terça-feira, 2 de dezembro de 2025

200 anos do nascimento de D. Pedro II do Brasil

Cognominado de "O Magnânimo", D. Pedro II, em seu longo reinado colecionou admiração e reclamações. Era visto como um líder prudente e inteligente, amante das artes e das ciências. Foi um monarca viajador, tendo percorrido os Estados Unidos, a Europa, o Egito e o Oriente Médio. Foi casado com a imperatriz Teresa Cristina até o fim da vida desta, tendo duas filhas e dois filhos, embora tenha tido suas amantes também. 

Embora fosse visto como um monarca culto, poliglota, interessado por invenções e fotografias, simples nos costumes, tampouco esbanjador e orgulhoso, D. Pedro II foi criticado por sua inércia quanto a abolir a escravidão do Brasil, não ter tido interesse em iniciar a industrialização do país, não expandir o ensino superior, simpatizar com intelectuais neocoloniais e racistas. O monarca também foi criticado por suas escolhas erradas durante a Guerra do Paraguai (1864-1870), posteriormente sua falta de interesse pelo governo quando fez mais de cinquenta anos, sendo visto como um imperador desinteressado e incapaz.

Há quem elogie D. Pedro II como exemplo de liderança, como tendo sido "o melhor" ou "um dos melhores governantes" que já houve no Brasil, por outro lado, outros criticam sua omissão em acelerar a abolição da escravidão, sua falta de interesse em apoiar empresas nacionais e internacionais para industrializar o país, a falta de desenvolvimento de um plano nacional para a construção de estradas, ferroviais e portos, seu relapso com a educação nacional e a saúde pública, tornando-o como dito, um soberano de contrastes, o qual cujo nascimento completou seu bicentenário. 

Introdução

O príncipe Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga nasceu em 2 de dezembro de 1825, sendo o sétimo filho do monarcas D. Pedro I (1798-1834) e D. Maria Leopoldina (1797-1826), então soberanos do Império do Brasil desde 1822, ou seja, Pedro II tinha nascido poucos anos após a independência brasileira.

O menino puxou os traços familiares da mãe e de sua família, sendo louro escuro e de olhos azuis. Adulto, ele tinha mais de 1,80 m de altura. Quando nasceu, ele tinha sido o terceiro varão do casal, os seus dois irmãos mais velhos: Miguel e João Carlos tinha falecido, restando suas irmãs Maria, Januária, Paula e Francisca. Porém, o pequeno príncipe não conviveu direito com seus pais, pois sua mãe faleceu em 1826, por sua vez, em 1831, D. Pedro I já tinha se casado de novo, agora com D. Amélia (1812-1873) e renunciou ao trono brasileiro e se mudou para Portugal, deixando suas filhas e o filho pequeno.

D. Pedro I viajou a Portugal para confrontar seu irmão Miguel que tinha lhe usurpado o trono português, alegando que Pedro I não poderia ser soberano de dois países. Assim, Pedro I passou os anos seguintes confrontando o irmão e os aliados dele, vindo a morrer de tuberculose em Lisboa, em 1834, sem jamais voltar a ver o filho caçula.

Pedro II ao 4 anos de idade. Pintura de Arnaud Pallière, 1830. 

Por conta de Pedro II na época contar com 5 anos de idade, e ter sido designado príncipe-herdeiro, ou seja, era o sucessor direto ao trono, ignorando suas irmãs mais velhas, o garoto passou a ser cuidado pelas irmãs e os tutores. Por conta disso, ainda cedo ele teve sua infância comprometida, pois não podia brincar como outras crianças, sendo obrigado a estudar intensamente e ter pouco contato com familiares e amigos. Fato esse que ele cresceu como uma criança solitária e tímida. O maior contato que tinha era com seus professores e criados.

Devido a ser menor de idade, apesar de que poderia contar com a regência de suas irmãs Maria e Januária (que eram as mais velhas), o governo imperial afastou as duas de tal possibilidade, optando em nomear regentes masculinos advindos do meio político, inaugurando a fase do período regencial, marcada por uma forte instabilidade política no império.

O Período Regencial (1831-1840)

Ao longo de nove anos de regência, oito regentes governaram o país. Inicialmente foram convocados três regentes: Francisco de Lima e Silva, o Barão de Barra Grande; Nicolau Pereira de Campos Vergueiro (conhecido como Senador Campos Vergueiro) e José Joaquim Carneiro de Campos, o Marquês de Caravelas. Os três regentes formaram a chamada regência trina provisória, composta por senadores imperiais, que estariam no cargo por alguns dias.

No dia 31 de abril de 1831, D. Pedro II foi aclamado oficialmente herdeiro do trono, mas por ser uma criança, teria que aguardar sua maioridade, até lá os regentes governariam o país. Assim, após a partida de D. Pedro I e D. Amélia, os três regentes trataram de promover a anistia a presos políticos, restituir funcionários públicos demitidos pelo imperador.

Regentes provisórios. 

A regência provisória do Barão de Barra Grande, do senador Campos Verdeiro e do Marquês de Caravelas acabou em 17 de junho de 1831, quando ocorreu a eleição no Paço do Senado para se eleger a regência permanente. O barão Lima e Silva foi reeleito para o cargo - o único que conseguiu isso -, por sua vez, elegeu-se os deputados José da Costa Carvalho e José João Bráulio Moniz.

Sob o governo dos novos regentes, Pedro II por ser criança, seguia apenas estudando, não tendo nenhuma atuação ou influência na política. O governo regencial dos três regentes se estendeu até 1835, época que grandes revoltas eclodiram no país, lutando pela independência de suas regiões como a Revolta dos Malês em Salvador, promovida por escravizados islamizados, a Cabanagem no Pará e a Farroupilha no Rio Grande do Sul.

Por essa época, Pedro II tinha dez anos de idade, suas irmã estavam casadas ou noivas, mas os regentes é quem controlavam o governo. Diante das três grandes revoltas, especialmente a Cabanagem e a Farroupilha que perduraram por alguns anos, o Senado Imperial criticou a incompetência dos regentes Lima e Silva, Costa Carvalho e Bráulio Moniz.

Uma eleição foi convocada para se escolher nova regência, a ideia após o Ato de 1834, era ao invés de nomear três regentes, escolher-se-ia apenas um com mandato de dois anos. O padre Diogo Antônio Feijó, que dispunha de apoio da ala moderada do governo, a qual se opunha aos absolutistas e os exaltados, foi eleito com mais de seis mil votos. Apesar da vitória, enfrentou forte oposição no governo, além de não conseguir pôr fim a Cabanagem e a Farroupilha.

O regente Diogo Antônio Feijó. 

Quando sua saúde piorou em 1837, nomeou Pedro de Araújo Lima, o Marquês de Olinda, como regente interino até recuperar sua saúde. Como isso não ocorreu, Padre Feijó renunciou a regência em nome do marquês, que estabeleceu o Ministério das Capacidades com políticos conservadores para tentar sanar a crise política do país.

Durante seu mandato novas revoltas eclodiram no país como a Sabinada (1837) na Bahia e a Balaiada (1838-1841) no Maranhão. Por sua vez, a Cabanagem e a Farroupilha tinha se tornado mais sangrentas, no caso dos farrapos, eles chegaram a proclamar a criação de duas repúblicas, uma no Rio Grande do Sul e outra em Santa Catarina.

O governo de Araújo Lima, o Marquês de Olinda, seguia em crise. Em meio a esse contexto, os apoiadores do príncipe cogitavam que era hora de ele assumir o trono. Na época Pedro II contava com seus 14 anos, mas legalmente faltavam quatro anos ainda para poder ser coroado, porém, a situação era grave e uma medida urgente deveria ser tomada.

O regente Pedro de Araújo Lima. 

O golpe da maioridade (1840)

Em 23 de julho de 1840 com apoio do Partido Liberal, que era opositor a regência do marquês Araújo Lima (que era do Partido Conservador), ocorreu a Declaração de Maioridade, mais conhecida como golpe da maioridade, pois Pedro II tinha seus 14 anos, mas legalmente somente poderia assumir o trono aos 18. Porém, seus partidários decidiram emancipar o adolescente.

A ideia de antecipar a maioridade do príncipe foi inspirada em sua irmã Maria II, que aos 15 anos foi emancipada e se tornou rainha de Portugal. Assim, como a situação no Brasil era crítica por conta da instabilidade política no país e a insatisfação de várias alas da população com os regentes, os Liberais começaram a promover uma campanha de aclamação ao príncipe para assumir o trono de fato. A proclamação dizia o seguinte: 

Brasileiros!

A Assembleia Geral Legislativa do Brasil, reconhecendo o feliz desenvolvimento intelectual de S.M.I. o Senhor D. Pedro II, com que a Divina Providência favoreceu o Império de Santa Cruz; reconhecendo igualmente os males inerentes a governos excepcionais, e presenciando o desejo unânime do povo desta capital; convencida de que com este desejo está de acordo o de todo o Império, para conferir-se ao mesmo Augusto Senhor o exercício dos poderes que, pela Constituição lhe competem, houve por bem, por tão ponderosos motivos, declará-lo em maioridade, para o efeito de entrar imediatamente no pleno exercício desses poderes, como Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.

Brasileiros! Estão convertidas em realidades as esperanças da Nação; uma nova era apontou; seja ela de união e prosperidade. Sejamos nós dignos de tão grandioso benefício.

Paço da Assembleia Geral, 23 de julho de 1840.

Dessa forma, a declaração oficializava D. Pedro II como governante do Brasil, aos 14 anos de idade (embora ele foi coroado somente em 1841), que seria orientado pelo Ministério da Maioridade, formado pelos Irmãos Antônio Carlos Andrada e Martim Francisco Andrada (os quais eram irmãos de José Bonifácio, patriarca da independência brasileira e ex-tutor de Pedro II) e pelos irmãos Antônio Francisco Cavalcanti de Albuquerque e Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque. Os quatro agiriam informalmente como regentes do jovem imperador.

Coroação de D. Pedro II. Pintura de François-René Moreaux, 1842. 

O casamento arranjado

Era comum ainda naquele tempo que a realeza se casasse entre membros de famílias proeminentes para estreitar laços de aliança e apoio político. No caso de D. Pedro II, ele passou pelo mesmo. Em 1843, aos 17 anos de idade, o jovem imperador teve seu casamento arranjado com a princesa Teresa Cristina (1822-1889), três anos mais velha do que ele. Ela era irmã do rei Fernando II das Duas Sicílias (1810-1859).

A conexão do Brasil com o reino siciliano seu deu por influência da corte portuguesa, já que a irmã de Pedro II, D. Januária, se casou com o conde Luís Carlos, irmão de Teresa Cristina. Assim, tudo estava em família no final das contas.

Todavia, como Pedro II não viajou a Itália, ele enviou embaixadores para representa-lo no acordo nupcial. Inclusive o jovem imperador somente tinha visto a princesa a partir de um quadro, que ele a achou bonita. Porém, mais tarde ao conhece-la pessoalmente, descobriu que o pintor tinha dado uma embelezada na obra. Mas como os casamentos eram por obrigação e não por amor, Pedro II e Teresa Cristina se casaram na Capela Real no Rio de Janeiro em 4 de dezembro de 1843.

Retrato da princesa Teresa Cristina, por José Correia de Lima, c. 1840. A pintura em questão não retratava fielmente a princesa. 

Do relacionamento eles tiveram quatro filhos: D. Afonso (1845-1847), D. Isabel (1846-1921), D. Leopoldina (1847-1871) e D. Pedro Afonso (1848-1850). Nota-se que a imperatriz engravidou sucessivamente, gerando quatro crianças, embora os meninos devido a problemas de saúde, morreram com menos de dois anos, restando apenas as filhas, as quais chegaram a fase adulta. Além disso, como a saúde da imperatriz piorou após dar à luz ao quarto filho, o casal não voltou a ter mais herdeiros.

A falta de herdeiros varões abalou ainda mais o relacionamento de Pedro II com Teresa Cristina, fato esse que isso foi motivo para ele buscar amantes. Pelo menos três delas ficaram conhecidas: Luísa Margarida Portugal de Barros, a Condessa de Barral e Pedra Branca (1816-1891), que era casada com um conde francês e amiga de D. Francisca de Bragança (irmã de Pedro II). A Condessa de Barral atuou como preceptora das princesas; tendo sido a amante mais próxima do imperador, já que vivia pelo palácio, além de ele nutrir paixão por ela ao longo de vários anos, mesmo ela tendo retornado para a Europa.

A Condessa de Barral por volta da década de 1850. 

Por sua vez, o imperador se relacionou com outras duas nobres, mas de forma mais breve: a primeira delas foi Ana Maria, Condessa de Villeneuve, com a qual ele trocou cartas amorosas e até picantes, exaltando o calor do “sangue espanhol” dela. Outra de suas amantes notórias foi a Condessa de La Tour, uma das últimas amantes do imperador, numa época que ele já estava na casa dos cinquenta anos. Além dessas três condessas, D. Pedro II teria tido outras amantes desconhecidas, embora algumas tenham sido brevemente citadas em algumas de suas cartas. 

Imperador poliglota

D. Pedro II tinha facilidade para aprender idiomas, fato esse que ele se tornou um notório poliglota. Ele falava fluentemente francês, alemão, inglês, espanhol, italiano e tupi. Inclusive sabia ler e escrever nesses idiomas.

Por sua vez, seu gosto por idiomas não se limitou apenas as línguas que ele mais falava em suas viagens e nas conversas com embaixadores e autoridades estrangeiras. Interessado por literatura, poesia, história e filosofia, Pedro II estudou outros idiomas, os quais não falava fluentemente, mas conhecia o suficiente para falar algo, ler e até escrever, o que incluía o latim, o grego, o árabe, o sânscrito, o aramaico, o russo e o provençal.

Fotografia de D. Pedro II por volta e 1848, aos seus 22 anos. Devido a barba cheia, ele aparentava ser mais velho. 

Seu interesse por línguas também o levou a praticar a tradução, condição essa que o monarca chegou a traduzir trechos da Ilíada e da Odisseia, do grego para o português, capítulos de As Mil e Uma Noites do árabe para o português. Ele também traduziu poemas diversos de idiomas como francês, inglês, italiano, latim, alemão e aramaico para o português.

O monarca também trocava cartas com autoridades e intelectuais europeus, escrevendo na língua nativa deles, entre alguns casos tivemos: o filósofo francês Arthur Gobineau, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, o naturalista britânico Charles Darwin, o escritor francês Victor Hugo, o compositor alemão Richard Wagner, o químico francês Louis Pasteur, o inventor americano Alexander Graham Bell.

Um imperador viajante

Pedro II era um homem que gostava de viajar, no ano de 1859 realizou sua primeira grande série de viagens pelo Brasil, tendo percorrido as capitais e outras cidades das províncias do Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Paraíba. Ao todo a viagem imperial durou 134 dias em que o monarca, a imperatriz e alguns ministros estiveram ausentes da capital imperial. Foi sua viagem mais longa realizada no território nacional.

O imperador aproveitou para conhecer as capitais dessas provinciais, sua realidade, receber presentes e participar de reuniões e cerimônias. Depois disso, ele nunca mais voltou a tais províncias. Posteriormente, em 1865, ele viajou de navio para o Rio Grande do Sul no contexto da Guerra do Paraguai (1864-1870) para saudar seus generais e soldados.

No ano de 1880 ele realizou viagem ao Paraná, para supervisionar a construção da ferrovia naquela província. Já em 1881 ele viajou para Minas Gerais, passando algumas semanas por lá, visitando várias cidades a província mineradora. Posteriormente, em 1886, o monarca viajou pelo Vale do Paraíba nas províncias do Rio de Janeiro e São Paulo para conhecer cidades, fazendas de café e as ferroviais dessa importante região cafeicultora, sendo a última série de viagens que ele fez no país.

Todavia, para além de viajar por parte do Brasil, D. Pedro II visitou quatro continentes e mais de quinze países. Entre os anos de 1871 e 1872, logo após o término da Guerra do Paraguai, a família real decidiu realizar uma longa viagem de meses pela Europa. Assim, eles foram visitar parentes em Portugal e na Itália, mas também passaram pela Espanha, França, Bélgica, Inglaterra e Alemanha. Posteriormente, a família real seguiu para o Egito, pois Pedro II era um entusiasta da Egiptomania, e um de seus sonhos era visitar o país.  

 

A família real brasileira no Egito, em 1871. 

Anos depois, em 1876-1877, ele decidiu passar alguns meses nos Estados Unidos, chegando a fazer o trajeto e trem de San Francisco a Nova York. O monarca passou por Washington D.C e até chegou a visitar brevemente Toronto no Canadá. Após seu tour pelos Estados Unidos, seguiu para a Europa, onde lhe aguardavam algumas reuniões, porém, no caminho aproveitou para visitar alguns países como França e Alemanha novamente, mas indo conhecer Dinamarca, Suécia, Finlândia e Rússia. Posteriormente, ele seguiu para o sul, visitando Grécia, Turquia, Síria, Israel e Palestina.

Nos anos de 1887-1888, já idoso e com problemas de saúde, foi se consultar com médicos na Alemanha e Itália, por essa época a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, enquanto atuava como regente do pai. Ele retornou em 1888, mas no ano seguinte com a Proclamação da República, a família real foi exilada do Brasil. D. Pedro II permaneceu algum tempo em Portugal e depois se mudou para França. Estima-se que se somando todas as suas grandes viagens, ele teria passado o equivalente a três anos viajando.

O interesse do monarca em viajar era um misto de trabalho e lazer. Ele aproveitava para se reunir com alguns chefes de Estado e participar de eventos, mas em alguns casos, viajava apenas de férias. Devido a ser um homem culto, ele gostava de visitar museus, jardins botânicos, universidades, bibliotecas e lugares históricos. Suas viagens ao Egito, Grécia e Israel são memoráveis neste sentido.

Além disso, seu interesse por ciências e tecnologias, o levou a exposições a respeito, a mais importante foi na Filadélfia em 1876, quando ele conheceu Alexander Graham Bell (1847-1922), que na época apresentava seu modelo de telefone. Pedro II foi o primeiro chefe de Estado a experimentar o telefone desenvolvido por Graham Bell, inclusive elogiando o invento e divulgando ele. Mais tarde ele comprou alguns exemplares para instalá-lo em seu palácio e no Senado. O Rio de Janeiro se tornou a primeira cidade brasileira e da América do Sul a ter uma linha telefônica.

Dom Pedro II e Alexander Graham Bell se conheceram na Filadélfia, em 1876, onde o imperador ficou fascinado com o telefone de Bell. 

Sua passagem pelos Estados Unidos também foi marcante de outras formas. Em sua viagem de trem de San Francisco para Nova York, o veículo foi parado por uma tropa de indígenas do Povo Sioux, cujo chefe pretendia assaltar o trem, mas ao ser informado que o imperador do Brasil estava presente, o chefe conversou com D. Pedro II, pedindo a ajuda dele para a causa indígena e liberou o trem. 

Em sua passagem por Washington D.C., D. Pedro II foi visitar os monumentos históricos famosos da capital. Um guia foi enviado para ele, o qual ficou fascinado com o conhecimento que o monarca brasileiro tinha sobre a história americana. O guia teria dito que Pedro II sabia mais da história dos Estados Unidos, do que o então presidente do país, que não eram bem visto assim. 

A Guerra do Paraguai (1864-1870)

Embora o império tenha passado por vários conflitos, o maior e mais sangrento deles foi a guerra no Paraguai, a qual durou seis anos e vitimou centenas de milhares de pessoas. O conflito que atingiu quatro países, sendo três deles contra o Paraguai, foi o pior desastre bélico do governo de Pedro II.

Os antecedentes do conflito remontavam a disputa política uruguaia entre o Partido Colorado, que era oposição e buscava vencer a eleição presidencial contra o Partido Blanco, na ocasião apoiado pelo presidente do Paraguai. Isso resultou num sério conflito que gerou a Guerra do Uruguai (1864-1865), a qual contou com o envio de tropas brasileiras e argentinas para apoiar os Colorados, enquanto os Blancos eram apoiados por tropas paraguaias.

A guerra no Uruguai durou cerca de sete meses, terminando com a vitória o Partido Colorado, todavia, o resultado apesar de benéfico aos interesses brasileiros e argentinos em manter uma aliança político-econômica na bacia do Rio da Prata, desagradaram profundamente Francisco Solano López (1827-1870), o qual viu sua economia prejudicada por perder seus benefícios que possuía com o governo do Partido Blanco, até porque diferente de seus vizinhos, o Paraguai não possui saída direta para o mar, dependendo dos rios que desaguam no Rio da Prata.

Em uma resposta ousada, Solano López ordenou que tropas paraguaias atravessassem a fronteira do país com o Brasil na província do Mato Grosso. O governo imperial foi comunicado. D. Pedro II enviou comunicado exigindo explicações da ação e a retirada imediata das tropas, mas Solano López se recusou a dar ambas, isso foi considerado ato de guerra. Por sua vez, as tropas paraguaias também invadiram as fronteiras argentinas e uruguaias. Solano López pretendia abrir caminho à força para conquistar terras que o levassem até o litoral, o que incluíam as províncias sulistas brasileiras.

Fotografia de D. Pedro II aos 44 anos, usando traje de almirante.
Imagem de 1870. 

Pedro II convocou os presidentes do Uruguai e da Argentina, criando a Tríplice Aliança para se combater o Paraguai por sua declaração de guerra. Na época, acreditava-se que o conflito duraria poucos meses, pois eram três países contra um, no entanto, os uruguaios estavam fragilizados por sua guerra civil e os argentinos não tinham um exército poderoso e grande para sustentar um conflito longo, no fim, sobrou ao Brasil manter-se como cabeça no conflito, sendo surpreendido pela condição de que os paraguaios estavam bem mais preparados do que se esperava.

O imperador chegou a visitar as tropas em 1865, no Rio Grande do Sul, onde anunciou seu genro Gastão de Orleans, o Conde d’Eu (1842-1922), como general das forças brasileiras, escolha que desagradou o comando do Exército, já que o conde não era militar de carreira, tampouco tinha experiência de comando em guerra. Tal decisão resultou em problemas estratégicos e derrotas ao Brasil, inclusive que acarretaram na demora de pôr fim ao conflito, o qual se estendeu por quase seis anos, resultando em altos gastos, mas numa pesada destruição e mortandade para os paraguaios.

O Conde d'Eu, genro do imperador Pedro II, em traje militar com medalhas. 

Crise do reinado

A vitória brasileira na Guerra do Paraguai não melhorou a situação do país como esperado. Os seis anos de conflito acarretaram em altas despesas para os cofres públicos, dívidas essas que perduraram por anos. Além disso, em 1871-1872 e depois em 1876-1877, a família real realizou longas viagens pelo exterior, gerando mais despesas a nação, embora se alegasse que tais viagens fossem custeadas pelas rendas pessoais do imperador, ainda assim, a opinião pública não gostou disso, afinal, o país endividado e o imperador gastando dinheiro viajando pelo mundo, em muitas ocasiões, indo a passeio. Soma-se a isso outros fatores políticos que comprometiam a imagem de seu governo. Como crises políticas e religiosas.

Numa sociedade profundamente machista e patriarcal, a ausência de um regente homem era malvista. Enquanto Pedro II estava em suas longas viagens no exterior, sua filha mais velha, a Princesa Isabel era quem governava o país. Naturalmente ela era a herdeira do trono, no entanto, uma mulher no posto de governo mais alto da nação, não era bem vista por parte da população, além disso, seu marido, o Conde d’Eu era considerado um incompetente, ainda mais pelo fracasso de seu comando na Guerra do Paraguai. Completava-se também a condição de que o casal não tinha gerado herdeiros, o que suscitava uma série de boatos.

A família real brasileira por volta de 1863. Da esquerda para direita: Leopoldina, Pedro II, Teresa Cristina e Isabel. 

O imperador Pedro II perdeu seus filhos varões ainda na infância deles, mas sua filha Leopoldina de Bragança casou-se com Luís Augusto, o Duque de Saxe, tendo quatro filhos. Embora fossem candidatos a herdar o trono, a sucessão ditava que a preferência eram os filhos de Isabel, por ser a filha mais velha do imperador, porém, Isabel casou-se em 1864 com o Conde d’Eu, num típico casamento arranjado. 

A princesa era conhecida por não ser bela, tendo puxado a mãe (o mesmo valia para sua irmã Leopoldina). Além disso, ela tinha dificuldades para engravidar. Boatos diziam que ela seria infértil, ou era o marido que era infértil, ou o fato de ela ser feia, levava o marido a não querer ter filhos com ela. A boataria somente foi quebrada em 1875, quando nasceu o primeiro filho do casal Pedro de Alcântara de Bragança e Orleáns (1875-1940), posteriormente, nasceram seus dois irmãos Luís e Antônio. Isso pôs fim ao boato de que a princesa fosse infértil.

Embora o problema de sucessão tenha sido parcialmente resolvido, pois agora Pedro II dispunha de sete netos para sucedê-lo. Ainda assim, o trono passaria para Isabel, porém, havia o projeto de que ela governaria até a maioridade do filho, o futuro “D. Pedro III”, algo que nunca se concretizou.

Além desse problema de sucessão real, o governo do imperador também enfrentou a Questão Religiosa (1872-1875), uma disputa pela hegemonia do catolicismo no império. Oficialmente o cristianismo católico era a religião legítima do Império do Brasil, todavia, na segunda metade do século XIX, outras religiões como o Espiritismo, o Judaísmo, a Teosofia e igrejas protestantes como a Batista, a Presbiteriana, a Calvinista e a Congregacional começaram a se estabelecer no país. Isso irritou bispos mais conservadores como os bispos de Olinda e de Salvador, os quais além de reprovarem a chegada de outras religiões e das igrejas protestantes, eram também antimaçons, lembrando que alguns dos altos funcionários do governo pertenciam a Maçonaria, que naquela época era vista como anticristã. Entretanto, Pedro II não acreditava nessa ideia, assim, ele nunca baniu a maçonaria do Brasil (embora seu pai tenha a suspendido por algum tempo).

A crise religiosa se estendeu por alguns anos, em que os bispos criticavam a falta de firmeza do imperador em tomar uma decisão em favor do Catolicismo. No final, o imperador optou em manter a tolerância religiosa (pelo menos para algumas religiões, já que o Islão, o Candomblé e outras religiões seguiam marginalizadas), embora cedeu a algumas exigências do papado. 

Charge de 1875, mostrando o imperador D. Pedro II estendendo a mão para a palmatória do papa Pio IX. 

Ainda nas décadas de 1870 e 1880 o movimento abolicionista crescia no país. Pedro II era favorável a ele, embora se conteste até onde ele realmente o apoiava. Os defensores do monarca costumam apontar que ele alforriou seus escravizados e lhes pagava salário. No entanto, o monarca nunca fez campanha direta pelo fim da abolição, temendo retaliação dos escravocratas. De outro lado, ele permitiu que leis pró-abolição fossem aprovadas no Senado. Isso torna sua ligação ambígua com o movimento abolicionista.

Mas além do processo de abolição que ia ganhando cada vez mais apoio, outro movimento que se destacava era o movimento republicano. Apoiadores do imperador condenavam aquilo, inclusive não entendiam porque o monarca permitia que um Partido Republicano tenha se formado em São Paulo em 1873. Posteriormente, se espalhando para outras províncias.

Quando indagado a respeito, Pedro II dizia que não era contra a democracia, pois se proibisse o movimento republicano, estaria sendo autoritário. Neste aspecto, os monarquistas enxergavam o imperador como um governante relapso, imagem essa que foi crescendo durante o final da década de 1870 e os anos 1880, quando ele apresentava cada vez mais desinteresse pela política, preferindo viajar para o exterior, onde passava meses fora, ou se dedicava as suas traduções e fotografias. Jornais da época começaram a publicar charges e sátiras apresentando Pedro II como um velho que estava ficando gagá, que era dorminhoco, relapso aos afazeres do governo.

Caricatura mostrando D. Pedro II como um velho dorminhoco, uma crítica a seu desinteresse pela política. Arte de Angelo Agostini, publicada na Revista Ilustrada, em 1887. 

A abolição da escravidão decretada pela Lei Áurea em 13 de maio de 1888, não foi assinada pelo imperador, o qual estava de viagem na Europa, mas sim pela Princesa Isabel. Tal lei dividiu a opinião da população. Os afro-brasileiros a saudaram como a “Redentora”, outros não comemoraram tanto, pois a situação precária, o racismo, o preconceito e a exploração do trabalho se mantiveram. No entanto, os grandes fazendeiros eram contrários ao fim da escravidão total, pois comprometeria seus negócios profundamente. 

Além disso, alguns políticos, militares e profissionais liberais também não eram favoráveis ao fim da escravidão. Soma-se a condição de que foi a princesa quem assinou tal lei, não o pai dela, algo visto como uma ação “petulante”, pois embora ela fosse a herdeira, mas atuava como regente. O pai dela quem deveria ter assinado a tal lei. Enquanto isso, o movimento republicano crescia entre alas do Exército e políticos liberais pró-republicanismo. Isso tudo culminaria no fatídico 15 de novembro.

O golpe republicano (1889)

Reunindo militares do alto escalão, junto a políticos, advogados, empresários, fazendeiros e intelectuais, além de lideranças positivistas como o militar Benjamin Constant (1836-1891), principal nome da Igreja Positivista no Brasil, criada em 1881, que defendia preceitos idealistas do filósofo francês Auguste Comte (1798-1857), além de princípios republicanos, ela teve forte impacto no Rio de Janeiro e São Paulo entre os adeptos do republicanismo.

Assim, após meses de planejamento, decidiu-se que um golpe militar seria efetuado em 1889, numa época que Pedro II era visivelmente visto como incapaz de continuar no trono e tendo regressado poucos meses de sua visita a Europa, para tratar de problemas de saúde e descansar. Assim, lideranças como o militar Benjamin Constant e o jornalista José do Patrocínio (1853-1907), mobilizaram militares e civis para apoiar uma ação republicana revolucionária.

Constant reuniu militares do alto escalão, usando a pessoa do marechal Deodoro da Fonseca (1827-1892) como símbolo maior, já que ele passava mais credibilidade do que ele. Fato esse que Fonseca foi quem participou do ato público no Campo de Santana, no Rio de Janeiro, onde anunciava a proclamação da república. Enquanto isso, outros militares invadiram o Senado Imperial e prenderam o presidente do Senado, Visconde de Ouro Preto. Os quartéis cariocas foram ocupados e o Ministério da Guerra e a Câmara Municipal também.

 

Proclamação da República. Quadro de Benedito Calixto, 1893. 

Por sua vez, José do Patrocínio mobilizou seus contatos jornalísticos para difundir a ação não como golpe de estado, mas como ato revolucionário e necessário para o futuro da nação. Os jornais noticiavam com êxito aquela ação civil-militar. Primeiro, como ato de aclamação e no dia 16 de novembro, a matéria de José do Patrocínio informava ao povo brasileiro que o país era oficialmente uma república.

Na ocasião desse rápido e exitoso golpe de estado, Dom Pedro II estava em seu palácio em Petrópolis e ao ser informado do ocorrido, imediatamente retornou a capital. Ali ele foi notificado pelo major Sampaio Ribeiro de que o governo republicano estabelecido, embora fosse recente e interino, era legítimo e o monarca e sua família deveriam deixar o Brasil o quanto antes, pois lhe foi oferecido o direito de partirem em exílio para onde decidissem.

Diferente do que foi visto em outras revoluções republicanas como as ocorridas na França em 1789 e na Rússia em 1917, em que posteriormente a queda das suas monarquias, os monarcas foram presos e depois executados, no Brasil, não ocorreu uma revolução propriamente dita, além de que foi pacífica. D. Pedro II e sua família ainda eram amados por parte do povo, além de que, os republicanos não o odiavam a ponto de quererem mata-lo junto a família.

Então lhes foi concedido o direito de exílio. Assim, o imperador sem poder articular uma aliança política, sem possuir apoio do Exército e da Marinha, só lhe restou contar com a aceitação da derrota. No entanto, monarquistas não concordavam com a decisão do imperador, alguns acreditavam que ele tinha sido preso e outros que ele estava sendo coagido a se render, assim, algumas pequenas revoltas civis e militares de apoiadores do imperador, ocorreram pela capital e outras cidades, mas foram rapidamente detidas pela polícia e as tropas do Exército a favor do republicanismo. Nenhum levante proeminente conseguiu se estabelecer para impedir a derrocada do império, embora conflitos contra a república surgiriam nos anos seguintes.

Gravura representando o major Sólon Sampaio entregando a ordem de exílio para D. Pedro II. 

Exílio (1889-1891)

Os preparativos para o exílio foram bastante rápidos, condição essa que o imperador, a imperatriz, a princesa Isabel, o Conde d’Eu, seus filhos e outros membros da corte, foram embarcados no dia 17 de novembro no navio Alagoas, rumo a Portugal. A embarcação chegou em Lisboa em meio aos festejos de coroação do rei D. Carlos I (1863-1908), sobrinho-neto de D. Pedro II. Apesar do parentesco, o novo soberano não recebeu de bom grado seu tio-avô, inclusive de forma rude o ignorou e pediu para que se retirasse de Lisboa, pois as notícias de que o velho imperador foi deposto em seu país já tinham chegado a Portugal e prejudicavam a coroação do novo rei.

Assim, Pedro II e sua família seguiram para a cidade o Porto, onde permaneceram as semanas seguintes. Ali, a imperatriz Teresa Cristina adoeceu, vindo a falecer aos 67 anos de idade em 28 de dezembro de 1889. Aquilo abalou profundamente o imperador, o qual ainda lidava com o fato de ter sido destituído do seu trono, expulso de seu país e rejeitado por seus parentes portugueses.

A imperatriz Teresa Cristina em fotografia de 1888, aos 66 anos de idade. 

A notícia do falecimento da imperatriz do Brasil no Porto, se espalhou pela cidade, por Portugal e chegou ao Brasil. A imperatriz era bem quista socialmente, conhecida por sua vida reservada e dedicada a família. Um cortejo fúnebre foi realizado no Porto e seu corpo levado ao Panteão dos Braganças em Lisboa. No Brasil, jornais prestaram homenagens a falecida imperatriz. Já Pedro II, abalado pelo luto recente e desgostoso com Portugal, decidiu ir embora do país, mudando-se para Paris em 1890, vivendo em hotéis e de forma solitária e anônima.

O luto abalou profundamente o imperador. Ele envelheceu mais rápido, embora nem tivesse chegado aos 70 anos ainda. Perdeu peso, seu aspecto era de um homem melancólico. Mesmo as belezas de Paris não lhe agradavam mais. Pedro II viveu seus últimos anos longe da política e do luxo da nobreza, mesmo que pudesse ter requisitado isso, já que sua filha vivia com a família em um palácio em Eu, na França, além de haver outros nobres brasileiros, portugueses e franceses que também se dispuseram em acolhê-lo. No entanto, o imperador optou por levar uma vida simples. Os hotéis onde passou a viver não eram luxuosos. Ele as vezes recebia visitas de amigos e da filha, a qual pedia para ele ir viver com ela, mas o velho soberano se recusava. Preferia a solidão de seu exílio e luto.

Após contrair pneumonia no final de novembro, Dom Pedro II faleceu na madrugada do dia 5 de dezembro de 1891, aos 66 anos. Os funcionários do Hotel Bedford notificaram a família e a imprensa. A Princesa Isabel pretendeu realizar um funeral discreto, como era intuito de seu pai, porém, o governo francês disse que por se tratar de um chefe de estado, o funeral deveria ser público e custeado pelo governo.

 

Foto de D. Pedro II em seu velório, em 6 de dezembro de 1891. 

Jornais franceses noticiaram a morte do imperador do Brasil em Paris. No dia 6 de dezembro ocorreu o velório e o funeral, que contou com a presença de milhares de pessoas. Autoridades francesas e estrangeiras, nobres de diferentes países europeus, além de políticos, militares, cientistas, artistas etc., compareceram ao velório e o funeral. Um cortejo fúnebre em carruagem cruzou as ruas parisienses. Pedro II pode ter vivido seus últimos dois anos de forma anônima como um civil, mas ganhou um funeral digno de um monarca. Seu corpo foi transportado para Lisboa, para ser sepultado ao lado da esposa.

No Brasil, o governo republicano tentou censurar as notícias sobre a morte do imperador, mas vários jornais a noticiariam. Um clamor nacional se espalhou pelo país. Monarquistas exaltavam a memória do monarca. Missas solenes, homenagens públicas, fechamento de lojas por luto, bandeiras hasteadas em meio pau, entre outras homenagens foram prestadas ao longo do mês de dezembro, contrariando as tentativas republicanas de desvalorizar a figura do imperador.

Pedro II sonhava em morrer em seu país, como não pôde fazer isso, levou consigo amostras de terra de todas as províncias, as quais foram depositadas em seu túmulo. Seus restos mortais e de sua esposa foram transladados ao Brasil somente em 1921, três décadas depois, onde foram solenemente recebidos para as celebrações do centenário da Independência do Brasil em 1922. Pessoas que ainda conservavam o sentimento monarquista, compareceram massivamente as cerimônias. Os seus restos mortais juntos ao da esposa se encontram sepultados na Catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis

Túmulo de D. Pedro II e Teresa Cristina, na Catedral de Petrópolis. 

NOTA: Dom Pedro II é um dos chefes de estado no jogo Civilization V (2010), aparecendo na DLC Brave New World (2013). Nesse jogo temos uma versão idosa do monarca. Por sua vez, em Civilization VI (2016), o imperador aparece em versão mais jovem quando tinha trinta e poucos anos. 

NOTA 2: O anime Time Travel Shoujo (2016), no episódio 9 (Bell's Responses), explora a viagem no tempo da protagonista até o ano de 1876, quando D. Pedro II conheceu Alexander Graham Bell e sua apresentação do telefone na Filadélfia.

NOTA 3: O livro As barbas do imperador (1998) da historiadora Lilia Moritz Schwarcz, foi adaptado para história em quadrinhos no ano de 2019  

NOTA 4: A novela brasileira Nos Tempos do Imperador (2021-2022) temos uma trama de ficção histórica que se desenrola paralelamente ao monarca e sua relação com a esposa, as filhas e sua amante a Condessa de Barral. 

NOTA 5: O Colégio Pedro II no Rio de Janeiro foi fundado em 1837 pelo regente Araújo Lima, não pelo soberano. 

NOTA 6: Por ser um monarca culto, D. Pedro II se tornou presidente honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), fundado em 1839

Referências

BESOUCHET, Lídia. Pedro II e o século XIX. 2a ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1993.

CALMON, Pedro. História de D. Pedro II. Rio de Janeiro, J. Olympio, 1975. 

MOREL, Marco. O período das regências (1831–1840). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor Ltda, 2003. 

SCHWARCZ, Lilia MoritzAs Barbas do Imperador. Dom Pedro II, um monarca nos trópicos. 2ª ed. São Paulo, Companhia das Letras, 1998. 

SOARES, Noêmia Guimarães; SOUZA, Rosane de; ROMANELLI, Sérgio (orgs.). Dom Pedro II: um tradutor imperial. Florianópolis, PGET/UFSC, 2013. 

Links relacionados:

As imperatrizes do Brasil

200 anos da coroação de D. Pedro I

200 anos da Independência do Brasil

Alexander Graham Bell e o telefone

Duque de Caxias: O patrono do Exército

Almirante Tamandaré: o patrono da Marinha Brasileira

O Barão de Mauá: o primeiro industrial do Brasil

LINKS:

Time Travel Shoujo — episódio 9

ARQUIVO CONFIDENCIAL #28: D. PEDRO II, o segundo imperador do Brasil

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