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Leandro Vilar

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Alquimia

Hoje a palavra alquimia para muitos conota uma ligação a magia, ao misticismo, a transformar chumbo em ouro e criar a pedra filosofal. De fato tais suposições realmente possuem alguma ligação com a alquimia, porém este conhecimento, abarca muitas outras áreas do conhecimento, e consiste em alguns casos, uma incógnita para os estudiosos. Como definir a alquimia? Seria ela uma ciência, uma filosofia, uma arte ou uma magia? Sobre tais questões irei esclarecer algumas destas nesse artigo, mas de antemão posso dizer que a definição de alquimia se assemelha com o caráter da História. A História ainda hoje é motivo de debate acerca de sua identidade, uns dizem que ela consiste numa ciência, outros que ela seria uma filosofia, e alguns defendem que ela seja uma arte, um ramo da literatura. Sendo assim, história e alquimia são conhecimentos que levantam muitas dúvidas entre o pensamento.

Retratação de um experimento alquímico
A palavra alquimia tem sua origem da palavra egipcía khem o qual significa "terra negra" um dos nomes dados pelos antigos egipcíos ao Egito. No entanto entre os egipcíos existia também a palavra khemia "transmutação do ouro e da prata". Quando os árabes conquistaram o Egito, e tiveram contato com os ensinamentos dos antigos gregos, descobriram a Chemia, ao traduzirem para o seu idioma, ela passou a se chamar al-kimiya, que pela latinização deu origem a atual palavra alquimia. No entanto devo dizer que por mais que a palavra alquimia tenha uma origem no Antigo Egito, isso não significa que este conhecimento teria se desenvolvido ali. Até hoje as origens da alquimia são obscuras e incertas, não se sabe onde ela teria surgido primeiro. Egipcíos, gregos, romanos, árabes, persas, mesopotâmios, hindus, chineses, japoneses etc, todos estes conheciam a alquimia. No entanto em alguns lugares ela se desenvolveu primeiro ou mais tardiamente.


ALQUIMIA ANTIGA


Alquimia alexandrina ou helênica:

De qualquer forma em grande parte das culturas em que a alquimia se desenvolveu, esta possuía um forte vínculo com o misticismo, a mitologia e suas crenças. Para os antigos egípcios e gregos, na época em que o Egito passou a ser governado por governantes de origem greco-macedônica, após o fim do império de Alexandre Magno, os estudos alquímicos começaram a ter uma maior difusão entre estes povos principalmente na cidade de Alexandria, berço do conhecimento antigo no Mediterrâneo Oriental. Antes de RomaConstantinopla se tornarem centros do conhecimento, os alexandrinos já estavam na vanguarda desse conhecimento. Grandes gênios da época, nas áreas da matemática, física, geometria, astronomia, arquitetura, engenharia militar, etc, estudaram ou moravam em Alexandria.

Sendo assim, a alquimia greco-egípcia começava a se desenvol
ver por volta do século III a.C ou II a.C. No entanto sua origem não data desta época. De acordo com os filósofos e estudiosos da época, a alquimia é bem mais antiga, e sua origem se perde no tempo, no entanto, eles creditam sua invenção ao deus Hermes Trimigesto (assimilação do deus grego Hermes e do deus egípcio Thot) considerado o criador das ciências e das artes.


Retratação de Hermes Trimigesto
A alquimia alexandrina além de contar com a influência de conhecimentos mais antigos do Egito, foi influenciada por saberes vindo da Pérsia e de outras regiões do Oriente Médio, na época em que o Egito passou a integrar o Império Persa. Além dos conhecimentos alquímicos advindos do Oriente, os alexandrinos também foram influenciados pela filosofia grega, principalmente a filosofia de Platão e Aristóteles. Platão influenciou com as ideias de metafísica, subjetividade, estudos do espírito, da transcendência, etc., e Aristóteles influenciou com seus estudos acerca da natureza, sendo uma de suas principais contribuições a Teoria dos Quatro Elementos (fogo, ar, água e terra).

Alquimia chinesa:


Na China a alquimia data alguns séculos antes do estudos em Alexandria. Na época do filósofo Confúcio (551-479 a.C) já existia estudos alquímicos. Não se sabe se Confúcio estudou alquimia, mas, parte de sua filosofia que ficou conhecida como Confucionismo, passou a ser entregada na alquimia. Diferente do que alguns pensam, o alquimista não buscava somente transmutar substâncias ou metais, ele também buscava estudar o caráter humano, o seu espírito, sua natureza. O próprio Taoísmo também influenciou os alquimistas chineses, introduzindo a concepção do Yin e Yang, que perfaz a dualidade universal.

"A partir de então, o alquimista não será mais somente um
artesão ou um mágico; ele é, também, um sábio que entende os princípios que regem a realidade". (ALFONSO-GOLDFARB, 2001, p. 20).

Livros como o I Ching e o Tao-te-Ching do sábio Lao Tzu, dedic
am um pouco a abordar questões alquímicas, principalmente relacionadas com a produção de elixires. Um fato curioso, é que muitos dos imperadores chineses, como exemplo, o primeiro imperador Qin Shi Huang Di (260-210 a.C), solicitou a muitos sábios e alquimistas que produzissem um elixir que lhe concede-se a imortalidade. A elaboração de elixires é um segundo ponto que marca o estudo da alquimia. Primeiro temos a transmutação de metais, principalmente de forma que se consiga transformar algum metal inferior em ouro, considerado o mais puro dos metais; e o segundo objetivo consiste na criação de elixires, de poções que possam conceder virtudes, poderes, qualidades aos homens que os levem a perfeição. Nesse caso, a pedra filosofal, seria um meio de se criar o Elixir da Longa Vida.

"A alquimia chinesa possui, por sua vez, um caráter bastante distinto de tudo que foi mencionado até aqui. Seu maio objetivo era obter a cura de todos os males e a busca da eternidade, através de um "elixir" que proporcionasse um equilíbrio perfeito entre o ser humano e o universo". (A
LFONSO-GOLDFARB, 2001, p. 41).

Alquimia hindu ou indiana:

"Quanto à alquimia da Índia, o que aconteceu foi algo de bastante semelhante ao que houve na China. A civilização hindu foi precedida por uma cultura neolítica, no vale do rio Indu, semelhante, à do vale do Nilo e da Mesopotâmia. Também, como esta últimas, evolui para uma civilização mítica. Nessa desenvolvem-se, semelhante às outras, técnicas mágico-míticas que essencialmente não diferem das outras civilizações de mesmo caráter". (ALFONSO-GOLDFARB, 2001, p.21).

No caso da Índia a alquimia também teve uma origem mítica, foi ensinada aos homens pelos deuses. De fato há muitas histórias antigas que assinalam a participação de deuses e deusas ensinando certos saberes aos seres humanos. Neste caso ela também possuiu uma forte influência da filosofia, sendo esta, a filosofia do Budismo.

"Foram os sábios
budistas ps que se aproximaram dos mineiros, ferreiros e médicos hindus arcaicos, a fim de interpretar seus processos, à luz da sabedoria budista. Há vários textos budistas, segundo Mircea Eliade, de entre o segundo e o quinto séculos de nossa era, que mencionam a transmutação ds metais e minerais em ouro. Falam, também, de uma solução (elixir) que transforma o bronze em ouro puro". (ALFONSO-GOLDFARB, 2001, p. 22).

Alquimia persa:


Na Pérsia Antiga, por volta dos sécu
los VII a.C e VI a.C, começou-se a se desenvolver uma alquimia persa, da qual influenciou os árabes nos séculos seguintes. Os persas herdaram seu conhecimento alquímico dos antigos povos que habitavam a Mesopotâmia, como os sumérios e os babilônios. Além disso, os egípcios também influenciaram no desenvolvimento da alquimia persa. Mas, neste caso, a alquimia nesta época ainda é algo muito obscuro de se estudar por falta de dados.

O desenvolvimento da religião do Zoroastrismo desenvolvida pelo profeta persa Zaratustra ou Zoroastro (628-557 a.C) consiste em uma das primeiras religiõ
es monoteístas da História. A doutrina do zoroastrismo abriu portas para o desenvolvimento do conhecimento antes tido como mítico, agora passara a se tornar uma forma de se compreender o mundo, a natureza dos homens e de deus. Nesse caso o deus cultuado nesta religião era Ahura Mazda (o Senhor da Luz). Fundamentos do zoroastrismo influenciaram os caldeus e os judeus posteriormente. No âmbito da alquimia essa filosofia aumentou a importância da influência dos astros e dos números nos estudos alquímicos. A astrologia e a numerologia passaram a compor o estudo da alquimia até os dias de hoje.

"Por outro lado, a heliolatria e o culto do fogo zoroastriano trouxeram a importância do fogo nas
operações alquímicas". (ALFONSO-GOLDFARB, 2001, p. 23).

Alquimia bizantina:


Depois de Cristo por volta do século IV em diante, a cidade de Bizâncio passou a se chamar Constantinopla e a se tornar uma das capitais do Império Romano no Oriente. Constantinopla se tornou um dos centros do conhecimento no Ocidente, e teve forte influência da cultura helênica, deste fato a alquimia bizantina foi diretamente influenciada pela alquimia alexandrina, mas, agora havia um grande diferencial. Esta alquimia passaria a conter influências da doutrina do Cristianismo, influências estas que perdurariam entre os estudos alquímicos na Idade Média e na Idade Moderna.

"Esta atitude n
ova inaugura uma divisão, no mundo cristão, entre a alquimia dita séria e o charlatanismo mágico". (ALFONSO-GOLDFARB, 2001, p. 27).

Mas, antes de seguirmos para a alquimia medieval, tenho dois pontos ainda a serem levantados. Como já pode ser visto, a alquimia possui uma origem mágico-mítica, no entanto esta origem, remonta as antigas práticas dos mineiros, ferreiros, curandeiros e artesãos. Todos estes oficíos se desenvolveram há muito tempo, e os alquimistas uniram muito de seus conhecimentos e criaram seu campo de estudo. Sendo assim, para alguns historiadores, a origem da alquimia possui este caráter, ela se desenvolveu a partir de técnicas antigas, influenciada pelas crenças daqueles povos, por isso que ela possui um caráter místico.

A segunda questão que tenho a tratar é sobre a contribuição do desenvolvimento de técnicas alquímicas, que foram a base dos experimentos da química moderna. Tais contribuições vieram de uma mulher, a alquimista Maria, a Judia.

Maria, teria vi
vido por volta do século III a.C, no Egito, tendo uma formação helenizada, e com influência Oriental. Seu trabalho se perdeu em grande parte no tempo, no entanto o pouco que sobrou foi preservado pelo alquimista Zózimo de Panápolis. As principais contribuições conhecidas deixadas por Maria foram: o "banho-maria", o alambique de três pontas, utilizado na destilação, e o kerotakis, aparelho usado na sublimação (mudança do estado sólido para o gasoso). Sobre Maria, a Judia tem se a seguinte frase, dita por Multhauf:

"Qualquer que tenha sido a contribuição dos aparelhos de Maria para a química, a principal contribuição destes a alquimia f
oi facilitar a reconciliação da teoria e da prática [...]". (ALFONSO-GOLDFARB, 2001, p. 63).

ALQUIMIA MEDIEVAL


Alquimia árabe:

"Quando os árabes conquistaram a Pérsia e o Egito, no século VII, entraram em contato com essas duas civilizações sapiências, e absorveram-lhes a cultura por meio da tradição de seus livros. Entre os livros gregos, traduzidos para o árabe, estava O Livro dos Segredos da Criação - uma cosmogênese, entremeada de conceitos alquímicos, atribuída a Apolônio de Tiana". (ALFONSO-GOLDFARB, 2001, p. 28.

Nesta obra destaca-se o livro a Tábua Esmeraldina, um dos livros mais conhecidos entre o mundo da alquimia, só que curiosamente este livro não trata a respeito de técnicas alquímicas propriamente, ele diz respeito a questões de cunho filosófico. Mas, sua fama entre os alquimistas árabes foi gr
ande o suficiente para torná-lo consagrado.

"De qualquer forma, a alquimia árabe tem uma peculiaridade. Ela, em si mesma, não evoluiu de um estado de técnica mágico-mítica, como sugere Mircea Eliade; nem é o resultado de uma interpretação sapiencial de uma técnica preexistente. Ela foi adquirida pelos árabes, por assim dizer, já pronta". (ALFONSO-GOLDFARB, 2001, p. 29).

Um dos livros de alquimia árabe mais importantes e é o Livro da Composição Alquímica, escrito pelo príncipe Chalid ibn Yazid no século VII. Por mais que os árabes tenham
adquirido muitos dos ensinamentos alquímicos já profundamente formados pelos alexandrinos, bizantinos, persas, caldeus, indianos, etc., numa questão eles se destacaram: essa área foi no estudo da medicina. A farmacopeia árabe era uma das mais avançadas do mundo a partir do século VII em diante. Os médicos, curandeiros e alquimistas desenvolveram um amplo estudo na utilização de ervas, no preparo de medicamentos e no estudo de doenças. Alguns dos tratamentos dessa época ainda são utilizados no dias de hoje.


Avicena
Além do desenvolvimento de uma rica e vasta farmacopeia, os árabes também contribuíram para a nomenclatura e a descoberta de várias outras substâncias químicas como: sais, ácidos, bases, hidróxidos, óxidos, ésteres, gases, etc. Tais descobertas permaneceram por muito tempo entre os alquimistas árabes, até serem conhecidas na Europa. Dentre um dos alquimistas que estudou estas substâncias e escreveu acerca de seus estudos estava Razes, autor do livro o Segredo dos Segredos. Não obstante, outro grande nome da alquimia, mas, sendo este um forte crítico dos estudos de Razes foi o médico, filósofo, polímata persa, Avicena (980-1030). Avicena fora um dos maiores críticos sobre a alquimia em seu tempo, deixando um legado de vários livros, abrangido as técnicas, a metodologia e a filosofia dos alquimistas árabes. Além disso, ele fora um forte defensor da filosofia aristotélica, tendo contribuído para a difusão das ideias de Aristóteles na Europa medieval.

Uma terceira importância que os árabes tiveram na alquimia, fora pelo fato de que estes a introduziram na Europa medieval. Seja por via do Império Bizantino ou pela Península Ibérica a qual fora ocupada por estes
até o século XV. Foram eles os responsáveis por trazerem muitos livros sobre os gregos, romanos, egípcios, persas, etc. Já que dentre eles existia um forte senso de compilar e preservar os textos, e utilizar seus ensinamentos. Embora os europeus também possuíssem esse senso de preservar livros, mas estes ficavam relegados as bibliotecas dos mosteiros, negados ao acesso de estudiosos. 

Alquimia europeia:

A alquimia europeia deve muito a contribuição dos árabes ao
seu saber, como fora dito anteriormente. No entanto durante a primeira metade da Idade Média, chamada de Alta Idade Média ou Antiguidade Tardia que vai do século V ao século X, compreende para a alquimia uma verdadeira obscuridade neste assunto, pouco se sabe de seu desenvolvimento nessa conturbada época, da desintegração do Império Romano do Ocidente, das invasões bárbaras, da migração para o campo e a formação dos feudos, e as guerras que se seguiram. Além disso, por estes séculos, praticamente 90% da população europeia não era alfabetizada ou instruída em algum conhecimento além dos mais básicos.

No entanto, este cenário digno de uma "idade das trevas" como os historiadores ingleses costumam dizer, passara por muitas mudanças a partir do século XI em diante. A partir do século XI e XII que o conhecimento dos antigos voltara a ficar à tona. A filosofia, a matemática, a física, a arquitetura, etc., dos gregos e romanos será revivida por alguns eruditos que trabalharam por conta própria para compilar e traduzir estes saberes, não apenas do grego, mas do árabe, egípcio, aramaico, persa, etc. Sendo assim, nessa época será difundida os primeiros livros sobre alquimia traduzidos para o latim, e pouco tempo depois vários interessados sobre o assunto sugiram em diferentes lugares da Europa.

No século XIII duas importantes figuras se destacaram nos estudos alquímicos, o Santo Alberto Magno (1193-1280), o qual tendo sido um curioso nato, estudou a filosofia clássica (refere-se a filosofia greco-romana), além de possuir um grande interesse pelas ciências naturais, dentre estas a alquimia, como era concebida. Alberto Magno, dedicou alguns anos de sua vida a observar e estudar as técnicas, a metodologia e a filosofia empregados na alquimia, e em seu trabalho De mineralibus et rebus metallicis, ele discursara a respeito do estudo da mineralogia e metalurgia além de falar de alquimia. Em seu trabalho Alberto deixara várias críticas a alquimia, dizendo que essa consistia numa "arte da simulação" que por mais que se pudesse transmutar os metais em ouro, este ouro não seria igual ao concebido pela natureza. Tal crítica compartilha a opinião defendida por Avicena.

"Nem tampouco é de se admirar que apesar das críticas de Alberto à alquimia, seu simples interesse por esse estudo tenha incentivado a produção de uma série de trabalhos alquímicos com seu nome, alguns dos quais parecem ter sido realmente baseados em seu trabalho". (ALFONSO-GOLDFARB, 2001, p. 111).

O grande discípulo de Alberto Magno foi o célebre doutor angélico, São Tomás de Aquino (1225-1274). De fato Tomás de Aquino não foi um alquimista, porém deixou um trabalho intutlado 
Aurora Consurgens que falava a respeito da alquimia. Mas, antes de partirmos para o segundo importante nome neste estudo no século XIII, vocês devem esta se perguntando como é que a alquimia era aceita pela Igreja Católica? 

Bom, isso não é uma pergunta fácil de se responder. Por muito tempo a alquimia e outras práticas foram consideras heréticas e associadas a bruxaria e outras práticas pagãs. Mas, o curioso é que estes dois santos citados acima, estudaram em universidades na época, nas quais por mas que tivessem a influência religiosa em seu ensino, ensinava-se "ciência" (ponho entre aspas pois não se usa esse termo naquela época no sentido de hoje). A "ciência" não era um monstro como muitos pensam. Nesse caso, se antes a alquimia era tida como uma magia, uma arte ou uma filosofia, ela passara a ser considerada também como sendo uma "ciência".

Roger Bacon
E um dos defensores de que a alquimia era uma "ciência" foi Roger Bacon (1214-1294). Bacon teve uma formação universitária, lecionou filosofia, física e outros saberes, se tornou frade, mas sempre manteve um gosto pelo estudo das "ciências", sendo considerado um polímata, já que seus trabalhos abarcam diferentes áreas do saber, dentre os quais a própria alquimia. Bacon não se interessava muito pela teoria escolástica, a qual ele pertencia nessa época. Seu interesse estava nas "ciências" da "experimentação", como física, química, astronomia, medicina, matemática, alquimia, etc. Sob tais influências ele deixou três importantes obras, chamadas: Opus majus, Opus minus e Opus tertium, chamadas em conjunto de Opera.

"Uma boa prova de que as três Opera de Bacon, apesar de servirem para uma análise atual dos conhecimentos da ciência e da alquimia medieval, não foram decisivas ou c
ontrovertidas em sua própria época, está em que elas quase não tiveram penetração enquanto texto escrito". (ALFONSO-GOLDFARB, 2001, p. 126).

No entanto, tais obras levantaram a in
veja, desconfiança e raiva em alguns membros da Igreja. Como eu havia dito, a ciência era tolerada pela Igreja até o ponto de que esta não contradize-se seus dogmas, nesse caso as obras de Bacon questionavam alguns dos valores defendidos pela Igreja, e isso anos depois acabou o condenando a prisão. No entanto antes deste fatídico dia ocorrer, Bacon com a ajuda de um amigo, o Cardeal de Sabina, Raymond de Laon, lhe deu a ideia para que ele procurasse a ajuda do papa. De fato assim ele o fez. Alguns resumos de sua obra foram enviadas para o Papa Clemente IV, mas, infelizmente o papa morreu antes de poder ler-las. De qualquer forma ouve um interesse do próprio papa em ver-las pessoalmente. Não obstante, o legado de Roger Bacon a alquimia seria sua defesa de que esta seria uma "ciência experimental".

"De fato, Bacon considera que a "ciência experimental" não é somente superior às demais ciências por apresentar provas e verdades mais definitivas do que estas, mas também p
or oferecer formas de prolongar a vida do ser humano e de conhecer seu futuro, de maneira melhor que a alquimia e a astrologia". (ALFONSO-GOLDFARB, 2001, p. 118).

Para ele a alquimia se dividia em, alquimia operativa, na qual consistia na prática, e a aquimia especulativa, que consistia na teoria. Os trabalhos de Roger Bacon na alquimia operativa, realizando pesquisas e experimen
tos, glorificaram seu nome no mundo das ciências e da alquimia. Mas, tal fama só veio a crescer ainda mais a partir do século XVI em diante, quando os cientistas modernos viriam em Bacon e outros estudiosos de seu tempo, as bases para a ciência moderna.

Na Espanha dois importantes nomes da alquimia surgiriam, Ramon Llull (1232-1316) e Arnaldo de Villanova (1250-1311). Ambos foram frades devotados pertencendo o primeiro a Ordem dos Franciscanos e o segundo a Ordem dos Beneditinos. Por mais, que fossem homens de fé, ambos se interessaram profundamente pela alquimia. Llull de início teve aversão a alquimia não acreditando nesta, no entanto seus discípulos deixaram importantes trabalhos pa
ra seu estudo como os livros: Testametum, Ars clavicula e Deconsideratione quintessentia. Quanto a Villanova, este teve um grande interesse na medicina e na alquimia, procurando as vezes conciliar seus métodos.

"Villanova é uma das figuras mais festejadas (e controvertidas...) do século XIV. Ilustre e inquieto valenciano, professor de medicina em Montpellier, médico de papas e reis. Concomitante e, contrariamente, simpatizante e apoiador das idéias religiosas de "reformistas" e "espirituais
", o que acabaria por lhe trazer muitos dissabores, inclusive, aprisionamentos". (ALFONSO-GOLDFARB, 2001, p. 138).

Arnaldo deixou mais de cinquenta escritos sobre alquimia, sendo trabalhos próprios e compilações de textos mais antigos.

No século XIV a Europa sofreria com o medo e a destruição causado pela peste negra e outra séries de pestes que ass
olariam o continente até o século XVIII. Em meio a esta tumultuada época, muitos buscavam os motivos que causavam a peste, uns diziam que era castigo de Deus, outros que ela era enviada por Satã, e alguns acusavam bruxas e alquimistas de disseminarem tais doenças. Tal fato levou o Papa João XXII em 1317 a decretar a proibição dos estudos alquímicos e qualquer estudo ou prática ligado a manifestações místicas. A alquimia e os alquimistas passaram por alguns anos em obscuridade escondidos da Igreja.

No entanto com o apaziguamento d
os surtos da peste, a calma voltou a prevalecer em algumas partes, e isso contribuiu para o retorno dos estudos alquímicos. Nessa época, pelos meados do século XIV, surgira uma figura controversa, seu nome era Nicolau Flamel (1330-1418). Flamel era um rico comerciante francês, no qual ganhou fama entre o mundo da alquimia, por supostamente ter criado a pedra filosofal. De acordo com os relatos da época, ele teria encontrado um antigo livro de alquimia, no qual ensinava como se criava a pedra filosofal, sendo assim ele a teria criado e ficado bem rico, transformando metais inferiores em ouro. Sua fama se espalhou pela França e em outras cidades estrangeiras. Muitos após a sua morte, foram procurar a tal pedra, ouro e o próprio livro. Mas nada encontraram. No entanto Nicolau Flamel não se perfaz como alquimista propriamente, já que não deixou obras ligadas a alquimia, e talvez a desconhecesse de fato.

ALQUIMIA MODERNA

No século XV as cidades-Estados italianas vi
venciaram um período de reabsorção da cultura clássica greco-romana, tal período ficou conhecido como Renascimento. O renascimento demorou alguns anos para deixar o solo italiano e alcançar novos horizontes, mesmo assim sua aceitação não fora unânime. Em alguns países este tivera pouca influência. Mas, de qualquer forma, este período contribuiu para o desenvolvimento de um novo senso de arte, estética, sociedade, cultura, educação, ciência e visão de mundo.

Nessa época a alquimia voltou a floresce
r no continente europeu, um dos nomes que se destacaram nesse período fora do médico, alquimista, astrológo e cientista Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim (1493-1541) conhecido mais pelo seu pseudônimo Paracelso. Paracelso como outros pensadores de sua época foram idealizados, a certo ponto que se tornaram lendas da ciência moderna, como é o caso de Galileu e Newton. Mas, em meio a todo esta glorificação, qual teria sido a verdadeira contribuição deste homem para a alquimia?

"Dono de conhecimentos multifacetados, an
darilho incansável e profundamente místico, Paracelso sabia os segredos das minas, da medicina popular, da alquimia e da ciência douta dos clássicos, a qual rejeitava. A razão que o levou a essa rejeição será também a mola mestra que o impulsionará na direção dos saberes não reconhecidos, ao menos não formalmente, pelas esferas cultas de sua época". (ALFONSO-GOLDFARB, 2001, p. 144).

Paracelso fez parte de um grupo de renascentistas que tentaram desconsiderar todo conhecimento antigo, argumentando que este já não tinha mais validade para os tempos modernos. No entanto,
grande parte de seu conhecimento alquímico se deve aos alquimistas antigos e medievais, e nesse ponto ele se diferenciou de outros estudiosos, pelo fato de conseguir conciliar o novo e antigo, além de propor novas ideias, teorias e métodos para a alquimia moderna. Uma das ideias dele fora a criação do termo "astrologia terrestre" nome pelo qual ele se referia aos estudos alquímicos. Nessa sua concepção ele introduziu novos conceitos na alquimia como os: Archeus, Iliaster e Vulcanus. Nessa sua concepção, o archeus seria a matéria formadora, o iliaster seria uma espécie de fonte de energia natural e o vulcanus um processo para se transformar a matéria. Mas, Paracelso vai mais além, ele procurou fundar sua teoria também no estudo da medicina, dizendo que o corpo humano era composto pelo archeus, e quando o archeus estava em desequilíbrio isso gerava as doenças nas pessoas.

"Paracelso não definiu nitidamente seus três princípios, muitos químicos e alquimistas vão utilizá-los indiscriminadamente". (
ALFONSO-GOLDFARB, 2001, p. 147).

No entanto, seus estudos contribuíram para a aplicação de minerais no solo como forma de deixa-los mais férteis, algo ainda utilizado hoje, o estudo das águas minerais, a composição de novos tipos
de medicamentos, se utilizando desde ervas a minerais. De fato ele deixou importantes contribuições para alquimia, a "ciência" e a medicina, por mas, que estas contribuições posteriormente fossem postas em dúvida. No entanto seus seguidores continuaram com o seu trabalho, porém quando se fala que sua alquimia contribuiu para a química moderna, alguns discordam de tal opinião, devido ao fato de que a doutrina de Paracelso era profundamente influenciada pelo simbolismo alquímico, algo que a ciência tentou apagar de vez.

Mesmo assim seus estudos influenciara
m a próxima geração de alquimistas e filósofos naturais do século XVI e XVII. E dentre estes primeiros estudiosos estivera o renomado Francis Bacon (1561-1626). Bacon ficou conhecido entre a filosofia e a ciência moderna, por ter desenvolvido a metodologia do Empirismo, no qual consiste numa corrente de pensamento, onde a observação, a experiência, os sentidos são os meios dos quais os homens conseguem chegar a respostas. Indo no caminho oposto ao de Bacon, estava o filósofo e matemático francês, René Descartes (1596-1650) precursor do Racionalismo na Idade Moderna. Enquanto Bacon defendia o uso da experimentação, dos sentidos para se conceber as ideias sobre algum objeto ou fenômeno, Descartes defendia que as ideias eram inatas, ou seja, que estas já nasciam com os homens, e cabia aos homens lembrar delas.

O empirismo e o racionalismo são filosofias ainda discutidas nos dias de hoje, porém no século XVII elas influenciaram o filósofo, químico e alquimista Robert Boyle (1627-1691). Boyle abriria um novo caminho no estudo alquímico ao introduzir métodos empregados na física e na química para se estudar alquimia.

"O mundo do pensador moderno seria, cada vez mais, um mundo mecanisticamente reduzido à matéria e ao movimento, descrito por leis rígidas e quantificáveis, onde o espírito vitalista e qualitativo do alquimist
a iria perdendo espaço até não encontrar mais lugar. A própria mudança de Boyle diante de seus estudos de química nos fornecerá um excelente exemplo deste fenômeno". (ALFONSO-GOLDFARB, 2001, p. 161).

As principais contribuições de Boyle de f
ato foram para a química e não para alquimia em si, daí em alguns historiadores não considerarem Boyle como tendo sido um alquimista. Boyle realizou uma critica a teoria dos quatro elementos de Aristóteles, a Teoria dos Três Princípios (enxofre, mercúrio e sal) algo muito aceito pelos alquimistas, no qual Boyle diz e mostra por experimentos que as duas teorias eram errôneas. Ele desenvolveu a ideia mecanicista que rondava a física na época, introduzindo sua metodologia no estudo químico, desenvolveu a teoria do atomismo, concebida desde a Antiguidade, aperfeiçoou aparelhos de laboratório tais como: termômetro de Galileu e a máquina de Otto von Guericke, estudou as fases da matéria em sua influência sobre os gases, estudou os alcoóis, além de ser o primeiro a conceber a ideia de elemento químico.

Em si as contribuições de Boyle serviram para dá um caráter mais cientifico a química e separá-la da alquimia, no entanto não significa que ele repudiasse os alquimistas, já que sua paixão pela química nasceu atráves de seus estudos como alquimista. Os trabalhos de Boyle influenciaram outros químicos, físicos e alquimistas, dentre estes o célebre Isaac Newton.

Uma figura interessante da alquimia do século XVIII foi o Conde de Saint Germain, homem um tanto misterioso, já que alguns sugerem que ele talvez tenha sido uma lenda ou um charlatão e não um alquimista de verdade. De qualquer forma, Saint Germain era conhecido por ter transmutado metais vis em ouro, de ter descoberto a pedra filosofal, fato este que corrobora os vários relatos que apontavam que o conde era imortal. Vários relatos da época diziam que o conde não envelhecia que ficava vários anos sem aparecer pela Europa, viajando pela Ásia, África e as Américas, e quando retornava tinha a mesma aparência de quando tinha partido.

Lendas ou charlatanices, Saint Germain escreveu de fato alguns livros sobre alquimia, ele dizia que a alquimia era a "ciência de Deus", era através da alquimia que os homens estariam mais próximos de compreender o poder de Cristo e de Deus. Saint Germain até mesmo sugeriu que Jesus teria sido um alquimista e ele até mesmo chegou a se referir a Deus como "o Grande Mestre Alquimista". 

"A verdadeira alquimia aproxima o homem de Deus e de seu Cristo, permitindo-lhe cumprir as ordens ancestrais "Homem, conhece-te a ti mesmo!", "Cria!" e "Assume o domínio!" Os benefícios da comunhão do homem com toda a vida, por meio da ciência sagrada, podem e de fato irão disseminar-se por toda a Terra". (SAINT GERMAIN, 1996, p. 172).

Por hora encerrarei este relato pela Idade Moderna, já que a partir do século XVIII a alquimia caiu quase que no esquecimento, claro que hoj
e ainda existem alquimistas, mas, esta prática já não tem mais tanta divulgação como nos séculos passados.

Homúnculos:

Na alquimia existe uma teoria, na qual se dizia que era possível se criar vida a partir de determinados elementos (tais elementos poderiam var
iar de acordo com os alquimistas) nos quais criaria-se um ser chamado homúnculo ("pequeno homem"). O homúnculo seria um ser humano artificial, mas dotado da razão e de todas a capacidades que formam um ser humano comum. Sobre isso não desponho de mais dados a respeito e me limito a dizer-lhes isso. 


O Elixir Vermelho mostrando um homúnculo.
Mas, uma questão interessante é que um tipo de homúnculo que ficou conhecido na literatura e no cinema foi o Frankenstein. No romance de terror escrito por Mary Shelley (1797-1851) em 1818, o cientista Victor Frankenstein criara uma criatura composta de partes de diferentes corpos, e lhe dá vida utilizando uma máquina que capta a energia dos raios, animando tal criatura. A ideia de usar a energia dos raios para gerar vida não é uma invenção do livro, havia estudiosos no século XVIII que estudavam essa possibilidade. Além disso, em alguns experimentos para se criar homúnculos, usava-se certos tipos de terra e até mesmo sangue humano, sangue de animais, esperma humano, minerais, e outros elementos químicos. Todos estes elementos eram postos dentro de um recipiente, geralmente uma garrafa e era lacrada para que assim ocorre-se a mistura de tais substâncias que supostamente criariam um homúnculo. Pelo fato de ser posto dentro de garrafas, daí serem chamados de "pequenos homens".

Pedra Filosofal:


Talvez seja o objeto mais ligado ao mundo da alquimia conhec
ido na História pelos leigos. Desde a Antiguidade até a Idade Moderna vários alquimistas tentaram de inúmeras formas criar tal pedra, na qual transformaria qualquer metal em ouro, e produziria o elixir da longa vida, na qual curaria todas a doenças e concederia a imortalidade. Sobre a composição da pedra, alguns alquimistas sugeriam que esta seria composta pelos quatro elementos conjuntos, para outros ela conteria enxofre, mercúrio, sais, ouro, chumbo, etc. No entanto há quem diga que a pedra seja na verdade uma metáfora sobre a perfeição e a busca para se alcançar esta.


Retratação simbólica da Pedra Filosofal
Alguns alquimistas importantes:

Maria, a Judia
Zózimo de Panápolis
Ko Hung
Chalid ibn Yazid
Razes

Avicena
Roger Bacon
Ramon Llull
Arnaldo de Villanova
Cornelius Agrippa

Paracelso
Francis Bacon
Robert Boyle

Saint Germain
Isaac Newton
Albert Poisson
Fulcanelli

NOTA: Nicolau Flamel é mencionado em muitos livros, mas, uma história bem conhecida é a do livro Harry Potter e a Pedra Filosofal, onde Alvo Dumbledore em parceira com Nicolau Flamel criaram a pedra filosofal, na qual nesta história possui uma cor vermelho sangue. No livro é dito que Flamel ainda estava vivo e possuía mais de seiscentos anos.
NOTA 2: O alquimista, é o nome de um famoso romance de Paulo Coelho. Nesse romance, há um alquimista árabe que criou a pedra filosofal.
NOTA 3: No anime/mangá Fullmetal Alchemist, a alquimia é tema de sua história. E nesse desenho os principais vilões são homúnculos.
NOTA 4: Hermetismo, é o nome dado a doutrina que segue os chamados ensinos herméticos de Hermes Trimigesto.
NOTA 5: A Ordem Rosacruz possui ligação com a alquimia, tendo muitos alquimistas. Um de seus mais ilustres seguidores foi Francis Bacon.
NOTA 6: A filosofia da alquimia chinesa, possui influência sobre práticas de ioga, o desenvolvimento de métodos de cura e tratamento, como no caso a acupuntura, além de também influenciar no Feng Chui.
NOTA 7: Albert Einstein gostava de ler livros sobre alquimia.
NOTA 8: No jogo de survivor horror Haunting Ground (Demento, no título original em japonês) faz menção a alguns ilustres alquimistas, como Paracelso, Nicolau Flamel, Cornelius Agrippa e Fulcanelli. A história sombria do jogo tem como plano de fundo a alquimia, onde um alquimista criou uma substância chamada de "azoth" a qual poderia conceder a imortalidade.

NOTA 9: Isaac Newton tornou-se obcecado em descobrir a pedra filosofal. O matemático e físico realizava seus experimentos e pesquisas as escondidas já que no século XVIII a Coroa Britânica temendo que a pedra filosofal pudesse ser criada decretou a prática da alquimia como proibida. A Coroa temia que os alquimistas pudessem enriquecer facilmente, ou o ouro em grande quantidade viesse a se desvalorizar em solo inglês.
NOTA 10: O personagem Claude Frollo do romance gótico O corcunda de Notre-Dame (1831), escrito por Victor Hugo, é um clérigo e arquidiácono que vive e mora em Notre-Dame, sendo o guardião do Quasímodo. Embora seja um homem de temperamento sério e reservado, é um erudito afeito as ciências, neste caso, um grande admirador da alquimia. Em dados momentos Frollo discute assuntos alquímicos com alguns amigos, além de fazer menções a Nicolau Flamel. 

Referências Bibliográficas:
ALFONSO-GOLDFARB, Ana Maria. Da alquimia à química. São Paulo, Editora Landy, 2001.
SAINT GERMAIN. A alquimia de Saint Germain. Transcrito por Mark L. Prophet e Elizabeth Clare Prophet; Tradução de Terezinha Batista dos Santos, 5 ed, Rio de Janeiro, Record, 1996. 
Grande Enciclopédia Larousse Cultural. v. 1, São Paulo, Nova Cultural, 1998.

Links relacionados:
Saint Germain - O Imortal
A Revolução Científica Moderna
A República das Letras
Francis Bacon e o despertar da ciência moderna
Cogito Ergo Sum

2 comentários:

silverbeatle disse...

A informação "quanto à alquimia da Índia, o que aconteceu foi algo de bastante semelhante ao que houve na China" está absolutamente errada. A alquimia chinesa deriva da hindu, da mesma forma a filosofia grega. A Índia foi a origem dessas linhas de pensamentos. Os gregos, como os chineses, viajavam para a Índia em busca de sabedoria e, ao retornar a seus países, aplicavam o que lá haviam aprendido.

Leandro Vilar disse...

Essa frase que você menciona é do livro Da alquimia à química de Ana Maria Alfonso-Goldfarb. Se você aponta que há erro nos dizeres dela, então foi um erro da autora. Eu não sou especialista no assunto, embora consiga delinear alguns equívocos.