Do empirismo de Francis Bacon ao Século das Luzes
Leandro Vilar
Ana Paula Brito
INTRODUÇÃO:
O
termo empirismo tem sua origem na palavra empírico, adjetivo do grego, empeirikos ou empeiria, pelo latim, empiricus,
que significa observar, experimentar, e em formas mais antigas podia se referir
a médico. O empirismo consiste em uma corrente filosófica e um método
científico no qual focaliza a utilização dos sentidos em sua metodologia de
estudo, visando à observação, a análise e a experimentação como formas de se
chegar a conclusões e a verdade acerca dos objetos de estudo. Sua metodologia
influenciou em grande parte os pensadores dos séculos XVII, XVIII e XIX, a
ponto de ser considerada uma teoria do conhecimento, tendo influência em outras
áreas do conhecimento humano, como a filosofia da política, ética, lógica,
teologia, direito, química, física e medicina. A ideia de que a experimentação
seria o caminho para se encontrar as respostas acerca do mundo, não é uma
concepção da Idade Moderna, na Antiguidade Clássica, algumas correntes da
filosofia grega, como os sofistas, os epicuristas e os estoicos já haviam
elaborado conceitos e explicações acerca desta filosofia.
No decorrer da Idade Média, a fé suplantou o
lugar da ciência, a filosofia escolástica visava preservar os costumes
cristãos, de modo que nesse caso a experiência não importava mais como meio de
se alcançar a verdade, na qual passou a ser encarnada pela imagem de Deus. A
única forma de se alcançar a verdade absoluta que era Deus, seria através da fé
e da penitência religiosa. Não obstante, o célebre Doutor Angélico, São Tomás
de Aquino (1225-1274), dizia que fé e razão não estavam tão distantes um do
outro, que para se alcançar a verdade, deveria se passar por um desenvolvimento
sensível e intelectual. Ao que se entende, as experiências adquiridas através
da vida seriam necessárias para garantir a ascensão da alma ao Céu ou a sua queda
ao Inferno.
No
século XIII o clérigo e filósofo inglês Roger Bacon (1214-1294), em
seus trabalhos no campo da química, física e alquimia defendia o que se chamava
de uma “ciência experimental” em que a experiência era a base para se elaborar
o conhecimento. Tais premissas foram retomadas pelos estudiosos renascentistas,
como Paracelso (1493-1541), um dos defensores no século XVI dos estudos
científicos e empíricos. Com o decorrer da Revolução Científica no século XVII,
o empirismo se notabilizou a partir dos trabalhos do filósofo inglês Francis
Bacon nos idos deste século.
O
empirismo também sofreria ataques de uma corrente de pensamento oposta a sua
filosofia, o Racionalismo que defendia a supremacia da razão sobre o sensível,
reivindicando que o conhecimento era a
priori e não concebido a posteriori
como defendido pelos empiristas.
Cabe
ainda ressalvar que as ideias empiristas de Thomas Hobbes, John Locke, George
Berkeley e David Hume influenciaram dentre alguns filósofos iluministas como
Montesquieu, Jean-Jacques Rousseau, Voltarie e Kant, além de contribuir no
desenvolvimento da corrente de pensamento do Positivismo, elaborada por Augusto
Comte no século XIX.
O MÉTODO EMPÍRICO
A
análise do método empírico consiste em uma verdadeira dualidade uma vez que a
essência deste método se encontra na observação, na sensação, na indução e na
experimentação de fenômenos e fatos ocorridos. E partindo desse pressuposto
temos que alguns estudiosos costumam classificar o método empírico hora como
sendo algo assistemático e hora constituindo um método científico. De modo que
ambas as classificações estão corretas, variando de acordo com o ponto de vista
adotado pelo observador em seu juízo.
“O
principal mérito do método empírico é o de assinalar com vigor a importância da
experiência na origem dos nossos conhecimentos. Os empiristas de um modo geral
têm razão ao afirmar que não existem idéias inatas, e de que antes da
experiência não há e nem pode haver conhecimento algum sobre o mundo exterior”.
(OLIVEIRA, 1997, p. 53).
O
fator observação é algo que
vivenciamos no dia-a-dia, muitos dos simples atos que realizamos no nosso
cotidiano, como acontecimentos que vivenciamos, ou que ficamos conhecendo a
respeito, contribuem para o nosso desenvolvimento cognitivo, psicológico,
ético, moral, etc. De fato isso seria algo que possamos chamar de empirismo, já
que estamos aprendendo mediante as observações e experiências que vivenciamos,
e delas retiramos nossas próprias conclusões. No entanto, para o estudo científico
o empirismo não poderia ser resumido a uma simples análise de compreensão do
senso comum. Neste requere-se uma maior rigorosidade em suas análises.
A
essência do empirismo consiste na utilização dos sentidos, isso acaba gerando
um grande problema. Primeiro, os sentidos dos homens não são tão aguçados como
os de outros animais, e para se compensar esta deficiência nós utilizamos
ferramentas, máquinas e outros instrumentos. Segundo, em alguns casos nossos
próprios sentidos podem nos enganar, como exemplo, os truques de mágica, onde
as mãos são mais rápidas do que os olhos.
“II.
Nem a mão nua nem o intelecto, deixados a si mesmo, logram muito. Todos os
feitos se cumprem com instrumentos e recursos auxiliares, de que dependem, em
igual medida, tanto o intelecto quanto as mãos. Assim como os instrumentos
mecânicos regulam e ampliam o movimento das mãos, os da mente aguçam o
intelecto e o precavêm”. (BACON, 1999, p. 33).
Em
ambos os casos, apenas a observação não bastaria para ciência chegar a
determinar algo a respeito do estudo de algum fenômeno, isso forneceria muitos
dados imprecisos. Mas, a forma encontrada para se chegar a conclusões mais
exatas consiste na elaboração de experimentos e sua execução em diferentes
cenários, que possam intervir nos resultados de uma experiência, sendo assim,
falamos de um experimento puramente científico:
“Um
método investigativo fundamentado em
observação, descrição, classificação, comparação, eliminação e, só então,
dedução das possíveis causas de um fenômeno.
Em síntese, tratava-se do empirismo”.
(SERJEANTSON, 2009, p. 72).
Neste
caso, para se realizar o experimento aos moldes do emprego do método empírico o
cientista deve seguir algumas etapas necessárias para sua realização. Baseado
em Cano [1979] e Marconi; Lakotas [2006] tais etapas seriam as seguintes:
- Definir o objeto de estudo.
- Definir o observador.
- Definir as circunstâncias nas quais serão empregadas as observações.
- Definir os meios de observação.
Realizada
a primeira etapa, ao fim de sua análise os observadores anotam suas conclusões
primárias, suas descrições e suas hipóteses. A segunda etapa consiste na
elaboração de experiências para se chegar a conclusões mais precisas.
- O experimento assinalado deve ser repetido várias vezes mantendo as mesmas condições do experimento original, a fim de permitir comparações entre os experimentos.
- Dependendo do fenômeno a ser analisado, se deve optar por diferentes tipos de testes em diferentes cenários e objetos para se tirar conclusões acerca da interferência de elementos internos e externos.
- Analisar os experimentos que falharam.
Transposto
estas etapas, deve-se analisar os novos dados, compará-los com os anteriores,
descartar o que não será necessário, e por fim chegar às conclusões, teorias e
novas hipóteses sobre o experimento realizado. Essencialmente as etapas já
mencionadas são bem idênticas ao método científico utilizado nos dias de hoje.
“LXX.
A melhor demonstração é, de longe, a experiência, desde que se atenha
rigorosamente ao experimento. Se procurarmos aplicá-la a outros fatos tidos por
semelhantes, a não ser que se proceda de forma correta e metódica, é
falaciosa”. (BACON, 1999, p. 55).
Deve-se
atentar para que antes de se realizar uma experiência, é indicado partir do pressuposto
de que haja teorias ou hipóteses fundamentadas acerca do fenômeno que será
estudado a fim de que tais teorias e hipóteses sejam corroboradas ou
descartadas. Sendo nesse caso, que alguns dos problemas do método empírico, são
suas generalizações precoces, sua falta de relevância a importância do
raciocínio abstrato, e uma debilidade na quantificação dos elementos
pesquisados.
EMPIRISMO BACONIANO
Francis Bacon |
O
empirismo desponta como método científico da recém Ciência Moderna, a partir
dos trabalhos de Francis Bacon (1561-1626), filósofo natural, político, advogado,
escritor, historiador e alquimista inglês. Neste seu vasto repertório erudito
Bacon elaborou uma visão de ciência e de filosofia baseada nas experiências
vivenciadas ou elaboradas para se desvendar os mistérios do mundo. Uma questão importante para se entender o conceito de filosofia para
Bacon é fundamentado em sua crítica a ciência dos antigos, principalmente a
realizada por Aristóteles (384-322 a.C). Por mais, que Aristóteles tenha
enfatizado em seus estudos a questão da observação dos fenômenos naturais do
mundo físico para explicar o conhecimento e a natureza, algo diferente do pensamento
de seu mestre, Platão (428-348 a.C), Bacon via nos estudos de Aristóteles
e seus seguidores uma lacuna no estudo científico. Tais filósofos e estudiosos não
estavam dando o valor merecido ao estudo científico fato este que ele chamava
de experiência vaga, em oposição à experiência literata, na qual
dizia ser a verdadeira forma de se atuar através do estudo dos fenômenos de
forma científica. Por mais, que suas críticas recaíssem sobre os aristotélicos
e platonistas, Bacon tinha uma profunda admiração pelos filósofos
pré-socráticos, em especial Demócrito de Abdera (c. 460-370 a.C).
Os
principais trabalhos de Francis Bacon acerca da filosofia e da ciência foram O progresso do conhecimento (1605) onde ele abordara o desenvolvimento do
conhecimento filosófico, científico, histórico e religioso, e onde também expôs
sua metodologia para o estudo do método empírico. O segundo
trabalho consiste na obra Novum
Organum (1620) no qual ele propôs uma reavaliação do conhecimento,
contrapondo-o a filosofia aristotélica e escolástica, propondo um novo caminho
para o conhecimento embasado no método empírico.
Todavia
a filosofia baconiana não se remete apenas em questionar o mundo de forma a
encontrar respostas, mas de como classificar o seu conhecimento, algo que pode
ser visto nas duas obras citadas anteriormente.
Bacon
essencialmente constitui seu método embasado em três preceitos, chamado de tábuas
da investigação como demonstra Andrade [1999]. A primeira
tábua é a tábua da presença ou afirmação, na qual consiste em se
elaborar um quadro a respeito da ocorrência dos fenômenos a serem estudados, nesse
caso, se o fenômeno for o calor, deve-se se elaborar um estudo no qual o calor
seja estudado em diferentes cenários e casos.
A
segunda tábua é a das ausências ou da
negação. Tomemos novamente o exemplo
do calor, pode-se estudá-lo por uma chama, pelos raios solares, pelo calor
corporal, pela água fervendo. No entanto, Bacon diz que em alguns casos tais
características não são claramente visíveis e parecem estar ausentes ou não
existirem, sendo assim, o estudioso deve agir com maior perícia em seu estudo
para identificar se estas ausências existem de fato ou não.
A
terceira tábua é a das graduações ou comparações, nessa etapa, após se
realizar as observações, o levantamento de dados, de hipóteses, passa-se a
comparação para se analisar tais dados a fim de se chegar as conclusões. A
análise das três tábuas nos permite compreender o método proposto por Bacon,
cabe aqui destacar que ele ainda propôs uma série de subdivisões dentro destas
três etapas, nas quais em muitos casos, são divisões específicas para
determinados experimentos.
Acerca
do conhecimento proposto por Francis Bacon, hoje pode parecer algo um tanto
contraditório, como um cientista poderia falar sobre religião? Para Bacon,
religião e ciência não são questões que estivessem uma distante da outra, mas
sim questões que fundamentavam o saber humano. Sua concepção de conhecimento se
dividia em duas categorias: o conhecimento
divino, formado pela Natureza e por Deus, e o conhecimento humano, construído pelas ações do homem no tempo e no
espaço. Partindo destas duas categorias base, ele as subdivide no ramo da
filosofia, na qual abriga a ciência, a teologia e a história.
Em
Filosofia, pode ocorrer que a contemplação do homem esteja dirigida a Deus, ou
se estenda sobre a Natureza, ou se reflita e se volte sobre o próprio Homem. A
partir de diversas indagações, emergem três conhecimentos: filosofia Divina,
filosofia Natural e filosofia Humana ou Humanidade. Pois todas as coisas estão
marcadas e estampadas com este caráter tríplice: o poder de Deus, a diferença
da natureza e a utilidade do homem. (BACON, 2007, p. 136).
Nessa
tripla divisão, a ciência se encontra dentro da chamada filosofia natural, na
qual ele classifica a ciência como ciência natural ou teoria natural. Para Bacon a ciência se dividia em física
e metafísica.
“A
Física tem três partes, das quais duas se referem à natureza unida ou recolhida
e a terceira estuda a natureza difusa ou distribuída. [...]. De
modo que a primeira doutrina é relativa à Contextura ou Configuração das
coisas: de mundo, de universitate retrum [sobre o mundo, sobre a
totalidade das coisas]. A segunda é a doutrina referente aos Princípios ou
Origens das coisas. A terceira é a doutrina referente a toda Variedade e
Particularidade das coisas, quer se trate de suas diferentes substâncias, ou de
suas diferentes qualidades e naturezas [...]. Quanto à Metafísica, lhe
atribuímos à indagação das Causas Formal e Final”. (BACON, 2007, p. 147).
A causa
formal na qual ele se refere, consiste em compreender as formas dos
elementos da natureza, tanto a forma corpórea como o seu significado. Neste
caso se partindo para o método empírico, a causa formal seria a etapa da
observação, da descrição e da dedução preliminar. Quanto à causa final, esta consiste nas respostas geradas pela causa formal.
No método isto compreenderia as etapas de experimentação, comparação,
classificação, eliminação e por fim as conclusões. Em si a física para Bacon
seria o objeto ou fenômeno de estudo e a metafísica seria o meio para estudá-lo.
O
legado metodológico de Francis Bacon influenciou estudiosos como Galileu Galilei, Robert Boyle, John Locke,
Isaac Newton, Giambattista Vico, David
Hume, Denis Diderot, dentre
outros pensadores.
Thomas Hobbes |
Nos
fins do século XVII, dois importantes pensadores britânicos, deixaram
importantes trabalhos que serviram de base para o pensamento iluminista sobre a
política, religião, direito, sociedade e filosofia, principalmente na França e
nos Estados Alemãs. O primeiro destes pensadores empiristas foi o matemático,
político e filósofo Thomas Hobbes
(1588-1674). A principal obra de Hobbes fora seu tratado político chamado o Leviatã
(1651). Por mais, que o foco deste trabalho fosse à política, a legislação e as
formas de poder, Hobbes expôs sua visão empírica sobre o desenvolvimento das
ideias e das sensações.
“O uso e
finalidade da razão não é descobrir a soma, e a verdade de uma, ou várias consequências,
afastadas das primeiras definições, e das estabelecidas significações de nomes,
mas começar por estas e seguir de uma consequência para outra. Pois não pode
haver certeza da última conclusão sem a certeza de todas aquelas afirmações e
negações nas quais se baseou e das quais foi inferida. Como quando um chefe de
família, ao fazer uma conta, adiciona as somas de todas as notas de despesa
numa só soma, e não considerando de que modo cada nota foi feita por aqueles
que lhe apresentaram a conta, nem aquilo que está pagando, procede como se
aceitasse a conta total, confiando na habilidade e na honestidade dos
contadores; do mesmo modo no raciocínio de todas as outras coisas, aquele que
tira conclusões confiado em autores, e não as examina desde os primeiros itens
em cada cálculo (os quais são as significações de nomes estabelecidas por
definições) perde o seu esforço e nada fica sabendo; apenas julga que sabe”.
(HOBBES, 1979, p. 28).
Para
Hobbes, os homens eram movidos por seus sentimentos, principalmente pelo desejo
e pelo temor, e, além disso, estes deveriam se submeter à autoridade do Estado,
no qual garantiria a ordem e a paz na sociedade, já que na teoria o Estado, não
seria abalado pelos sentimentos individuais. Nesse caso ele visava uma
submissão da sociedade perante o Estado. Não obstante, para Hobbes, o
conhecimento se adquire principalmente a partir dos sentidos, no entanto ele
ressalva que se não houver uma análise sobre o que se estuda você acabará
caindo em ilusões. Por mais, que os sentidos nos forneçam as bases para se
compreender, esta compreensão estará sujeita a erros, e em sua concepção a
razão não aceita erros.
John Locke |
O segundo
pensador foi o médico, político e filósofo John
Locke (1632-1704) o qual deixou um profundo legado abarcando a filosofia da
política e a epistemologia, sendo este um fiel defensor do empirismo. As
principais contribuições de Locke foram à defesa de um liberalismo político, a tolerância
religiosa, o materialismo sensualista e sua
aversão às ideias inatas concebidas pelo racionalismo. Mas, dentre estas suas
contribuições, a que mais diz respeito ao empirismo é sua defesa do sensualismo
(aqui a palavra está relacionada ao uso dos sentidos e não a conotação
sexualista de hoje em dia) no qual ele o discutia em uma de suas principais
obras, o Ensaio acerca do Entendimento Humano (1690). Nesta sua obra
Locke inicialmente defendia sua crítica que as ideias não poderiam ser inatas,
ou seja, que o conhecimento já existe em nossas mentes, e necessita de ser “ativado”
através do estudo. Para ele, ninguém nasce com o conhecimento as pessoas são
como uma “folha de papel em branco”
ou uma “tabula rasa”. O talento
seria uma facilidade para o aprendizado, mas não um conhecimento pré-existente
em nossas mentes.
“Suponhamos,
pois, que a mente é, como dissemos, um papel em branco, desprovida de todos os
caracteres, sem nenhuma idéia; como ela será suprida? De onde lhe provêm este vasto estoque, que a ativa e ilimitada fantasia do homem
pintou nela como uma variedade quase infinita? De onde aprende todos os
materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra: a
experiência. Todo nosso conhecimento está nela fundado, e dela deriva
fundamentalmente o próprio conhecimento”. (LOCKE, 1999, p. 57).
Se
as ideias fossem inatas, então todos nós já nasceríamos sabendo de quase tudo,
no entanto, a realidade não é essa, sendo assim, Locke defendia que o
conhecimento era indutivo, que ele se aprendia vivenciando e exercitando. Nesse
caso, ele concebera o conhecimento em duas categorias: a sensação e a reflexão.
Para Locke o conhecimento entra em nossa mente basicamente das seguintes
formas:
“Para
melhor conceber as idéias que recebemos da sensação, não nos parece impróprio
considerá-las com referência aos diferentes meios pelos quais elas se aproximam
de nossas mentes e tornam-se por nós percebíveis. Primeiro, algumas entram em nossa mente por um único sentido. Segundo,
outras transportam-se à mente por mais de
um sentido. Terceiro, outras
derivam apenas da reflexão. Quarto, algumas abrem caminho, e são
sugeridas à mente, por todos os meios da
sensação e da reflexão”. (LOCKE, 1999, p. 65).
Sendo
assim, o conhecimento é impresso através do contato com que temos com os
fenômenos e objetos de nosso estudo e com a vivência de acontecimentos, e
seguindo esta primeira etapa vem-se a ação da reflexão, refletir sobre o que
aprendemos. No entanto, Locke acrescentara uma terceira etapa na análise do
conhecimento, a abstração. Para ele, além de se observar e refletir é dever dos
homens poder abstrair o que lhe é posto em questão, dessa forma, os homens
podem generalizar, individualizar, comparar e diferenciar determinado objeto,
fenômeno ou ideia.
George Berkeley |
George Berkeley (1685-1753) bispo anglicano de Cloyne e filósofo irlandês tivera uma
grande importância na consolidação e na crítica do empirismo no século XVIII.
Seu trabalho abrangia a filosofia, as ciências, a teologia e a psicologia,
dessa forma, Berkeley por mais que tenha sido um filósofo empirista, foi um
grande crítico dos trabalhos de Hobbes e Locke. No entanto, suas críticas não
recaíam apenas sobre os britânicos, ele também atacou a filosofia dos franceses
Descartes e Malebranche, filósofos racionalistas, até mesmo criticou a ciência
de Isaac Newton. As
principais obras de Berkeley foram, Ensaio para uma nova teoria da visão
(1709) onde ele aplicara sua psicologia da visão; Tratado sobre os princípios do
conhecimento humano (1710), chamado simplesmente de Princípios, onde realizara suas críticas
ao materialismo,
ao representalismo,
ao racionalismo e ao próprio empirismo. Berkeley era profundamente idealista e
antiabstracionalista. E sua terceira obra importante foi os Três diálogos entre Hilas e Filonous (1712), também chamado de Diálogos,
no qual consiste num complemento de sua obra anterior.
Uma das principais
concepções elaboradas por Berkeley dizia respeito à ideia de matéria,
algo profundamente abordado por Locke. No entanto, diferente de Locke, Berkeley
defendia a supremacia do imaterial sobre o material, fato esse devido a sua
ligação com a fé. Não obstante, Berkeley fundamentara que a matéria e a
sensação são na verdade, ideias concebidas pelos sentidos dos homens, que a
ideia material é algo que está ligado à mente humana, nesse caso você não pode
ter uma concepção a priori de algo que você nunca viu, sentiu ou
estudou, sendo assim, o inatismo não seria possível.
“Eu me satisfaço, Hylas, apelando para o senso
comum do mundo em favor da verdade de minha noção. Perante ao jardineiro por que
ele pensa que aquela cerejeira existe no jardim, e ele dirá a você que é porque
ele a vê e sente: numa palavra, porque ele a percebe por seus sentidos”. (Diálogos,
liv. II, p. 234, 1s. 21-5, apud VILLALOBOS, 1978, p. 15).
Partindo desta concepção, Berkeley expõe sua famosa
frase: esse est percipi “ser
é ser percebido”.
“Assim, embora não exista nenhum mundo material
para Berkeley, existe um mundo físico, um mundo de objetos ordinários. Este
mundo é dependente da mente, pois é composto de idéias, cuja existência
consiste em ser percebida. Pois quanto às idéias, e também quanto ao mundo
físico, esse est percipi”. (DOWNING, 2004, p. 11).
No campo da ciência Berkeley vai mais além, para
ele o método das ciências não tem o papel de encontrar as causas para justificar
a existência dos objetos e dos fenômenos, já que a causa para isso seria Deus.
Nesse caso, a ciência não procuraria por causas (algo que Hume aborda), mas,
sim em explicar a regularidade do trabalho de Deus, ou seja, Berkeley dizia que
mediante ao estudo empírico, você corroboraria a existência de um “espírito” que rege as leis do
universo, e tal “espírito” é Deus.
“Se considerarmos, então, a diferença que existe
entre os filósofos naturais e os demais homens com relação ao conhecimento que
possuem dos fenômenos, descobriremos que esta consiste, não em um conhecimento
mais exato das causas eficientes que os produzem – pois não pode haver nenhuma
outra a não ser a vontade de um espírito –, mas apenas numa maior extensão da
compreensão por meio da qual descobrem analogias, harmonias e concordâncias nas
obras da Natureza [...]”. (Princípios, p. 105, apud DOWNING, 2004, p.
14-15).
Para Berkeley o importante não são as causas de
origem, já que estas já possuem uma explicação como vista anteriormente, mas, o
importante consiste em se encontrar as causas finais, ou em outras palavras, os
efeitos gerados ou motivos dados.
“Causa é tomada em dois sentidos diferentes. Uma
causa eficiente ativa, propriamente considerada, só concebo como sendo um
Espírito; nem concebo que haja ação, estritamente falando, senão onde houver
Vontade. Mas isso não impede que concedamos que haja causas ocasionais (que na
verdade são signos); e nada mais se requer na melhor física, i. e, na filosofia
mecânica. Nem impede que admitamos outras causas além de Deus, como espíritos
de diferentes ordens, que podem ser denominadas ativas, que realmente agem,
embora por poderes limitados e derivados. Quanto, porém, a um agente
não-pensante, nenhum ponto da física se explica por ele, nem é ele concebível”.
(Carta de Berkeley a Johnson, 25/11/1729, § 2, apud CHIBENI, 2008, p.
368).
Por mais, que Berkeley conteste a causalidade no
estudo científico, ele como um empirista questionara também a própria ideia de hipótese.
Um ponto-chave para se compreender a visão empírica de Berkeley sobre o estudo
científico é que pelo fato de ele ser um idealista ele leva suas ideias quase
ao extremo. Berkeley aceitava três
classes de hipóteses, as ideias
metafísicas, as generalizações
e as sentenças acerca da observação
do mundo físico. Tais classes de hipóteses devem ser corroboradas pelo
método empírico, se isso não for feito, elas serão contestáveis e inexatas.
David Hume |
No século
XVIII o principal representante do empirismo fora de fato um filósofo
iluminista, este foi o filósofo, historiador e economista escocês David Hume (1711-1776), tido por alguns
filósofos e historiadores como um dos mais radicais defensores do empirismo.
Tendo seu pensamento empírico principalmente influenciado pelos trabalhos de
Locke e Berkeley, além de também ter sido seguidor do utilitarismo (Consistia numa doutrina ética que visava o bem-estar social, desenvolvida na Inglaterra no
século XVIII.). Sua grande obra foi o Tratado da Natureza Humana
(1739-1740) neste vasto trabalho, Hume debatera acerca da formação do
conhecimento, dos sentidos, das sensações, da política, da filosofia e da religião.
“A obra
pretendia nada menos do que a total renovação da filosofia da experiência, com
a construção de uma “ciência do homem” capaz de emular a ciência newtoniana,
com a conclusão da estrada aberta por Bacon, e com a substituição da metafísica
racionalista pelo que viria a chamar a “verdadeira metafísica””. (HUME:
MONTEIRO, 2001, p. 7).
Sobre o
empirismo, Hume dizia o seguinte:
“A
certeza que temos de nossos conhecimentos resulta da invariância das operações
intelectuais que estão na base. Nossas idéias só nascem das sensações; o resto,
por exemplo, a realidade do mundo exterior, e mesmo Deus, são só assunto de
crença. Em política não existe nenhuma legitimidade: O Estado nada, mas é que
uma convenção social, útil aos homens para viverem juntos”. (Grande Enciclopédia Laurosse Cultural,
v. 13, p. 3039).
Em o Tratado da Natureza Humana, Hume dedicara
sua primeira parte do livro a falar acerca do entendimento. Sobre o
entendimento ele o dividia em duas categorias a impressão e a ideia.
“Todas as
percepções do espírito humano reduzem-se a duas espécies distintas que
denominarei impressões e ideias. A diferença entre estas reside
nos graus de força e vivacidade com que elas afetam a mente e abrem caminho
para o nosso pensamento ou consciência. Às percepções que penetram com mais
força e violência, podemos chamar-lhes impressões;
e nessa designação incluo todas as sensações, paixões e emoções, quando fazem o
seu primeiro aparecimento na alma. Por ideias
entendo as imagens tênues das impressões nos nossos pensamentos despertadas
pelo presente discurso, excetuando apenas as que têm origem na vista e no tato,
e o prazer imediato ou o mal-estar que elas podem provocar”. (HUME, 2001, p.
29).
Para Hume
a categoria de impressão se
subdivide em sensação, a qual explica os fenômenos pelos sentidos, e a reflexão,
que enfatiza o desenvolvimento do conhecimento através da faculdade do pensar.
Mas, além destas duas divisões, outra questão se mostra importante na filosofia
humeana, sua recusa à causalidade.
“Toda
certeza provêm da comparação de ideias e da descoberta de relações que
permanecem inalteráveis enquanto as ideias permanecem as mesmas. Estas relações
são a semelhança, as proporções de quantidade e número, os graus de qualquer qualidade
e a contrariedade, nenhum a das quais
está implícita na proposição tudo o que
tem começo tem também uma causa da sua existência”. (HUME, 2001, p.
113-114).
Sobre
tal premissa Hume procurava evidenciar que necessariamente um objeto para
existir, tinha que depender de uma causa. Para ele a causa seria uma
consequência que elaboramos para dá significado a existência de algo, mas, no
entanto ao fazermos esta proposta de causa a algum objeto acabamos caindo no
erro de um preconceito, ou seja, acabamos tendo uma ideia primária antes de ao
menos avaliar a questão.
“Todo
o efeito necessariamente pressupõe uma causa, pois que efeito é um termo
relativo, de que causa é o correlativo. Mas isto não prova que todo o ser deva
ser precedido de uma causa, da mesma forma que do fato de que todo o marido tem
que ter uma mulher não se segue que todo o homem deva ser casado. [...]. Visto
que não é do conhecimento, nem de nenhum raciocínio, que tiramos a opinião da
necessidade de uma causa para toda a nova produção, esta opinião deve
necessariamente originar-se na observação e na experiência”. (HUME, 2001, p.
117).
A
concepção preliminar de uma causa supõe algo que vá contra o método empírico,
já que nesta ocasião este fato beiraria mais a dedução de uma resposta baseada
em suposições, do que uma resposta fundamentada em fatos analisados. Diferente
de Berkeley, Hume não via necessariamente Deus como sendo a causa de tudo, mas,
procurava descartar a importância de uma causa de origem.
INFLUÊNCIA SOBRE O SÉCULO DAS LUZES
O
Século das Luzes, Iluminismo ou Ilustração foi o nome dado a um movimento
ideológico e revolucionário que se iniciou em meados do século XVII e perdurou
até o fim do século XVIII, abarcando distintos países europeus. O Iluminismo
visava à reformulação dos ideários políticos, culturais, sociológicos,
artísticos, científicos, além de influenciar a crítica, o deísmo e a laicização
da sociedade europeia no final do Antigo Regime. Os iluministas queriam através
da razão e das ciências promoverem uma revolução intelectual na sociedade. E
tais influências podem ser vistas na Revolução Americana em 1776 e na Revolução
Francesa em 1789.
Os
trabalhos de Hobbes e Locke no campo da política influenciaram vários autores
iluministas, dentre estes os que mais se destacaram foram o Barão de Montesquieu (1689-1755), autor
do Espírito
das Leis (1748), obra na qual Montesquieu propôs a divisão dos três
poderes políticos. Jean-Jacques Rousseau
(1712-1778), autor do Contrato Social (1762) uma das obras
políticas de maior impacto no século XVIII, na qual serviu de base para os
ideais revolucionários franceses. Outro importante filósofo foi Voltaire (1694-1778), no qual se tornou
um dos maiores críticos de seu tempo, atacando a política, a Igreja, a
sociedade e a cultura. No entanto a respeito de sua importância para as
ciências, Voltaire escreveu alguns artigos sobre ciência e filosofia para a Enciclopédia (Encyclopédie).
Na qual consistiu em uma das primeiras enciclopédias a serem publicadas na
Europa, tendo como organizadores os filósofos Jean le Ronde d’Alembert (1717-1783) e Denis Diderot (1713-1786). Os enciclopedistas como ficaram
conhecidos àqueles que passaram a organizar e escreverem enciclopédias, como
forma de universalizar o conhecimento, dividiram nesse caso a Enciclopédia, baseados na definição dada
por Francis Bacon acerca da divisão do conhecimento em seu livro O progresso
do conhecimento. Bacon dividia o conhecimento em:
- Memória - História
- Razão - Filosofia
- Imaginação – Poesia
A
História entraria no campo da memória, a filosofia abarcaria tanto as ciências
como a religião, sendo que nesse caso, no campo filosófico, os enciclopedistas
seriam profundamente influenciados pelo racionalismo, e quanto no campo
cientifico o método empírico seria a base para o seu estudo. Por fim, as artes
entrariam no campo da imaginação.
Na
Prússia (hoje território da
Alemanha) um dos principais representantes do iluminismo foi o filósofo Immanuel Kant (1724-1804), o qual fora
profundamente influenciado pelo trabalho de Hume e em parte também pelos
trabalhos de Berkeley. Kant atuou no campo epistemológico, ético, metafísico e
estético, se mostrando como um idealista e cético. Seguindo este seu posicionamento,
sua grande obra foi a Crítica da Razão Pura (1781). Nessa
sua monumental obra, Kant expôs seu pensamento sobre a formulação da razão, o
racionalismo, o empirismo, a ética, a compreensão do entendimento, a metafísica
e a estética.
“Já
se disse que o empirismo fez parte do Iluminismo. De fato, só a atitude
empirista garante a abertura do domínio, à crítica da razão, pois consiste em
admitir que toda verdade pode e deve ser colocada à prova, eventualmente
modificada, corrigida ou abandonada”. (ABBAGNANO, 1998, p. 536).
CONCLUSÃO
Vimos
alguns dos principais teóricos do método empírico tais como Francis Bacon,
Thomas Hobbes, John Locke, George Berkeley e David Hume. Ao analisar suas mais
significativas teorias, pudemos nos familiarizar com o método empírico e sua
conotação experimentalista pautada na verificação para efetiva comprovação.
A
palavra observação sintetiza bem o método empírico, todavia não o define. Uma
vez que a observação não é a única etapa do citado método. A repetição de
observações, experiências com diversos testes e cenários, bem como comparações
variadas será algo recorrente. Uma forma mais simplória de sintetizar o
empirismo, seria colocá-lo a disposição da expressão “contra fatos, não há
argumentos”. Pois irá primar pela comprovação das teorias através de fatos, experiências,
entre outros.
Existiu
todo um contexto histórico-cultural para o desenvolvimento do empirismo, e como
pode ser visto no início do texto, seu desenvolvimento atribui-se a busca pelas
respostas acerca do mundo, que já não se pautava apenas na fé. Aqui, discutimos
entre outros os percalços entre a fé e a razão ao qual o empirismo enfrentou
através da análise dos teóricos supracitados.
NOTA: Os
trabalhos de Paracelso tiveram grande influência sobre a filosofia e a ciência
de Francis Bacon. (Paracelso, pseudônimo de Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim foi um médico, físico, astrólogo e alquimista suíço).
NOTA 2: Demócrito de Abdera foi um filósofo, matemático
e astrônomo grego. Conhecido por ter sido um dos elaboradores da teoria atômica ou atomismo, onde dizia-se que a matéria era formada pela junção de pequenas partículas invisíveis aos olhos, chamadas de átomos.
NOTA 3: Para maiores detalhes acerca das classificações da tábuas de investigação propostas por Francis Bacon consulte os seguintes aforismos do Novum Organum: liv.
II, aforismos XI, XII, XIII, XVIII, XIX e XX.
NOTA 4: A Enciclopédia foi publicada de 1751-1772
e contou com volumes extras entre 1776-1780, contando com um total de 35
volumes, mais de 3 mil ilustrações, 75 mil artigos escritos por 150
colaboradores.
NOTA 5: A Crítica da Razão Pura perfaz a primeira parte da trilogia escrita
por Kant, composta pelas obras Crítica da
Razão Prática (1788) e Crítica do
Julgamento (1790).
Referências Bibliográficas:
ABBAGNANO,
Nicola. Dicionário de Filosofia. 2ª
ed, São Paulo, Martins Fontes, 1998.
BACON,
Francis. Novum Organum ou verdadeiras
indicações acerca da interpretação da natureza/ Nova Atlântida. Tradução:
José Aluysio R. de Andrade. São Paulo, Nova Cultural, 1999. (Coleção – Os
Pensadores: Bacon).
BACON,
Francis. O progresso do conhecimento.
São Paulo, Editora Unesp, 2007.
CANO,
José L. L. Método e hipóteses científicos.
México, Editorial Trillas S. A. 2ª edição, 1979.
CHIBENI,
Sílvio Seno. Berkeley: Uma física sem
causas eficientes. Cadernos de História e Filosofia da Ciência (UNICAMP),
v. 18, p. 357-390, 2008. Disponível em: http://www.cle.unicamp.br/cadernos/18-2.html.
Acessado em: 17 de setembro de 2010.
DOWNING,
Lisa. George Berkeley. Stanford
Encyclopedia of Philosophy, California, set. 2004. Tradução: Jaimir Conte. Disponível
em: http://www.cfh.ufsc.br/~conte/txt-escritos.html.
Acessado em: 17 de setembro de 2010.
Grande Enciclopédia
Larousse Cultural,
v. 9, São Paulo, Nova Cultural, 1998.
Grande Enciclopédia
Larousse Cultural,
v. 13, São Paulo, Nova Cultural, 1998.
HOBBES,
Thomas. Leviatã ou matéria, forma e poder
de um Estado eclesiástico e civil. 2ª ed, São Paulo, Abril Cultural, 1979.
(Coleção – Os Pensadores: Hobbes), (Parte I: Do Homem; Capítulo I e Capítulo
V).
HUME,
David. Tratado da Natureza Humana.
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2001. (Livro I: Do Entendimento; Parte I
e Parte III).
LOCKE,
John. Ensaio acerca do Entendimento
Humano, São Paulo, Nova Cultural, 1999. (Coleção – Os Pensadores: Locke)
(Livro I e Livro II).
MARCONI,
Maria de A; LAKATOS, Eva M. Metodologia
Científica. 4ª ed. 3ª. reimpressão, São Paulo, Atlas, 2006.
OLIVEIRA,
Silvio Luiz de. Tratado de Metodologia
Científica: Projetos de Pesquisas, TGI, TCC, Monografias, Dissertações e
Teses. São Paulo, Pioneira, 1997.
REZENDE,
Antônio (organizador). Curso de
Filosofia: para professores e alunos dos cursos de segundo grau e graduação.
Rio de Janeiro, 8ª ed, Jorge Zahar, SEAF, 1998. (Capítulo 6: O empirismo
inglês).
SERJEANTSON,
Richard. Um novo pensar. BBC Revista
História, São Paulo, v. 12, p. 72-74, 2009.
VILLALOBOS,
João E. R. Um estudo sobre George
Berkeley. v. 13, São Paulo, Editora da USP, 1978.
Links relacionados: