Quando se fala em uma mulher que governou o Egito, a principal referência foi Cleópatra VII (70-30 a.C), conhecida por seus romances com os generais romanos Júlio César e Marco Antônio e por ter morrido após ter sido picada por uma cobra. No entanto, mesmo que Cleópatra VII foi uma rainha do Egito, ela nunca foi propriamente um faraó. Cleópatra VII governou como corregente de seu marido e irmão Ptolomeu XIII, depois co o corregente de seu outro irmão Ptolomeu XIV e por fim, como corregente de seu filho com César, Ptolomeu XV. Propriamente falando, Cleópatra só chegou a deter o poder enquanto governava pelo seu filho, pois seus irmãos se opuseram a ela, contudo, a rainha Hatshepsut embora inicialmente tenha se tornado corregente de seu sobrinho, Tutmósis III, ela posteriormente se proclamou faraó, e por vinte anos levou esse título. Neste texto procurei falar um pouco da vida dessa faraó, dessa verdadeira "Rainha do Egito", que em geral muita gente não conhece.
O Império Novo: (c. 1580-1085, 1570-1070 ou 1550-1075 a.C)
Família:
Hatshepsut ou Hatchepshut nasceu no final do século XVI a.C em data incerta, pois ainda hoje não uma cronologia certa das datas dos governos e do nascimento dos faraós. Ela era a filha mais velha do faraó Tutmósis I (também chamado de Tutmés, embora que seu nome verdadeiro fosse Djehutimés) e da rainha Amosis, tendo nascido em Tebas, na época então capital do país. Seu pai herdara um governo bem organizado e estruturado, resultado da boa administração de seu avô Amenhotep I, contudo, Tutmósis por conta própria decidiu ampliar os domínios do país, lembrado por ter conquistado territórios para além da segunda e terceira cataratas do Nilo, tendo subjugado parte da Núbia, assim como, iniciou as campanhas militares na Ásia, algo que seu neto retomaria vários anos depois.
Todavia, Hatshepsut já estava pré-destinada a se tornar rainha do Egito, pois entre a nobreza egípcia a prática do incesto era algo comum. O incesto que era praticado pelos deuses e foi legado pela nobreza, era uma forma de se preservar a linhagem sanguinea real no poder, daí ter sido comum irmãos se casarem com irmãs, tios com sobrinhas, tias com sobrinhos, e até mesmo pais com filhas. Logo, a princesa estava destinada a vim um dia se casar com um dos seus irmãos que se tornaria o próximo faraó. E esse irmão era Tutmósis, o qual era filho de seu pai com uma de suas esposas secundárias (a poligamia também era uma prática comum entre a nobreza, embora que apenas a esposa principal recebe-se o título de rainha, ou Grande Esposa Real) Mutnofret. O príncipe Tutmósis que viria a ser o faraó Tutmósis II, era alguns anos mais novo que sua meia-irmã Hatshepsut.
Os dois se casaram, e assim assegurava que Tutmósis II tivesse plena garantia ao trono, por se casar com sua irmã, pois embora a poligamia fosse tolerada, os filhos do casamento principal possuíam mais direito perante os filhos com as esposas secundárias.
Todavia, pouco se sabe sobre o governo de Tutmósis II, pois embora tenha governado de 1518-1505 a.C, ou 1513-1499 a.C ou 1493-1479 a.C, totalizando cerca de 14 anos, seu governo durante a XVIII Dinastia foi um dos poucos expressivos. Alguns egiptólogos consideram que Hatshepsut que assumira o título de Grande Esposa Real e Rainha do Egito, tivesse mais influência que o marido, especialmente em questões ligadas a corte a ao culto de Amon, onde muitas mulheres participavam dos ritos, do principal deus de Tebas, e o mais popular nessa época.
Do casamento, Hatshepsut acabou tendo duas filhas, Neferure e Neferubiti. Contudo, por não ter tido um herdeiro varão, Tutmósis II acabou gerando com sua esposa secundária Iset, o seu herdeiro, o príncipe Tutmósis que se tornaria o próximo faraó do Egito. Se desconhece os fatores que levaram a morte de Tutmósis II, mas relatos indicam que o rei sofria de algum problema de saúde. Mas, antes de morrer designara seu único filho como seu legítimo herdeiro, mas pelo fato de Tutmósis III ser apenas uma criança, sua madrasta, Hatshepsut assumiu como corregente do enteado. O fato de mulheres terem sido corregentes de faraós durante a menor idade, foi algo comum na história egípcia. Vários faraós tiveram suas mães ou madrastas como corregentes, contudo, a ideia era que a rainha se mantivesse no poder até que o faraó alcançasse a maior idade e pudesse governar por conta própria, mas no caso de Tutmósis III, a história não ocorreu bem assim.
"A ação das Grandes Esposas Reais era primeiro de conselho junto ao rei, o que as preparava para adquirir uma grande experiência necessária para eventualmente, se tornarem, como rainhas-mães, regentes e tutoras". (NOBLECOURT, 1994, pp-68).
De corregente a faraó:
Não se sabe ao certo em que ano Hashepsut se tornou corregente de seu sobrinho, estima-se que foi no ano de 1504 a.C, outros sugerem 1493 a.C, 1490 a.C ou 1479 a.C. De qualquer forma, cinco ou sete anos depois de ter se tornado corregente, Hashepsut passou a adotar o título de faraó, a titulação real, assim como, também adotar todos os objetos reais atribuído ao monarca egípcio, como também adotara o nome oficial de Maatkare Hatshepsut. Embora exista a palavra farani (termo feminino para faraó), ela não adotou esse termo, preferindo adotar a versão masculina mesmo. Não obstante, ela não apenas adotou a titulação de faraó, mas também com o apoio do Clero de Amon, conseguiu criar uma nova história de origem para sua pessoa. Não sabemos com exatidão como a rainha conseguiu convencer o clero a aceitar essa sua invenção, mas os egiptólogos sugerem que a rainha teria "comprado" os sacerdotes lhes oferecendo dinheiro, terras, cargos, etc., pois sabe-se que os sacerdotes de Amon eram os mais importantes de Tebas, e possuíam muita influência social na cidade e pelo país, e devido a receberem muitas doações para os templos, viviam no fausto. Além disso, a faraó teria os ameaçado com alguma praga, alegando que se desobedecessem a ordem do deus, eles sofreriam.
A faraó Hatshepsut alegava ser filha de Amon, então ela construiu uma história com preceitos divinos onde alegava que o deus-sol Amon havia assumido a forma do faraó Tutmósis I e engravidado a rainha Amosis, logo, Hatshepsut se apresentava como sendo uma semideusa, como sendo na realidade filha do deus-sol Amon, e por essa ascendência divina, ela defendia ter plenos direitos de ocupar o trono do país.
Ela ordenou que pinturas e hieróglifos fossem talhados nas paredes do templo de Amon em Tebas e no seu túmulo real em Deir-el-Bahari, representando a história da união entre Amon e Amósis e o nascimento da faraó. Isso era uma forma de reforçar a sua "propaganda política", pois embora as mulheres pudessem governar como corregentes, não era comum elas assumirem o poder do país, tal medida garantiu que Hatshepsut governa-se até o fim da sua vida.
Existem várias imagens sendo gravações, pinturas e estátuas retratando Hatshepsut com forma masculina. Possivelmente, a maioria do povo não deveria saber que ela era uma mulher, daí a necessidade de ser retratada como um homem, além de usar a coroa, túnica, barba postiça e demais trajes usados normalmente pelo faraó. Ela deveria usar tal rudimentária principalmente quando fosse aparecer publicamente, participar de reuniões, receber convidados, etc., pois embora se vesti-se como homem, sua corte sabia que se tratava de uma mulher.
Dois funcionários merecem destaque no reinado de Hatshepsut, o sumo-sacerdote de Amon, Hapuseneb, provavelmente o principal responsável por assegurar a história da teogamia de Hatshepsut. Não temos detalhes de como era sua relação pública com a rainha, mas visivelmente, a contra-gosto do restante do clero de Amon em ter que se aceitar a teogamia proposta pela faraó, a qual era vista por alguns como uma usurpadora, é provável que Hapuseneb saiu ganhando com algo. Além disso, sabe-se que ele ainda mantinha-se no cargo durante parte do governo de Tutmósis III.
O segundo funcionário já sendo este mais conhecido e influente, foi o arquiteto Senenmut. Alguns egiptólogos apontaram que Senenmut tivesse adentrado ao funcionarismo público ainda no reinado de Tutmósis I, mas não se há certeza disso, contudo, é certeza que ele fosse um funcionário de destaque e com reputação durante os 14 anos do governo de Tutmósis II, pois os monarcas delegaram a este a tutelaria de sua filha Neferure. Existem algumas estátuas que mostram Senenmut com a pequena princesa.
Além de ter ocupado cargos públicos, ter sido tutor da família real, Senenmut foi um notável arquiteto, tendo se tornado o arquiteto-chefe durante o reinado de Hatshepsut. A maioria das obras que a faraó realizou em seu governo foram projetadas por ele. Além disso, em seu governo, Senenmut também foi nomeado vizir (primeiro-ministro). Existe uma hipótesen que sugere que Senenmut possa ter sido amante da rainha, embora talvez não passasse de um boato difamatório na época, mesmo assim, não temos como confirmar se os dois foram amantes, ou se Hatshepsut teria tido amantes.
A expedição ao Punt:
Era comum na tradição egípcia o calendário administrativo do país zerar a cada vez que um novo faraó assumi-se, pois eles tinham o hábito de contar os anos de sua história de acordo com o tempo de reinado de cada faraó, contudo curiosamente Hatshepsut não fizera isso. Ela não adotou uma contagem própria para si, mas preferiu contar seus anos de governo como fazendo parte do governo de Tutmósis III, ou seja, ela manteve a contagem desde que assumira como corregente, mas sem excluir a condição de está ligada ao seu sobrinho, embora que oficialmente fosse ela a governante do país, pois a medida que o príncipe crescia, ela incentivava o adolescente ingressar no exército, a viajar, a participar das campanhas militares, de fato, Tutmósis III se tornou o faraó que mais conquistou terras, e em seu governo o país chegou a sua máxima extensão territorial. Tutmósis III chegou a liderar algumas de suas campanhas, indo para o campo de batalha.
Mas, retomando ao governo de Hatshepsut, sabe-se que a monarca procurou recuperar as rotas de comércio e acordos comerciais com a Núbia, Síria, Palestina e Mesopotâmia, contudo, um destaque dessa iniciativa econômica e de política externa foi a expedição que ela mandou para o Reino do Punt no nono ano do seu governo. O Punt já era conhecido pelos egípcios há vários séculos, pois há relatos da IV Dinastia que mencionam minas de ouro em tal lugar, embora que já fosse bastante, tempo conhecido, não se sabe os motivos pelos quais o país demorou a firmar acordos comerciais com tal reino.
Vários produtos, assim como plantas e animais que foram trazidos dessa terra foram retratados e pintados nas paredes em Deir-el-Bahari. Contudo, um mistério ainda continua: os historiadores ainda hoje não sabem apontar especificamente onde o tal Punt ficava localizado. As pesquisas sugerem que esse reino se estenderia pelo o que hoje são territórios da Eritreia, Etiópia e Somália. A única informação que sabemos é que o Punt ficava ao sul do Egito, seguindo-se viagem pelo Mar Vermelho.
“Hoje existe quase um consenso quanto a localização de Punt no Chifre da África, embora ainda persistam muitas duvidas com relação a seus limites precisos. Ha uma teoria instigante segundo a qual Punt se localizaria na parte da costa da África que se estende do rio Poitialeh, ao norte da Somália, ate o cabo Guardafui. Trata‑ se de uma região montanhosa com plantações dispostas em terraços que lembram aqueles representados em Deir-el‑Bahari e onde as arvores crescem em abundancia, incluindo‑se o balsamo, de que se extrai o incenso”. (BAKR, 2010, p. 110).
“A julgar pelas
pinturas de Punt encontradas nos templos, nada ha de novo para ser registrado
apos o reinado da rainha Hatshepsut. Os textos mencionam a chegada dos
habitantes de Punt ao Egito. A partir de então, Punt aparece nas listas de
povos vencidos, o que, em vista da grande distancia que separa os dois países,
parece bastante improvável. Exigia‑se que os chefes de
Punt levassem presentes ao faraó. Este encarregava um dos seus subordinados de receber
os chefes e os presentes. Há alguns indícios de comercio, nos portos do mar
Vermelho, entre habitantes de Punt e egípcios, assim como de transporte de
mercadorias de Punt, por via terrestre, entre o mar Vermelho e o Nilo (tumba de
Amon‑Mosis em Tebas e tumba n.o 143). Pouco
antes do final do reinado de Ramses IV, cessaram as relações com Punt. Mas a lembrança
desse país ficou gravada na memoria dos egípcios”. (BAKR, 2010, p. 112).
Em geral os 22 anos de governo de Hatshepsut são descritos como sendo tranquilos e prósperos. A faraó não chegou a dá ênfase a campanhas militares, mais há relatos de breves campanhas a Núbia, Síria e ao Levante (termo genérico para se referir ao Oriente). Contudo, foi Tutmósis III quem se dedicou mais a essa questão bélica, estando a faraó se preocupando mais com a política interna, mantendo apenas interesses econômicos e diplomáticos no exterior. Além disso, não há registros de grandes secas, peste e surtos de fome. Contudo, além de sua famosa expedição ao Punt, a rainha ficou conhecida por ter ordenado uma série de construções, algo marcante de seu governo.
Hatshepsut ordenou a construção de pequenos templos, ampliações no complexo de Luxor e Karnak, ordenou a construção de dois monumentais obeliscos, nos quais ela usou para fazer "propaganda política" de seu governo, além de exibir sua história de origem divina, onde mostra o deus Amon como seu pai e a abençoando. Os dois obeliscos foram esculpidos em granito em uma pedreira em Assuã e foram transportados para Karnak. Os dois monumentos medem um pouco mais de 28 metros de altura e pesam mais de 300 toneladas. Estima-se que foram necessários vários meses para poder esculpi-los e transportá-los via terrestre e via fluvial pelo Nilo.
Contudo, dentre suas obras, a que mais ela desempenhou atenção, tempo e verbas foi a construção de sua necrópole em Deir-el-Bahari. As palavras Deir-el-Bahari são de origem árabe e significam "O Mosteiro do Norte", em referência a um mosteiro cristão copta fundado na região. Embora tal nome não fosse usado no Egito antigo, mas só passou a ser usado quando os árabes passaram a dominar o Egito a partir do século VI d.C, ainda hoje se usa tal nome para se referir ao local da necrópole de Hatshepsut. O vale onde se encontra o complexo de templos e tumbas, fica próximo ao Vale dos Reis, o qual se tornou famoso por ser o local onde vários faraós do Império Novo mandaram construir suas tumbas, sendo Tutmósis I o primeiro faraó que teria feito sua tumba neste lugar.
"Neste vale, que os egípcios consideram consagrado à Hator, durante o Médio Império, o faraó Nebhepetra Mentuhotep da XI Dinastia, a quem se deve a reunificação do país, fez construir seu templo funerário, o único propriamente dito de Tebas ocidental". (SILIOTTI, 2006, p. 246).
Cinco séculos depois do faraó Mentuhotep II ter construído seu templo e tumba em Deir-el-Bahari, a faraó Hatshepsut também escolheu aquele local para construir seu templo e sua tumba. As obras começaram ainda durante o sétimo ano de seu reinado perdurando até quase o fim de sua vida, pois era comum a construção das pirâmides e das tumbas durarem vários anos, eram preparativos a longo prazo. Mas, diferente de Mentuhotep II o qual já havia inovado na arquitetura em seu tempo, construindo seu templo com diferentes níveis de terraço e pórticos de colunas, Hatshepsut ordenou que seu arquiteto-chefe Senenmut, projeta-se um complexo mais suntuoso e imponente do que de Mentuhotep II. Tal fato é evidente, pois já na época da faraó, um dos nomes populares que se dava ao local de sua necrópole era geser-geseru ou djser-djeseru ("o sublime dos sublimes"). O templo também era chamado de "O templo de milhões de anos", uma referência a ideia de imortalidade e continuidade.
"O modelo arquitetônico foi concebido pelo célebre arquiteto Senemut, o 'grande intendente de Amon', que mandou construir sua tumba em uma zona anterior do templo, de modo que as câmaras subterrâneas se encontrassem debaixo do primeiro pátio. O arquiteto se inspirou nas idéias que já s expressaram na construção do templo de Mentuhotep: uma estrutura em terraços sobre diferentes planos, precedida por uma grande rampa processional que parte de um templo inferior hoje desaparecido. Esta solução arquitetônica permitia uma extraordinária harmonização entre o edifício e a beleza selvagem da paisagem circundante. Três são os grandes pátios de templo unidos por um sistema de rampas e separados por pórticos". (SELIOTTI, 2006, p. 248).
Legado destruído:
Após governar por cerca de 22 anos, Hatshepsut morreu com cerca de 50 anos, embora as causas de sua morte sejam desconhecidas. Finalmente seu sobrinho Tutmósis III pôde assumir o trono. Contudo, sabe-se que o novo faraó tentou apagar Hatshepsut da História, ordenando que estátuas, inscrições e documentos fossem destruído. Até hoje poucas estátuas foram descobertas da rainha-faraó, e além dos obeliscos, do seu templo, outras poucas construções feitas em seu governo ainda mantiveram seu nome, pois embora Tutmósis III tenha ordenado a construção de um templo para si em Deir-el-Bahari, a onde sua tia foi sepultada, isso não significou que o templo de Hatshepsut se mantivera intacto. Encontrou-se vestígios de destruição de estátuas e do nome da faraó. Esse é um dos principais motivos para hoje pouco se saber sobre ela, e de fato por vários séculos se desconheceu a existência de Hatshepsut, pois além de não ter adotado uma cronologia própria para seu governo, Tutmósis III ordenou que vestígios do governo de sua tia fossem apagados, e até mesmo mandou substituir o nome dela em alguns casos. Até o começo do século XX, se desconhecia a existência de Hatshepsut como tendo sido faraó, e não se sabia onde sua múmia se encontrava.
Pois embora a rainha tenha preparado seu túmulo em Deir-el-Bahari, em algum ano desconhecido sua múmia foi retirada de lá e levada para o Vale dos Reis, sendo sepultada na tumba KV60. Quando a essa tumba foi descoberta em 1903 pelo egiptólogo britânico Howard Carter, notou-se que ela havia sido saqueada, e no seu interior constavam duas múmias femininas, uma pertencia a uma mulher chamada Sit-re (apelidada de In) que hoje se sabe ter sido ama de leite de Hatshepsut, e a outra múmia por muito tempo não se soube sua identidade. Em 1966, Elizabeth Thomas propôs que a segunda múmia deveria ser a rainha-faraó Hatshepsut, contudo devido a falta de meios para conseguir comprovar sua hipótese, a ideia foi abandonada e a tumba fechada novamente.
Em 2007 a descoberta de um dente, levou a se chegar a conclusão que aquela misteriosa múmia na tumba KV60, na realidade era realmente Hatshepsut, pois na tumba, não havia menções a seu nome, contudo, o dente foi encontrado numa caixa lacrada que continha o nome da rainha, e através de uma análise da arcada dentária e de exame de DNA, se constatou que era a faraó. O famoso e renomado egiptólogo, Dr. Zahi Hawass, atualmente um dos maiores especialistas em Egito Antigo, atestara em 2007 a veracidade da descoberta do corpo de Hatshepsut. Com essa descoberta, novos indícios sobre a morte de Hatshepsut foram descobertos, pois a necropsia da múmia revelou que a rainha quando morrera, era obesa, sofria de problemas ósseos e no fígado. Devido a obesidade, poderia ter tido pressão alta, problemas no coração ou diabetes, mas a exata causa de sua morte ainda não foi atestada. Além disso, foram encontradas algumas imagens representando a rainha como uma gorda, na época pensou-se que tal condição fosse uma referência a fertilidade ou prosperidade, mas agora provavelmente possa ser realmente um atestado da obesidade da rainha no fim da vida. Por fim, aos poucos vamos voltando a descobrir mais informações sobre o governo dessa mulher que se tornou faraó do Egito por 22 anos.
O Império Novo: (c. 1580-1085, 1570-1070 ou 1550-1075 a.C)
A história egípcia antiga é dividida em fases, sendo que o
chamado período do Império Novo, Novo Império, Reino Novo ou Novo Reino é um
dos mais marcantes desse povo. O Império Novo foi governado por três dinastias,
as quais foram as dinastias XVIII, XIX e XX,
totalizando ao todo 32 faraós que governaram o império durante esses quase
cinco séculos. O Império Novo ficou conhecido por se iniciar com o retorno das
famílias egípcias ao poder, pois até então os hicsos,
um povo estrangeiro vindo da Ásia havia invadido e tomado parte do
território do delta do Nilo por volta de 1780 a.C, iniciando a
fase histórica do Segundo
Período Intermediário (c.
1785-1580, 1780-1550 ou 1750-1570 a.C) período neste que o Egito passou a ser
governado por um povo estrangeiro. Os hicsos assumiram o poder elegendo seus
próprios faraós que consistiram da XIII a XVII dinastias, embora que houve
faraós de origem egípcia que governaram nesse período, ainda que houve casos de
haver mais de um faraó ao mesmo tempo, devido aos embates entre as famílias
hicsas e egípcias. O faraó egípcio Amósis
I ou Ahmés I foi o responsável
por vencer os hicsos.
A XVIII Dinastia foi a mais longeva e poderosa desse período, onde o império chegou a sua máxima extensão territorial vista em toda a sua história antiga, assim como, vivenciou várias décadas de prosperidade, ordem e desenvolvimento. A capital do país se tornou Tebas (Uaset em egípcio), foi o período onde se iniciou a construção das tumbas no Vale dos Reis e no Vale das Rainhas; os famosos templos de Luxor e Karnak começaram a ser construídos nessa época, etc. Alguns faraós que se destacaram nesse período foram: Amósis I, Amenhotep I, Tutmósis I, Hatshepsut, Tutmósis III, Tutmósis IV, Amenhotep III, Amenhotep IV (ou Aquenaton), Tutancamon e Horemheb.
Na XIX Dinastia, o país volta a se reerguer da sua crise econômica, administrativa e política que afetou a nação a partir do governo de Aquenaton. Alguns territórios perdidos na Síria e na Palestina são recuperados, alianças estrangeiras são reafirmadas, a capital deixa Tebas e se muda para Pi-Ramsés. É uma dinastia onde o país vive governos medianos, tendo em destaque os reinados de Ramsés I, Seti I e Ramsés II.
A XX Dinastia que foi marcada pelo governo de vários faraós que adotaram o nome de Ramsés (ao todo foram onze faraós com esse nome), exprimiu a decadência do Império Novo. Retirando-se o bom governo de Ramsés III, os demais faraós realizaram governos fracos, que contribuíram para a decadência política, econômica e social no país.
De qualquer forma, Hatshepsut chegou a ser o quinto faraó da XVIII Dinastia e do Império Novo, tendo um dos governos mais longos e prósperos desse período da história egípcia dinástica. Partamos para conhecer um pouco melhor essa singular mulher que governou um dos mais prósperos impérios e Estados africanos da história.
Família:
Tutmósis I |
“A maior parte dos manuais apresenta o início da XVIII
Dinastia dentro do seguinte esquema: a) Ahmósis expulsou os hicsos; b) Amenófis
I organizou o país; c) Tutmés I garantiu à dinastia governante “uma
dimensão nacional e internacional”. O outro esquema possível é ver Tutmés I,
como um continuador, numa escala ampliada, daquilo que os outros
começaram”. (DOBERSTEIN, 2010, p. 157).
Todavia, Hatshepsut já estava pré-destinada a se tornar rainha do Egito, pois entre a nobreza egípcia a prática do incesto era algo comum. O incesto que era praticado pelos deuses e foi legado pela nobreza, era uma forma de se preservar a linhagem sanguinea real no poder, daí ter sido comum irmãos se casarem com irmãs, tios com sobrinhas, tias com sobrinhos, e até mesmo pais com filhas. Logo, a princesa estava destinada a vim um dia se casar com um dos seus irmãos que se tornaria o próximo faraó. E esse irmão era Tutmósis, o qual era filho de seu pai com uma de suas esposas secundárias (a poligamia também era uma prática comum entre a nobreza, embora que apenas a esposa principal recebe-se o título de rainha, ou Grande Esposa Real) Mutnofret. O príncipe Tutmósis que viria a ser o faraó Tutmósis II, era alguns anos mais novo que sua meia-irmã Hatshepsut.
Os dois se casaram, e assim assegurava que Tutmósis II tivesse plena garantia ao trono, por se casar com sua irmã, pois embora a poligamia fosse tolerada, os filhos do casamento principal possuíam mais direito perante os filhos com as esposas secundárias.
“É voz corrente entre os egiptólogos que o Novo Reino foi um período
em que as mulheres governantes brilharam mais do que nunca. São lembrados, por exemplo,
os nomes de Hatseptsut, Nefertite e Nefertari. Uma explicação para esse
prestígio das mulheres governantes é a da “pureza sanguínea”. As rainhas seriam
reconhecidas como a única garantia que o governante fosse um “puro””.
(DOBERSTEIN, 2010, p. 153).
Todavia, pouco se sabe sobre o governo de Tutmósis II, pois embora tenha governado de 1518-1505 a.C, ou 1513-1499 a.C ou 1493-1479 a.C, totalizando cerca de 14 anos, seu governo durante a XVIII Dinastia foi um dos poucos expressivos. Alguns egiptólogos consideram que Hatshepsut que assumira o título de Grande Esposa Real e Rainha do Egito, tivesse mais influência que o marido, especialmente em questões ligadas a corte a ao culto de Amon, onde muitas mulheres participavam dos ritos, do principal deus de Tebas, e o mais popular nessa época.
Retratação do faraó Tutmósis II, meio-irmão e marido de Hatshepsut. |
"A ação das Grandes Esposas Reais era primeiro de conselho junto ao rei, o que as preparava para adquirir uma grande experiência necessária para eventualmente, se tornarem, como rainhas-mães, regentes e tutoras". (NOBLECOURT, 1994, pp-68).
De corregente a faraó:
Hatsheput |
A faraó Hatshepsut alegava ser filha de Amon, então ela construiu uma história com preceitos divinos onde alegava que o deus-sol Amon havia assumido a forma do faraó Tutmósis I e engravidado a rainha Amosis, logo, Hatshepsut se apresentava como sendo uma semideusa, como sendo na realidade filha do deus-sol Amon, e por essa ascendência divina, ela defendia ter plenos direitos de ocupar o trono do país.
“Para os egípcios, o caráter divino dos reis transmitia-se
pelas mulheres: era preciso que o herdeiro fosse filho não só do rei, mas
também de uma princesa de sangue real; daí os freqüentes casamentos de faraós
com suas irmãs e meias-irmãs, e ocasionalmente com suas próprias filhas. Quando
o novo rei era filho de uma esposa secundária, ou de fato um estranho à
linhagem real, devia casar-se com uma princesa de sangue. Ao falharem os expedientes
normais, podia ocorrer a legitimação por ficção religiosa: um oráculo do deus Amon;
ou então, a afirmação de que o deus teria pessoalmente gerado o soberano em sua
mãe terrestre (teogamia). O segundo artifício foi usado pela rainha Hatshepsut
para legitimar sua usurpação, apoiada pelo sumo-sacerdote de Amon, Hapuseneb.
Tais expedientes fizeram do alto clero de Amon o árbitro da legitimidade
faraônica em casos extremos, e assim o poder e riqueza dos sacerdotes
aumentavam, pois seu apoio era comprado com doações e favores”. (CARDOSO, 1985,
p. 23).
Ela ordenou que pinturas e hieróglifos fossem talhados nas paredes do templo de Amon em Tebas e no seu túmulo real em Deir-el-Bahari, representando a história da união entre Amon e Amósis e o nascimento da faraó. Isso era uma forma de reforçar a sua "propaganda política", pois embora as mulheres pudessem governar como corregentes, não era comum elas assumirem o poder do país, tal medida garantiu que Hatshepsut governa-se até o fim da sua vida.
O deus Amon abençoando Hatshepsut. Nota-se que ela foi retratada com o aspecto de homem. |
Dois funcionários merecem destaque no reinado de Hatshepsut, o sumo-sacerdote de Amon, Hapuseneb, provavelmente o principal responsável por assegurar a história da teogamia de Hatshepsut. Não temos detalhes de como era sua relação pública com a rainha, mas visivelmente, a contra-gosto do restante do clero de Amon em ter que se aceitar a teogamia proposta pela faraó, a qual era vista por alguns como uma usurpadora, é provável que Hapuseneb saiu ganhando com algo. Além disso, sabe-se que ele ainda mantinha-se no cargo durante parte do governo de Tutmósis III.
O segundo funcionário já sendo este mais conhecido e influente, foi o arquiteto Senenmut. Alguns egiptólogos apontaram que Senenmut tivesse adentrado ao funcionarismo público ainda no reinado de Tutmósis I, mas não se há certeza disso, contudo, é certeza que ele fosse um funcionário de destaque e com reputação durante os 14 anos do governo de Tutmósis II, pois os monarcas delegaram a este a tutelaria de sua filha Neferure. Existem algumas estátuas que mostram Senenmut com a pequena princesa.
Senenmut e a princesa Neferure. |
A expedição ao Punt:
Era comum na tradição egípcia o calendário administrativo do país zerar a cada vez que um novo faraó assumi-se, pois eles tinham o hábito de contar os anos de sua história de acordo com o tempo de reinado de cada faraó, contudo curiosamente Hatshepsut não fizera isso. Ela não adotou uma contagem própria para si, mas preferiu contar seus anos de governo como fazendo parte do governo de Tutmósis III, ou seja, ela manteve a contagem desde que assumira como corregente, mas sem excluir a condição de está ligada ao seu sobrinho, embora que oficialmente fosse ela a governante do país, pois a medida que o príncipe crescia, ela incentivava o adolescente ingressar no exército, a viajar, a participar das campanhas militares, de fato, Tutmósis III se tornou o faraó que mais conquistou terras, e em seu governo o país chegou a sua máxima extensão territorial. Tutmósis III chegou a liderar algumas de suas campanhas, indo para o campo de batalha.
Mas, retomando ao governo de Hatshepsut, sabe-se que a monarca procurou recuperar as rotas de comércio e acordos comerciais com a Núbia, Síria, Palestina e Mesopotâmia, contudo, um destaque dessa iniciativa econômica e de política externa foi a expedição que ela mandou para o Reino do Punt no nono ano do seu governo. O Punt já era conhecido pelos egípcios há vários séculos, pois há relatos da IV Dinastia que mencionam minas de ouro em tal lugar, embora que já fosse bastante, tempo conhecido, não se sabe os motivos pelos quais o país demorou a firmar acordos comerciais com tal reino.
Vários produtos, assim como plantas e animais que foram trazidos dessa terra foram retratados e pintados nas paredes em Deir-el-Bahari. Contudo, um mistério ainda continua: os historiadores ainda hoje não sabem apontar especificamente onde o tal Punt ficava localizado. As pesquisas sugerem que esse reino se estenderia pelo o que hoje são territórios da Eritreia, Etiópia e Somália. A única informação que sabemos é que o Punt ficava ao sul do Egito, seguindo-se viagem pelo Mar Vermelho.
“Hoje existe quase um consenso quanto a localização de Punt no Chifre da África, embora ainda persistam muitas duvidas com relação a seus limites precisos. Ha uma teoria instigante segundo a qual Punt se localizaria na parte da costa da África que se estende do rio Poitialeh, ao norte da Somália, ate o cabo Guardafui. Trata‑ se de uma região montanhosa com plantações dispostas em terraços que lembram aqueles representados em Deir-el‑Bahari e onde as arvores crescem em abundancia, incluindo‑se o balsamo, de que se extrai o incenso”. (BAKR, 2010, p. 110).
Cópia de uma pintura em Deir-el-Bahari retratando os navios de Hatshepsut que seguiram para o Punt. Pode-se ver pessoas, plantas e animais que os egípcios encontram lá. |
“Uma frota de cinco
navios, segundo o artista que ornamentou o templo de Deir el‑Bahari,
foi enviada com ordens para trazer arvores que produziam incenso. Perehu e sua
esposa –que era disforme –, a filha e um grupo de nativos são representados
recebendo a expedição e trocando cumprimentos, presentes e produtos sabidamente
provenientes de Punt. Três grandes árvores foram plantadas no jardim do deus Amon
e atingiram uma altura tal que o gado podia passar por debaixo delas. Sob as
arvores aparecem, amontoados, outros presentes, tais como marfim, cascos de
tartaruga, gado com chifres longos e curtos, “mirras com as raízes envoltas na terra
de que foram arrancadas (como faz hoje um bom jardineiro), incenso seco, ébano,
peles de pantera, babuínos, chimpanzés, galgos, uma girafa, etc.“. (BAKR, 2010,
p. 112).
Pintura mostrando soldados egípcios na expedição ao Punt, ordenada por Hatshepsut. Deir-el-Bahari. |
“As
pinturas que retratam essa expedição fornecem‑ nos
informações sobre a vida na terra de Punt, seus habitantes, suas plantas e seus
animais, suas cabanas de forma cônica construídas sobre estacas, em meio a
palmeiras, ébanos e mirras”. (BAKR, 2010, p. 112).
Cópia de uma pintura em Deir-el-Bahari, onde representa a casa dos habitantes do Punt como descrito pela expedição de Hatshepsut. |
Cópia de uma pintura em Deir-el-Bahari retratando uma procissão do Rei Pa-Rahu do Punt (a direita), seguido por sua esposa, a rainha Ati ou Ity, dois filhos, uma filha e outros seguidores. |
"As elaboradas cenas de parede da rainha Hatchepsut em seu templo em Medinet Habu proporcionam a informação mais detalhada que possuímos acerca das viagens a Punt". (JOHNSON, 2002, p. 177).
Grande obras:
Grande obras:
Hatshepsut ordenou a construção de pequenos templos, ampliações no complexo de Luxor e Karnak, ordenou a construção de dois monumentais obeliscos, nos quais ela usou para fazer "propaganda política" de seu governo, além de exibir sua história de origem divina, onde mostra o deus Amon como seu pai e a abençoando. Os dois obeliscos foram esculpidos em granito em uma pedreira em Assuã e foram transportados para Karnak. Os dois monumentos medem um pouco mais de 28 metros de altura e pesam mais de 300 toneladas. Estima-se que foram necessários vários meses para poder esculpi-los e transportá-los via terrestre e via fluvial pelo Nilo.
Os obeliscos de Hatshepsut no Grande Templo de Amon em Karnak. |
"Neste vale, que os egípcios consideram consagrado à Hator, durante o Médio Império, o faraó Nebhepetra Mentuhotep da XI Dinastia, a quem se deve a reunificação do país, fez construir seu templo funerário, o único propriamente dito de Tebas ocidental". (SILIOTTI, 2006, p. 246).
Cinco séculos depois do faraó Mentuhotep II ter construído seu templo e tumba em Deir-el-Bahari, a faraó Hatshepsut também escolheu aquele local para construir seu templo e sua tumba. As obras começaram ainda durante o sétimo ano de seu reinado perdurando até quase o fim de sua vida, pois era comum a construção das pirâmides e das tumbas durarem vários anos, eram preparativos a longo prazo. Mas, diferente de Mentuhotep II o qual já havia inovado na arquitetura em seu tempo, construindo seu templo com diferentes níveis de terraço e pórticos de colunas, Hatshepsut ordenou que seu arquiteto-chefe Senenmut, projeta-se um complexo mais suntuoso e imponente do que de Mentuhotep II. Tal fato é evidente, pois já na época da faraó, um dos nomes populares que se dava ao local de sua necrópole era geser-geseru ou djser-djeseru ("o sublime dos sublimes"). O templo também era chamado de "O templo de milhões de anos", uma referência a ideia de imortalidade e continuidade.
O templo de Hatshepsut em Deir-el-Bahari. |
Legado destruído:
Tutmósis III |
Pois embora a rainha tenha preparado seu túmulo em Deir-el-Bahari, em algum ano desconhecido sua múmia foi retirada de lá e levada para o Vale dos Reis, sendo sepultada na tumba KV60. Quando a essa tumba foi descoberta em 1903 pelo egiptólogo britânico Howard Carter, notou-se que ela havia sido saqueada, e no seu interior constavam duas múmias femininas, uma pertencia a uma mulher chamada Sit-re (apelidada de In) que hoje se sabe ter sido ama de leite de Hatshepsut, e a outra múmia por muito tempo não se soube sua identidade. Em 1966, Elizabeth Thomas propôs que a segunda múmia deveria ser a rainha-faraó Hatshepsut, contudo devido a falta de meios para conseguir comprovar sua hipótese, a ideia foi abandonada e a tumba fechada novamente.
Hatshepsut como uma esfinge |
NOTA: Hatshepsut também foi nomeada Esposa do deus e a Mão do deus. Títulos religiosos, no qual a rainha-faraó, passaria a participar do culto ao deus
NOTA 2: Hatshepsut é representada no jogo Sid Meier's Civilization IV.
NOTA 3: Howard Carter também foi o responsável por ter descoberto a famosa tumba de Tutancâmon em 1922, a qual estava intacta, recheada com seu tesouro.
NOTA 3: Howard Carter também foi o responsável por ter descoberto a famosa tumba de Tutancâmon em 1922, a qual estava intacta, recheada com seu tesouro.
Referências Bibliográficas:
NOBLECOURT, Christiane Desroches. A mulher no tempo dos Faraós. São Paulo, Papirus. 1994.
JOHNSON, Paul. História Ilustrada do Egito Antigo. Rio de Janeiro, Ediouro. 2002.
JACQ, Christian. O Egipto dos Grandes Faraós. Porto, ASA. 1999.
SELIOTTI, Alberto. Egito. Barcelona, Folio, S. A. 2006.
SELIOTTI, Alberto. Egito. Barcelona, Folio, S. A. 2006.
BAKR, A. Abu. O Egito faraônico. In:
MOKHTAR, Gamal (editor). História
Geral da África - II: África Antiga. 2a ed, Brasília, UNESCO, 2010.
CARDOSO, Ciro Flamarion. O Egito Antigo. 4ed, São
Paulo, Brasiliense, 1985.
DOBERSTEIN, Arnoldo Walter. O Egito antigo. Porto
Alegre, EDIPUCRS, 2010.
BEDMAN, Teresa. El Império Nuevo: la Dinastía
XVIII. Alicante, Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2005
(1995). Disponível em: http://www.cervantesvirtual.com/obra-visor/el-imperio-nuevo---la-dinasta-xviii-0/html/001a9256-82b2-11df-acc7-002185ce6064_2.html.
Link relacionado:
Olá! Adorei o artigo! E então, estou prestes a fazer uma prova de monitória e o texto da Christiane Desroches e fiquei feliz por encontrar coisas interessantes por aqui! Além do mais, Homero é uma das minhas paixoes!
ResponderExcluirMuito legal o seu blog! Acabei de começar um também sobre a minha viagem para o Egito, e a sua postagem sobre Hatchepsut é exatamente o que nosso guia falou qdo estive lá! Parabéns! Caso queira conhecer passa lá. http://avidaquevi.blogspot.com/ Abço Kris
ResponderExcluirHatchepsut foi uma das encarnações de Chico Xavier. Isso lhe foi revelado.
ResponderExcluirHeitor Marinho, eu não conhecia essa informação. Embora ouvi dizer que Juscelino Kubitschek teria reecarnado como o Nero e Estácio de Sá.
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