Pesquisar neste blog

Comunicado

Comunico a todos que tiverem interesse de compartilhar meus artigos, textos, ensaios, monografias, etc., por favor, coloquem as devidas referências e a fonte de origem do material usado. Caso contrário, você estará cometendo plágio ou uso não autorizado de produção científica, o que consiste em crime de acordo com a Lei 9.610/98.

Desde já deixo esse alerta, pois embora o meu blog seja de acesso livre e gratuito, o material aqui postado pode ser compartilhado, copiado, impresso, etc., mas desde que seja devidamente dentro da lei.

Atenciosamente
Leandro Vilar

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Aníbal Barca

Aníbal Barca (247-183 a.C), foi considerado um dos maiores generais da História de Cartago e do mundo. Aníbal ficaria lembrado na História por ter sido o principal general a comandar as guerras entre Cartago e Roma, durante o século III a.C. Sendo assim, irei relatar um pouco deste período de guerras, no qual Aníbal ameaçou a hegemonia romana sobre a Península Itálica, e o próprio governo desta pelo Mediterrâneo.

Antes de começar a contar um pouco da vida militar de Aníbal, irei fazer uma rápida retrospectiva sobre alguns fatos que levaram a guerra contra Roma.

Primeiramente irei falar um pouco sobre Cartago. Cartago foi uma colônia fundada na costa da África (ver mapa), pelos fenícios, por volta do século IX a.C. No entanto somente séculos depois é que esta viria a se tornar uma potência marítima e militar no Mediterrâneo. Por volta do século III a.C, Roma se expandia pela Itália, a tendo praticamente sobre seu domínio. Nessa época, na ilha da Sicília, as colônias da Magna Grécia, lutavam pelo controle da Sicília, uma das principais regiões produtoras de grãos da região. Sendo assim, os cartagineses também possuíam o mesmo interesse. Porém a guerra só tomaria proporções mais drásticas, quando os romanos decidem também lutar pelo domino da região. Como estes já possuíam amizade com os gregos, com isso eles se uniram a estes para combater os cartagineses. Nesse ponto se iniciaria as chamadas Guerras Púnicas.

As Guerras Púnicas foram uma série de batalhas divididas em três etapas, (o nome púnico se deve ao fato de os romanos chamarem os cartagineses de púnicos), as quais se sucederam ao longo dos séculos III a.C e II a.C. Com isso, a Primeira Guerra Púnica se iniciou em 264-241 a.C, e terminou com a vitória romana. Porém ao longo destes mais de vinte anos de guerras, ambas as nações saíram com grandes perdas, sendo Cartago a que sofrera mais com a derrota, pelo fato de perder alguns territórios e ter que pagar uma taxa de indenização a Roma. No entanto não estou aqui para relatar como esta guerra transcorreu, irei me abster mais a relatar as causas da Segunda Guerra Púnica, na qual a figura de Aníbal fora essencial para a deflagração destes conflitos e para o termino destes.

Antes de começar de fato a falar sobre a investida de Aníbal sobre os romanos, irei citar alguns antecedentes que levaram a ocorrência deste segundo confronto.

Com o fim da Primeira Guerra em 241 a.C, Cartago ficou arrasada e presa a uma divida com os romanos. Uma das soluções encontrada por esta fora explorar a região da Hispânia, rica em minas de prata. Sendo assim, expedições foram enviadas para conquistar a região e obviamente as suas minas. Dentre um dos principais responsáveis por estas conquistas cartaginesas na Hispânia, estava Amílcar Barca (270-228 a.C), pai de Aníbal. Amílcar teve uma importante participação nos últimos anos da Primeira Guerra Púnica, como o fato de ter participado não só das batalhas, mas na negociação de um acordo de paz com Roma. Na Hispânia, seria o responsável pela conquista da maior parte desta. Já que seus filhos dariam continuidade a esta. Com a sua morte no campo de batalha, ele havia deixado um exército forte, e uma região moldada com sua exímia diplomacia. Mesmo assim os hispânicos ainda se relutaram a aceitarem a submissão a Cartago. Asdrúbal Barca, seu genro, assume a chefia da Hispânia.

Asdrúbal, seria lembrado por ter sido o fundador da Nova Cartago (atual Cartagena na província de Múcia, Espanha). E por ter em 226 a.C assinado um acordo com os romanos, no qual se dividiria as terras da Hispânia em duas partes, sendo a delimitação dessa divisão o rio Ebro. De fato tal fronteira seria a causa da segunda guerra, para alguns historiadores. Em 221 a.C, Asdrúbal é assassinado. Alguns dizem que fora por vingança de algum dos seus servos, ou pelo inimigo. Com a sua morte, o governo de Cartago escolhe o jovem Aníbal Barca para sucedê-lo.

Aníbal Barca
Sendo assim, aqui começa a história de Aníbal. Quando jovem recebera uma educação greco-romana (mesmo que este odiasse os romanos). Fora instruído por um mentor espartano, sobre a arte da guerra. Diz que este ouvira as histórias de Alexandre, o Grande e os seus feitos. Aos vinte seis anos, ele assume o governo, após a morte de Asdrúbal. Em seu governo ele continuou a expansão cartaginesa pela península, além de enriquecer Cartago com prata, e fortalecer o seu exército. Tais fatos, levaram os romanos a redobrarem a atenção com este. Em 218 a.C, o exército de Aníbal transpõe a fronteira do Ebro, os romanos consideram isso uma traição, e enviam uma mensagem para o Conselho dos Cem (órgão superior de Cartago), para que enviassem Aníbal para Roma para ser julgado. Devido a forte influência de seu nome no Conselho, este se negara a enviá-lo. Na verdade não se tem certeza por que o conselho se negara a tal pedido. Não se sabe se foi por medo a Aníbal, ou porque realmente Cartago queria a guerra, queria vingança. De qualquer forma tal fato levou os romanos a novamente declararem guerra as cartagineses, e assim se iniciava a Segunda Guerra Púnica.

Nesse ano Roma nomeara novos cônsules, e o Senado escolhera o cônsul Públio Cornélio Cipião (236-183 a.C) o responsável pela província de Hispânia, para combater Aníbal. Porém este não iria aguardar que os romanos tomassem a frente da luta, ele decidira agir imediatamente. Enquanto Cipião reunia as legiões romanas e partia para a Hispânia, Aníbal marchava com seu exército em direção a Gália (França). Nessa época os romanos já tentavam conquistar a região, porém muitas tribos ainda eram hostis a estes, então Aníbal viu nessa condição uma possibilidade de aliança com estes "barbáros". Inicialmente isso não ocorreu, porém não tardou muito que os gauleses se unissem ao exército cartaginês.

"Dessa maneira o general Cipião recebeu, em 218 a.C, cerca de 14 mil soldados e 1.600 cavaleiros para dirigir-se a Hispânia e Tibério Sempronio Longo, cerca de 16 mil e 1.800 respectivamente, para cumprir a tarefa de invadir a África". (MAGNOLI, 2009, p-64).

Roma descobriu os planos dos cartagineses, então decidiu aguardá-los em casa, na Itália. Decidiram esperar o exército inimigo na entrada da Planície do Pó, a principal via de acesso pelo norte da Itália, para quem quisesse vir com um grande exército. Porém a história fora outra, o inusitado acontecera. Ao invés de seguir pelas margens do rio Rodáno até a planície, ele decidiu pegar um caminho mais difícil e ousado. Decidiu contornar os Alpes, e atacar os romanos de surpresa. Aníbal marchou com o seu exército de cerca de 50 mil homens através dos Alpes, os contornado e chegando a Planície do Pó. Durante os cinco meses de viagem empreendida, ele perdera parte das tropas, mas conseguiu repor-la quando os gauleses se aliaram a ele. (clique no mapa para ver a rota de invasão de Aníbal).

Chegando a Itália com cerca de quase trinta mil homens (soma-se a infantaria com a cavalaria), e com pelo menos 20 elefantes de guerra, este iniciaria seus ataques as terras romanas. De fato relatos dessas guerras é muito vasto, afinal foram mais de dez anos de conflitos. Então pelo fato de ser muita história para contar e poucas linhas para escrever, irei resumir os acontecimentos. No entanto aconselho para quem tiver maior curiosidade a respeito do assunto, consultar outras fontes confiáveis que tenham uma maior abrangência a respeito do assunto.

Pintura representando a travessia dos Alpes pelo exército de Aníbal. 
Voltando a história de Aníbal. Este passaria dez anos na Itália confrontando Roma e suas colônias. Nas diversas batalhas travadas em terra e mar. Mas dentre estes vários conflitos, a Batalha de Canas, travada em 2 de Agosto de 216 a.C, representou a maior vitória cartaginesa, e a maior derrota romana já sofrida até então. (clicando no mapa poderás ver marcado neste, as principais batalhas travadas durante a Segunda Guerra Púnica). Na Batalha de Canas a qual aconteceu ao sul da Península. Os romanos estavam crentes de sua vitória. Contavam com um enorme exército de cerca de 8 legiões e alguns aliados (fontes estipulam pelo menos cem mil homens no campo de batalha). Quanto a Aníbal seu exército que já não era muito grande, constava de pelo menos a metade do contingente romano. Contudo, por mais que os números fossem desfavoráveis aos cartagineses, a estratégia empregada pelo seu general poria Aníbal na História como um dos grandes estrategistas militares.

Ele soube se valer da vantagem de seu número menor a fim de se conseguir mobilidade e velocidade. Pelo fato de terem lutado pr[oximo as margens de um rio, o campo de mobilidade ficara reduzido. E o exército romano por ser muito grande perderia muito tempo para se posicionar e se reagrupar, depois de movido. Aníbal enviou sua cavalaria e sua infantaria rápida a fim de quebrar a formação romana, conseguido tal feito este começou a atacar os romanos pelos flancos, os forçando a se reagruparem no centro. Não tardou que o restante da cavalaria e da infantaria pesada cerca-se o exército inimigo e o massacra-se. Tal derrota abalou fortemente a convicção da superioridade romana. No entanto mesmo com esta grande perda. Roma ainda não se daria por vencida.

"Mesmo diante de tamanha derrota os romanos não cederam. Reestruturaram suas estratégias e dividiram sua armada em grupos menores, para conter as investidas de Aníbal". (MAGNOLI, 2009, p-69).

Nos anos seguintes, Aníbal montaria uma base na Itália e passaria a atacar os domínios romanos, a fim de enfraquecer o inimigo, e se conseguir o apoio de povos subordinados ao julgo romano, mas que os odiavam, para se tornarem seus aliados. Curiosamente, nesse anos que ele passou na Itália, ele nunca chegou a ameaçar Roma, de forma que leva-se a esta o seu fim. De fato os romanos conseguiram resistir bravamente ao ataque cartaginês. E enquanto estas batalhas se desenrolavam, Aníbal conseguia suprimentos e homens vindo da Hispânia. Sendo assim, Cipião, decidira atacar os reforços de Aníbal. Então ele partiu para a Hispânia, chegando em 211 a.C. Lá ele ficaria até o ano de 207 a.C, combatendo Asdrúbal Barca, irmão de Aníbal (não confundir com o Asdrúbal que era genro de Amílcar).

"A derrota de Asdrúbal foi importante para os romanos na medida em que estes conseguiram submeter a Península Ibérica, expulsando os cartagineses da região". (MAGNOLI, 2009, p-69).

Com a morte deste, os suprimentos dos cartagineses em Itália foram suspensos, agora estes teriam que recorrer diretamente a Cartago. Cipião retornou para Roma em 205 a.C, com seu retorno, este fora novamente eleito cônsul, e dessa vez ele tentaria empreender seu plano mais ousado. Cipião tentou convencer o Senado em apoiá-lo em um ataque direto a África a Cartago em si, se esta caísse, Aníbal perderia. O plano era muito ousado, parte do Senado não concordou inicialmente. Mesmo assim Cipião conseguiu reunir duas legiões e partiu para a África em 204 a.C. Como ele contava com pouco homens, decidira não atacar Cartago, mas sim a enfraquecê-la, derrotando seus aliados. Cipião conseguiu derrotar o rei da Númidia, um dos importantes aliados de Cartago, além de vencer outros aliados deste. Logo Cartago se vira ameaçada pelos exércitos romanos em África, e solicitou que Aníbal retornasse. Sendo assim, em 202 a.C ele deixa a Itália e segue para Cartago.

Chegando lá, o exército romano comandado por Cipião, o qual agora era chamado pela alcunha de o Africano, atraiu Aníbal e suas tropas para longe de Cartago, em direção ao deserto, mais exatamente na planície de Zama. Em 19 de Outubro de 202 a.C na Batalha de Zama (ver imagem), ocorrera o confronto derradeiro que poria fim a esta guerra. No meio do deserto, longe de Cartago ou de qualquer outro aliado a quem recorrer, Aníbal só poderia contar com seu exército e com sua experiência. Armado com seus poderosos elefantes de guerra a frente do exército, este marchou de encontro ao exército romano. Contudo uma reviravolta ocorrera. Cipião já imaginando que seu oponente usaria elefantes na batalha, deu para cada um dos homens na frente de batalha uma trombeta. Quando os elefantes chegaram próximos, os soldados começaram a soprar as trombetas, os animais acabaram se enfurecendo e correndo para trás. Tal acontecimento levou a morte de vários membros da infantaria e cavalaria que foram pisoteados pelos animais em fúria. Com isso o exército de Aníbal ficara dividido, e num verdadeiro caos. Logo os romanos assumiram a dianteira do ataque, levando a rendição do inimigo.

No ano seguinte fora assinado um novo tratado de paz entre cartagineses e romanos. Mas dessa vez, Roma fizera maiores cobranças. Desde uma taxa indenizatória, a doação de vários territórios cartagineses, como toda a doação de sua marinha, e a proibição de se estabelecer um exército. As cobranças foram altas, se negassem a cumprir-las poderiam ser destruídos, sendo assim acabaram concordando.

Cipião retornou para Roma, aplaudido como um herói. Aníbal permaneceu em Cartago organizando os problemas gerados após o fim da guerra. Nessa época ele recebera um cargo no Senado cartaginês. Contudo anos depois, algumas desavenças entre inimigos, levaram este a abandonar a cidade. Alguns começaram a culpar-lo pelo inicio da guerra e pela dura derrota sofrida. Mesmo tendo perdido a guerra, este nunca abandonara o ódio que sentia pelos romanos. Logo veio a encontrar recepção em novos aliados no Oriente. Alguns povos, como os macedônios e os sírios relutavam a aceitar a submissão à Roma. Aníbal se mudou para a Macedônia, por volta de 195 a.C. Mas com a derrota de seu rei, esta e a Grécia passaram a pertencerem ao domínio romano, então ele se dirigiu para a Bitínia (correspondia a parte norte do atual território da Turquia). Lá ele passaria seus últimos anos de vida, quando cometera suicídio ao se envenenar. Com sua morte, seu nome ainda seria lembrado na história. Seria um herói para Cartago, e um nome que dava medo de se ouvir, para os romanos.

Sobre a pessoa de Aníbal, Maquiavel dissera o seguinte:

"Entre os admiráveis feitos de Aníbal conta o de que, possuindo ele um exército extraordinariamente grande no qual se amalgamavam homens de inúmeras procedências, exército que comandara em batalhas travadas em terras estrangeiras, jamais surgiu no seio deste qualquer dissensão, nem entre os soldados, nem contra o seu comando, nem na adversidade e tampouco na fortuna". (MAQUIAVEL, 2009, p-81-82).

NOTA:
Alguns historiadores preferem chamar a família de Aníbal de Bárcida, devido ao fato de o nome Barca ser um apelido e não um nome próprio.
NOTA 2:
As atuais ruínas da cidade de Cartago na Tunísia, não correspondem propriamente a cidade original. Com o fim da Terceira Guerra Púnica, a cidade foi destruída. Dizem que o serviço foi tão bem feito que suas ruínas se perderam nas areias no deserto. Contudo, anos depois, os romanos construíram uma outra cidade próximo dali, chamada de Cartago. Júlio César foi um dos quais propôs a construção dessa cidade.
NOTA 3: A Terceira Guerra Púnica, fora a mais curta dentre todas, se durou de 149-146 a.C, a qual terminou com a total derrota de Cartago, sendo seus territórios assimilados por Roma, sua cidade destruída e seu povo escravizado.
NOTA 4: De fato, Aníbal não era um cartaginês propriamente dito. Ele nascera na Hispânia, era um ibero. Porém por esta região pertencer a Cartago, era lhe dada a cidadania cartaginesa.
NOTA 5: A Numidia, correspondia a um reino africano localizado, no que hoje equivale a costa da Argélia. Os numidas era conhecidos por serem eximios cavaleiros, e fora com essa cavalaria que Anibal venceu a Batalha de Canas.
NOTA 6: Sobre os filhos de Anibal não se sabe muita coisa. Na realidade talvez não haja dados sobre quem foram e o que fizeram depois da morte de seu pai.
NOTA 7: Alguns historiadores costumam usar a expressão "mare nostrum" (nosso mar) para se referir a hegemonia romana sobre o Mediterrâneo após o fim da Segunda Guerra Púnica.

Referências Bibliográficas:

MAGNOLI, Demétrio (organizador). História das Guerras. São Paulo, Contexto, 3 ed, 2009.
BALDSON, J. P. V. D. O Mundo Romano. Rio de Janeiro, Zahar. 1968.
GRIMAL, Pierre. A Civilização Romana. Lisboa, Ed. 70, 1988.
MAQUIAVEL, Nicolau. Príncipe, Porto Alegre, L&PM, 2009.

Link relacionado:

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Gênios desacreditados

Dá próxima vez que você rir ou zombar das ideias de uma pessoa, por mais excêntricas que possam ser, preste bem a atenção ao se fazer isso. Por que nunca se sabe o que o futuro nos reserva.

O que eu irei expor a seguir é um relato verídico de algumas pessoas que foram zombadas, ignoradas, desacreditadas e até mesmo ridicularizadas. No entanto estas pessoas se tornaram algumas das figuras mais criativas e grandiosas da história. E para começar minha relação de nomes, citarei uma das mentes mais geniais da história da humanidade, Albert Einstein.

Albert Eins
tein (1879-1955). Consagrado como sendo um sinônimo de "gênio", se tornou um dos cientistas mais influentes e conhecidos e brilhantes da história. Suas pesquisas nas áreas da relatividade, do efeito fotoelétrico e da energia atômica (pena que as usaram para desenvolver armas), proporcionaram um grande progresso cientifico no século XX. Muitos não sabem o que tais pesquisas nos geraram contribuições; mais de fato, se não fosse por algumas das descobertas de Einstein não poderíamos hoje estar lendo este texto diante desta tela, ou acessar a Internet, ou se quer se pensar em computadores, celulares, robôs, satélites, aparelhos de GPS, câmaras fotográficas, e dentre outras engenhocas eletrônicas do século XXI. Mas ironicamente Einstein não fora visto como sendo esta mente brilhante e genial; mesmo que em alguns momentos ele fosse chamado de louco, este chegou a ser desacreditado por seus professores. Em um dado momento da infância de Einstein, ele nunca foi considerado um aluno exemplar, tirava notas boas em matemática, física e latim, mas era regular nas demais disciplinas, e as vezes criticava o sistema de ensino das escolas que estudara. Certa vez um dos diretores destas escolas, chegou para o seu pai, e disse que o filho dele "não seria ninguém na vida", que não teria sucesso em coisa nenhuma.

Ludwig van Beethoven (1770-1827). De longe fora consagrado como um dos maiores compositores da história. Porém nem sempre fora assim. Beethoven ainda jovem, era visto apenas como um rapaz que sabia tocar bem no piano as célebres composições de Mozart, Bach e de outros bons compositores. De fato ele não nascera com o talento, como fora Mozart (desde os cincos anos de idade ele se mostrara um gênio para a música) este teve que "ralar duro" para ser reconhecido. Em 1794 com 24 anos, Beethoven já era considerado um dos 40 mais brilhantes músicos de sua época. No entanto os problemas só estavam por vir. Enquanto ele ganhava fama pela Europa, aos 26 anos o problema de surdez o acometera. Beethoven estava ficando surdo. Quando tal noticia se espalhou, muitos disseram que este seria o seu fim como músico. Em algumas cartas ele relata tal enfermidade. Porém mesmo em depressão, ele não sei deixou ser vencido pela doença. Entre 1804 e 1808, ele compôs a Quinta Sinfonia ou Sinfonia do Destino, nessa época ele estava parcialmente surdo. No entanto mesmo assim seria posteriormente quando ele já estava quase que totalmente surdo (alguns dizem que já estava surdo por completo), em 1824 ele completa a sua mais conhecida e famosa obra, a Nona Sinfonia, a qual lhe consagraria na história da música. Mesmo com o problema da surdez, Beethoven não deixou de tocar e compor, sua paixão pela música era tanta que os males que o acometeram não o venceram.

Louis Braille (1809-1852). Muitos não devem conhecer este homem, mas talvez se lembrem vagamente de seu sobrenome, Braille. Se não conseguiram associar tal nome, então lhes darei a resposta. Louis, foi quem
desenvolveu o código Braille. Um sistema de escrita e leitura, no qual permite os deficientes visuais poderem ter a capacidade de ler. É inegável que tal criação fora de grande contribuição para todos que possuem esta deficiência. E o próprio Braille soube como era viver com isso. Braille nasceu na França e fora filho de um artesão. Quando este tinha cerca de 3 anos de idade, estava brincando na oficina de seu pai, quando acabou se ferindo com uma ferramenta pontiaguda; ele acabou ferindo o olho esquerdo. E devido a falta de cuidados médicos mais especializados, seu ferimento infeccinou e atingiu o olho direito, o qual acabou por lhe tornar cego completamente. Hoje em dia, uma pessoa deficiente visual já possui muitos problemas a se enfrentar no dia-a-dia do século XXI, mesmo com nossa tecnologia atual. Imagine uma pessoa do século XIX e até mesmo antes disso?

Pelo fato do jovem Braille ter ficado cego, muitos já diziam que não restava mais nada para ele fazer na vida, viveria o resto de sua vida dependendo dos outros. Mesmo assim seus pais não desacreditaram de seu filho. Aos 10 anos ele entrou no Instituto Real de Jovens Cegos de Paris, onde em pouco tempo se tornou um dos alunos mais exemplares do instituto.

Nessa época já existia, os estudos de se criar uma escrita para cegos e para fins militares, em batalhas noturnas. Em 1821 ele conhece um sistema de códigos desenvolvido pelo exército francês. Interessado em tal sistema ele passa os anos seguintes o estudando, até que aos 15 anos de idade cria o seu próprio sistema de caracteres, conhecido posteriormente como Código Braille.

Mesmo assim o seu sistema seria muito criticado por parte de alguns e até ignorado por outros. Como um adolescente cego poderia ter criado um sistema de caracteres que fosse efetivamente útil? Somente muitos anos depois, é que a invenção de Braille fora realmente valorizada. Mesmo tendo ficado cego, ele ainda buscou uma forma de possibilitar que aqueles que sofriam do seu mesmo mal, pudessem possuir outra forma de se "enxergar" o mundo, sendo esta forma, atráves dos livros.

Leonardo Da Vinci (1452-1519). Da Vinci é um dos homens mais conhecido
s da História da Humanidade. Desde suas belas pinturas, até suas invenções a frente de seu tempo. É considerado um dos grandes gênios da Renascença. Um verdadeiro talento em várias áreas diferentes dos campos de estudos humanos. Contudo o que irei relatar aqui não será a respeito de sua genialidade em meio a engenharia, anatomia, matemática, etc. Mas sim quanto a respeito ao campo da arte. A Mona Lisa, talvez a obra de arte mais famosa do mundo, levou anos para ser concluída por Da Vinci. Mas, no inicio talvez seria inimaginável que um rapaz como ele, pudesse pintar algo tão belo e perfeito. Em 1469, ele consegue ingressar no ateliê de Andrea del Verrocchio, porém havia um problema, na época que entrou, ele tinha por volta dos dezessete anos, sendo assim muitos disseram que ele estava velho para se tornar aprendiz. Já que estes começavam seus estudos, bem mais jovens. Mesmo assim, Da Vinci não se deixou se desmotivar.

"Leonardo sabia que tinha que correr atrás do tempo perdido. Deu certo: apenas três anos depois, aos 20 anos, ele já era oficialmente reconhecido como mestre pela guilda de pintores de Florença". (BBC, Revista, 2009, p-40).

Mesmo que não se saiba se realmente isso veio ocorrer quando ele tinha apenas 20 anos, é inegável que posteriormente sua fama como artista seria aplaudida por todos. Se Da Vinci tivesse desistido de seus sonhos por causas dos outros, o mundo não iria conhecer o talento desta mente brilhante.

Caio Júlio César (100-44 a.C). César é uma das figuras mais conhecidas e importantes da história da Roma Antiga. Foi um ditador, grande general, conquistador, um homem do povo, foi consagrador o "
Pai da Pátria", foi invejado, assassinado, e por fim glorificado. Em meio a todos estes motivos, já postos, fica difícil de se imaginar que ele algum dia fora zombado ou fora ignorado. Mas na verdade isso realmente aconteceu. Quando este ainda era jovem, a República Romana passava por sérios problemas. O ditador Sula o qual governava na época, era inimigo do tio de César, Caio Mário. Sula ficou conhecido por ter ordenado a perseguição, a morte e o confisco de várias pessoas apontadas por ele, como sendo traidores do Estado e seus inimigos. Mário conseguiu fugir a tempo dos homens de Sula, mas quanto a César este acabou sendo pego em casa, porém Sula, na época disse que este jovem rapaz, poderia ser livre, seria enviado para o exterior para servir no exército. Ele não aparentava ser uma ameaça, e logo iria morrer no campo de batalha mesmo. Então deixou que ele fosse embora. Relatos, apontam que cerca de 4 mil pessoas foram acusadas por Sula, e grande parte destes foram assassinados ou exilados. César acabou se revelando um grande guerreiro e comandante. Tal fama iria eclodir nos anos seguintes, promovendo Júlio César como um grande lider.

Genghis Khan (1167-1227). De fato Genghis Khan não fora um homem desacreditado, mas sim zombado, humilhado e ignorado. Não posso dizer que ele fora um gênio
no sentido que comumente atribuímos a esta palavra, no entanto ele fora um grande líder, e seus feitos contribuíram para mudar a face da Ásia para sempre. O jovem Temudjin aos nove anos de idade teve seu pai assassinado por um clã rival. Mas além deste fato, houve a questão de que seu próprio clã o traíra. Temudjin, fora largado nas estepes, junto com sua mãe e irmãos, por ser o mais velho cabia-lhe a responsabilidade de garantir a sobrevivência da família. Parte de sua vida é desconhecida, mas sabe-se que por volta dos 40 anos de idade fora consagrado Genghis Khan. Nessa época ele já havia unificado parte da Mongólia, e quando completou 50 anos já tinha formado o que hoje concebemos como um Estado mongol. Ele também fora responsável por organizar seu governo, sua economia, suas leis, sua administração, além de também ser considerado o mais bem sucedido comandante militar da História, conquistador de metade do mundo conhecido. É inegável, que uma simples criança que não aparentava poder sobreviver a rigidez da vida nas frias e estéreis estepes da Ásia Central, pôde se tornar um lider proeminente, respeitado e poderoso, ao ponto de expandir seu império por quase toda a Ásia e parte da Europa.

Michelangelo Buonarroti (1475-1564). Michelangelo, outro grande nome da arte no período da Renascença. Conhecido por ter sido um grande escultor, pelas obras de Daví e Pietá, e por ter pin
tado o teto da Capela Sistina. No entanto, por mais que seu brilhantismo fosse visto e admirado, muitos chegaram a duvidar que ele era o autor daquelas belíssimas obras. Quando Michelangelo recebera o convite de esculpir uma peça para a Basílica de São Pedro, ele criou a escultura da Pietá, a qual consiste, na representação de Maria, segurando corpo de Jesus Cristo falecido. Após o termino da obra, muitos aplaudiram o escultor, no entanto a quem dizia que aquela obra não havia sido feita por ele. Existe uma história que conta, que Michelangelo enquanto admirava sua obra, teria ouvido dizer de um peregrino que estava ali, falar que aquela obra teria sido feita por outro pessoa. Com isso naquela noite, Michelangelo entrara na Basílica, com raiva ele escreveu com uma estaca e martelo, na estátua "Michelangelo Buonarroti, florentino, fez isso". (BBC, Revista, 2009, p-42). De fato mesmo com tal acontecimento. Michelangelo só viria a ser conhecido como grande escultor e pintor anos mais tarde, depois de esculpir Davi e pintar o teto da Capela Sistina. Até então, ele não era tão famoso assim, e muitas vezes viveu a sombra de Da Vinci, seu principal rival.

Galileu Galilei (1564-1642). Foi um matemático, físico, astrônomo,
escritor e filósofo italiano. Considerado um dos grandes gênios do século XVII, época compreendida como a Revolução Científica. Suas descobertas, na física e na astronomia, contribuíram para que cientistas posteriores como Newton pudessem aperfeiçoar o saber cientifico. No entanto a vida de Galileu não fora somente feita de estudo e descobertas, este tivera sérios problemas com respeito a Igreja. Mais exatamente com o Tribunal do Santo Ofício. Galileu por ser crente da Teoria Heliocêntrica apresentada por Nicolau Copérnico, há alguns anos antes, fora acusado de heresia pela Igreja, a qual abominava tal ideia, já que ia contra o que ela pregava. Galileu teve que comparecer em algumas ocasiões, ao tribunal, sobre a ameaça de ser condenado pela Inquisição. Ele chegou a ter alguns dos seus trabalhos proibidos de serem publicados e posteriormente de serem lidos, já que passaram a compor a lista do Index. Além da Igreja descrer nesse ideias heliocêntricas que Galileu defendia. Seu trabalho, passou alguns anos relegado a obscuridade, até ser redescoberto mais tarde. E Alguns dos ensinamentos que ele descobrira, ficara esquecido por algum tempo, ou por outro lado, eram motivos de piada e chacota. Já que alguns não criam no que ele havia escrito. Mas por fim, Galileu morreu acreditando veemente no que havia estudado e descoberto.

Charles Darwin (1809-1882), um dos mais renomados naturalistas da história, que revolucionou a teoria da evolução com a sua teoria da seleção natural, nem sempre fora um aluno dedicado e estudioso como se pensa que tivesse sido. Charles nasceu em Shrewsbury, Inglaterra em 12 de fevereiro de 1809, desde criança ele já tinha ligação com as ciências, seu avô Erasmus Darwin (1731-1802) já era em sua época um médico, naturalista e homem das ciências, por mas que anos mais tarde Charles negasse que tivesse sofrido influência dos trabalhos de seu avô, ele não negou o fato de que seu interesse adveio também dali. Charles perdeu a mãe logo cedo, quando tinha um pouco mais de 8 anos, ele passou a viver com o seu pai Robert, seu irmão mais velhos, Eramus e suas quatro irmãs.
Desde cedo ele gostava de explorar a natureza, de colecionar insetos, pedras, conchas etc, sua vocação pelos estudos naturais se despertaram desde cedo. Posteriormente ele fora matriculado em uma escola na cidade de Shrewsbury, contudo Charles considerou uma total perda de tempo, e isso transpassou-se nos anos seguintes na sua vida escolar. Aos 16 anos, após reclamar dos estudos que cursara no colégio, seu pai o enviou para universidade de Edimburgo, nessa época seu irmão mais velhos estudava química, ciência que despertou o interesse de Charles, contudo ele decidira fazer sobre influência do pai, cursar medicina. De inicio ele se empolgou com as aulas de medicina, mas a partir do segundo ano, o interesse sumiu, Charles gostava de "matar aulas" para caçar, coletar objetos e espécimes, cavalgar, sair com os amigos; no terceiro ano ele viu que não tinha vocação para a medicina e desistiu do curso. Seu pai temendo que ele se tornasse um ocioso um vagabundo decidiu que o filho entraria para o seminário.

Mas antes que Charles pudesse ingressar no seminário (algo que ele não era contra, diferente do que geralmente alguns pensam que Charles Darwin fosse ateu), mas primeiro o seu pai exigiu que ele termina-se o ensino superior, para isso, meses depois ele o enviou para a renomada Universidade de Cambridge, lá Darwin como antes, "matava as aulas", gostava de assistir aulas de botânica, zoologia, gostava de sair com os amigos para jogar, cavalgar e beber, algo que ele deixa claro em sua biografia. Neste ponto Charles Darwin não personificaria o intelectual que estaria por ser, mas tudo isso mudaria com sua viagem pelo mundo abordo do Beagle.

Em Cambridge, Darwin ficou sabendo que uma expedição a volta do mundo partiria em poucos meses, e se necessitavam de um naturalista, então ele decidiu se propor a vaga, contudo seu pai era contra a ideia, mas para sorte de Charles seu tio Wedgood, um homem pelo qual seu pai tinha um grande respeito, concordou com os seus dizeres. Wedgood disse que esta viagem mudaria a vida de Charles e ajudaria a ele encontrar seu caminho na vida. Em 1831 o Beagle partiu em sua viagem que duraria 5 anos, neste tempo Darwin realizou várias observações, experiências e anotações, as quais enviou para os familiares, amigos e professores, isso contribuiu para consolidar seu prestígio como naturalista e cientista. Ao retornar em 1836, ele passou os 14 anos seguintes praticamente em casa com a esposa, filhos e filhas, trabalhando em seus diários de viagem, anotações e na futura publicação da Origem das Espécies em 1859, livro que o consagraria no mundo.


Darwin por mas, que não tenha sido um aluno exemplar, ele gostava de estudar botânica, zoologia, química, anatomia, história natural, filosofia natural, literatura clássica britânica, mesmo com este seu repertório fora preciso ele realizar uma viagem pelo mundo para descobrir quem era e o que deveria ser.

NOTA: A Nona Sinfonia, fora composta por Beethoven a partir do poema Ode à Alegria, do historiador, escritor e poeta alemão Friedrich Schiller. Beethoven teria se encantado com tal poema.
NOTA 2: O poema Ode à Alegria, é considerado hoje como sendo um Hino à Humanidade.
NOTA 3: Se quiserem saber um pouco mais das vidas de Júlio César, Genghis Khan e Galileu, deem uma olhada nos artigos sobre eles, no arquivo deste blog. Mesmo assim aconselho olhar as referências bibliográficas que utilizei em minhas pesquisas.
NOTA 4: Quanto ao fato de Michelangelo ter escrito em sua obra a Pietá seu nome, isso é verdadeiro, porém não se sabe se a história que o levou a fazer isso é real.

Referências Bibliográficas:
LAROUSSE, Grande Enciclopédia Cultural.
BBC, Revista História. Triada, #12, 2009.
DARWIN, Charles. A Origem das Espécies. São Paulo, Editora Escala, 2009. p. 11-16 e 449-462.

LINKS:
Mona Lisa
Teto da Capela Sistina
Pietá de Michelangelo
Nona Sinfonia
Nona Sinfonia de Beethoven: Hino à Humanidade, hino à liberdade (em português)Quinta Sinfonia

domingo, 13 de dezembro de 2009

O Juramento de Hipócrates

Hipócrates de Cós (460-377 a.C) médico grego consagrado como o "Pai da Medicina Ocidental", deixou uma vasta compilação de anotações e pesquisas sobre seus trabalhos no estudo de doenças, a interferência de fatores externos como a qualidade do ar, da água e da comida, como fatores que causavam males aos seres humanos. No entanto o famoso Juramento de Hipócrates, juramento prestado por todos os médicos na atualidade, não necessariamente teria sido escrito pelo próprio. Ainda hoje não se tem a garantia que fora realmente Hipócrates que escrevera tal juramento. No entanto ele se perpetuou como sendo de sua autoria.


O Juramento de Hipócrates

Eu juro, por Apolo, médico, por Asclépio, Higia e Panacea e por todos os deuses e deusas, a quem conclamo como minhas testemunhas, juro cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.

Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.

Conservarei imaculada minha vida e minha arte.

Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.

Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução sobretudo longe dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.

Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.

Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça.


NOTA: Apolo foi um dos deuses gregos que mais possuiu atribuições a sua pessoa. Era cultuado como o deus do sol, da música, das artes, da clarividência (Oráculo de Delfos), da verdade, da luz, da purificação e até da medicina.

NOTA 2: Asclépio fora um dos filhos de Apolo. Era consagrado como o deus da medicina. Higia, era filha de Asclépio, deusa da saúde e da limpeza. E Panacea fora outra filha de Asclépio, a qual é a deusa da cura.

NOTA 3: Hipócrates também teria sido líder da Escola de Medicina de Cós.



sábado, 5 de dezembro de 2009

O Último Discurso

Este discurso fora escrito por Charles Chaplin, em seu filme O Grande Ditador, de 1940. Filme este no qual Chaplin faz com incrivel brilhantismo uma sátira as personagens de Adolf Hitler, Benito Mussolini, ao nazismo e ao fascismo. Mesmo este não sendo um filme e um texto propriamente de caráter historiográfico; ele pode ser utilizado como forma de se entender um ponto de vista daquela época, a respeito da guerra que acontecia. De qualquer forma, Chaplon, procura em seu discurso falar de paz, de união, de esperança, de humanidade, de criticar a guerra e a destruição.

O Último Discurso de "O Grande Ditador".

Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, os gentios... Negros... Brancos. Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.


O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... Levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido


A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... Um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... Milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... Vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perece.


Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... Que vos desprezam... Que vos escravizam... Que arregimentam as vossas vidas... Que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!


Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, mas dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... De fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... Um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.


É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!


Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!


LINK: (video do dicurso no filme).

http://www.youtube.com/watch?v=FPzgq8sNbMI&feature=player_embedded#

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A União Ibérica


União Ibérica, Domínio Espanhol, Dinastia Filipina, Dinastia dos Habsburgos, Dinastia dos Áustrias, Terceira Dinastia ou Império Ibero-Cristão. Foi um período que transcorreu de 1580-1640, quando os Reinos de Portugal e Espanha, e todos os seus territórios no exterior, passaram a ficar sob o domínio de um único rei, sendo este de origem espanhola, pertencendo à Casa dos Habsburgos ou a Casa da Áustria.

D. Sebastião
O prelúdio desta história se inicia em 1578 quando o rei de Portugal D. Sebastião I (1554-1578) homem de espírito aventureiro, conseguiu que o Papa Gregório XIII assina-se uma Bula, autorizando uma cruzada contra os mouros da Berbéria (Marrocos). Tal iniciativa fora dada por motivos econômicos, já que os portugueses queriam ter acesso ao comércio de ouro, especiarias e de escravos daquela região, e das demais regiões ao redor. Além de também existir a questão de se recuperar o domino português naquela área, perdido anteriormente por conflitos, e talvez um dos grandes motivos fora, o fato de os portugueses queriam ver-se longe dos mouros. Tal motivo se deve ao fato que no passado, por volta do século VII os mouros invadiram e se estabeleceram na Península Ibérica, permanecendo ali por vários séculos, até serem expulsos durante o período da Reconquista, o qual teve fim no século XV.

Em 4 de agosto de 1578, na Batalha de Alcácer-Quibir, o rei veio a falecer. E posteriormente fora consagrado um mártir, e o próprio messias, na ideologia do Sebastianismo. Sobre a morte do rei, muitas histórias surgiram ao seu respeito, alguns diziam que o rei não havia morrido, mas havia fugido, e decidira não voltar para Portugal devido à vergonha que passaria por ter perdido a batalha. Outros diziam que o rei havia sido capturado e levado embora pelos mouros. No entanto dentre as histórias mais interessantes, esta a qual creditasse que D. Sebastião seria um novo messias, e que este retornaria para Portugal a fim de livrar-la do domínio espanhol. De fato, durante o período da União Ibérica, principalmente no final desta, surgiu na Europa o boato de que D. Sebastião estava vivo, e logo começaram a surgir "vários sebastiões" por toda a Europa, alegando que era o verdadeiro rei de Portugal.

Mesmo assim, este não havia tido filhos, e o trono português fora entregue ao seu tio, o Cardeal D. Henrique (1512-1580), contudo devido à idade avançada, o rei veio logo há falecer após governa por poucos meses, pondo fim a Dinastia de Avis (1385-1580). E como este não possuía filhos, o governo de inicio ficou sobre o comando do Conselho de Governadores do Reino de Portugal composto por cinco conselheiros. No entanto a convocação do Conselho tinha como meta decidir o mais breve possível a escolha do próximo sucessor ao trono português. 

E os candidatos a assumirem a coroa lusa, foram: D. Antônio, o Prior do Crato (1531-1595), D. Catarina de Portugal, Duquesa de Bragança (1540-1614), o Duque de Sabóia, o Príncipe Rainúncio de Parma, Henrique III de França e por fim o rei de Espanha, Felipe II (1527-1598). Mesmo com estes seis pretendentes somente três tiveram a chance de chegar mais próximo do trono. De fato, pelas leis de sucessão portuguesa, D. Catarina, era a herdeira mais próxima ao trono, já que era neta do falecido rei D. Manuel I. No entanto ainda hoje existem alegações de que O Prior do Crato, também tinha esse direito, já que supostamente este seria um parente da Família Real Portuguesa. Alguns historiadores creditam a informação de que ele seria um filho bastardo de D. Luis, Duque de Beja, tendo sangue nobre de fato.

De início D. Antônio I foi eleito o novo regente de Portugal, mas sua candidatura foi tanto criticada pelo Conselho e pelo povo, e logo ele foi destronado. Pelo fato de possuir influência política, e alegar o seu direito ao trono, este acabou sendo eleito "rei", governando por pouco tempo (alguns historiadores não atribuem que D. Antônio tivesse sido oficialmente proclamado rei de Portugal). Contudo, a situação iria mudar. Felipe II interessado em assumir o trono, acabou por influenciar o Conselho, com honrarias e ouro, vindos de suas colônias nas Américas. Isso fez o Conselho passar para o seu lado.

Rei Filipe II de Espanha
Em 1580, Felipe II invadira Portugal com o seu exército a fim de tomar o trono para si, mas devido a tal ato este que era antes visto como um libertador acabou se tornando mais um usurpador. Contudo o rei conseguiu contrariar as expectativas. Em 16 de Abril de 1581 na cidade de Tomar (Portugal), foram reunidas as Cortes de Tomar, a qual perante a esta e seus representantes, Felipe II fez suas juras de fidelidade ao povo português, de forma a conseguir legitimar o seu governo. Ele prometeu que Portugal preservaria sua língua, seus costumes e seu governo, além de ter o direito de participação na Corte de Madrid. Conseguido tal feito, este passou a ser chamado de Felipe I de Portugal. Sob a regência de um rei espanhol, os portugueses tinham a esperança que seu país conseguisse se recuperar de suas velhas crises econômicas e sociais, e de proporcionar um futuro melhor para o seu povo. Já que parte da elite e da burguesia tinha grande interesse nas riquezas descobertas na América espanhola. 

De fato Felipe II deixou algumas importantes contribuições tais como: a criação da Casa de Suplicação (1582), a Companhia Portuguesa das Índias Orientais (1587) e o Conselho da Fazenda (1591). Mas no geral, o governo de Filipe II em Portugal e suas colônias, foram construídos sobre uma alta e exploratória cobrança de impostos e de recursos, que acabou não contribuindo para Portugal sair de suas velhas crises. Felipe II, também chegou a proibir o comércio português com a Inglaterra e a Holanda, tal condição fora agravante para os portugueses, já que grande parte da comida consumida no país vinha da importação. Questão esta em que em alguns anos, houve relatos de crises de abastecimento de comida, o que levou a morte de muitas pessoas.

“Portugal e Países Baixos, antes da União daquele à Coroa espanhola, mantinham largo comércio, no qual os navios neerlandeses traziam para os portos portugueses não só mercadorias do norte da Europa - trigo, madeira, metais e manufaturas diversas - como produtos da sua própria indústria, sobretudo peixe, manteiga e queijo; de torna-viagem carregavam o sal grosso de Setúbal, vinhos, especiarias e drogas do Oriente e da África, açúcar e madeiras do Brasil”. (HOLANDA, 1993, p. 235).

Filipe III de Espanha
Felipe II governou Portugal de 1580 a 1598, e com sua morte, o trono é assumido pelo seu filho Felipe III (1578-1621). Sob a regência deste novo rei, Portugal passaria por algumas relativas melhoras. D. Cristóvão de Moura (1538-1613), um fidalgo português que havia apoiado Felipe II em sua conquista pelo trono português, fora nomeado pelo novo rei, como vice-rei de Portugal. E sobre o seu governo o país teve uma relativa melhora comercial, econômica, social e internacional, já que os portos foram abertos ao comércio com os ingleses e holandeses a partir de 1621 com o encerramento da Trégua dos Doze Anos (1609-1621), assinada entre Filipe III e os holandeses. O novo rei também realizou algumas mudanças nas leis de seu império, dentre estas mudanças se encontram a elaboração de um novo código de leis as chamadas Ordenações Filipinas (1603) e o Tribunal da Relação do Brasil (1609). Outra mudança, fora a divisão territorial da colônia do Brasil, divisão essa que em 1621, dividiu a colônia nos estados do Grão Pará-Maranhão e o Estado do Brasil.

Mesmo com estas modificações na administração régia, a população portuguesa ainda estava descontente tanto com o seu vice-rei e com o rei Felipe III, devido a este ter deixado o Estado português em sua visita (1619-1620) com altas dividas. Além deste fato existia a forte oposição portuguesa de se relutar a aceitar a condição de província posta pelos espanhóis, os portugueses não queriam perder sua identidade de reino. Originalmente Felipe II, prometera que Portugal não iria perder sua identidade de reino, e de fato ela teve alguns privilégios garantidos, como já fora apontado, no entanto tal promessa ao pouco fora se dissolvendo, e cada vez mais Portugal era tratada como uma província.

Filipe IV de Espanha
Com a morte de Felipe III após governar Portugal e Espanha de 1598 a 1621, seu filho Felipe IV (1605-1665) assumiu o trono ibérico, e sobre o seu governo a revolta dos portugueses culminaria no fim da hegemonia espanhola sobre a Península Ibérica. Felipe IV por ter assumido o trono ainda jovem, nomeara Gaspar de Gusmão, Conde-Duque de Olivares (1587-1645), como o seu Primeiro-Ministro. Sob o governo de Olivares, este priorizou as investidas e a participação espanhola na chamada Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), guerra esta na qual a Espanha dependeu muito dos recursos conseguidos através da exploração de Portugal e de suas colônias. Sobre tal condição, as colônias portuguesas ficaram quase que largadas ao relento, à pura sorte de seus governadores locais. Em 1623 os ingleses e holandeses invadiram algumas das colônias portuguesas em Ásia. Em 9 de Maio de 1624 os holandeses invadiram e conquistaram à Bahia no Brasil, e no ano seguinte estes são expulsos pelos portugueses. Em 1628 na cidade do Porto ocorre o Motim das Maçarocas onde o povo se rebela contra os altos impostos cobrados, em 8 de Junho de 1634 os holandeses conquistaram Pernambuco, depois conquistam a Paraíba, e dentre outros territórios no Brasil e na África, ocupando-os até 1654. Somando todos estes pretextos com as desavenças anteriores, isso levou a insurreição de Portugal contra os espanhóis.

Em 21 de Agosto de 1637 ocorre a chamada Revolta de Évora (Revolta Manuelinha), onde tanto a Corte, o Conselho e o povo se uniram para se libertarem do julgo espanhol, sobre a chefia de um líder anônimo, conhecido como “Manuelhinho”. Após a revolta seus organizadores elegeram o Duque de Bragança, D. João II (1604-1656), para se tornar o futuro rei de Portugal. Tal iniciativa se dera pelo fato de que a maior parte das famílias portuguesas influentes se encontrava morando em Madrid, e a família de Bragança que morava em Lisboa, era de longe a família mais rica e de renome que havia no momento. Mas além desta condição havia a questão de que D. João II era parente de D. Catarina, herdeira legitima do trono.

Com o inicio da Revolta de Évora, logo várias outras revoltas e motins eclodiram por todo o país, mesmo assim a vitória derradeira só viria três anos depois. Mesmo que grande parte da população estivesse a favor da separação da Espanha, uma parte dos ricos fidalgos e burgueses da época, que em geral preferiam morar em Madrid, do que em Lisboa, eram contra tais revoltas separatistas, já que para eles o governo assim como estava era favorável para os seus interesses.

Em 1 de Dezembro de 1640 a revolta explode na Restauração Portuguesa, na qual o povo acabou invadindo o palácio do vice-rei Miguel de Vasconcelos, e o destrona, o defenestrando. Nesse acontecimento, os portugueses contaram com o apoio dos franceses, principalmente graças ao Primeiro-Ministro do rei Luís XIII (1601-1643), o Cardeal de Richelieu (1585-1642), o qual viu nos movimentos separatistas dos portugueses uma boa idéia em se atacar a Espanha. Nessa época a Guerra dos Trinta anos ainda se desenrolava, e os franceses estavam em luta contra os espanhóis. Como desde alguns anos os portugueses já vinham se revoltando contra o governo espanhol, Richelieu os incentivou a dar o golpe final.

E em 15 de Dezembro, o povo português elege o Duque de Bragança, como o rei D. João IV, se tornando o primeiro rei da Quarta Dinastia, e fundador da Dinastia de Bragança. Dentre algumas das reformas feitas por D. João IV, está à criação do Conselho de Guerra (1641), a Junta dos Três Estados (1643) e a criação do Conselho Ultramarino (1643). Os espanhóis o acusaram de traição, com isso Portugal empreenderia uma longa guerra para legitimar sua independência. De fato isso levou o rei convocar um Conselho de Guerra a fim de se combater os espanhóis, entretanto, além de ter que lutar contra estes para legitimar sua independência, havia o problema com os holandeses no Brasil. Durante as décadas de 40 e 50 do século XVII, Portugal combateu os espanhóis e os holandeses, tendo como apoio, Inglaterra e França em alguns momentos, e em 1654 os portugueses conseguiram expulsar os holandeses, e posteriormente estes contribuíram, reconhecendo a independência de Portugal perante a Espanha. Mesmo assim tais divergências ainda iriam perdurar por mais alguns anos.
A Guerra de Restauração só teve fim em 1668 com a assinatura do Tratado de Lisboa entre o rei Afonso VI de Portugal e Carlos II de Espanha, onde o rei espanhol reconhece oficialmente após 28 anos de conflitos a independência portuguesa de seu domínio.


NOTA: D. João IV, também ficou conhecido pelas alcunhas de "O Restaurador" e o "Afortunado".
NOTA 2: Mauricio de Nassau governou os dominios holandeses no Brasil, entre os anos de 1637-1644, quando se abdica do governo por desentedimento com os seus superiores.
NOTA 3: Dentre os seis pretendentes ao trono português, de fato cinco destes tinha um parentesco com a Familia Real, no entanto alguns historiadores as vezes não preferem considerar o rei Henrique III como tendo sido um pretendente ao trono, já que este teria alegado que sua mãe, Catarina de Médici tinha antepassados portugueses na realeza.
NOTA 4: Com a criação do Estado do Grão-Pará e Maranhão, sua capital passou a ser São Luis (atual capital do Maranhão). Quanto ao Estado do Brasil, a capital ainda era Salvador.
NOTA 5: As Ordenações Filipinas, fora uma reformulação das antigas Ordenações Manuelinas, promulgadas pelo rei D. Manuel I em 1521. Mesmo assim, tal legislação ainda perduraria efetiva no Brasil até o período da República Velha, no século XX.
NOTA 6: O período da Reconquista transcorreu do século VIII ao século XV.
NOTA 7: Os mouros não são árabes propriamente ditos, estes são povos do norte da África, que sofreram a influência dos costumes árabes e da religião islâmica. Sendo assim, pode se dizer que tanto os mouros como os árabes invadiram a Peninsula Ibérica.

Referências Bibliográficas:
VAINFAS, Ronaldo (organizador). Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808). Rio de Janeiro, Objetiva, 2001.
LINHARES, Maria Yedda (organizadora), História Geral do Brasil. 9a ed, Rio de Janeiro, Elsevier, 2000.
FRANÇA, Eduardo D’Oliveira, Portugal na época da Restauração. São Paulo, Haucitec, 2006.
OLVEIRA, Martins. História de Portugal. 14a ed, Lisboa, Guimarães Editores, 1964.
AMEAL, João. História de Portugal: Das origens até 1940. Porto, Livraria Tavares Martins. 6ª ed. 1968.
HOLANDA, Sérgio Buarque (organizador). História geral da civilização brasileira - tomo I. 7a ed, São Paulo, Bertrand Brasil, 1993.

LINKS: