A Revolução Industrial foi um marco na história humana, ela fez romper a barreira que prevalecia em nosso desenvolvimento econômico, tecnológico e científico e deu aos homens a visão do progresso, de um futuro melhor. Bem... Era assim que as pessoas dos fins do século XVIII e idos do XIX viam em parte os benefícios gerados pela Revolução Industrial. Todavia algumas pessoas, apontaram naquela época que a revolução não "libertara" o homem como pretendia uma de suas propostas, mas pelo contrário, ela acentuou a exploração humana, assim dizia Karl Marx.
Hoje em dia, é comum nos livros didáticos apresentar uma divisão da Revolução Industrial, uma divisão em fases, na qual diz que a primeira fase que vai mais ou menos de 1780-1880, diz respeito a época do carvão, do vapor e da ferrovia; a segunda fase já emprega a energia elétrica, o petróleo e o motor a explosão; e a terceira fase trata da energia nuclear. E há quem diga, que já podemos falar de uma quarta fase, na qual impera a informática e a robótica.
Contudo, antes de chegarmos aos problemas e dilemas apontados por Marx, já em meados do século XIX, devemos retornar no tempo até os fins do século XVIII quando a revolução teve início na Inglaterra, mas antes de começarmos a falar da revolução devemos compreender alguns motivos que levaram a sua origem ou talvez não. Como apontara o historiador britânico Eric J. Hobsbawm, "as origens da Revolução Industrial Inglesa ainda são incertas". Mesmo assim, trilharemos alguns fatos de suma importância para estas origens.
Antecedentes da revolução:
A Grã-Bretanha em meados do século XVIII já era uma potência mundial, um império ultramarino, nesse tempo as ideias políticas de um liberalismo econômico, do investimento na exportação de produtos para suas colônias e as nações vizinhas, geravam um lucro para os banqueiros e os comerciantes, mas antes de chegarmos a estes frutos deste período, a Inglaterra por muito tempo como tantas outras nações viveu basicamente da terra. A agricultura perfazia a sustentação desta nação, fato este que antes dos meados do século XVIII, em algumas regiões do reino, cerca de 80% da população ainda vivia no campo, um número que não se distanciava de outros países, como França, Espanha e Rússia.
"A maioria dos habitantes da Inglaterra do século XVIII vivia em áreas rurais, embora as cidades já começassem a expandir-se. Em 1695, uma vez mais seguindo Gregory King, cerca de um quarto da população da Inglaterra e do País de Gales habitava as cidades e vilas onde havia mercados, mas a maioria destas últimas nada mais era do que burgos populosos. Além de Londres (com aproximadamente meio milhão de habitantes), havia somente três cidades na Inglaterra com mais de 10.000 habitantes, Norwich, Bristol e Birmingham. [...]. Apenas um em cada cinco ingleses viviam em cidades". (DEANE, 1973, p. 19-20).
Mas, fora a partir deste longo processo que culminou no desenvolvimento agrícola, no que alguns historiadores costumam de chamar de "revolução agrícola inglesa" que gerou um aumento da produção alimentícia, que implicou no aumento do comércio, exportando o excedente, e a disponibilidade demais comida para se alimentar mais bocas, logo as pessoas passaram a ter mais filhos para ajudar no trabalho no campo, assim a população começou a aumentar. Um fato interessante que corrobora esta questão é que nos fins do século XVII e nos idos do XVIII o preço dos cereais eram bem mais elevado do que a partir de meados do século XVIII, onde o preço da comida decaiu e os salários aumentaram razoavelmente.
"Todo mundo sabe que a expetacular revolução industrial não teria sido possível sem a revolução agrícola que a precedeu: e o que foi a revolução agrícola? Baseou-se principalmente na introdução do nabo. O humilde nabo tornou possível uma mudança na rotação de culturas que não exigia muito capital, mas que acarretou um aumento considerável na produtividade agrícola. Em decorrência disso, podia-se cultivar muito mais alimento com muito menos força de trabalho. A força de trabalho foi dispensada em favor da acumulação de capital". (DEANE, 1973, p. 53, apud NURKSE, 1953, p. 52).
Não obstante, há alguns historiadores que ainda questionam se a implantação do cultivo de nabos, acarretou tais mudanças na produção de alimentos.
"No século XVIII, a população aumenta na Inglaterra tal como aumenta em toda a Europa: 5.835.000 habitantes em 1700; um pouco mais de 6 milhões em 1730; 6.665.000 em 1760. Depois, o movimento acelera-se: 8.216.000 em 1790; 12 milhões em 1820; quase 18 milhões em 1850". (BRAUDEL, 1996, p. 524).
Mesmo com as epidemias e as crises de fome que marcaram a Europa do século XVIII, a população não caiu de forma drástica como fora vista em períodos anteriores, alguns dos motivos apontados foram: a queda do nível de mortalidade infantil, da mortalidade durante o parto, e a falta de grandes conflitos armados, que são uma das principais formas de diminuição em massa de uma população. Todavia ainda existem lacunas a respeito dos motivos que levaram a este surto populacional, já que em alguns períodos houveram crises de fome, epidemias de cólera e varíola, além do mais, as cidades eram imundas, isso contribuía para surtos epidêmicos como cólera, varíola, peste negra, catapora, tuberculose, infecções, etc.
Mesmo com as epidemias e as crises de fome que marcaram a Europa do século XVIII, a população não caiu de forma drástica como fora vista em períodos anteriores, alguns dos motivos apontados foram: a queda do nível de mortalidade infantil, da mortalidade durante o parto, e a falta de grandes conflitos armados, que são uma das principais formas de diminuição em massa de uma população. Todavia ainda existem lacunas a respeito dos motivos que levaram a este surto populacional, já que em alguns períodos houveram crises de fome, epidemias de cólera e varíola, além do mais, as cidades eram imundas, isso contribuía para surtos epidêmicos como cólera, varíola, peste negra, catapora, tuberculose, infecções, etc.
Assim, a Grã-Bretanha mesmo com estas dúvidas acerca de como sua população cresceu, dispunha de uma mão-de-obra que crescia, uma produção agrícola que crescia com seus limites da época (devemos nos lembrar que o transporte naquele período ainda era arcaico), e a manufatura também se desenvolvia. O número de artesãos que formavam guildas (corporações de mercadores, de artesãos, etc) no século XVIII cresceu devido ao aumento do comércio, isso fora um ponto para a revolução posteriormente, já que existia um mercado consumidor amplo. E tal mercado se destacava principalmente com o comércio de tecidos, em especial a lã e o algodão (sendo este advindo das colônias inglesas, especialmente durante o século XVIII, o algodão vinha da Índia, depois passou a vir dos Estados Unidos e do Brasil).
"Mais decisivo ainda parece ter sido o papel do mercado interno. Na Inglaterra o esquema é conhecido nas suas grandes linhas. Um mercado potencial encontra, nela, existência desde o início do século XVIII, sem alfândegas internas nem pedágios como na França ou nos Estados alemães. O crescimento da população, a melhor repartição das riquezas e o crescimento da renda 'per capita' provenientes das inovações da agricultura e do comércio, criam os consumidores potenciais, reunidos agora nas cidades em expansão rápida". (RIOUX, 1975, p. 39).
Neste ponto, podemos ver como fora importante a ampliação do comércio inglês com outras nações, como forma de não apenas atrair o capital, mas incentivar o aumento da produção. Fato este que repercutiu com o decreto da Lei dos Cercamentos de Terras, onde devido ao crescimento da produção de lã, os grandes fazendeiros forçaram o Estado a aprovar tal lei (devemos nos lembrar que muitos dos parlamentares, advinham de ricas famílias, que possuíam muitas terras), logo os pequenos proprietários tinham apenas duas escolhas a fazer: ou aceitavam a dá suas terras aos grandes fazendeiros (farmers no original e continuarem a morar naquele local, mas passando a trabalhar para aquele senhor, ou vendiam suas terras e iam embora, e na maioria das vezes estes partiam para as cidades, já que não conseguiam comprar outras terras com o pouco dinheiro que conseguiam com a venda de suas próprias terras. Tal fato gerou um êxodo rural, e milhares de pessoas migraram para as cidades, especialmente a região da capital Londres, em busca de emprego. Os pequenos proprietários que ali chegavam com suas famílias que continham uma prole com média de cinco a sete filhos, estavam desesperados por emprego e acabavam se sujeitando a morarem em locais degradantes, pois não tinham dinheiro para pagar alugueis mais caros ou comprar uma casa.
"O êxodo para fora da agricultura passa de cerca de 25 mil por década entre 1751 e 1780 a 78 mil para a década de 1781-1790, 138 mil em 1801-1810, 214 mil em 1811-1820 e 267 mil em 1821-1839; ele fica sensivelmente mais moderado neste período". (BEAUD, 2005, p. 144).
FONTE: História do Capitalismo, Michel Beaud, p. 145.
"Assim, o setor da oferta, a agricultura modernizada seria um requisito prévio indispensável disponibilidades alimentares causando a revolução demográfica, mão-de-obra posta à disposição da indústria, capitais acumulados aplicados no circuito produtivo novo, quase tudo dependeria dela". (RIOUX, 1975, p. 28).
Nesse ponto já temos quase tudo para se iniciar a construção das fábricas e por os operários para trabalhar. Já existe uma mão-de-obra abundante, disponibilidade de alimentos, uma produção manufatureira razoável, capital que pode ser aplicado, mesmo em baixa quantidade. Já que os bancos nessa época não conseguiam aplicar o capital agrícola em outro meio, isso só veio mudar com a criação do Banco Central. Mas, de qualquer forma a iniciativa fabril partiu do investimento de particulares e não do governo. Isso só viria ocorrer no século seguinte, e em outros países como a França e os Estados alemães, onde o próprio governo daria subsídios para a construção de fábricas.
Ainda continuando com os antecedentes, o historiador francês Fernand Braudel a partir do trabalho de John U. Nef, publicado na década de 30 do século XX, apontara que um dos motivos que contribuiu para o surgimento das fábricas e do crescimento industrial, fora a demanda por carvão. Nuf conta que no século XVI as florestas britânicas haviam diminuído drasticamente, e o carvão de madeira ou lenha, havia se tornado mais caro, a solução para se evitar um aumento dos preços e o aumento do desmatamento, veio a partir do carvão mineral, ou seja as minas de carvão.
"A Inglaterra dedica-se então (contrariamente aos Países Baixos ou à França) a uma vastíssima exploração do carvão a partir da bacia de Newcastle e de numerosas jazidas locais. As minas, onde camponeses trabalham em tempo parcial e só na superfície, passam então ao trabalho contínuo; os poços penetram até 40 e 100 m de profundidade. A produção, de 35.000 toneladas, atinge as 200.000 no princípio do século XVIII". (BRAUDEL, 1996, p. 513).
A importância do carvão fora evidente, pois algumas das máquinas a vapor que surgirão no século XVIII partiram de ideias para o uso na mineração de carvão. Além disso, Braudel e Nuf lembram, que já no século XVII, as pequenas fábricas de tijolos, vidro, alúmen, etc., já usavam fornos a carvão, pois além de ser mais barato na época, sua combustão era mais duradoura do que a da madeira.
Ainda continuando com os antecedentes, o historiador francês Fernand Braudel a partir do trabalho de John U. Nef, publicado na década de 30 do século XX, apontara que um dos motivos que contribuiu para o surgimento das fábricas e do crescimento industrial, fora a demanda por carvão. Nuf conta que no século XVI as florestas britânicas haviam diminuído drasticamente, e o carvão de madeira ou lenha, havia se tornado mais caro, a solução para se evitar um aumento dos preços e o aumento do desmatamento, veio a partir do carvão mineral, ou seja as minas de carvão.
"A Inglaterra dedica-se então (contrariamente aos Países Baixos ou à França) a uma vastíssima exploração do carvão a partir da bacia de Newcastle e de numerosas jazidas locais. As minas, onde camponeses trabalham em tempo parcial e só na superfície, passam então ao trabalho contínuo; os poços penetram até 40 e 100 m de profundidade. A produção, de 35.000 toneladas, atinge as 200.000 no princípio do século XVIII". (BRAUDEL, 1996, p. 513).
A importância do carvão fora evidente, pois algumas das máquinas a vapor que surgirão no século XVIII partiram de ideias para o uso na mineração de carvão. Além disso, Braudel e Nuf lembram, que já no século XVII, as pequenas fábricas de tijolos, vidro, alúmen, etc., já usavam fornos a carvão, pois além de ser mais barato na época, sua combustão era mais duradoura do que a da madeira.
Aumentando a produção
"[...] talvez a maior parte - das atividades econômicas e manufatureiras da Grã-Bretanha era rural, sendo o trabalhador típico uma espécie de artesão de aldeia ou pequeno proprietário que trabalhava em casa, especializando-se cada vez mais na manufatura de algum produto - principalmente tecidos, vestuários e uma grande variedade de artigos de metal -, e assim, gradualmente, deixando de ser um pequeno camponês ou artesão para se transformar em trabalhador assalariado". (HOBSBAWM, 1986, p. 28-29).
Pintura retratando as fumacentas fábricas dos primórdios da Revolução Industrial na Inglaterra. |
Será a partir do crescimento desta "indústria doméstica" como assinalava Hobsbawm, que daria-se um surto para o desenvolvimento das fábricas. Como fora visto anteriormente, um longo processo marcou a formação das bases para a revolução industrial, tornando a Inglaterra a primeira nação a poder se industrializar no mundo, e grande parte disso adveio do comércio. Hobsbawm dizia que antes dos ingleses serem industriais eles eram acima de tudo comerciantes, fora a partir do comércio interno e externo que o setor manufatureiro e os setores alimentícios e de produção de matéria-prima aumentaram sua produtividade.
"Aos poucos, as aldeias em que os homens passavam seu tempo livre tecendo ou fazendo trabalhos de mineração, começaram a se transformar em vilas industriais de tecelões ou mineiros em tempo integral, e por fim algumas - mas não todas, decerto - converteram-se em cidades industriais". (HOBSBAWM, 1986, p. 29).
FONTE: História do Capitalismo, Michel Beaud, p. 141.
Logo uma rede comercial cruzou o país, regiões mineradoras como Newcastle, conhecida por suas minas de carvão, começaram a ganhar uma leva cada vez maior de emigrantes em busca de emprego, aproveitando que os fornos industriais se abasteciam do carvão, também não tardou para que após a década de 1760, quando passou-se a efetivamente empregar-se máquinas a vapor em distintas atividades, as quais necessitavam do carvão como fonte de energia. Quanto ao ferro, este curiosamente não era abundante na Inglaterra, a extração do minério de ferro e sua produção realmente alcançou níveis altos efetivamente no século XIX, quando passara-se a utilizá-lo em maior quantidade, e a investir na fabricação de aço, para utilizá-lo na fabricação de maquinário pesado: navios, estradas de ferro e as locomotivas. Até os fins do XVIII o aço era pouco utilizado, por ser um material muito caro.
Braudel [1996] comenta acerca desta questão do uso do ferro na Revolução Industrial. Geralmente pensamos que com o despontar da revolução, o ferro passou de uma hora para outra a se tornar um material amplamente utilizado para se construir as máquinas, entretanto, como Hobsbawm, Braudel e outros lembram bem, o ferro não se tornou um produto de grande consumo pelo menos nos trinta primeiros anos da revolução. A metalurgia do século XVIII até pelo menos 1780, estava restrita a produção de ferramentas, pregos, parafusos, porcas, barras de ferro, armas, etc.
O emprego de ferro na confecção de máquinas e de outras estruturas só começaria a se intensificar no final do século, fato este que Braudel salienta que em alguns lugares da Inglaterra, alguns aparelhos e máquinas eram construídos com madeira e não ferro, pois o ferro ainda era um produto caro. Tal fato repercute, quando o mesmo dissera que as máquinas que surgiram durante este período, eram pouquíssimas utilizadas, pois eram caras, e nem toda fábrica dispunha de condições de utilizá-las. Até mesmo as máquinas usadas na indústria têxtil, eram feitas de madeira e não de ferro.
Braudel [1996] comenta acerca desta questão do uso do ferro na Revolução Industrial. Geralmente pensamos que com o despontar da revolução, o ferro passou de uma hora para outra a se tornar um material amplamente utilizado para se construir as máquinas, entretanto, como Hobsbawm, Braudel e outros lembram bem, o ferro não se tornou um produto de grande consumo pelo menos nos trinta primeiros anos da revolução. A metalurgia do século XVIII até pelo menos 1780, estava restrita a produção de ferramentas, pregos, parafusos, porcas, barras de ferro, armas, etc.
O emprego de ferro na confecção de máquinas e de outras estruturas só começaria a se intensificar no final do século, fato este que Braudel salienta que em alguns lugares da Inglaterra, alguns aparelhos e máquinas eram construídos com madeira e não ferro, pois o ferro ainda era um produto caro. Tal fato repercute, quando o mesmo dissera que as máquinas que surgiram durante este período, eram pouquíssimas utilizadas, pois eram caras, e nem toda fábrica dispunha de condições de utilizá-las. Até mesmo as máquinas usadas na indústria têxtil, eram feitas de madeira e não de ferro.
Mas, se por um lado, regiões que se fundamentavam basicamente no setor mineiro, não tinham espaço para cuidar de outras necessidades, logo nestas regiões começaram a surgir vilas operárias, onde fábricas de tecidos fabricavam as roupas dos mineradores, e ao mesmo tempo, também começou a surgir fazendas que forneciam alimentos para abastecer estas áreas. Além disso, outros estabelecimentos urbanos começaram a se estabelecer nessas áreas: armazéns, casas, lojas, tavernas, prostíbulos, etc.
"Assim, a grande vantagem do mercado interno pré-industrial era sua dimensão e sua constância. Talvez não haja contribuído muito no sentido de uma revolução industrial, mas sem dúvida favoreceu o crescimento econômico". (HOBSBAWM, 1986, p. 45).
Dessa forma, as cidades pequenas como Manchester que contava com cerca de 15 a 20 mil habitantes nos fins do século XVIII, passou a contar com uma população de 180 mil habitantes em meados do século XIX. Como Hobsbawm sugerira, a revolução não se deflagrou apenas como uma questão econômica, mas uma questão de necessidade.
Com isso, já entre as décadas de 1780, nota-se o crescimento constante de fábricas e indústrias pelo país. Vizinhos como a Holanda, Bélgica, França e os Estados Alemães, só começariam a se industrializar em meados do século XIX, até lá haveria apenas um pequeno setor fabril em determinadas localidades de cada nação. A França poderia ter-se industrializado logo em seguida a Inglaterra, mas devido a crise econômica que o país sofria sob o fraco governo do rei Luís XVI, tal desenvolvimento ficou estagnado, e nem mesmo as mudanças governamentais geradas pela Revolução Francesa (1789-1799) conseguiram reestruturar o país, e após isso, veio o império de Napoleão I (1806-1815), que também não conseguiu reestruturar o setor fabril e por de vez a França nos eixos da industrialização.
O trabalho fabril
A primeira grande indústria inglesa fora a indústria têxtil. A Inglaterra nos fins do século XVIII, possuía a maior indústria têxtil do mundo, o país produzia tecidos, vestuários e outros produtos a base de lã, seda, linho, mas principalmente em algodão. O setor têxtil como aponta alguns relatos de época, gerava trabalho para pelo menos um milhão de pessoas, de forma direta e indireta. Devemos nos lembrar que nessa época, tanto homens, mulheres e crianças trabalhavam nas fábricas em rotinas esgotantes de até 14 a 16 horas por dia, no caso dos homens. Já as mulheres e crianças trabalhavam menos horas, mesmo assim era um trabalho desgastante.
"Assim, no têxtil, as duas grandes operações são a fiação e a tecelagem. Um tear de tecelão exigia, no século XVII, para sua alimentação contínua, o produto de sete ou oito fiandeiros, ou melhor, fiandeiras. Logicamente, era para a fiação, a operação que requer mais mão-de-obra, que deviam voltar-se as inovações técnicas. No entanto, em 1730, é o tear de tecelagem que se vê favorecido pela lançadeira volante de Kay. Mas essa invenção elementar (a lançadeira acionada por uma mola é manobrada à mão) que acelera o ritmo da tecelagem só se propagará depois de 1760, talvez porque precisamente nesse momento são lançadas três inovações, desta vez aceleradoras da fiação e de difusão muito rápida: a spinning jenny, por volta de 1765, cujos modelos simples estão ao alcance da oficina familiar; a máquina hidráulica de Arkwright, por volta de 1769; e, dez anos depois, 1779, a mula de Crampton, assim chamada por combinar as características das duas máquinas precedentes". (BRAUDEL, 1996, p. 526).
"Assim, no têxtil, as duas grandes operações são a fiação e a tecelagem. Um tear de tecelão exigia, no século XVII, para sua alimentação contínua, o produto de sete ou oito fiandeiros, ou melhor, fiandeiras. Logicamente, era para a fiação, a operação que requer mais mão-de-obra, que deviam voltar-se as inovações técnicas. No entanto, em 1730, é o tear de tecelagem que se vê favorecido pela lançadeira volante de Kay. Mas essa invenção elementar (a lançadeira acionada por uma mola é manobrada à mão) que acelera o ritmo da tecelagem só se propagará depois de 1760, talvez porque precisamente nesse momento são lançadas três inovações, desta vez aceleradoras da fiação e de difusão muito rápida: a spinning jenny, por volta de 1765, cujos modelos simples estão ao alcance da oficina familiar; a máquina hidráulica de Arkwright, por volta de 1769; e, dez anos depois, 1779, a mula de Crampton, assim chamada por combinar as características das duas máquinas precedentes". (BRAUDEL, 1996, p. 526).
Gravura retratando uma tecelã operando uma "spinning jenny", uma das máquinas criadas durante a Revolução Industrial ainda no século XVIII. |
As fábricas, eram mau iluminadas, ainda não existia luz elétrica, a luz vinha das pequenas janelas e dos lampiões ou candieiros que iluminavam seu interior. Eram locais pequenos (já que a maioria das fábricas eram de pequeno porte), abafados, apertados devido aos grandes maquinários e os vários funcionários; eram locais insalubres e quentes; não havia segurança ou direito a segurança no trabalho, se o operário se machucasse de alguma forma, isso era problema dele e de sua família, ainda não existia leis trabalhistas para este setor que crescia cada vez mais.
"Assim, tanto na França quanto na Inglaterra, a industrialização capitalista do século XIX se desenvolveu com base, numa exploração muito dura das massas operárias utilizadas nas indústrias motrizes da época: têxtil, metalurgia, explorações de carvão". (BEAUD, 2005, p. 153).
Trabalhadores em uma fábrica de peças de aço.
Em si, tais condições degradantes e subumanas, levou Marx no século seguinte a criticar a exploração do trabalho. O peso do Capitalismo já começava a ser sentido nesta época.
"O crescimento do proletariado fabril, a ascensão da burguesia industrial e sua fusão progressiva com a antiga elite, a atração crescente dos camponeses pela cidade e a competição dos novos métodos e de uma nova escala de cultivo, todas essas tendências incentivaram alguns observadores a prever uma polarização da sociedade entre uma grande massa de assalariados explorados e um pequeno grupo de exploradores proprietários dos meios de produção". (LANDES, 2005, p. 9).
Se por um lado o trabalho fabril era degradante, fora no setor têxtil que a industrialização tomou forma. Hobsbawm aponta que na década de 1790, praticamente 90% da produção de algodão do país era exportada. O algodão não era plantado na Inglaterra, mas vinha de suas colônias e das colônias das nações amigas, assim os ingleses o manufaturavam e o revendiam.
FONTE: A Revolução Industrial: 1780-1880. J. P. Rioux. 1975, p. 54.
Se antes da revolução os artesãos demoravam vários dias para tecer e fiar os tecidos, roupas e outros produtos, com a invenção de determinados maquinários tudo isso se acelerou.
A mecanização e o vapor
No século XVIII o setor minerador e o setor têxtil formavam as principais fábricas da Inglaterra. O trabalho nas minas era o mais desgastante e o qual possuia o maior indice de mortes. Mas, fora no setor mineiro que se iniciou o emprego da máquina a vapor em 1712, onde o ferreiro e mecânico inglês Thomas Newcomen (1663-1729) aperfeiçoou a máquina a vapor, a utilizando para drenar a água das minas de carvão. A criação da máquina a vapor (ou motor a vapor) por Newcomen dera inicio a uma revolução tecnológica, a qual seria aperfeiçoada nas décadas seguintes.
Representação da máquina a vapor de Thomas Newcomen.
Se por um lado a máquina a vapor começou a ser utilizada no setor minerador, não significa que o vapor ficaria retido apenas a esse setor. Em 1733, John Kay criou a lançadeira volante, que gerou um aumento na produção têxtil, anos depois em 1765, John Wyatt e Lewis Paul lançam a "spinning-jenny" que duplicou a produtividade da máquina anterior, contudo nenhuma destas máquinas ainda utilizava a força do vapor para fazer seus mecanismos funcionarem. Em 1768, Richard Arkwright criou a "water-frame" máquina movida a força da água, esse novo avanço substituiu o uso da força animal e humana, mas será em 1779 que Samuel Crompton, lançara a "mule-jenny" que combina as duas máquinas anteriores, agora empregando o vapor para mover seus mecanismos. E no ano seguinte em 1780, Edmund Cartwright patenteia o primeiro tear a vapor. Todavia, a consolidação das máquinas a vapor só se dará no século XIX.
FONTE: A Revolução Industrial: 1780-1880. J. P. Rioux. 1975, p. 57.
A medida que as descobertas nos campos da física, hidráulica, mecânica e química vão se desenvolvendo, isso permitiu a criação e o aperfeiçoamento de novas máquinas.
"Uma série de máquinas impulsiona o setor moderno: a prensa hidráulica, os fiadores de precisão, o martelo-pilão, o martelo-batedor pneumático, máquinas-motorizadas (fresas, aplainadoras, polidoras) com o sem torres, a máquina de costura, as rotativas para imprensa, as máquinas de escrever, as colhedeiras, as debulhadoras". (RIOUX, 1975, p. 58)
"O impulso pela ciência torna o crescimento industrial acelerado: o movimento continuará, agora, por si próprio. Os processos e as pesquisas são mais divulgados e os velhos ciúmes do inicio do século menos opressivos. Técnica e ciência tornam-se elementos naturais do crescimento dos países capitalistas. E os homens também evoluem: o artesão engenhoso é sucedido pelo pesquisador, pelo técnico e pelo engenheiro". (RIOUX, 1975, p. 59).
Mesmo com todo este progesso no aumento da produção, no aperfeiçoamento das máquinas, no aumento do investimentos e do lucro, isso só poderia continuar progredindo se o transporte destas mercadorias fosse eficiente. Até o final do século XVIII, o transporte terrestre será feito via a carroças, e no mar continuará a prevalecer os navios a velas. Contudo, será nos idos do século XIX, que será criada a ferrovia que revolucionará o mundo.
"A rapidez reduz os custos e as amortizações, une o produtor ao consumidor, obtém mais agilmente o lucro e estimula a habilidade". (RIOUX, 1973, p. 61).
Nas primeiras duas décadas do século XIX, alguns inventores ingleses começaram a aperfeiçoar as máquinas a vapor, lhe dando rodas e a pondo em trilhos. Em 1804, Richard Trevithick (1771-1833), criou a "puffing devil" na qual consistiu numa máquina com um motor a vapor que puxava carrinhos de mina em trilhos. Em 1812, John Blenkisop, aperfeiçou uma das primeiras locomotivas, dando-lhe mais potência, permitindo que puxa-se cargas mais pesadas. Mas, será a partir dos anos de 1815 e da década de 1820 que começaram a se construir as primeiras estradas de ferro na Inglaterra.
Fotografia de uma locomotiva inglesa de 1868.
Tais estradas ficaram presas a curtas distâncias, especialmente em áreas mineiras, até então nessa época já começavam a cruzar os mares os navios a vapor, que se mostravam mais vantajosos do que as locomotivas até então. A primeira estrada de ferro regular, ligava Darlington-Stockton e tinha 13 km de extensão. Ainda se levaria pelo menos mais quinze a vinte anos para que as ferrovias começassem a se espalhar pela Inglaterra e pela Europa.
Em 1825 fora fundada a estrada Manchester-Liverpool, e após com os resultados de sua eficiência, empresas especializadas na construção de ferrovias começaram a surgir pelo país, em 1850, já havia mais de 9 mil km de estradas de ferro pela Grã-Bretanha. A França, a Bélgica e a Alemanha, já contavam também com uma malha ferroviária que crescia nesta época. Na década de 1860, as estradas férreas cruzavam os Estados Unidos, e foram úteis na movimentação de recursos e tropas na sua Guerra Civil (1861-1865), além disso, a ferrovia permitiu a ligação mais eficiente da costa leste com a costa oeste do país, cruzando milhares de quilômetros. No Brasil, fora através das iniciativas do Barão de Mauá, o qual instalou a primeira fábrica de fundição de ferro, estaleiros para a construção de navios, e trouxe as primeiras locomotivas e construiu a primeira estrada de ferro, a Estrada de Ferro Mauá, fundada em 1854, no Rio de Janeiro. Na década de 1870 e 1880, as estradas de ferro se espalharam pela província de São Paulo, Pernambuco e Bahia.
Será também na década de 1870 e 1880, que outras nações do mundo começaram a conhecer o progresso trazido pelas ferroviais, a Austrália, recebera sua linha férrea, o Japão, Índia, China, Rússia, Espanha, Itália, México e o Peru. A partir de 1900, começará a se notar um maior crescimento na malha ferroviária no continente africano, asiático e latino-americano.
FONTE: A Revolução Industrial: 1780-1880. J. P. Rioux. 1975, p.68.
Se por um lado a ferrovia trouxe grande progresso, não podemos nos esquecer que antes de sua "glória" o navio a vapor, já esbanjava seu ar de triunfo tecnológico. A estrada de ferro fora importante para a Inglaterra, mas pelo fato desta ser uma ilha, o trem estava na época limitado a estas fronteiras (hoje existe o Eurotúnel, que liga Londres-Paris).
Antes do emprego do navio a vapor, uma viagem da Inglaterra para Nova York levava mais de um mês em navios a vela, ao empregar o navio a vapor em 1830, tal tempo caiu para quatorze dias. Os navios começaram a cruzar o Atlântico e posteriormente o Índico e o Pacífico. Tal revolução fica mais nítida a partir da década de 1860, quando passa-se a empregar um tipo de hélice aperfeiçoada, concedendo estabilidade e potência para os navios. Assim várias companhias marítimas começaram a se desenvolver, tais como: Cunard, British India, Cie Generale Transatlântique, Hamburg-Amerika, dentre outras.
Em 1869, fora inaugurado o Canal de Suez no Egito, onde passou a ligar o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho, assim ao invés de ter-se que contornar a África para se chegar ao Oceano Índico, bastava atravessar o canal, sair do Mar Vermelho, e já se estaria no Índico.
Além dos mares, os rios também foram dominados pelos barcos a vapor. Os rios Sena, Lorie e Ródano na França; o Reno, Elba e Oder na Alemanha; o Mississipi e os Grandes Lagos nos Estados Unidos. No caso do Brasil, as navegações a vapor ainda ficaram algum tempo retidas apenas ao uso marítimo, contudo na década de 1860, já existia uma rota de viagem ligando o Rio de Janeiro a Liverpool, mensanalmente.
Barco a vapor cruzando as águas do rio Mississipi (EUA).
Política econômica:
Uma última questão que focarei aqui diz respeito a politica liberal inglesa que colaborou para o desenvolvimento tanto nos fins do século XVIII e o restante do XIX. Já no século XVI algumas ideias sobre um liberalismo econômico pairavam sobre a Inglaterra, França e outros lugares. O liberalismo econômico de forma sintática, preve uma diminuição da ação do governo sobre o comércio, ou seja, ao invés do governo fazer uma forte pressão sobre as politicas econômicas de controla-las e poder intervir a qualquer hora, o liberalismo procurava por uma "independência". Os impostos seriam pagos normalmente, mas os comerciantes, banqueiros, os homens de negócios teriam maior liberdade para agir em suas relações comerciais, isso levou a alguns direitos defendidos entre os liberais, como a Lei da Livre Concorrência e a Lei de oferta e procura, ambas as leis procuravam reduzir a burocracia do comércio, e ao mesmo tempo procuravam pelo lucro.
No caso da Inglaterra o primeiro destaque nessa ideia de politica liberal fora o filósofo, médico e téorico politico, John Locke (1632-1704). Locke defendia uma politica liberal, dando oportunidade ao povo de gerir seus próprios negócios, e assim buscar formas de desenvolver a nação. Suas ideias sobre politica são bem claras em seus dois tratados, o Primeiro Tratado sobre o Governo Civil e o Segundo Tratado sobre o Governo Civil. Locke, defendia o direito a propriedade, logo toda pessoa procuraria cuidar e gerir sua propriedade em busca de seu bem-estar, sendo assim, na economia deveria se acontecer o mesmo.
Todavia o grande mérito dessa politica liberal vai para o economista escocês Adam Smith (1723-1790). Smith é tido como um dos mais importantes economistas do século XVIII e da modernidade, sua grande obra fora Uma investigação sobre a natureza e a causa das riquezas da nações (1776). Nessa obra, o autor avalia a organização econômica, as relações de trabalho, as relações comerciais, a distribuição de renda, o acumulo de capital, os problemas enfrentados pelas politicas liberais e conservadoras, etc.
Sob essa temática, a industrialização se desenvolveu na Inglaterra, fato este que devemos nos lembrar que nesse primeiro momento, as indústrias surgiram por iniciativa de particulares não por investimento direto do governo, como viria acontecer posteriormente. Além disso, as leis tributárias, alfandegárias, as leis de importação, exportação e câmbio, refletem a politica liberal tomada pelos ingleses.
Contudo, o leitor não deve pensar que a politica liberal inglesa e posteriormente de outros países que seguiram este modelo, fora uma maravilha, a Inglaterra como outras nações no caso dos Estados Unidos e França, passaram por crises econômicas, que obrigou a suspensão deste liberalismo e a intervenção do governo para corrigir tais problemas.
No caso da França, em 1793 a Europa vivenciava o desenrolar da Revolução Francesa iniciada em 1789. Nesse ano o rei e a rainha de França, foram executados na guilhotina, e o governo Jacobino entrava em uma "era de terror". Só que as ameaças não ficaram retidas apenas a França, os jacobinos temendo o ataque de seus inimigos, declararam guerra a Áustria, e logo em seguida, a Prússia e a Inglaterra, entraram no combate, as lutas não foram tão acirradas assim, mas afetou as políticas exteriores.
A situação inglesa pioraria nas décadas seguintes, quando Napoleão Bonaparte se tornaria imperador da França e iniciaria a expansão de seu império, e uma destas consequências fora o embargo feito aos produtos ingleses, o Bloqueio Continental. Napoleão sabia que os ingleses não eram fortes em terra, mas em mar eram quase invencíveis, e para se conquistar a Grã-Bretanha a qual é uma ilha, a única forma era cruzando o mar. Porém seu plano, fora simples, enfraquecer a economia inglesa e destruturar o país, e assim ele decretou o bloqueio aos produtos ingleses, visando abalar a economia da Inglaterra. A relutância de Portugal em aceitar o embargo napoleônico, levou a fuga da Corte portuguesa para a colônia do Brasil em 1808.
Mesmo com o fim do império de napoleão em 1815, a economia europeía sofreu um retardamento no seu crescimento, algo que voltou a mudar nas décadas de 30 e 40. Mas, novamente novos problemas surgiriam neste tempo. Em 1848, o chamado "ano das revoluções" gerou uma série de revoltas pela Europa, revoltas de cunho democrático, liberal, nacional, que visavam por mudanças econômicas, politicas, legais e sociais, será neste contexto que as lutas sindicais dos homens do campo e dos operários ganhariam força, e será neste momento que Marx e Engels publicariam O Manifesto do Partido Comunista. As décadas seguintes serão marcadas pela difusão das ideias socialistas, marxistas e comunistas, as quais voltariam eclodir na Rússia em 1917.
E se pensar, que todo este contexto aqui brevemente citado tem origem nas mudanças na valorização do capital, do trabalho, nos direitos trabalhistas, nas politicas econômicas, nos ideais filosóficos, sobre sociedade, direito, liberdade etc. O leitor deve saber que os fatos históricos não são algo isolado, mas sim um ponto de partida para outras questões ou um ponto de encontro para outras questões.
NOTA: Em 1873, o Banco de Viena decretou falência, isso abalou significativamente os investimentos de várias empresas e companhias pela Europa. Da década de 70 até 1900, problemas econômicos e financeiros se seguiram. Outros bancos, "quebraram" e empresas foram a falência pelo mundo.
NOTA 2: A primeira máquina a vapor conhecida na história data do século I d.C. Ela fora desenvolvida pelo inventor, matemático e físico grego Héron de Alexandria (10-70). Héron batizou sua invenção de Eólipila, a qual consistia numa esfera com quatro aberturas, onde as aberturas laterais que ficavam presas a dois eixos, recebiam o vapor, e as outras duas, liberavam o vapor, isso fazia a eólipila rodopiar.
Referências Bibliográficas:
RIOUX, Jean-Pierre. A Revolução Industrial: 1780-1880. São Paulo, Livraria Pioneira Editora, 1975.
DEANNE, PHYLLIS. A Revolução Industrial. 2a edição, Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1973.
HOBSBAWM, Eric J. Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. 4a edição, Rio de Janeiro, Forense-Universitária, 1986.
LANDES, David S. Prometeu Desacorrentado: Transformação tecnológica e desenvolvimento industrial na Europa ocidental de 1750 até os dias de hoje. 2a edição. Rio de Janeiro, Elsevier, 2005. (Introdução, p. 1-43).
BEAUD, Michel. História do Capitalismo: De 1500 aos nossos dias. 5a edução, Brasiliense, 2005.
BRAUDEL, Fernand. Civilização Material, Economia e Capitalismo: séculos XV-XVIII. Volume 3, Lisboa, Martins Fontes, 1996. (Capítulo 6: Revolução Industrial e crescimento).
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