidade de Pella, antiga capital da Macedônia. Alguns relatos diziam que ele era filho de Zeus e outros que fosse filho de Dionísio, já que sua mãe era uma grande devota do deus. Entretanto a vida de Alexandre, em relação com seus pais fora um tanto complicada, seu pai, Filipe II possuía outras duas esposas, e posteriormente se casaria uma quarta vez. A sua mãe, era descrita como sendo uma mulher muito ciumenta e sagaz, de fato, alguns historiadores levantam a hipótese que fora Olímpia quem ordenara a morte de Filipe para que Alexandre assumisse o trono. Mesmo sendo herdeiro real, o fato de sua mãe não ser uma macedônia, mas sim ser grega, já punha um problema de legitimidade na sucessão real, algo defendido pela família de Filipe. Porém deixando de lado estas intrigas familiares de sucessão por enquanto, vou seguir mais a frente.
Filipe II da Macedônia (386-336 a.C), fora considerado por uns como um líder nato. Filipe, soube reunir as tribos de pastores da Macedônia, criando cidades, e promovendo a militarização do reino. Empregando grandes recursos na fabricação de armas e tecnologias militares, além de promover o treinamento do exércitos, formando exércitos profissionais, os quais foram de suma importância para expansão do reino da Macedônia. Curiosamente, por mais que os macedônios e gregos lutassem entre si, os macedônios eram grandes admiradores da cultura, das artes, da religião e da filosofia grega. Alguns dos grandes homens da época, como generais, arquitetos, matemáticos, poetas e filósofos como Aristóteles, viajaram para a Macedônia e se tornaram tutores dos filhos dos nobres.
Alexandre e seu tutor, o filósofo Aristóteles |
Aristóteles fora tutor de Alexandre de 346 até 336 a.C. Dizem que muito do bom caráter, de Alexandre, de sua tolerância, de sua apreciação pelo conhecimento, de desbravar o mundo, fora herdado dos ensinamentos de seu mestre. Entretanto não fora somente, a filosofia que agradara o jovem príncipe. Desde seus dezesseis anos, Alexandre teve que em algumas ocasiões acompanhar seu pai em sua viagens de diplomacia pelas cidades gregas, ou até mesmo ir para a guerra, daí ele despertou seu interesse e gosto pela guerra, e até mesmo endureceu seu caráter, se tornado mais rude e até mesmo cruel em alguns casos.
"A filosofia aristótelica era um instrumento intelectual tão poderoso e marcante que sobreviveu à dissolução da sociedade helênica e se impôs ao mundo islâmico e à cristandade ocidental. O Ocidente não se emancipou da influência aristotélica senão no século XVII da Era Cristã, cerca de dois manos após a época de Aristóteles". (TOYNBEE, 1960, p. 116).
Por longos anos os macedônios combateram as cidades gregas e outros povos dos arredores, para não perder suas terras. Então apôs as reformas governamentais realizadas por Filipe II, era chegada à hora do contra-ataque. Como já fora dito anteriormente, Filipe soube se valer da diplomacia para se conquistar aliados, por outro lado, guerras tiveram que ser realizadas para a conquista das cidades-estados gregas. No entanto, os macedônios contavam com um fato em si.
"Segundo se conta, o historiador contemporâneo Teopompo, nascido em Quios, qualificou de o maior homem surgido até então na Europa, e talvez, ele fosse, como estadista". (TOYNBEE, 1960, p. 105).
"Demóstenes também assinalou o uso magistral que Filipe fez do outro do Pangeu, com o qual comprou alguns dos mais destacados politicos das principais cidades-Estados helênicas, tendo cunhado tantas moedas com ele que, três ou quatro séculos mais tarde, réplicas desas moedas, com caricaturas de sua imagem e inscrições, eram feitas na distante e barbára Bretanha". (TOYNBEE, 1960, p. 105).
Desde o fim das Guerras Médicas no século V a.C, os gregos ficaram fragilizados com os gastos e as perdas contra os persas. Após o fim da guerra, Esparta e Atenas, voltaram a lutar entre si, para recuperar a hegemonia sobre a Grécia, e logo este enfadonho conflito levou a uma série de problemas entre a cidades aliadas de Esparta e Atenas, e tais problemas perduraram ao longo do século IV a.C. Em meio a esse cenário caótico e tumultuoso, Filipe decidiu empregar suas campanhas de conquistas, e por longos anos este, combateu os gregos. Atenas, Esparta e Tebas, foram as principais cidades a se oporem a politica pacifista de Filipe. Para eles, ele estava tentando usurpar o controle de suas terras, com isso a Macedônia declarou guerra á Atenas, e de 341 a 338 a.C, Filipe II, combateu Atenas e seus aliados, terminando a guerra com a vitória macedônica na Batalha de Queronéia. Inclusive o próprio Alexandre com 18 anos na época participou das lutas.
Com a queda de Atenas e de seus aliados, a Grécia passava a pertencer aos macedônios. O próximo passo seria o Oriente, o poderoso Império Persa, de Dario III. Entretanto, Filipe, não viveria muito para ver o progresso de suas campanhas contra os persas. Em 336 a.C de volta a capital da Macedônia, em meio a uma festividade em homenagem ao rei Filipe II, um dos guardas, chamado Pausânias, o apunhalou e o matou. Pausânias conseguiu fugir na hora, mas fora morto logo em seguida. Até hoje não se sabe ao certo os motivos que o levaram a assassinar o rei. Alguns apontam, vingança, outros apontam que Pausânias fora pago por uns dos vários inimigos de Filipe para assassiná-lo, e alguns levantam a hipótese de que a própria Olímpia, mãe de Alexandre tenha ordenado a morte do marido. Outros também sugerem a ideia de que o próprio Alexandre estivesse ligado com o caso.
De qualquer forma com a morte do rei, Alexandre era até então o filho mais velho, entretanto, seu pai havia casado no ano anterior com sua quarta esposa a qual tivera um filho seu. E muitos julgavam o bebê como herdeiro legitimo, já que este era filho de pai e mãe macedônios, já que Olímpia era grega. Entretanto, isso não impediu que Alexandre tomasse o trono, já que por direito este era o único sucessor capacitado do velho rei a assumir o trono. Posteriormente, após os funerais a Filipe, Alexandre teria feito um banquete convidando todos os familiares da Corte, incluindo as esposas e filhos de seu pai. Nesse banquete, ele teria ordenado a morte de todos que estavam ali, garantindo assim, sua segurança no trono.
Agora assumindo definitivamente como novo rei, ele decidiu dá cabo o sonho de seu pai de conquistar a Ásia, e prosseguir com as campanhas contra os persas, entretanto, antes de poder fazer isso, uma revolta entre as cidades gregas insurgiu. Com a noticia da morte do rei Filipe II, várias cidades gregas que se negavam prestar obediência aos macedônios se rebelaram. Alexandre pôs fim a tais revoltas. De acordo com alguns historiadores, Tebas, fora incendiada, e praticamete fora quase totalmente destruída. Dizem que a única casa da cidade que não fora pilhada, invadida, queimada ou destruída, fora a casa na qual Aristóteles morou por um tempo, fora isso, o resto fora arrasado. Além da cidade ter sido saqueada e destruída, a população fora vendida como escravos e outra parte fora massacrada.
Pondo fim a rebelião dos gregos, Alexandre, reuniu seu exército e começou a marchar em direção a Ásia Menor (atual Turquia). Ele fora abrindo caminho pela Trácia, Tessália, a região oriental dos Balcãs, conquistando tudo por onde passava, até finalmente chegar ao Estreito de Helesponto (atualmente chamado de Dardanelos). Ali naquela faixa de mar que separava a Europa da Ásia, o exército de Alexandre cruzou suas águas em direção ao solo asiático. Dizem que no caminho o rei teria sacrificado um touro a Poseidon pedindo uma boa travessia e sorte no que estava por vir, e antes de chegar em terra firme, ele teria jogado uma lança na praia e teria dito que a Ásia seria sua.
Em maio de 334 a.C recém chegado as terras da Ásia Menor, Alexandre tem sua primeira grande vitória contra os persas, na Batalha de Granico. Após derrotar os sátrapas persas (nome dado aos governadores das províncias do império persa), a Ásia Menor caiu nas mãos de Alexandre. Com sua vitória este deu continuidade a sua investida, tendo como principal objetivo, conquistar todos os territórios persas que davam acesso ao Mediterrâneo. No ano seguinte ainda avançando pela Ásia Menor, Alexandre volta a confrontar os persas, e dessa vez o rei Dario III comparece ao campo de batalha. Na Batalha de Isso, as tropas de Alexandre, formadas principalmente pela falange macedônica (ver figura) e com o apoio da cavalaria rechaçou o exército persa. Dario e parte de suas tropas, abandonaram o campo de batalha."Recusando-se a qualquer negociação, prosseguiu em seu plano de envolvimento do Mediterrâneo oriental. Submeteu o litoral sirio (tomada de Tiro e de Gaza em 332 a.C) e penetrou no Egito, que, submetido ao jugo dos persas, recebeu-o como libertador". (LAROUSSE, 1998, p. 182).
Antes de chegar ao Egito em 332 a.C, Alexandre demorou-se cerca de oito meses, para tomar a cidade de Tiro, localizada em uma ilha a oitocentos metros da costa. A cidade era bem fortificada, e tomá-la a partir de navios seria um grande desafio, mas o gênio teimoso e impetuoso de Alexandre não desistiu. O próprio, ordenou que uma ponte fosse construída até a ilha, e cerca de oito meses depois, a ilha fora tomada, e quase toda a população residente fora massacrada. Alguns historiadores apontam que Alexandre ordenou o massacre de oito mil pessoas, entre homens, mulheres, crianças e idosos.
Ao chegar no Egito, ele expulsou o sátrapa persa regente, e fora visto como libertador. Alexandre não somente fora visto como libertador, mas recebeu também o titulo de faraó. Em sua breve estadia no Egito, Alexandre ouviu falar do Oráculo de Amón, o qual ficava no deserto da Libia. Intrigado com o oráculo, decidiu consultá-lo. Após uma arriscada viagem de quase mil quilometros pelas areias do deserto líbio, Alexandre e sua expedição chegaram ao oásis onde ficava o famoso oráculo. Chegando lá, ele fizera três perguntas: "Os assassinos de meu pai foram punidos?", o oráculo respondeu que sim; "Sou filho legitimo de Filipe ou de Zeus?", o oráculo, respondeu que ele era um deus; "Irei conquistar a Ásia?"; o oráculo respondeu que ele conquistaria o mundo. Com essa nova motivação ele retornou ao Egito, e antes de partir deste, em 331 a.C, funda a cidade de Alexandria, a única das "Alexandrias" a permanecer até hoje, e ter maior destaque na história.
"Demóstenes escarneceu abertamente quando Alexandre, em 324, ordenou que os gregos o reconhecessem como filho de Zeus". (FINLEY, 1988, p. 150).
Enquanto este seguia para a Babilônia onde Dario III se encontrava, no caminho ele se hospedou na cidade de Persepólis uma das capitais do Império Persa. Foi neste lugar, que um dos mais polêmicos incidentes envolvendo Alexandre ocorreu. Não se sabe ao certo como tudo começou, mas muitos defendem que em meio a uma festa, Alexandre já muito embriagado, havia discutido com alguém, e acabou pondo fogo no palácio, e outra versão sugerem que ele fora desafiado por um dos seus generais a incendiar o palácio. O incêndio destruiu parte do palácio, e atingiu algumas construções nos arredores. Essa não fora nem a primeira e última vez que Alexandre cometia excessos enquanto estava bebâdo. Em outras ocasiões, ele chegou a matar um dos seus generais que também era um dos seus mais antigos amigos, apôs uma discussão.
"Esse idealista precoce, porém, era capaz de matar amigos e companheiros, em ataque de fúria alcoólica, tal como o herói homérico que o lado adolescente de sua natureza aspirava ser". (TOYNBEE, 1960, p. 110).
Enquanto este avançava em direção a Mesopotâmia, Dario com medo decidiu fazer uma nova proposta para ele. Ele enviou uma carta, negociando metade das terras do império, e a mão de uma de suas filhas em casamento. Entretanto Alexandre se negou a aceitar tal proposta, e teria respondido da seguinte forma:
"O céu não tem dois sóis, e a Ásia não terá dois reis."
Com isso ele atravessou o rio Tigre, ao norte da Mesopotâmia. Dario III (ver foto) marchou com seus exércitos para lá, onde ocorreria a Batalha de Gaugamela. Dispondo de cerca de 250 mil guerreiros, contra apenas 40 ou 50 mil guerreiros de Alexandre, a decisiva batalha fora travada. Alexandre com sua eximia habilidade na estratégia militar, excedeu as expectativas de Dario e o surpreendeu com um ataque que o deixou bem próximo da morte, com isso Dario abandonou novamente o campo de batalha. E com a vitória macedônica estava deflagrada o fim da Dinastia Aquemênida e a conquista do império.
No ano seguinte em 330 a.C, Dario III fora traído e assassinado por seus próprios generais. Com isso Alexandre era o único governante de todo o império persa aos 26 anos. Com sua vitória em Gaugamela, ela marchou em direção a Babilônia onde lhe fora dado boas-vindas dignas de um rei. Alexandre pretendia transformar a Babilônia na principal capital de seu império, e difundir suas maravilhas pelo mundo.
Nos anos seguintes ele continuou com suas campanhas de conquista para o Oriente, expandido as antigas fronteiras do império persa. Em 327 a.C enquanto conquistava a região de Bactéria (compreende a região norte do atual Afeganistão e parte do Paquistão), conheceu a jovem Roxana, filha de um chefe local, com que se casou. Para alguns de seus generais fora algo terrivel, já que estes ainda matinham o pré-conceito de que se ela não fosse grega ou macedônica era uma bárbara. Era indigno para Alexandre se casar com uma bárbara. Mesmo assim o casamento ocorreu, principalmente por motivos politicos, garantido alianças entre aqueles povos. Mas por outro lado há quem diga que ele realmente se apaixonou por ela. Roxana das quatro esposas que Alexandre teve, fora a única quem lhe deu um filho, Alexandre IV da Macedônia.
Os anos se passavam e as campanhas não terminavam, muitos dos homens de Alexandre já estavam aborrecidos com isso, diziam que o que se havia conquistado era o bastante. As tropas já estavam cansadas de lutar, porém o gênio incessante de Alexandre não perdia folêgo, este tinha como meta conquistar a Índia, e chegar até o Oceano Oriental (Oceano Pacifico). O único general que lhe dava mais apoio, era Heféstion, seu amigo de infância e amante.
De 327 até 324 a.C Alexandre empreendeu batalhas pela Índia, afim de conquista-la. Porém cada vez mais que suas tropas avançavam por aquelas florestas, maior ficava a desmotivação de seus homens, os quais ouviam histórias de monstros, exércitos de elefantes, etc. As quais punham medo neles.
Porém a situação pioraria. Em meio as batalhas na Índia, Heféstion acabou adoecendo e veio a falecer em 324 a.C, o próprio Alexandre também se feriu gravemente, e decidiu voltar para a Babilônia, para se recuperar. Seu sonho ainda não estava perdido, mas sua vida estava gravemente abalada. Alexandre decidiu fazer esta pausa, a fim de se recuperar e enviar os veteranos de volta para casa, e enquanto isso, reorganizaria seu exército e retornaria para continuar com as campanhas na Índia, mas isso nunca veio a acontecer.
Finalmente em 10 de junho de 323 a.C na Babilônia, aos 32 anos de idade, Alexandre, o Grande faleceu. Até hoje não se sabe ao certo as causas de sua morte. Alguns especulam que ele fora envenenado, ou morrera de malária, tifo, infecção bacteriana devido aos seus ferimentos, ou talvez teve algum problema no fígado devido as grandes quantidades de álcool que consumia, etc. Mas de qualquer forma o grande problema era: quem seria o seu sucessor?. O seu filho ainda estava por nascer, e Alexandre não possuía mais irmãos e nem sobrinhos e não havia noemado ninguém como seu sucessor. Alguns historiadores da Antiguidade, dizem que as últimas palavras de Alexandre foram: "Ao mais forte."
"Alexandre morreu em 323, senhor da Macedônia, da Grécia, da Ásia ocidental e do Egipto, um deus na terra (tendo sido elevado a filho de Zeus pelos sarcedotes de Zeus-Amón, num famoso santuário no deserto da Libia)". (FINLEY, 1988, p. 145).
Porém tal questão só se tornou pior, e logo seus generais se digladiariam para decidir quem assumiria o trono. O período que se inicia com a morte de Alexandre, é conhecido como Período helenístico ou Helenismo. Mas por outro lado também pode ser chamado de Período dos Diádocos (literalmente significa sucessores), em referência aos generais que sucederam Alexandre. Este período marca o inicio do Helenismo. Deste ponto em diante irei explicar um pouco de como se deu esse processo de "helenização" do oriente. Isso tudo graças ao resquiscios do grande império de Alexandre Magno.
O Império de Alexandre, o Grande em sua máxima extensão em 323 a.C |
Mas como já fora citado anteriormente, a questão da sucessão gerou uma série de problemas, no que culminou no Período dos Diádocos. Os principais generais de Alexandre fizeram um acordo entre si, e repartiram os dominios do império, em reinos. Porém isso não significa que tudo ficou em paz. No mapa abaixo esta representado os principais reinos que se formaram logo após a morte de Alexandre, tento como soberanos os seus generais. Clique no mapa para ampliá-lo.
"Ptolomeu, um dos generais mais próximos de Alexandre, conseguiu rapidamente obter o governo do Egipto. A Macedônia e o continente grego couberam aos sucessores de Antígono - a parte menos satisfatória da herança, por razões geográficas e porque a resistência grega contra o dominio da Macedônia nunca cessou totalmente, de modo especial o Peloponeso, onde chefiada pela Liga Acaia, e em Rodes e noutras ilhas do Egeu. A outra divisão principal foi no oriente, centrando-se na Siria e na Mesopotâmia, onde Seleuco, com a ajuda do Ptolomeu, conseguiu alcançar o trono". (FINLEY, 1988, 146).
"A história politica helenistica é fastidiosa, monótona e por vezes, repulsiva, de guerra continua, má fé e assassinios frequentes". (FINLEY, 1988, p. 146).
Dos generais de Alexandre, somente Ptolomeu e Seleuco é que tiveram um governo mais longo e próspero. Os outros acabaram morrendo cedo, ou foram vitimas de traições e intrigas politicas. No entanto a história helênica não fora somente marcada por mortes e traições, Alexandre quando ainda era vivo, promoveu a difusão da cultura grega pelo Oriente. A lingua, os ideais de arte, arquitetura, a filosofia, a literatura, a poesia, a religião foram todos aos poucos sendo difundidos entre os povos da Ásia. Também houve a difusão do teatro grego, nesse caso em algumas cidades podia se ver o tipico anfiteatro grego, exibindo suas comédias e tragédias.
Um fato bem clássico que posso citar é que o Novo Testamento, fora escrito em grego, mas não por gregos, mas sim por povos que sabiam falar grego e viviam no Oriente Médio e na Ásia Menor. Por outro lado, durante o Império Bizantino, o seu idioma oficial não era o latim, mas sim o grego. No campo da religião, houve uma troca mútua de influências; enquanto os povos conquistados passavam a adotar os deuses gregos, como exemplo a aculturação do deus egipcio Zeus-Amón, outros passavam a substituir o nome de seu deus pelo nome grego. A casos na Judéia, em que tribos, de judeus deixaram de chamar seu deus de Jeová para chamar-lo de Zeus. Por outro lado o oposto também aconteceu. Deuses como Adônis, Cibele e Isis, tiveram seus cultos introduzidos na Grécia, e difundidos pelos povos que sofriam a influência helênica.
"Por toda parte Alexandre e os seus sucessores fundaram novas cidades, consoante o modelo das gregas (ou restabeleceram as antigas). Algumas, como Alexandria, Antioquia e Selêucia do Tigre, tornaram-se grandes metropóles, ultrapassando até em tamanho e prosperidade, a clássica Atenas. (Essas três chegaram a ter e talvez tenham excedido meio milhão de habitantes, apenas igualadas por Roma e Cartago)". (FINLEY, 1988, p. 147).
"Os reinos helenísticos assim estabelecidos diferiram muito dos problema que enfretavan e nas soluções que encontravam. A única generalização digna de ser feita é que todos eles se apoiavam principalmente no elemento grego e macedônio de suas populações, o que equivale a dizer que se mantinham dentro da tradição cultural grega". (LLYOD-JONES (org), 1977, p. 231).
"Foram transplantados os elementos caracteristicos da polis grega: a Ágora e os templos, os ginásios e
No caso do Egito,
Na filosofia as correntes do Estoicismo, Epicurismo e do Ceticismo se difundiram por entre estes povos. Também houve a difusão do teatro grego.
Napoleão Bonaparte
NOTA: Cassandro, um dos generais de Alexandre, ordenou a morte de Olimpia, Roxana e de Alexandre IV em 309 a.C.
NOTA 2: Além de Roxana, Alexandre também tomou com esposa, a princesa Statira II, filha de Dario III. O nome das de mais esposas é desconhecido, suspeita-se que fossem apenas concubinas e não esposas de fato.
NOTA 3: Alexandre fundou cerca de 15 a 20 Alexandrias, alguns sugerem que tal número fosse ainda maior, mas somente a do Egito fora a mais importante e conhecida.
NOTA 4: Com a morte do seu fiel cavalo Bucéfalo nas campanhas na Índia, Alexandre mandou erguer uma cidade em sua memória, a batizando de Bucefália, que corresponde a atual cidade de Jelum no Paquistão ou talvez seria também a cidade de Jalalpur na Índia.
NOTA 5: Dizem que quando Alexandre chegou a Ásia Menor, teria visitado as ruinas de Tróia e prestado oferendas e orações aos antigos heróis gregos.
NOTA 6: A dinastia persa Aquemênida durou de 549 até 330 a.C.
NOTA 7: A história das campanhas militares de Alexandre, são retratadas no jogo Alexandre (baseado no filme Alexander de Oliver Stone) e no jogo Rise of Nations: Thrones and Patriots.
NOTA 8: Alguns dos grandes lideres da História como: Júlio César, Luis XIV e Napoleão, eram admiradores dos feitos de Alexandre, o Grande.
NOTA 9: Alexandre era um grande admirador dos poemas homéricos, A Iliada e a Odisséia. Alexandre as vezes se comparava a Aquiles ou a Herácles, e chegou ao ponto de obrigar a ser adorado como um deus.
Referências Bibliográficas:
Grande Enciclopédia Larousse Cultural. São Paulo, Nova Cultural. 1998.
FINLEY, M. I. Os gregos antigos. Lisboa, Edições 70, 1988.
LLYOD-JONES, Hugh (org). O mundo grego. Rio de Janeiro, Zahar, 1977.
TOYNBEE, Arnold J. Helenismo: História de uma Civilização. Rio de Janeiro, Zahar, 1960.
LEICK, Gwendolyn. Mesopotâmia: A invenção da cidade. Rio de Janeiro, Imago Ed, 2003.
CONTENEAU, Georges. A civilização de Assur e Babilônia. Rio de Janeiro, Ferni, 1979.
LINKS:
Escultura do Helenismo (wikipédia)
Arte helenística (wikipédia)Farol de Alexandria (wikipédia)
Bibliotheca Alexandrina - página oficial. (em inglês)