sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Momento: Expressões da História - parte III

"Todos os caminhos levam a Roma"/ "Quem tem boca vai a Roma"

Tais expressões se devem ao fato da grande extensão de estradas criadas pelos romanos ao longo de sua história, principalmente durante o império romano, onde seus domínios alcançavam cerca de 4 milhões de km2. A criação destas estradas deve-se a diversos motivos, desde o fato de facilitar a movimentação das legiões, facilitar o transporte de mercadorias, melhorar a viagens pelos domínios do império (na verdade em alguns casos as estradas eram um tanto "chacolhantes" para quem viajava em carroças e carruagens, nesse caso os mercadores e os ricos).
Principais rotas construídas pelos romanos durante o império. 
Pelo fato de que esta malha de caminhos facilitava a movimentação pelas terras conquistadas, e Roma estando no centro, como a poderosa e imponente capital, surgiu o ditado popular, de que "todos os caminhos levam a Roma", já que de fato, esta até a metade do século III era a principal cidade do império. Não obstante, mesmo com a queda do Império Romano em 476 a.C, Roma ainda sobreviveria como uma das cidades mais importantes da Europa e do mundo Ocidental, já que esta se tornou a sede da Igreja Católica.

As estradas romanas ainda passaram a serem utilizadas, e, agora além de comerciantes, soldados, viajantes, ladrões, ciganos, etc., elas eram percorridas em peregrinações pelos fiéis. Devido ao fato de que todos estes caminhos foram de suma importância para a movimentação pela Europa, surgiu outro ditado no qual diz "Quem tem boca vai a Roma", ou seja, se você sabe falar, é só perguntar para qualquer um o
caminho que leva para Roma, e estes lhe indicavam o caminho.

Uma curiosidade a parte, os romanos já nesta época praticavam o turismo. Antigos guias turísticos foram encontrados, datando da época do império. Nesse caso somente os mais ricos, é que tinham condição de viajar pelos domínios do império. Os pontos turísticos iam desde alguns monumentos, cidades e paisagens naturais. Dentre os principais lugares visitados pelos patrícios estavam as pirâmides de Gizé no Egito.


"Pomo da Discórdia"
Tal expressão tem origem na mitologia grega, num prelúdio a Guerra de Troia. Na verdade foi por causa do pomo que se gerou o estopim para desencadear a famosa e sangrenta batalha que durou dez anos. De forma resumida a história é essa: Antes de ocorr
er a guerra em si, a deusa Tétis, mãe de Aquiles, realizava o seu casamento com o seu marido, o mortal Peleu. Neste grandioso casamento, deuses e mortais foram convidados, no entanto uma deusa não foi chamada, esta se chamava Éris a deusa da discórdia (os romanos a chamavam de Discórdia). Éris injuriada por não ter sido convidada, decidiu ir para a festa de penetra. Consigo ela levava um pomo de ouro, no qual este tinha um traiçoeiro plano em mente. Na festa, Éris apresentou o belíssimo pomo aos deuses, então disse que tal pomo seria dado a mais bela das deusas. Porém alguém deveria ser o juiz para tomar tal decisão, sendo assim, Éris ofereceu o pomo para Zeus, mas, este desconfiando de Éris, recusou o pedido, e indicou um dos mortais para ser o juiz, ele indicou o jovem princípe troiano, Páris.

As candidatas para o prêmio eram as deusas, Hera, Afrodite e Atena. Cada uma das deusas ofereceu uma recompensa p
ara Páris para persuadí-lo. Hera disse que se ele a escolhesse ela o tornaria um grande e poderoso rei; Atena lhe ofereceu vitórias na guerra e a sabedoria. Quanto a Afrodite, a mais bela das deusas, disse que se o pomo fosse dela, ela lhe mostraria a mais bela das mulheres. Páris escolheu Afrodite, e como promessa, ela lhe disse que a mais bela das mulheres era Helena, rainha de Esparta, esposa do rei Menelau. Feito isso, Páris partiu para Esparta, se apaixonou por Helena, e os dois fugiram para Troia. Com raiva, Menelau foi pedir ajuda ao seu irmão Agamêmnom, e se deu início a guerra.

A expressão "pomo da Discórdia" pode se referir tanto a um objeto, um fato ou uma pessoa, no qual todos estes acabam por levar a desanvenças e a discórdia entre as pessoas, nesse caso levando a brigas e a violência.


"Mata leão"

O "mata leão" é um termo informal para se referir a uma técnica utilizada por praticantes de alguns estilos de arte marcial para enforcar o oponente, na tentativa de conter seu movimento, e não visando sua morte. Tal expressão surgiu de um mito grego, para ser mais exato, de um dos Doze Trabalhos de Héracles.

Héracles combatendo o Leão de Neméia em um de seus Doze Trabalhos. 
O segundo trabalho de Héracles dado por Euristeu, consistia em o herói ter que matar o temível Leão de Neméia, o qual aterrorizava a região de Neméia, comendo os rebanhos e matando viajantes, pastores e caçadores. O Leão de Neméia não era um leão comum, ele era maior do que os outros, e sua pele era mais dura que o ferro, de fato quando Héracles foi lutar com este, suas flechas, lanças e a sua espada não conseguiam perfurar o duro couro do leão. No fim o herói decidiu lutar com as próprias mãos. Ele agarrou o leão pelo pescoço e o enforcou até a morte. Desta história nasceu a expressão "mata leão".

Links relacionados:Momento: Expressões da História - parte I
Momento: Expressões da História - parte II
Momento: Expressões da História - parte IV
Momento: Expressões da História - parte V

Um comentário:

  1. Prezado Leandro,

    Parabéns pela iniciativa de criar um blog tão coerente com o devir histórico, pois, o papel da História é lançar luzes ao presente.

    Desenvolvo um blog (amantesdeclio.blogspot.com), juntamente, com meus alunos da E.M.Genildo Miranda, na cidade de Mossoró-RN.

    Um forte abraço,

    Prof. Lima Júnior

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