Cada vez mais a robótica tem se tornado uma ciência de destaque no século XXI. Embora os robôs atuais não sejam tão eficientes e inteligentes como vemos nas obras de ficção, no entanto, eles já progrediram bastante nos últimos 70 anos. Mesmo que para algumas pessoas esse progresso ainda seja demasiado lento. De qualquer forma, o presente texto buscou centrar-se em dois aspectos principais: de onde veio a palavra robô, quando ela passou a ser aplicada para se referir a um tipo de máquina, para em seguida vermos como surgiram os primeiros robôs, salientando que existem diferentes tipos de robôs.
A palavra robô
Essa palavra é de origem checa advindo de robota, termo utilizado para se referir ao servos, já que a República Checa e outros países vizinhos somente aboliram a servidão feudal no século XIX ou começo do XX. Dessa forma, originalmente o termo não designava um tipo de máquina, mas a condição social de pessoas sujeitas ao sistema feudal que ainda imperava em parte da Europa. A situação mudou quando o escritor e dramaturgo checo Karel Capek (1890-1938) escreveu a peça R.U.R (1920), cuja sigla significa Rossumovi Univerzálni Roboti (Robôs Universais de Rossum).
Inicialmente Karel pretendia usar o termo labori (trabalhador em latim) para designar as máquinas que ele concebeu nessa peça de ficção científica, mas seu irmão Josef Capek (1887-1945), após ler o texto, percebeu que as máquinas atuavam como serviçais, então ele sugeriu usar uma palavra parecida com robota. Além de valorizar a língua nacional também, em detrimento de utilizar termos latinos. Assim, Karel criou o termo roboti para designar uma máquina humanoide.
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Capa da primeira edição. |
Os autômatos
Há casos na História em que o conceito antecede sua nomenclatura, os robôs passaram por isso. Enquanto a palavra robô foi criada em 1920, no entanto, a ideia de robô é anterior, remontando ao conceito de autômato, o qual existe desde a Grécia Antiga, pelo menos. Os autômatos consistiam em máquinas feitas geralmente de madeira, mas as vezes de metal, que poderiam executar cálculos ou algum tipo de movimento mecânico como mover rodas, pás, cordas etc. Embora houvessem autômatos parecidos com pessoas ou animais, as quais executavam movimentos simples, geralmente mover a cabeça, braços, pernas e patas. Os autômatos eram movidos por energia a vapor, hidráulica, engrenagens ou sistema de polias.
Embora os gregos tenham feito alguns autômatos, eles eram mais voltados para a curiosidade ou estudos científicos. Depois disso o seu fascínio se perdeu e eles foram esquecidos por séculos. Os árabes, persas e chineses resgataram o interesse por autômatos, exibindo-os em palácios e festejos. Construindo-os mais elaborados, com direito de alguns tocarem música ou imitarem o som de animais.
No entanto, novamente eles foram esquecidos, somente retornando na Idade Moderna, onde filósofos, alquimistas, inventores e cientistas começaram a criar autômatos normalmente na forma de bonecos (não apenas como estátuas como era anteriormente comum no passado), os quais geralmente tocavam instrumentos ou escreviam alguma palavra ou frase. Os autômatos modernos se valeram bastante do desenvolvimento do sistema de engrenagens. Isso permitiu a criação de objetos, estátuas e até teatros de bonecos automáticos.
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Uma autômato do Pinóquio. |
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Autômatos num relógio do Colégio Maius, em Cracóvia. |
O surgimento dos robôs
Se a ideia de máquinas com forma de pessoas ou animais, que executavam movimentos ou ações automaticamente é algo antigo e o conceito de robô surgiu em 1920, quando foi que os robôs surgiram propriamente? Devido a influência da ficção científica, na década de 1920 tivemos filmes, livros e desenhos mostrando robôs humanoides ou androides, inclusive algumas dessas máquinas chegaram a serem fabricadas como Eric (1928) e George (1932), os quais foram exibidos em feiras mundiais e eventos industriais e tecnológicos, mas na prática não eram robôs de verdade, apenas estátuas ou bonecos, alguns eram até mesmo autômatos.
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O robô George em 1932. Na prática ele não funcionava. |
Entretanto, o primeiro robô eficaz foi o Unimate (1961), criado por George Devol para ser empregado na construção de veículos nas fábricas da General Motors. Embora não fosse um robô humanoide, tampouco não andava e nem falava, ainda assim, consistia num robô por executar ordens pré-programadas, funcionando a energia elétrica.
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O Unimate, o primeiro robô funcional da História. |
Assim, na segunda metade do século XX desenvolveu-se cada vez mais diferentes tipos de robôs usados em fábricas, além de robôs veiculares, utilizados para testes militares e espaciais. Enquanto isso no cinema, literatura, desenhos animados e videogames, robôs humanoides e robôs militares se tornavam cada vez mais comuns, porém, na prática isso ainda não seja uma realidade.
No século XXI robôs de brinquedo passaram a serem comercializados, especialmente na forma de cachorros e bonecos, além de robôs aspiradores. Por sua vez, robôs humanoides ainda seguem em fase de experimentos, embora tenhamos empresas em países como Estados Unidos, China e Japão que vêm investindo nesse tipo de tecnologia, mas ainda não é viável para a comercialização.
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Robôs da Tesla em 2024. |
NOTA 2: Atualmente existem vários tipos de robôs sendo classificados de acordo com suas funções, usos e características. Assim, temos robôs industriais, militares, espaciais, domésticos, de brinquedo, nanorrobôs, robôs digitais etc.
Referências bibliográficas:
CRAIG, J. J. Introduction to Robotics. New Jersey, Pearson Prentice Hall, 2005.
GUTKIND, L. Almost Human: Making Robots Think. New York, W. W. Norton & Company, Inc, 2006.
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