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Leandro Vilar

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Nos deem comida: o povo tem fome

Quando se fala em problemas de abastecimento de alimentos, hoje em dia pensa-se logo que tal cenário seja algo simplesmente dos países pobres. Seja, na África, Ásia, América Latina e na Oceania. Entretanto, a fome, não é algo que abala somente os povos do século XX para cá. Desde os primórdios da humanidade, quando os homens dependiam da caça e da coleta para seu sustento, estes travavam todos os dias uma luta pela sobrevivência. Diferente no que vemos nos filmes, não era simplesmente sair andando, e logo você encontraria comida aqui ou ali. Não, a realidade era outra, e por mais que fosse dura, nossos antepassados conseguiram sobreviver.

Com o advento do sedentarismo, e da produção agrícola e pecuária, para se abastecer, vilas, cidades, Estados, pensou-se que os problemas da falta de comida estivessem acabado. Os homens plantariam e criariam os animais de seu sustento, não dependendo tanto mais da caça. No entanto isso não é totalmente verdade. Ao longo dos séculos de histórias de diferentes povos, nota-se problemas, crises, guerras por comida. Seja devido a questões climáticas que arruinavam as plantações, gerando seca ou excessiva chuva, seja por guerras, nas quais levavam a destruição dos campos, seja por pragas, por cobiça, inveja, etc. Estes e tantos outros fatores, levaram a muitas pessoas morrerem de fome, em diferente épocas.

Nas linhas a seguir, focarei um período especifico desta vasta história. Falarei um pouco da realidade da Inglaterra e da França no século XVIII. As duas nações mais ricas da Europa nesta época.

"A alimentação, na Europa de outrora, era desequilibrada por excesso de farináceos, insuficiente em vitaminas e proteínas, e marcada pela alternância sobre a frugalidade e a comilança, não chegando esta última (que era rara) a exorcizar em uma grande parte da população a obssesão por penuria". (DELUMEAU, 1989, p. 170).


"Aquele que retém o trigo, o povo o amaldiçoará: mas que a bênção recaia sobre a cabeça de quem o vende".
Provérbios, XI, 26.

Desde a Antiguidade, o pão era um dos alimentos mais importantes em diferentes sociedades da Europa, África e Ásia. Era uma forma rápida e fácil para se alimentar as camadas populares, mas, não apenas estas, mas, sim toda a sociedade. Desde o rei ao escravo, todos comiam pão. O pão não era simplesmente fornecido apenas como um alimento, mas, sim como forma de pagamento. Em algumas culturas que se desconheciam o dinheiro e até mesmo em algumas que o usavam, o pão era o pagamento dos operários, dos trabalhadores. O chamado pão de cada dia.

Sendo assim, tais características não mudaram muito ao longo de séculos, e se chegando na Inglaterra do século XVIII, alguns destes aspectos ainda se mantinham vivamente incrustados na cultura. O historiador inglês Edward Thompson, disse que o século XVIII fora marcado pelos "motins de fome". Motins estes que eclodiram em rebeliões, destruição, morte e caos. Tais movimentos eram iniciados pelas camadas mais baixas, as quais sofriam diretamente com o aumento do preço da farinha e consequentemente do pão. Enquanto o povo partia para as ruas para reivindicar a baixa nos preços ou até mesmo saquear padarias, armazéns e moinhos, os comerciantes em parte se intimidavam com tais acontecimentos, e por outra parte os ricos fazendeiros e comerciantes, ainda mantinham de forma escrupulosa a venda de farinha a alto preço e de má qualidade, como se tais protestos não abalassem sua cobiça por riqueza. Deve-se ressalvar que nesta época, as pessoas viviam em uma sociedade pré-capitalista, sendo assim, o lucro cada vez mais se tornava a principal importância do comércio.

Mas, antes de explicar como ocorria tais revoltas, devo citar algumas causas que geravam tais manifestações.

Grande parte da camadas populares dependiam do pão de cada dia para seu sustento, no entanto havia dois problemas antemão para a compra deste produto. Primeiro, a venda dos grãos pelos pequenos e grandes fazendeiros; segundo, a produção da farinha nos moinhos e finalmente a fabricação dos pães nas padarias, por fim para se chegar na mão dos consumidores. No entanto em meio a estas etapas muita coisa acontecia.

"Os trabalhadores do século XVIII não viviam apenas de pão, mais (como mostram os orçamentos coligidos por Eden e David Davies) muitos deles viviam sobretudo de pão". (THOMPSON, 1998, p. 153).

Se um agricultor tivesse uma colheita ruim, ele poderia vender seu produto a um preço alto devido a escassez do produto, e até mesmo, vender neste mesmo preço grãos de qualidade inferior. Quando estes grãos chegavam ao moleiro, este como deveria fazer a farinha, as vezes não dispunha de matéria-prima suficiente, então ele acrescentava na mistura outros gêneros para render mais. Isso acabava afetando a qualidade do produto, mesmo assim ele venderia pelo mesmo preço de um produto bom.

"Na década de 1750, um certo dr. Manning publicou um arrazoado declarando que o pão era adulterado, não só com alume, giz, greda branca e farinha de favas, mas também, com cal extinta e chumbo branco. Causou grande sensação a sua afirmação de que os moleiros misturavam na farinha "sacos de ossos velhos muídos": "os cemitérios dos mortos são revolvidos, para acrescentar sujeira ao alimento dos vivos", ou, como dizia outro folhetista, "a era presente [está] se banqueteando com os ossos do passado". (THOMPSON, 1998, pp. 166-167).

"Os bodes expiatórios eram os padeiros, os moleiros, assim como os comerciantes de cereais e os açambarcadores acusados de rarefazer artificialmente os grãos para aumentar sua circulação e, se necessário, vendê-los mais longe com maior lucro". (DELUMEAU, 1989, p. 173).

No entanto não era somente os moleiros que praticavam estes atos de desonestidade, os próprios padeiros também realizavam ao seu modo, suas artimanhas para burlar as Leis do Pão, e enganar os próprios consumidores. Uma das práticas utilizadas pelos padeiros era comprar a farinha fina, a qual era de melhor qualidade e mais cara, e fabricar seus pães para vender-los. Sendo assim, restava aos mercados a farinha grossa, que era de menor qualidade e mais barata. Neste caso, muitos diziam que o pão feito desta farinha causava náuseas, diarreia, cólicas, e possuía um gosto ruim. Isso forçava as pessoas a desistirem de fazer o "pão caseiro" e irem comprar nas padarias. E no entanto nem sempre o pão das padarias era de boa qualidade devido a origem de sua farinha.



"Vender pão branco ou farinha pura tinha vantagens para os padeiros e os moleiros, pois o lucro que podiam ganhar com essas vendas era em geral bem maior. (Ironicamente, esse fato provinha em parte da proteção paternalista ao consumidor, pois o Regulamento do Pão tinha por objetivo impedir que os padeiros lucrassem com a venda do pão aos pobres; por isso, era do interesse do padeiro fazer a menor quantidade de pão "caseiro" possível, e esse pouco ele ainda fazia mal". (THOMPSON, 1998, p. 154).

Tais problemas ocorriam porque não se havia uma inspenção da qualidade dos produtos. Os inspetores estavam preocupados em fiscalizar o preço da farinha e do pão, e não exatamente sua qualidade, e quem pagava por isso era o povo.

"A maioria dos londrinos suspeitava que todos os envolvidos na produção e comércio dos grãos, da farinha e do pão praticavam todo tipo de extorsão". (THOMPSON, 1998, p. 166).

"Em tempos de preços altos, mais da metade do orçamento semanal da família de um trabalhador poderia ser gasto em pão". (THOMPSON, 1998, p. 155).

Sem pão as pessoas não teriam o que comer, e logo a fome mataria a muitos, e a revolta tomaria a multidão. Para se evitar este futuro indesejado, o governo tomou várias medidas ao longo dos reinados. Desde a criação do Regulamento do Pão, que fixava o preço da venda de pão, farinha e de grãos a granel. Além de determinar a hora de abertura e fechamento do mercado
(Nesta época quando o mercado abria, primeiro os ricos e burgueses faziam suas compras, depois deles comprarem que queriam iam embora, e o mercado estava livre para o restante do povo). Além deste regulamento, outras leis foram criadas, como: A Lei do Pão do rei Carlos II e o Modelo de Smith, elaborado pelo economista Adam Smith.

Em si, leis do pão existem a muito tempo na Inglaterra e em outros países, porém devido a insuficiência destas, isso gerava constantemente revoltas e por consequência reelaborações nestas leis ou criação de leis novas. No entanto, por mais que na cidade, a fiscalização dos mercados crescesse, os fazendeiros ainda possuíam meios de burlar a lei.

"Os fazendeiros (reclamava) passaram a evitar o mercado e a negociar com intermediários e outros "atravessadores" na sua própria casa. Outros fazendeiros ainda levavam ao mercado uma única carga, "para manter as aparências no mercado e conseguir que o preço fosse estabelecido", mas, o comércio principal era feito por meio de "parcelas de cereais num saco ou pano, chamadas amostras". (THOMPSON, 1998, p. 157).

Sendo assim, os fazendeiros para evitarem o preço fixo da cidade, ou vendiam sua produção em suas terras, estipulando o valor que quisesse, ou armazenava o estoque, até haver uma baixa na disponibilidade de grãos, e com isso eles os venderia a preços maiores. Em outros casos, eles preferiam exportar sua mercadoria para outras cidades, devido ser um negócio mais lucrativo. Em alguns casos certos produtores formavam verdadeiros monopólios locais.

"Á medida que o século avançava, os procedimentos do mercado se tornavam menos transparentes, pois os cereais passavam pelas mãos de uma rede mais complexa de intermediários. Os fazendeiros não vendiam num mercado aberto competitivo (o que, num sentido local e regional, era um objetivo que pertencia mais ao modelo paternalista que ao modelo laissez-faire)". (THOMPSON, 1998, p. 163).

Como o governo não conseguiu dá um jeito nestes constantes atos de vigarice, as camadas mais baixas em muitos casos decidiram agir por conta própria. As pessoas saiam de suas casas, e formavam grupos, e algumas vezes estes grupos eram organizados para tais manifestações e em outras eles se formava ao longo do caminho. Esses grupos seguiam para os moinhos, padarias, armazéns, etc. Lá eles protestavam para que o preço do pão baixasse, e em alguns casos, depredavam os locais, os invadiam, saqueavam e lixavam seus donos. Houve um caso em que um grupo de mulheres invadiram um moinho e destruíram as máquinas destes e ameaçaram fazer o mesmo com o seu dono. Em outro caso, um grupo de mulheres saquearam um comboio de grãos. Nestes casos tanto homens e mulheres participavam destes movimentos.


Mas, deixando esta questão da Inglaterra por hora, falarei um pouco da realidade que se passava na França, uma realidade bem pior do que vista até agora. Enquanto na Inglaterra as pessoas ainda conseguiam arranjar comida, na França, grande parte da população nem tinha ao menos isso. E o pior de tudo era que enquanto o povo sofria com a fome e o frio dos castigantes invernos, a corte de Luís XVI e Maria Antonieta, vivia em soberba opulência entre os muros de Versalhes, capital do reino.

Durante o governo de Luís XVI (1774-1791) a França vivenciou seus piores invernos e crises de fome. Nesta época o país contava com a maior população da Europa, eram cerca de 26 milhões de pessoas, e grande parte dessa não tinha ao menos algo para se comer todos os dias.

"Os agricultores não podiam obter cereais em quantidade suficiente para alimentar grande número de animais e não tinham gado bastante para produzir o adubo capaz de fertilizar os campos e aumentar a colheita". (DARNTON, 1986, p. 42).

"A horta do quintal, muitas vezes, proporcionava a margem de sobrevivência para famílias que não tinham os vinte, trinta ou quarenta acres necessários para independência econômica. Tinham extrema necessidade de terra porque grande parte da colheita lhes era tirada por seus tributos senhoriais, dízimos, arrendamentos de terrenos e impostos". (DARNTON, 1986, p. 43).

"Para a maioria dos camponeses, a vida na aldeia era uma luta pela sobrevivência, e sobrevivência significava manter-se acima da linha que separava os pobres dos indigentes. [...]. Assim, uma sucessão de más colheitas podia polarizar a aldeia, levando as famílias marginais à indigências, enquanto os ricos ficavam mais ricos". (DARNTON, 1986, p. 45).

"Grandes massas humanas viviam num estado de subnutrição crônica, subsistindo sobretudo com uma papa feita de pão e água, eventualmente tendo misturadas algumas verduras de cultivo doméstico. Comiam carne apenas umas poucas vezes por ano, em dias de festa ou depois do abate de outono, que só ocorria quando não tinham silagem suficiente para alimentar o gado durante o inverno. Muitas vezes, não conseguiam o quilo diário de pão (2.000 calorias) de que necessitavam para se manterem com saúde e então tinham pouca proteção contra os efeitos conjugados da escassez de cereais e da doença". (DARNTON, 1986, p. 40).

"Embora severas nas cidades, as crises de cereais eram ainda mais duramente sentida nos campos, onde, como lembra P. Goubert, a maioria dos pequenos camponeses precisava comprar seu pão. Em certas províncias da França, 3/4 dos camponeses eram incapazes de alimentar a família com sua exploração agrícola". (DELUMEAU, 1989, p. 170).

Em alguns casos quando não se havia meios de sobreviver em suas pobres terras, as pessoas partiam para a marginalidade e a criminalidade. Se tornavam saltibancos, mendigos, punguistas, prostitutas, se passavam por falsos recrutas e falsos inválidos, etc.

No entanto a miséria não era algo que ficava restrita as vilas e ao campo, nas próprias cidades tal realidade era bem viva. Poucos anos antes da Revolução Francesa se deflagrar, os habitantes de Paris, maior cidade da França, viviam sob a ameaça de morte pela fome e pelas outras pessoas. Os pobres eram quem mais sofria com isso, e neste caso relatos da época dizem que as pessoas, roubavam umas as outras por um punhado de pão, invadiam armazéns e padarias para saqueá-las, invadiam outras casas; tumultos se geravam pelas ruas, brigas e até mesmo assassinatos. A cidade vivia em um verdadeiro caos. E sobre tais premissas, os aristocratas de Paris, decidiram agir e por fim a esta abominação. Com isso, em 14 de julho de 1789, o povo revoltado invadiu a Bastilha e deu inicio a Revolução Francesa.

"A situação alimentar e demográfica melhorou no decorrer do século XVIII em certo número de províncias francesas. Mas o medo de faltar pão tinha atrás de si um passado longo! Além disso, no próprio ano em que Turgot decidia imprudentemente pela liberdade do comércio dos cereais (setembro de 1774), a colheita foi má. Volta-se imediatamente aos piores terrores de antigamente e às condutas violentas, cujo rito as multidões haviam elaborado há muito tempo: despósitos de trigo e mercados pilhados ao redor de Paris, ataques a padarias em Paris e em Versalhes por bandos descontrolados". (DELUMEAU, 1989, p. 174).

Um ponto interessante que Darnton diz em seu livro, é o fato que a realidade social, fora de grande importância para o desenvolvimento dos contos de fada nesta época.

"Longe de ocultar sua mensagem com símbolos, os contadores de histórias do século XVIII, na França, retratavam um mundo de brutalidade nua e crua". (DARNTON, 1986, p.29).

"Comer até se encher, comer até a exaustão do apetite (manger à sa faim), era o principal prazer que tentava a imaginação dos camponeses e que eles raramente realizavam em suas vidas". (DARNTON, 1986, p. 53).

Muitos contos de fada populares da França, desconhecidos para nós das Américas, falam geralmente sobre comida e riqueza, principalmente sobre a aventura de um rapaz que parte de suas terras miseráveis ou é expulso pelos pais de casa, porque estes não tem comida para lhe dar. Então este jovem ou é ajudado por fadas ou anjos, para derrotar inimigos ou superar obstáculos para finalmente sair vitorioso.

Fica evidente que o problema da fome foi algo bem traiçoeiro e que teve em alguns momentos, forte importância para a mudança do governo nos Estados.

NOTA: Na Inglaterra, o principal tipo de pão consumido era o de farinha de trigo. No entanto também se consumia, pão negro, pão de cevada, pão de aveia e de outros tipos de cereais, dos quais em alguns casos causavam mal para aqueles que o comiam, devido aos fungos encontrados nestes alimentos.
NOTA 2: Reza a lenda que quando a rainha Maria Antonieta fora avisada de que o povo não tinha pão para comer, ela teria dito o seguinte: "Se eles não tem pão, então que comam bolo".
NOTA 3: A Bastilha foi inicialmente construída para ser um portão e depois fora ampliada, tornando-se uma fortaleza. Já durante o Antigo Regime (séc. XVI ao XVIII) ela passou a ser utilizada pelos reis de França como uma prisão estatal. A invasão da Bastilha, a libertação do povo e sua destruição marca o primeiro passo da Revolução Francesa. A fortaleza representava o poder absolutista dos reis do Antigo Regime.
NOTA 4: Um bom exemplo de conto de fada que ilustra as ideias citadas anteriormente, é o conto de João e Maria. No qual os dois irmãos perdidos em uma floresta, acabam encontrando uma casa feita de doces.
NOTA 5: Adam Smith (1723-1790) foi um ilustre economista e filósofo escocês do século XVIII, conhecido por ter escrito sua obra-prima, A Riqueza das Nações.
NOTA 6: Mesmo tendo sido escrita séculos antes desta época, as histórias de Robin Hood, já possuíam um caráter similar a este período. Em seus contos, o Príncipe dos Ladrões, roubava dos ricos para dá aos pobres.


Referências Bibliograficas:
THOMPSON
, E. P. Costumes em comum. São Paulo, Companhia das Letras, 1998. (Capitulo 4: A economia moral da multidão inglesa no século XVIII, pp. 150-202).
DARNTON, Robert. O grande massacre de gatos: e outros episódios da história cultural francesa. Rio de Janeiro, Graal, 1986. (Capitulo 1: Histórias que os camponeses contam o significado de Mamãe Ganso, pp. 21-101).
DELUMEAU, Jean. História do Medo no Ocidente. São Paulo, Companhia das Letras, 1989. (Capítulo 4: Medos e Sedições (I): O temor de morrer de fome, pp. 170-174).


Link relacionado:
O Antigo Regime

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