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Leandro Vilar

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Momento: Expressões da História - parte VIII

Eureka!

Arquimedes de Siracusa
A expressão "eureka" é uma expressão de exclamação, quando alguém descobriu ou encontrou algo que procurava. De fato a palavra eureka, significa em grego antigo "descobri", "encontrei". Contudo a personificação deste termo como uma expressão histórica advêm segundo historiadores antigos, do matemático, engenheiro, astrônomo e inventor grego, Arquimedes de Siracusa (287-212 a.C). Arquimedes nasceu na cidade de Siracusa na ilha de Sicília, hoje território italiano, mas em seu tempo, tais terras compreendiam o que se chamava de Magna Grécia, termo que designava os domínios coloniais das cidades-Estados gregas. De qualquer forma, pouco se sabe da vida de Arquimedes, mas seus trabalhos no campo da matemática, geometria e física são mais importantes hoje do que foram em seu tempo.  Arquimedes é considerado um dos maiores matemáticos da Grécia Antiga, tendo deixado importantes descobertas como: o método dos perímetros; aperfeiçoou o sistema numérico grego antigo; apresentou soluções para o calculo do valor do π (pi); a solução para se calcular as áreas e volumes de esferas, cones, cilindros, etc; calcular-se o valor das parábolas; desenvolveu a rosca sem fim, a rosca dentada, a roldana móvel, a alavanca, etc; desenvolveu o Tratado dos corpos flutuantes, que deixou grandes contribuições para os estudos da estática e da hidrostática. 

Contudo, no fim da vida, Arquimedes passou a trabalhar para o rei de Siracusa, Hierião. Em um certo dia, o rei chamou Arquimedes ao palácio e pediu um favor. O rei havia ganho uma nova coroa de ouro, porém ele estava em dúvida se aquela coroa realmente era feita de ouro maciço, Arquimedes disse que se descobrisse o valor da densidade da coroa poderia confirmar se ela era de ouro maciço ou não. Então Hierião pediu que Arquimedes fizesse isso. Até então o matemático vinha a anos estudando geometria e desenvolvendo fórmulas e estudos acerca do volume dos polígonos, contudo, no caso da coroa de ouro, tal objeto não possuía uma forma regular, logo os métodos tradicionais não funcionariam. 

Arquimedes passou algum tempo procurando a resposta, então segundo a lenda, ele havia ido tomar banho para relaxar um pouco após um dia de grande trabalho, quando entrou na banheira notou que o nível da água subira, então este saiu da banheira e notou que o nível da água abaixara, intrigado com isso ele se pôs a pensar, até que de repente ele encontrou a resposta. De acordo com a lenda, Arquimedes teria ficado tão entusiasmado e alegre que saiu correndo nu pela rua, gritando "eureka!", "eureka!".

De qualquer forma, sua descoberta acarretou no que ficou conhecido como o Princípio de Arquimedes.

""Todo corpo mergulhado total ou parcialmente em um fluído sofre um empuxo vertical, dirigido de baixo para cima, igual ao peso do volume do fluído deslocado, e aplicado no centro de empuxo". (O centro do empuxo é o centro de gravidade do volume que corresponde à porção submersa do corpo)". (Grande Enciclopédia Larousse Cultural, v. 2, São Paulo, Nova Cultural, 1998, p. 433). 

A descoberta de Arquimedes acarretou no estudo do empuxo de objetos e massas em fluídos, e a partir do peso do objeto, dividido pelo volume de água que se dilata ao inserir o objeto no recipiente, pode-se descobrir a densidade de tal objeto. 

"Um olho no padre, outro na missa"

Tal expressão é utilizada para quando queremos que alguém preste mais atenção ou fique atento. Tal expressão se perde ao longo da história. Nesse caso, a expressão remonta aos padres que ficavam em fortes e fortalezas do exército ou da marinha de frente para rios ou o mar. Era comum nesse tempo, que os soldados e os demais oficiais participassem da missa aos domingos, nos dias litúrgicos e outras datas, então os soldados se reuniam geralmente em uma capela, já que na maioria das vezes não havia igrejas dentro dos fortes. Lá, o padre rezava de costas para os demais, olhando para o crucifixo, ou a imagem de Jesus Cristo, Nossa Senhora ou de algum santo, contudo, nessas capelas existem uma pequena janela construída em um ponto estratégico, geralmente na entrada ou curva de um rio, ou na entrada de uma baía. Assim, quando o padre rezava, ele ficava atento a missa e atento a janela, em caso dele avistasse um navio inimigo ou algum navio suspeito, ele daria sinal para os soldados retornarem aos seus postos. Daí, os soldados terem que ficar com "um olho no padre, outro na missa".

Janela da capela de Santa Bárbara, na Fortaleza de Santa Cruz da Barra, Niterói - RJ, Brasil. Foto de acervo pessoal.
Messalina

A palavra messalina, é utilizada como uma expressão pejorativa para referir-se a uma mulher por sua péssima conduta moral. O termo também pode ser utilizado como sinônimo para uma mulher libertina, vagabunda, meretriz, etc. Contudo tal expressão tem origem numa pessoa real, e essa mulher foi a imperatriz romana Valéria Messalina (25?-48), terceira esposa do imperador Cláudio (10 a.C - 54 d.C). Cláudio governou de 41 a 54, sendo o quarto imperador romano, ficou conhecido como Cláudio, o Coxo. 
A imperatriz Valéria Messalina e seu filho Britânico.

Messalina era filha de Marco Valério Messala Barbato Suetônio, homem da política e membro de uma tradicional família da aristocracia romana. Messalina fora obrigada pelo pai a se casar no ano de 38 com o político Cláudio, futuro imperador romano. Nessa época, Cláudio era um homem de seus 50 anos, e estava viúvo da segunda esposa, Messalina teria por volta de seus 13 ou 15 anos quando se casou. O casamento foi arranjado por seu pai por interesses políticos, já que Cláudio pertencia ao círculo fechado do então imperador Calígula (12-41), além de ser o seu tio. Embora Calígula fosse um louco (ele era esquizofrênico) ainda assim era o imperador, e as pessoas próximas a ele teriam grande status na competitiva sociedade romana imperial.

A contra gosto, Messalina se casou com Cláudio e lhe deu um filho, chamado Britânico e uma filha, chamada Cláudia Octávia. Em 41 Calígula foi assassinado, o imperador devido a suas excentricidades e atos libertinos, manchava a reputação de Roma e de seu povo, com a sua morte, seu tio Cláudio assumiu o poder em 41. Contudo, de acordo com os relatos dos historiadores romanos SuetônioTácito, eles descreviam a imperatriz Messalina como uma mulher ambiciosa, escrupulosa, devassa, libertina, que manipulava o seu marido para interesses fúteis e pessoais, já que a mesma nunca mostrou interesse pela política. No ano de 47, Messalina conheceu o cônsul Caio Sílio, por quem se apaixonou e tomou como amante.

Em 48, Agripina Minor (16-59), irmã de Calígula, bisneta de César Augusto e sobrinha de Cláudio retornou de seu exílio de dez anos imposto pelo seu falecido irmão. O imperador Cláudio nutria grande afeto pela sobrinha, e decidiu casar-se com ela, já que não amava mais Messalina, então no mesmo ano, ele se separou de Messalina e desposou Agripina como quarta e última esposa. 

Agripina, atentou o juízo de Cláudio para pedir o divórcio, ao mesmo tempo ela começou a dizer ao imperador que Messalina tinha um caso com o cônsul Caio Sílio e tramava o seu assassinato, logo outras pessoas próximas ao imperador falaram o mesmo. Cláudio se separou de Messalina, e posteriormente ainda no mesmo ano, ordenou sua execução junto com seu amante. A ex-imperatriz foi acusada de adultério, traição, conspiração, crime de lesa-majestade. Messalina e seu amante foram executados. E posteriormente seu nome se tornou sinônimo de mulher traidora, interesseira, libertina, etc. 

NOTA: Arquimedes cogitou construir-se grandes espelhos de bronze para serem utilizados na guerra. Arquimedes pretendia usar os espelhos para refletir a luz do sol, nas velas e nos navios, a fim de que o foco de luz concentrado fizesse incendiá-los. 
NOTA 2: Cláudia Octávia (40-62) posteriormente se casaria com o imperador Nero (37-68).
NOTA 3: A terceira esposa do imperador Nero, chamava-se Statilia Messalina.

Referências Bibliográficas:
Grande Enciclopédia Larousse Cultural, v. 2, São Paulo, Nova Cultural, 1998, p. 433.
Grande Enciclopédia Larousse Cultural, v. 16, São Paulo, Nova Cultural, 1998, p. 3948.

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