No século XVIII a Europa vivenciou uma era de mudanças, a Revolução Industrial despontava em meados do século na Inglaterra, o governo absolutista de Luís XVI, rei da França, entrava em decadência. O povo se rebelava contra o sistema do Antigo Regime, e em meio a esse período conturbado os pensadores iluministas escreviam suas ideias para uma nova era de progresso, justiça, igualdade e paz. Foi no século XVIII que o pensamento europeu chegou ao seu ápice, fato esse que na história tal época para a ciência e a filosofia ficou conhecida como o Século das Luzes, Iluminismo ou Ilustração.
O pensamento ilustrado iluminista se difundiu principalmente entre os franceses, ingleses e alemães, mas suas ideias se espalharam pela Europa e além de sua fronteiras, principalmente nas Américas, possuiu uma forte influência devido a sua visão dos direitos políticos, civis e na constituição de um governo democrático, ideias estas utilizadas no movimentos de independência das colônias européias nas Américas.
"[...] os iluministas foram adeptos do ceticismo, do deísmo, do empirismo e do materialismo; opunham-se à tradição, representada sobretudo pela Igreja Católica, e lutaram por uma nova ordem social e politica. A democracia e o liberalismo modernos, assim como a renovação industrial, tiveram intima relação com o iluminismo, e a Revolução Francesa foi sua principal expressão no plano político". (LAROUSSE, 1998, v. 13, p. 3085).
Nesse caso uma das principais obras que personificou o ideal iluminista em todos os campos em que seus autores trabalharam, fora a célebre Enciclopédia (Encyclopédie). Organizada pelo filósofo, ensaísta e escritor francês Denis Diderot (1713-1784) e o filósofo, matemático e físico francês Jean le Ronde d'Alembert (1717-1783), contou com uma produção cientifica, filosófica, histórica, literária e artística ao longo de 30 anos.
No entanto, o foco deste texto como sugere o título, é a "árvore do conhecimento" proposta por Diderot e d'Alembert, os quais dividiram o saber em três categorias, que perfazem a base da divisão dos assuntos abordados em toda a Enciclopédia. Tal divisão tem como referência a ideia de divisão do conhecimento proposta por Francis Bacon (1561-1626) célebre erudito de sua época, o qual em seu livro O progresso do conhecimento (1601) concebe a divisão do saber humano nas seguintes categorias:
Partindo-se dessa divisão original ambos os autores elaboraram sua divisão mais detalhada para a concepção do conhecimento visto em sua época, como fica claro na tabela abaixo (clique na tabela para ampliá-la).
NOTA: A obra se chamava Enciclopédia ou Dicionário racional das ciências, das artes e dos ofícios. Posteriormente o título fora acrescido pelos seus organizadores ficando, Enciclopédia ou Dicionário racional das Ciências, das Artes e dos Ofícios, uma companhia de homens de letras, posto em ordem pelo Sr. Diderot, da Academia de Ciências e Belas-Letras da Prússia, e na parte da matemática, pelo Sr. d'Alembert da Academia Real de Ciências de Paris, da Prússia e da Sociedade Real de Londres.
NOTA 2: Originalmente a ideia de se produzir esta enciclopédia partiu da iniciativa do livreiro Le Breton o qual visava empreendimento comercial. A ideia inicial era fazer dessa enciclopédia uma tradução da Cyclopedia inglesa de Chambers. No entanto, Le Breton foi persuadido pelo seu coordenador o abade De Gua de Malves e posteriormente por Diderot a se elaborar uma obra original e inovadora. Le Breton fori um dos principais livreiros que coordenou as edições da Enciclopédia.
NOTA 3: Na primeira edição de 1751, d'Alembert escreveu o Discurso Preliminar, uma espécie de introdução para a obra. Anos mais tarde em 1759, d'Alembert abandonou o projeto, devido a alguns desentendimentos com Diderot.
NOTA 4: Os volumes de 1751, 1752 e de 1759 quase chegaram a ser proibidos de serem publicados por iniciativa do Supremo Tribunal de Justiça da França, o qual considerou seu conteúdo impróprio, e decidiu censurá-lo, no entanto alguns dos colaboradores do projeto que eram ligados a política e a justiça contornaram esse problema.
Referências Bibliográficas:
Grande Enciclopédia Laurosse Cultural, v. 8, São Paulo, Nova Cultural, 1998.
Grande Enciclopédia Laurosse Cultural, v. 9, São Paulo, Nova Cultural, 1998.
Grande Enciclopédia Laurosse Cultural, v. 13, São Paulo, Nova Cultural, 1998.
Link relacionado:
Francis Bacon e o despertar da ciência
LINKS:http://fr.wikipedia.org/wiki/L%27Encyclop%C3%A9die (francês)
http://diderot.alembert.free.fr/ (versão online - francês)
http://encyclopedie.uchicago.edu/ (versão online - inglês)
O pensamento ilustrado iluminista se difundiu principalmente entre os franceses, ingleses e alemães, mas suas ideias se espalharam pela Europa e além de sua fronteiras, principalmente nas Américas, possuiu uma forte influência devido a sua visão dos direitos políticos, civis e na constituição de um governo democrático, ideias estas utilizadas no movimentos de independência das colônias européias nas Américas.
"[...] os iluministas foram adeptos do ceticismo, do deísmo, do empirismo e do materialismo; opunham-se à tradição, representada sobretudo pela Igreja Católica, e lutaram por uma nova ordem social e politica. A democracia e o liberalismo modernos, assim como a renovação industrial, tiveram intima relação com o iluminismo, e a Revolução Francesa foi sua principal expressão no plano político". (LAROUSSE, 1998, v. 13, p. 3085).
Nesse caso uma das principais obras que personificou o ideal iluminista em todos os campos em que seus autores trabalharam, fora a célebre Enciclopédia (Encyclopédie). Organizada pelo filósofo, ensaísta e escritor francês Denis Diderot (1713-1784) e o filósofo, matemático e físico francês Jean le Ronde d'Alembert (1717-1783), contou com uma produção cientifica, filosófica, histórica, literária e artística ao longo de 30 anos.
- Publição original: 1751-1772
- Publicação de complementos: 1776-1780
- Total de volumes: 35
- 17 volumes de texto
- 11 de pranchas
- 4 de suplemento
- 2 de indíce
- 1 suplemento de prancha
- Número de ilustrações: mais de 3 mil
- Número de artigos: cerca de 75 mil
- Número de colaboradores: 150
No entanto, o foco deste texto como sugere o título, é a "árvore do conhecimento" proposta por Diderot e d'Alembert, os quais dividiram o saber em três categorias, que perfazem a base da divisão dos assuntos abordados em toda a Enciclopédia. Tal divisão tem como referência a ideia de divisão do conhecimento proposta por Francis Bacon (1561-1626) célebre erudito de sua época, o qual em seu livro O progresso do conhecimento (1601) concebe a divisão do saber humano nas seguintes categorias:
- Memória - História
- Razão - Filosofia
- Imaginação - Poesia
Fonte: CAMPOS, Flávio de; MIRANDA, Renan G. A escrita da História, ensino médio: volume único. São Paulo, Escala Educacional, 2005. p. 259. |
NOTA: A obra se chamava Enciclopédia ou Dicionário racional das ciências, das artes e dos ofícios. Posteriormente o título fora acrescido pelos seus organizadores ficando, Enciclopédia ou Dicionário racional das Ciências, das Artes e dos Ofícios, uma companhia de homens de letras, posto em ordem pelo Sr. Diderot, da Academia de Ciências e Belas-Letras da Prússia, e na parte da matemática, pelo Sr. d'Alembert da Academia Real de Ciências de Paris, da Prússia e da Sociedade Real de Londres.
NOTA 2: Originalmente a ideia de se produzir esta enciclopédia partiu da iniciativa do livreiro Le Breton o qual visava empreendimento comercial. A ideia inicial era fazer dessa enciclopédia uma tradução da Cyclopedia inglesa de Chambers. No entanto, Le Breton foi persuadido pelo seu coordenador o abade De Gua de Malves e posteriormente por Diderot a se elaborar uma obra original e inovadora. Le Breton fori um dos principais livreiros que coordenou as edições da Enciclopédia.
NOTA 3: Na primeira edição de 1751, d'Alembert escreveu o Discurso Preliminar, uma espécie de introdução para a obra. Anos mais tarde em 1759, d'Alembert abandonou o projeto, devido a alguns desentendimentos com Diderot.
NOTA 4: Os volumes de 1751, 1752 e de 1759 quase chegaram a ser proibidos de serem publicados por iniciativa do Supremo Tribunal de Justiça da França, o qual considerou seu conteúdo impróprio, e decidiu censurá-lo, no entanto alguns dos colaboradores do projeto que eram ligados a política e a justiça contornaram esse problema.
Referências Bibliográficas:
Grande Enciclopédia Laurosse Cultural, v. 8, São Paulo, Nova Cultural, 1998.
Grande Enciclopédia Laurosse Cultural, v. 9, São Paulo, Nova Cultural, 1998.
Grande Enciclopédia Laurosse Cultural, v. 13, São Paulo, Nova Cultural, 1998.
Link relacionado:
Francis Bacon e o despertar da ciência
LINKS:http://fr.wikipedia.org/wiki/L%27Encyclop%C3%A9die (francês)
http://diderot.alembert.free.fr/ (versão online - francês)
http://encyclopedie.uchicago.edu/ (versão online - inglês)
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