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Leandro Vilar

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Francesco Matarazzo: o fundador de fábricas

Italiano de origem, vendeu tudo que tinha para tentar uma vida como empreendedor no Brasil, porém, teve um começo bastante difícil, já que seus investimentos afundaram. Apesar disso, Matarazzo não desistiu e empenhou-se em alternativas para se recuperar do prejuízo. Anos depois começou a despontar como um empreendedor nato e industrial, tendo fundado mais de uma centena de fábricas pelo país, o que lhe rendeu a alcunha de o "fundador de fábricas" ou "fabricante de fábricas", tornando-o o homem mais rico do Brasil por algum tempo. O presente texto contou um pouco da história de sua carreira como comerciante, empreendedor e industrial. 

Introdução

Nascido Francesco Antonio Maria Matarazzo (1854-1937) na comuna de Castellabate, na província de Salerno, era o filho mais velho de Costabile Matarazzo (1830-1873) e Mariangela Jovane (1835-1925). Seu pai era advogado e proprietário de alguns lotes de terra, já sua mãe era dona de casa. O casal teve nove filhos. Devido as condições financeiras da família, Francesco foi enviado para estudar fora da sua cidade. Adulto, casou-se com Filomena Sansivieri, com quem teve treze filhos. (COUTO, 2004). 

Retrato de Francesco Matarazzo em 1920. 

Na década de 1870 a economia do sul da Itália começou a declinar devido a política-econômica que favorecia mais as províncias nortenhas. Enquanto o norte desenvolvia fábricas e indústrias, o sul era predominantemente agrário. As mudanças nos tributos, impostos, investimentos etc., comprometeram o desenvolvimento econômico do sul do país, gerando falência e desemprego. Por essa época, o pai de Francesco tinha falecido desde 1873, levando-o até que cuidar dos negócios da família. Como não concluiu a universidade, ele não possuía uma profissão que demandasse diploma, diferente do seu pai que foi advogado. Assim, Francesco tratou de administrar as poucas propriedades da família, herança de seu pai e avós. (COUTO, 2004). 

Mas com o aumento da crise, tendo dois filhos pequenos para cuidar, além do seus outros irmãos que eram menor de idade, Francesco após alguns anos, considerou que deveria mudar de país. Naquele tempo a política migratória para o Brasil seguia em alta. O governo brasileiro vendia a imagem de que o café era um grande investimento, e a mão de obra italiana conseguia trabalho facilmente. Entre meias verdades, realmente o governo brasileiro investiu pesado na propaganda migratória para italianos e alemães, como parte de substituir a mão de obra escrava que começa a ser gradativamente libertada, mas também como medida para embranquecer a sociedade brasileira, visto que a mestiçagem era considerada um problema crônico do Brasil, tendo gerado um povo "degenerado". 

Assim, Francesco iniciou seus contatos com italianos que tinham parentes que migraram para o Brasil, além de empresas que prestavam serviços por lá. Uma das mercadorias que lhe chamou atenção era o comércio de venda de banha de porco. Naquele tempo no Brasil, pouco se usava manteiga, o azeite era luxo importado, óleos vegetais eram vistos como inapropriados e nem havia fábricas para produzi-lo em escala. Assim, a banha era o principal ingrediente culinário. Tendo isso em mente, Francesco vendeu parte de suas propriedades, deixando de direito aos irmãos, então reuniu sua esposa e filhos, comprou um carregamento de banha e partiu para o Brasil, a fim de tentar vida nova. (MARTINS, 1973). 

Todavia, o navio que transportava sua carga de banha, ao atracar no porto de Santos, enquanto era descarregado, houve um acidente e o carregamento caiu no mar, dando perda total. Os investimentos de Matarazzo literalmente foram por água abaixo. Mas sem entrar em desespero, ele recorreu ao Consulado Italiano, pedindo empréstimos para comprar nova carga, depois disso mudou-se para Sorocaba no interior da província de São Paulo. (COUTO, 2004). 

O vendedor de banha

Embora seja lembrado como um grande industrial, Matarazzo teve um começo bem pequeno, já que era vendedor ambulante (mascate) de banha em Sorocaba, uma pequena cidade em desenvolvimento no interior de São Paulo, rodeada por fazendas de café, contando com o aumento de imigrantes italianos, além de rede de tropeiros. Pode parecer estranho que ele tenha escolhido esse local para ir viver e trabalhar, mas a escolha foi bem pensada. (COUTO, 2004). 

Sorocaba na década de 1880 era uma cidade que se industrializava e crescia rapidamente. Possuía malha ferroviária graças aos barões do café, tinha fábricas de tecidos e fundição. Concentrava uma população de italianos que chegavam anualmente. Pensando na colaboração de seus compatriotas, Matarazzo enxergou a possibilidade de vender banha para as famílias italianas que viviam em Sorocaba, depois para os próprios brasileiros. Além disso, a concorrência desse mercado não era grande. Somando-se a essa perspicácia e o trabalho árduo, pois Matarazzo passava várias horas do dia indo de casa em casa vender seu produto, somente meses depois ganhou parceiros comerciais em armazéns. (COUTO, 2004). 

O resultado de seu trabalho duro repercutiu em 1882, quando ele comprou um armazém, tornando-se dona de sua própria loja, sem necessidade de ter que atuar como mascate. Embora à venda de banha fosse sua principal mercadoria, ele passou a comercializar outros bens também. Mas passados alguns meses, percebendo que a demanda seguia em alta, mas o preço da banha que ele comprava para revender era um empecilho para ampliar seus lucros, decidiu por ele mesmo produzir sua própria banha. Assim, ele comprou um imóvel ao lado de seu armazém e o tornou numa rudimentar fábrica de banha, passando a comprar dos produtores locais carne de porco para produzir banha. Embora tenha empregado inicialmente sua família e depois empregados, no entanto, ao romper a necessidade de ter que importar banha para revender, o lucro aumentou, levando-o a trazer sua mãe e irmãos da Itália. (MARTINS, 1973). 

Fotografia do armazém e frigorífico do Matarazzo, em Sorocaba.

Posteriormente, ele abriu uma pequena fábrica de banha em Capão Bonito, distante 130 km, no entanto, ali por estar mais próxima de fazendas de criação de porcos, favorecia o acesso ao produto. Além disso, Matarazzo também passou a atuar como açougueiro, vendendo carne suína. Graças a linha férrea, o transporte não era um problema. Dessa forma, em 1885, Matarazzo era dono de um armazém e de duas pequenas fábricas de banha, mas havia outro detalhe a ser resolvido: o armazenamento. A banha era vendida em latas, mas essas eram importadas. Assim, pensando em contornar essa dependência, ele abriu uma pequena fábrica de produção de latas, valendo-se da existência de fundições em Sorocaba, as quais forneciam a matéria-prima necessária. (MARTINS, 1973). 

Mudança para São Paulo

Em oito anos vivendo em Sorocaba, Francesco Matarazzo foi de um simples mascate a empresário possuindo um negócio de banha e enlatados, que lhe rendeu capital suficiente para levá-lo a mirar em novos projetos. Assim, ele se uniu a três de seus cinco irmãos para montar uma empresa em São Paulo, nomeada Matarazzo e Irmãos. No entanto, o projeto acabou não dando certo por desentendimento dele com os irmãos, assim, depois de um ano a empresa foi dissolvida. Porém, Matarazzo usando seu capital de giro e contatos que tinha desenvolvido nos últimos anos, fundou a Companhia Matarazzo S.A, vendo ações delas para vários acionistas que implantaram capital no projeto. (COUTO, 2004). 

A nova empresa gestava as fábricas em Sorocaba e em Porto Alegre, essas fundadas pelo seu irmão Giuseppe, além disso, Matarazzo abriu armazéns e entrou no circuito de importação e revenda. Ele passou a negociar trigo e arroz, dois cereais em alta na época. Dessa forma, a década de 1890 foi promissora para Matarazzo, fazendo-o acumular uma fortuna rapidamente graças a sua visão de negócio e o apoio de alguns irmãos e dos acionistas. O resultado disso culminaria em seu grande projeto de fundar um moinho. 

Em 1900 diante da crise de importação de trigo, Matarazzo pediu empréstimo ao Banco London and Brazilian para construir um enorme moinho no bairro do Brás. O investimento apesar de elevado, trouxe o retorno esperado. Seu enorme moinho se tornou um prédio icônico no Brás. Para maximizar a produção e manutenção, Matarazzo também abriu uma oficina de reparos na fábrica e depois uma fábrica de sacos de farinha, mais tarde fundou uma fábrica têxtil de algodão. Dessa forma, ele conseguia produzir farinha e os sacos, posteriormente foi adquirindo uma frota de caminhões. No ano de 1902 transformou sua oficina de reparos numa metalúrgica, o que ajudou a potencializar seus negócios, já que o crescimento industrial de São Paulo demandava grandes quantidades de metal regularmente. (MARTINS, 1973). 

Moinho de Matarazzo no bairro do Brás, em São Paulo. 

O moinho potencializou o lucro da empresa de Matarazzo, permitindo-o comprar fábricas e empresas para consolidar seu sistema de produção. Matarazzo defendia uma visão de investimentos na qual ele pudesse controlar vários aspectos da sua linha de produção, o que incluía o fornecimento de embalagens, matéria-prima e transporte. Dessa forma, ele ampliou sua frota de caminhões, chegou a comprar navios de carga mais tarde, adquiriu fábricas de tecidos, de óleo, de enlatados, entre outros produtos. 

Assim, Matarazzo na década seguinte ampliou seus negócios por São Paulo e até em outros estados. Dessa forma, em 1911 ele fundou as Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo (IRFM), o primeiro conglomerado industrial e empresarial do Brasil, o maior do país e até da América Latina no começo do século XX. Em seu auge, Matarazzo contou com pelo menos 30 mil funcionários e mais de 200 fábricas pelo Brasil. (MARTINS, 1973). 

O milionário bem quisto

No começo do século XX, Francesco Matarazzo já era milionário, um dos homens mais ricos do Brasil, que consequentemente se tornaria o mais rico. Ele vivia com sua família na chamada Mansão Matarazzo, uma suntuosa residência na Avenida Paulista, conhecida por sua beleza arquitetônica e requinte. Matarazzo não mediu fundos para construir sua mansão e decorá-la. Sua imponente residência se tornou símbolo do glamour da sua família e do seu conglomerado industrial. (MARTINS, 1973). 

Por essa época, Matarazzo estava cada vez mais próximo da imprensa, dos políticos e da população. Em distintos momentos ele recebeu convites para entrar na política, a fim de se candidatar a vereador e deputado, mas recusou todos eles. Diferente do Barão de Mauá, industrial da época imperial que foi deputado federal, Matarazzo decidiu jamais assumir cargos políticos, mas não significou que não tivesse contato com a política. Ele conseguiu vários acordos econômicos com a prefeitura e o governo do estado de São Paulo, além de ter contato com presidentes, senadores e políticos de outros estados. Em sua mansão era regular almoços e jantares com empresários, industriais, políticos, embaixadores etc. 

Mansão Matarazzo durante a década de 1910. 

Mas além desse contato com a elite paulista, Matarazzo também tinha o hábito de visitar regularmente suas empresas e fábricas, além de fazer aparições públicas em eventos. O mesmo também gostava de conversar com seus funcionários quando possível e eventualmente dar entrevistas. Por conta disso, ele se tornou um milionário bem quisto socialmente, tanto por ajudar no desenvolvimento industrial do país, financiar vários projetos, assim como, empregar uma grande quantidade de trabalhadores. Ele também se mostrou benfeitor, ajudando em projetos e caridade e assistencialismo. Um dos seus feitos foi a construção do Hospital Matarazzo - Umberto I em 1904

Enquanto a riqueza de Matarazzo deslanchava de vento em popa, a Europa entrou numa profunda crise com a eclosão a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A Itália, sua terra natal, foi um dos países que entrou no mortífero conflito, saindo desse em 1917, após uma campanha desastrosa que repercutiu em mais condições negativas do que positivas. Enquanto o mundo via o desenrolar da sangrenta guerra que vitimou mais de 10 milhões de pessoas, Matarazzo doou dinheiro ao governo italiano para ajudar as vítimas e na reconstrução do país. (MARTINS, 1973). 

No ano de 1917 em reconhecimento ao apoio financeiro prestado ao país, o rei Vittorio Emanuele III concedeu o título de conde a Matarazzo, o qual viajou a Itália com a família para receber a grande honraria. De um plebeu filho de advogado e dona de casa, passando por industrial milionário no Brasil, agora aos 63 anos ele conquistou um título de nobreza, o qual inclusive foi herdado por seus filhos. Aproveitando o renome como novo conde, Matarazzo tratou de casar suas filhas e filhos com nobres italianos. Além disso, ele passou a morar no país até 1919(MARTINS, 1973). 

Retornando ao Brasil em 1919, Matarazzo comprou uma transportadora naval para exportar suas mercadorias para a Europa e os Estados Unidos, comprou fazendas, adquiriu uma fábrica de bebidas anteriormente pertencente a Antártica, fundou fábricas de produtos químicos, abriu novos frigoríficos e até comprou os direitos de distribuição de filmes americanos no Brasil, já que o cinema começava a se espalhar timidamente pelo país. 

Na década de 1920 a Itália já estava sob governo da ditadura fascista (1922-1945) de Benito Mussolini, o qual veio a se tornar aliado de Adolf Hitler, auxiliando a Alemanha nos primeiros anos da vindoura Segunda Guerra (1939-1945). Mas enquanto tal nova guerra mundial não acontecia, Matarazzo para garantir suas conexões políticas e econômicas com a Itália, passou a apoiar a ditadura de Mussolini, mesmo que nunca tenha se declarado fascista. Para Matarazzo, a nobreza e a elite italiana, o governo de Mussolini, apesar de autoritário, se mostrava patriótico, nacionalista e preocupado em reestruturar o país. De fato, houve melhorias, mas a custa de uma série de problemas. Apesar disso, seu apoio a ditadura fascista foi uma das marcas negativas de seu governo. Embora que Matarazzo não viveu para ver a eclosão da Segunda Guerra. (MARTINS, 1973). 

Mas não foi apenas o apoio do ditador fascista que Matarazzo conquistou. Ele também trouxe para si o apoio dos presidentes Washington Luís e Getúlio Vargas. Oficialmente Matarazzo não declarou apoio a Getúlio durante a Revolução de 1930, tampouco aderiu a Revolução de 1932, promovida por setores paulistas revoltados com o golpe promovido por Vargas e a Aliança Liberal. Em ambas as ocasiões Matarazzo optou por neutralidade. Mas passado esses momentos de efervescência, sua conexão com Vargas manteve-se até o fim da vida. (MARTINS, 1973). 

Considerações finais

Apesar de idoso, Matarazzo manteve-se à frente de seus negócios até onde a saúde lhe permitiu, vindo a falecer a 10 de fevereiro de 1937, aos 82 anos, meses antes do golpe de Getúlio Vargas para criar o Estado Novo (1937-1945). Como Matarazzo teve 13 filhos com Filomena, mulher com que se manteve casado até o fim da vida, ele decidiu escolher entre eles para ser seu sucessor. Seu primogênito era Giuseppe, depois dele vinha Andrea e Ermelino. Dos três filhos mais velhos, Matarazzo considerou Ermelino o mais responsável por dirigir os negócios, inclusive o mesmo fez isso entre 1917 e 1919, quando esteve à frente da IRFM durante a estada do pai na Itália. (COUTO, 2004). 

No entanto, Ermelino morreu num acidente de carro na Itália, em 1920, chocando profundamente a família. Com a morte de seu herdeiro predileto para assumir os negócios, Matarazzo adiou tais planos. Seus outros filhos já tinham suas empresas e agiam como sócios também do conglomerado do pai, porém, o novo herdeiro foi Francesco Matarazzo Júnior (1900-1977), seu décimo segundo filho, o qual ficou popularmente conhecido como Conde Chiquinho por ter herdado o título do pai. (COUTO, 2004). 

Chiquinho Matarazzo ainda conseguiu manter os negócios da família até sua morte, dirigindo as empresas e fábricas por quatro décadas, porém, sua gestão bem distinta da do pai, testemunhou o gradativo encolhimento da fortuna e negócios da família. Apesar disso, o legado de seu pai como maior industrial do Brasil entre 1900 e 1937 não foi apagado. No auge de sua carreira de negócios, Francesco Matarazzo tinha se tornado bilionário e senhor de mais de 250 empresas e fábricas. 

NOTA: A Mansão Matarazzo existiu de 1896 a 1996, quando devido a falência da família, o imóvel foi confiscado pelo governo para saudar dívidas. Em 1989 houve o projeto de torná-lo um museu custeado pela prefeitura, mas a família foi contrária e entrou na justiça. Passados alguns anos, o governo desistiu de fazer um projeto e a mansão foi a leilão, vindo a ser demolida em 1996 para dar espaço ao Shopping Cidade São Paulo. 
NOTA 2: O Hospital Matarazzo - Umberto I foi desativado em 1993, sendo vendido e abrigando galeria de arte, casa de eventos e exposições. Atualmente seu complexo compreende a Cidade Matarazzo, que incluirá hotéis de luxo. 
NOTA 3: Todos os treze filhos de Matarazzo se casaram com indivíduos de famílias ricas, alguns oriundos da nobreza italiana. 
NOTA 4: A IRFM faliu na década de 1990, pondo fim a quase cem anos de atividades. 
NOTA 5: Quando Matarazzo começou a montar seus negócios de banha em Sorocaba, o Barão de Mauá, famoso industrial brasileiro ainda era vivo, apesar que naquele tempo tinha entrado em falência, perdendo suas fábricas e empresas. 

Referências bibliográficas
COUTO, Ronaldo Costa. Matarazzo: O colosso brasileiro. São Paulo, Editora Planeta, 2004. 
MARTINS, José de Souza. Conde Matarazzo, o empresário e a empresa: estudo de sociologia do desenvolvimento. São Paulo, Hucitec, 1973. 

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domingo, 15 de junho de 2025

Barão de Mauá: o primeiro industrial do Brasil

Na segunda metade do século XIX o Brasil ainda era uma nação predominantemente rural, as primeiras indústrias ainda nem tinham surgido. O Barão de Mauá em meados do XIX decidiu levar para frente vários projetos de empreendimento, influenciados após viagens suas a Europa, onde ele teve contato com ferrovias, estaleiros, fábricas e outras tecnologias emergentes. Assim, tirando do próprio bolso ou formando sociedades, ele deu início a industrialização do Brasil, mesmo que de forma bem restrita, ainda assim, foi o ponta pé. 

Introdução

Irineu Evangelista de Sousa (1813-1889) nasceu na Vila de Nossa Senhora da Conceição do Arroio Grande, na então capitania de São Pedro e Rio Grande do Sul, sendo filho do fazendeiro João Evangelista de Ávila e Sousa e de Mariana de Batista de Jesus Carvalho. Embora seu pai fosse fazendeiro, assim como, seus avós, Irineu não advinha de uma família abastada propriamente. Seu pai foi assassinado durante uma invasão de bandidos as terras de sua fazenda, quando Irineu tinha seus cinco anos. Mais tarde sua mãe se casou novamente, mas por pressão do novo marido, teve que se afastar dos filhos. Irineu foi enviado para morar com seu tio Manuel José de Carvalho, que era agrimensor, jurista e depois político. O que levou o garoto a se mudar para o interior da província de São Paulo, onde vivia seu tio. (CALDEIRA, 1995). 

Retrato de Irineu Evangelista de Sousa por volta de 1870. 

A vida com o tio durou poucos anos, pois aos 9, Irineu foi enviado para o Rio de Janeiro, para morar com seu tio João Rodrigues de Pereira de Almeida, um comerciante e fazendeiro, mais tarde banqueiro. Seu tio Pereira de Almeida empregou o sobrinho numa loja, fazendo o garoto começar a trabalhar por volta de seus 9 ou 10 anos. Irineu passou a adolescência trabalhando no comércio em diferentes cargos, especialmente os ligados a administração e contabilidade, áreas que o interessavam e mais tarde o levaram a estudar a respeito.  (CALDEIRA, 1995). 

Em 1830 começou a trabalhar numa empresa britânica de importação pertencente a Richard Carruthers, o qual nutriu admiração e confiança pelo rapaz. Ali se aperfeiçoou na administração, virando gerente, além de aprender sobre economia, finanças, investimentos, a falar e ler em inglês, assim como, leu os clássicos do liberalismo econômico inglês como Adam Smith e David Ricardo. Inclusive nesse período ingressou na maçonaria. Anos depois, Carruthers decidiu desistir dos negócios no Rio de Janeiro e voltar a Europa, Irineu que já tinha juntado dinheiro por esse tempo, ofereceu-se em comprar parte das ações, se tornando sócio da empresa para que não fosse fechada. Carruthers concordou, pois considerou que deixaria a empresa em boas mãos.

Estando estabelecido financeiramente, Irineu trouxe sua mãe Mariana que havia ficado viúva novamente, assim como, sua irmã Guilhermina que também tinha enviuvado. Ela tinha uma filha de nome Maria Joaquina de Sousa Machado (1825-1904). Irineu se apaixonou perdidamente por sua sobrinha, a qual era doze anos mais nova que ele. Apesar disso, o casamento se concretizou. Irineu e Maria Joaquina tiveram 18 filhos, embora alguns morreram ainda prematuros e outros durante a infância devido a doenças distintas geradas pelo casamento intersanguíneo. (CALDEIRA, 1995). 

Surge o industrial

No ano de 1840, Carruthers convidou Irineu a ir visitar a Inglaterra, o qual aceitou, sendo sua primeira viagem internacional. Tendo viajado direto para o coração da revolução industrial, Irineu ficou maravilhado com a industrialização. 

"A verdadeira indústria só existia na Grã-Bretanha e no norte dos Estados Unidos. Na Alemanha e na França, ela apenas engatinhava, e em países retardatários, como a Itália, a Espanha e Portugal, só era conhecida por ouvir dizer, Na Rússia e no Japão, nem isso. Mergulhada em pleno feudalismo, a sociedade japonesa estava dividida em estamentos, sendo proibido o comércio com o exterior. Os portos japoneses só seriam abertos ao Ocidente pelo comodoro Peary, onze anos depois da estada de Mauá na Inglaterra". (BARÃO DE MAUÁ, 2018, p. 18).

Ao voltar ao Brasil, passou os anos seguintes pesquisando sobre diferentes oportunidades e reunindo capital. Em 1845 conseguiu um acordo com o governo para fazer a canalização do rio Maracanã na cidade do Rio de Janeiro, porém, a oportunidade que ele esperava veio no ano seguinte, quando conseguiu comprar uma fundição e passou a fabricar ferro e aço. Naquele ano de 1846 ele comprou o estaleiro de Charles Colman, renomeando para Estaleiros da Ponta da Areia (1846-1860) em Niterói, passando a ser uma referência na construção naval do país nos anos seguintes. (BARÃO DE MAUÁ, 2018). 

O Barão de Mauá visitando seu estaleiro de Ponta de Areia. Litogravura de Pieter Gottfried Bertichem, 1857. 

Dessa forma, Irineu havia se tornado efetivamente um industrial, ao possuir uma fábrica de metais e uma fábrica de navios. Assim, com sua fundição, ele produzia diferentes equipamentos, ferramentas, utensílios, peças etc. Já seu estaleiros produziram distintos tipos de embarcações como navios mercantes, de guerra e de passeio, alguns usados nos rios brasileiros. As duas empresas de Irineu potencializaram a fortuna dele e deram fama ao seu nome.

De banqueiro a barão

Com a proibição do tráfico negreiro em 1850, Irineu passou a incentivar os senhores de escravo a investirem seus capitais em outros negócios, especialmente no ramo industrial. Assim, em 1851 ele fundou o Banco do Brasil (ironicamente o mesmo nome do outro banco fundado por D. João VI em 1808), uma instituição privada voltada para investimentos em diversos negócios. Como Irineu já era um dos homens mais ricos do país, investiu muito capital em seu banco para atrair investidores e isso resultou no investimento de novos negócios.  (CALDEIRA, 1995). 

Conseguindo uma concessão do governo, Irineu criou a Companhia de Iluminação a Gás (1851) no Rio de Janeiro, cuja proposta era iluminar a maior parte das ruas principais da cidade. Em seguida ele fundou a Companhia de Navegação do Rio Amazonas (1852-1866), fabricando os navios que faziam o trajeto daquela rota fluvial, além de operar o seu tráfego. Outras companhias do tipo foram instituídas no estado do Rio de Janeiro, especialmente operando na Baía de Guanabara, e no Rio Guaíba no Rio Grande do Sul.  (CALDEIRA, 1995). 

No entanto, o novo negócio que atraiu mais fama a Irineu foi a construção da primeira estrada de ferro do país, com extensão de 14 quilômetros, ligando o porto e estaleiro de Irineu até suas propriedades em Fragoso, o percurso levou o industrial a ter que trazer uma locomotiva da Inglaterra (nomeada de Baroneza em homenagem a sua esposa). A estrada de ferro foi inaugurada em 30 de abril de 1854, contando com a presença de ministros, senadores, nobres e do próprio imperador D. Pedro II, o qual fascinado com a proeza de Irineu Evangelista, lhe concedeu o título de Barão de Mauá. A via férrea foi renomeada como Estrada de Ferro Mauá. Mais tarde o percurso ganhou mais quatro quilômetros.  (CALDEIRA, 1995). 

Lançamento da pedra fundamental da Estrada de Ferro Mauá, em 1852. Autoria desconhecida. 

Diante do reconhecimento como industrial e mais recente barão, Mauá tratou de expandir seus negócios. Vendeu as ações de seu banco a uma empresa inglesa, levando-o a criar outra instituição financeira, chamado Banco Mauá, McGregor & Cia (1855-1875), com agências em algumas províncias e até mesmo filiais na Inglaterra, França, Estados Unidos, Argentina e Uruguai. A expansão do seu novo banco ajudou a reunir capital estrangeiro para expandir os investimentos com o estaleiro, as navegações e com as ferrovias, já que Mauá incentivou empresas estrangeiras e empresários brasileiros a reunirem capital para expandir a malha ferroviária, algo que deu certo. Ele mesmo entrou como sócio acionista e investidor em diferentes projetos nos quinze anos seguintes. (BARÃO DE MAUÁ, 2018). 

Entre esses projetos esteve a Companhia Caminho de Ferro da Tijuca (1856-1868) designada para instalar trilhos naquela região do Rio de Janeiro. Posteriormente em 1858 foi inaugurada Estrada de Ferro D. Pedro II (renomeada Estrada de Ferro Central do Brasil), uma das principais vias férreas do Rio de Janeiro. Mas nem tudo foi bom nesse período próspero. Seu estaleiro foi destruído por incêndio criminoso, sendo reconstruído em 1860. Ainda hoje não se sabe quem mandou pôr fogo. Mas como Mauá suscitava inveja de muitos homens importantes, devido a sua fama rápida a nível nacional, os candidatos para isso, eram muitos. (BARÃO DE MAUÁ, 2018). 

Deputado e negócios com o Uruguai

Aproveitando o auge de seus negócios com as ferrovias, o estaleiro, a fundição, o banco e outras empresas, o Barão de Mauá ainda na década de 1850, decidiu se lançar na política, tornando-se candidato pela província do Rio Grande do Sul, sua terra natal. Além de um senso de honrar suas origens, apesar de ter vivido a maior parte da vida no Rio de Janeiro, Mauá também escolheu o RS devido a sua proximidade com o Uruguai, país no qual ele possuía negócios e amizades. Inclusive ele foi contrário a disputa política brasileira por lá, financiando inclusive campanhas liberais(BARÃO DE MAUÁ, 2018). 

Mauá foi eleito deputado algumas vezes, tendo realizado seus mandatos consecutivos entre 1855 e 1863, começando como suplente em 1855-1856, mas elegendo-se propriamente em 1857 e depois reeleito em 1861. Porém, não se reelegeu novamente devido a crise financeira que começou a acometer seus negócios. Que veremos mais adiante. De qualquer forma, sua popularidade como político do Rio Grande do Sul não significou que tivesse ganhado a simpatia da nobreza e da elite política fluminense. 

O fato de ser um político liberal e abolicionista, apesar de defender a monarquia, o tornou malvisto diante da elite imperial, predominantemente conservadora e apoiadora da manutenção da escravidão. Além disso, essa mesma elite era a favor da intervenção política no Uruguai, da qual Mauá discordava, que mais tarde influenciou os rumos para uma nova guerra. (BARÃO DE MAUÁ, 2018). 

Quando eclodiu a Guerra do Paraguai (1864-1870), Mauá foi um dos políticos que se manifestou contrário ao conflito, especialmente pela condição do mesmo durar anos. Inicialmente a guerra iniciada com a partir dos ataques do Paraguai ao Brasil, Uruguai e Argentina, levaram os três países a se unirem e formarem a Tríplice Aliança. No entanto, passados dois anos de guerra, Argentina e Uruguai abandonaram o conflito, permanecendo Brasil e Paraguai sem negociarem um armistício ou fim da guerra. Mauá em diferentes ocasiões que esteve na câmara, protestou contra isso. Porém, para os políticos tidos como patriotas fervorosos, a guerra era essencial para provar o valor do povo e a superioridade da nação. 

Crise nos negócios

No auge de seus negócios, Mauá era considerado um dos homens mais ricos do Brasil, possuindo mais de 15 empresas, embora fosse coproprietários de outras. A maioria de seus negócios não eram diversificados, pois centrou-se nas companhias ferroviárias e de transporte fluvial. A diferença estava em seu estaleiro, fundição, banco, companhia de gás, depois de energia elétrica, de telégrafo e até chegou a ter um curtume. De qualquer forma, os negócios na década de 1860 começaram a sofrer um revés devido a aprovação de leis que passaram a prejudicar seus investimentos.

A série de leis aprovadas pela Tarifa Silva Ferraz, então ministro da fazenda, prejudicaram diretamente os negócios de Mauá. Uma permitiu que empresas estrangeiras pudessem atuar no transporte e comércio no Amazonas, área que quase era seu monopólio, logo, a concorrência ficou grande, levando a desistir da sua companhia em 1866. A segunda, removeu os descontos sobre a compra de máquinas, peças e veículos importados. Por mais que Mauá tivesse duas fábricas, parte de seu material era importado, advindo sobretudo da Inglaterra. Com o aumento da importação da compra de maquinário e outros insumos, sua produção foi afetada, levando-o a subir os valores para compensar a diferença de lucro obtida, além de que outros estaleiros foram fundados, assim como, o governo que era antes seu cliente, começou a comprar navios na Europa. A queda na receita foi se acumulando gradativamente ao longo da década de 1860, levando-o a vender seu estaleiro em 1877. (SOUZA; FOSSATTI, 2013). 

Outros projetos desse período também não deram certo. A companhia férrea da Tijuca que operava bondes entrou em declínio, sendo fechada em 1866. Antes disso, Mauá criou uma pequena empresa de bondes para atuar no bairro do Jardim Botânico, expandindo a atuação de sua companhia de bondes, porém, a falência da primeira levou investidores desistirem do negócio. Mauá que já estava com alguns problemas financeiros, desistiu de manter os negócios com os bondes, vendendo a empresa para um grupo inglês.  

Suas finanças estavam num momento delicado a ponto de que sua parceria com a McGregor & Cia foi desfeita a respeito do banco em 1867. Assim, Mauá renomeou seu banco para Banco Mauá & Cia. Além do fim dessa parceira, ele teve que vender algumas ações que possuía em empresas ferroviárias para pagar dívidas imediatas. 

Mauá ainda tentou reverter tal prejuízo ao investir na mão de obra italiana que começou a chegar ao Brasil na década de 1870, agindo como contratante deles, fosse empregando-os em suas companhias e fábricas, ou atuando como intermediário para achar vagas de empregos para os mesmos. A iniciativa apesar de interessante, não rendeu o retorno esperado. Muitos dos italianos imigrados partiam diretamente para as fazendas, especialmente as lavouras de café de São Paulo, uma área de negócios na qual Mauá não atuava. 

No ano de 1872, ele foi reeleito ao cargo de deputado federal do Rio Grande do Sul, tendo permanecido anteriormente alguns anos afastado da vida política, mas devido aos problemas financeiros e interesse em saná-los, Mauá renunciou ao mandato no ano seguinte. Ainda mais por conta que em 1872 ele recebeu autorização pelo Decreto n. 5.058 de 16 de agosto de 1872, o direito de instalar um cabo submarino entre o Brasil e Portugal. Embora a empresa britânica British Eastern Telegraph Company tenha feito o serviço, o investimento veio direto do barão. Assim, em 1874 o cabo estava conectado e operante, rendendo o reconhecimento do imperador D. Pedro II, que lhe deu o título de Visconde de Mauá. Na época, o monarca concedeu monopólio de 20 anos de uso dos serviços telegráficos. No mesmo ano ele conseguiu por parte do imperador o direito de cuidar do abastecimento de água da capital imperial, fundando uma companhia para isso, a qual teve vida curta. (SOUZA; FOSSATTI, 2013). 

Porém, a década de 1870 não foi problemática apenas para o visconde, mas para muitos homens de negócios. O mundo ocidental vivenciava a chamada crise da Longa Depressão (1873-1879), que afetou países como Alemanha, Inglaterra, França, Itália, Áustria, Estados Unidos, Brasil, entre outros. Uma série de fatores envolvendo guerras, safras perdidas, falência de indústrias e companhias de comércio, culminou para afetar bolsas de valores e bancos. 

Assim, Mauá decretou falência do seu banco em 1875, após uma série de receitas baixas, retiradas de investimentos, queda nas ações etc. Além disso, o governo numa jogada escrupulosa para beneficiar os investimentos nos bancos públicos, começou a difundir que bancos privados não eram de confiança e não rendiam tanto quanto os bancos públicos. Pela condição de Mauá ter investimentos em outros países, especialmente as filiais de seu banco, esses foram diretamente afetados por essa crise, levando suas filiais se fecharem, cortando muito da renda que o banco obtinha graças aos investimentos estrangeiros. (SOUZA; FOSSATTI, 2013). 

A crise foi tão forte, que em dois anos a receita caiu significativamente, levando Mauá a declarar falência e pedir socorro ao governo imperial para renegociar suas dívidas. Todavia, ele não obtive sucesso. O banco após vinte anos de funcionamento fechou as portas. Em seguida ele encerrou suas atividades com a empresa de telégrafo, a qual ainda estava pagando o investimento, revendendo-a para uma empresa inglesa. Sua companhia de abastecimento de água também foi fechada. E a situação era tão crítica, que Mauá chegou ao ponto de ter que vender sua fundição e estaleiro para poder pagar as contas, sendo ambas as fábricas suas mais antigas. 

Na tentativa de buscar apoio do governo, renegociar suas dívidas e recuperar crédito financeiro, ele escreveu um extenso relatório intitulado Exposição do Visconde de Mauá aos Credores de Mauá & C e ao Público (1878), no qual relatava todos seus investimentos feitos ao longo dos anos, suas ideias e sonhos para aquelas empresas e negócios, os problemas enfrentados etc. O livro tem um valor documental bastante importante para conhecer a trajetória de Mauá como empresário e industrial, mas a obra não surtiu efeito que o visconde aguardava. Seus credores não se convenceram. (SOUZA; FOSSATTI, 2013). 

Considerações finais

Após a falência decretada a partir de 1875 com o fechamento do seu banco, Mauá procurou honrar suas dívidas, mas isso levou alguns anos. Ele somente conseguiu quitar a maioria delas em 1884, quando constava dos seus 71 anos. Assim, tendo tornado seu "nome limpo" novamente, recebeu autorização para virar comerciante, levando-o a se mudar para Petrópolis, onde comprou uma casa e abriu uma loja. Passou o restante da vida morando naquela cidade, quando faleceu em 21 de outubro de 1889, antes da instalação da república. Naquele tempo, já era visto como um velho homens de negócio que tinha passado de sua época dourada.

Embora não tenha ficado pobre, Mauá deixou de ser milionário, sendo um exemplo na época de como a má gestão e sócios duvidosos poderiam comprometer os negócios. Apesar disso, seu legado histórico permaneceu, pois seu sonho de industrializar o Brasil conseguiu ser realizado até certa parte, embora não tenha ido para além das ferroviais e companhias de transporte fluvial, já que as pretensões de expandir fábricas, levar iluminação a gás, sistema de bondes, energia elétrica e abastecimento de água para outras províncias, não se concretizou. 

NOTA: Os brasões de barão e visconde de Mauá possuem como iconografia, duas locomotivas, uma referência a ele ter sido pioneiro na implementação das ferroviais no Brasil. 

NOTA 2: Em 1910 foi fundada a Praça Mauá no centro do Rio de Janeiro (a mais famosa praça do país com seu nome), ali se encontra uma estátua do visconde. Ao redor temos o Museu do Amanhã, o Museu de Arte do Rio, um prédio da marinha e outras construções. 

NOTA 3: Irineu foi homenageado com o seu nome em várias ruas, avenidas, praças, escolas, estações de trem, bairros pelo país, organizações de comércio e indústria etc.  

NOTA 4: Seu nome também foi dado a cidades como Visconde de Mauá (RJ), Mauá (SP) e Mauá da Serra (PR). 

NOTA 5: O barão foi interpretado pelo ator Paulo Betti no filme Mauá - O Imperador e o Rei (1999), principal filmografia sobre ele. 

NOTA 6: Em 2018 o presidente Michel Temer criou a Ordem Nacional Barão de Mauá, uma honraria dada as pessoas que contribuíram para a indústria e comércio do país. 

Referências bibliográficas

BARÃO DE MAUÁ. Empreendedor do Império. [s. l]: LeBooks, 2018. 

CALDEIRA, Jorge. Mauá: empresário do Império. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

SOUZA, Ricardo Timm de; FOSSATTI, Nelson Costa. Mauá: paradoxos de um visionário – obra comemorativa dos 200 anos de nascimento do Visconde de Mauá. Porto Alegre: Letra & Vida, 2013.

Link relacionado

Francesco Matarazzo: o fundador de fábricas

Link externo

A história do Barão de Mauá - documentário

Mauá: o imperador e o rei (1999)